Glórias do Passado: fevereiro 2009

 

Nunes



Nunes é um histórico jogador leixonense que jogou no Vitoria SC durante a época de 1961/62. Formado no Leixões SC, foi no clube de Matosinhos que Nunes realizou praticamente toda a sua carreira de futebolista, durante mais de uma década até transferir-se para a cidade de Guimarães.

Militou inicialmente nos escalões secundários do futebol português - onde Nunes já se notabilizava – mas seria integrado na famosa equipa que regressou à 1ª Divisão Nacional na época de 1958/59 e venceu a Taça de Portugal na temporada de 1960/61 que este jogador ficou mais vincadamente ligado à historia do Leixões SC.
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(Equipa de juniores do Leixões SC na época de 1951/52)
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Joaquim Dias Nunes era o nome completo deste jogador que, preferencialmente, gostava de jogar sobre a ala esquerda. Na verdade, foi como ponta esquerda que Nunes atingiu notoriedade e para essa concreta posição foi contratado pelo Vitoria SC.

A partir de 1952/53 Nunes passou a fazer parte da equipa principal do Leixões SC e consecutivamente buscaram o sonho de fazer regressar a popular equipa de Matosinhos à 1ª Divisão Nacional.
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(Equipa do Leixões SC na temporada de 1952/53)
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Em 1953/54 ainda venceram a Série A da 2ª Divisão Nacional. Contudo, na fase final que decidia o acesso à 1ª Divisão Nacional o Leixões SC quedou-se no último lugar a viu assim adiado o grande objectivo.

Seguiram-se então cinco épocas consecutivas em que o Leixões SC não conseguiu sequer chegar à fase final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Até que, finalmente, na temporada de 1958/59 o grande sonho tornou-se realidade.
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(Equipa do Leixões SC na época de 1958/59)
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(Nunes no Leixões SC)
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(Plantel do Leixões SC na temporada de 1958/59)
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Leixões SC venceu a Zona Norte da 2ª Divisão Nacional e assim conseguiu voltar a disputar a principal competição futebolística portuguesa, depois de duas anteriores participações no final da década de 30 e início da década de 40.

Para o feito conseguido pelo Leixões SC muito contribuiu o extremo esquerdo Nunes, um dos melhores jogadores matosinhenses. Entrando na 1ª Divisão Nacional a equipa leixonense iria escrever uma época de ouro na historia do clube ao longo de toda a década de 60.
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(Equipa do Leixões SC na época de 1958/59)
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Disputando o primeiro escalão do futebol português, conseguindo fantásticas classificações e projectando grandes jogadores nacionais, o Leixões SC tornou-se num dos mais conceituados clubes do nosso país.

Nunes jogou duas temporadas com o Leixões SC na 1ª Divisão Nacional, precisamente, as épocas de 1959/60 e 1960/61. Dois brilhantes oitavos lugar na classificação geral da competição lançaram o clube numa década esplêndida.
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(Equipa do Leixões SC na temporada de 1959/60)
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(Nunes no Leixões SC)
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O grande feito, contudo, foi a conquista da Taça de Portugal na temporada de 1960/61. Nunes, consagrado jogador matosinhense, integrava o plantel do Leixões SC que venceu aquela importante competição, a mais valiosa no palmarés do clube leixonense.

A equipa do Leixões SC, comandada pelo técnico Filipe Nunes, venceu a final da Taça de Portugal frente ao FC Porto, por 2-0, numa partida com tanto de inesquecível como sensacional.

Porem, naquele decisivo jogo para a conquista do mais importante troféu da galeria leixonense, o recordado extremo esquerdo Nunes não foi utilizado. A época de 1960/61 seria mesmo a ultima temporada de Nunes ao serviço do Leixões SC.

No final da época de 1960/61 o Vitoria SC procedeu a uma substancial alteração no quadro de jogadores que compunham o seu plantel principal. Saíram jogadores com passado no clube, como os brasileiros Edmur e Ernesto Paraíso, mas também Bártolo e Azevedo.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1961/62)
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Uma das várias aquisições do Vitoria SC, treinado pelo antigo jogador do CF Belenenses Artur Quaresma, foi o extremo esquerdo Nunes, vindo do Leixões SC juntamente com Silva.

Ao contrário de Silva, que ainda permaneceu vários anos ao serviço do Vitoria SC, Nunes apenas ficou em Guimarães durante uma temporada, pois, na verdade, não conseguiu atingir níveis de utilização conformes àquilo que se esperava.

De resto, também ao nível colectivo a época de 1961/62 foi bastante conturbada e polémica para a equipa vimaranense que correu sérios riscos de descer ao segundo escalão do futebol português.

Nunes não foi um titular indiscutível na equipa vitoriana. Realizou somente 10 jogos não tendo apontado qualquer golo com a camisola do Vitoria SC na 1ª Divisão Nacional.
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(Nunes no Vitoria SC)
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Contudo, esteve presente naqueles que seriam considerados os dois jogos mais importantes de toda a época desportiva de 1961/62 para a turma vimarense, concretamente, a partida em que o antigo jogador Rola se estreou como treinador vitoriano, num Leixões SC – Vitoria SC, e no jogo disputado no Campo da Amorosa, em Guimarães, entre o Vitoria SC e o FC Porto.

O Vitoria SC começou muito mal o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, coleccionando uma série de resultados negativos que pintavam de negro o horizonte da equipa na prova.

Devido aos maus resultados - mas também pelas dispensas de jogadores queridos no inicio da temporada - a massa associativa começou a contestar fortemente o Presidente da Direcção e o treinador Artur Quaresma.

É assim que depois de mais uma derrota no Campo da Amorosa, frente ao Sporting CP, por 1-3, o Presidente da Direcção Casimiro Coelho Lima abandona o clube juntamente com o treinador Artur Quaresma que se demite do cargo que ocupava.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1961/62)
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Nessa altura, paira em Guimarães o espectro da descida à 2ª Divisão Nacional. Um conjunto de personalidades, lideradas por Hélder Rocha, tomam conta dos destinos directivos dos Clube e para o cargo de treinador indicam Joaquim Rola, o veterano jogador do Vitoria SC que já desempenhava funções de técnico na equipa de juniores.

A estreia de Joaquim Rola no comando da equipa dá-se no dia 18 de Março de 1962 num importante desafio a contar para a 19ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, que opunha o Vitoria SC ao Leixões SC, a antiga equipa de Nunes. Neste encontro a equipa vimaranense deslocou-se a Matosinhos e venceu o Leixões SC por 2-3, com Nunes a alinhar como titular.

Inicialmente, a mudança operada na liderança da equipa deu os seus frutos. Os resultados começaram a melhorar e a equipa recuperou algum atraso na tabela classificativa, todavia, um empate em casa frente ao SL Benfica por 2-2 e uma demolidora derrota sofrida no Alentejo frente ao Lusitano de Évora, por 4-1, colocou o Vitoria SC novamente em posição de iminente descida de divisão.
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(O extremo esquerdo Nunes no Vitoria SC)
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Aquele que seria o jogo decisivo jogou-se no Campo da Amorosa, frente ao FC Porto, no dia 26 de Maio de 1962. O FC Porto tinha obrigatoriamente que ganhar a partida para conquistar o título de campeão nacional, enquanto que, por seu lado, a equipa do Vitoria SC tinha também que conquistar o triunfo para evitar a descida ao segundo escalão.

O Vitoria SC acabou por vencer aquele célebre e dramático jogo por 1-0, com o golo apontado por Augusto Silva, com o extremo esquerdo Nunes a participar naquela partida como titular.

Com aquele triunfo, o conjunto vimaranense garantiu a manutenção na 1ª Divisão Nacional, enquanto o FC Porto acabou por perder o ceptro nacional para a formação do Sporting CP, que venceu a competição com mais dois pontos que os azuis e brancos. Quanto à equipa da cidade berço, acabou por terminar o Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1961/62 na 9ª posição da tabela classificativa.
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(Vários jogadores do Vitoria SC na época de 1961/62)
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Na sequencia daquela dramática época, o Vitoria SC voltou a remodelar o plantel, agora de forma bem mais profunda do que aquela que tinha sido empreendida no defeso anterior.

O extremo esquerdo Nunes seria um dos muitos jogadores que deixaram o Vitoria SC no final da temporada de 1961/62.

Referencia final para a data do falecimento de Nunes, no dia 1 de Agosto de 1972, vitima de um acidente de viação ocorrido em Espanha.

Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

 

Temporada de 1975/76 - 5ª Parte


Envolvido na luta pelo apuramento para as competições internacionais de clubes, o Vitoria SC jogou um importantíssimo jogo, frente ao SL Benfica, a contar para a 26ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, no Estádio Municipal de Guimarães.

O recinto vitoriano apresentou-se completamento lotado, proporcionando uma receita verdadeiramente record, com o encaixe a rondar os 10.000 contos. Aquele desafio era também bastante importante para a equipa que viajou da capital na sua disputa pela conquista do título de campeão nacional.

O Vitoria SC começou o jogo da melhor forma, jogando bem, atacando sempre e criando muitas oportunidades de golo, embora sem conseguir concretizar. A equipa do SL Benfica, encurralada na sua zona defensiva, ia tentando a todo o custo sair daquela teia ofensiva verdadeiramente alucinante orquestrada pela formação vimaranense.

Apenas nos primeiros 10 minutos de jogo, logo se destacou o guarda-redes benfiquista Bento que, pelo menos em duas ocasiões, protagonizou excelentes defesas. Num outro lance, completamente batido, viu a bola embater com estrondo na trava da baliza benfiquista.
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(Depois de a bola embater na trave, o defesa benfiquista retira a bola sobre o risco da baliza, enquanto o avançado vitoriano já estava a festejar)
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Num momento em que o Vitoria SC dominava completamente e estava próximo do golo, o SL Benfica, na primeira vez que chegou a baliza vitoriana, marcou, por intermédio de Nené, aproveitando um lance realmente infantil da defensiva da equipa da cidade berço.

Este golo encarnado perturbou a turma do Vitoria SC, fustigada pela falta de sorte, mas que, contudo, não deixou de buscar a igualdade. Até ao final do primeiro tempo o Vitoria SC dispôs de, pelo menos, mais duas gritantes ocasiões para marcar, com os avançados vimaranenses a atirar, novamente, a bola aos ferros da baliza defendida por Bento.
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(Completamente cheio o Estádio Municipal de Guimarães neste Vitoria SC - SL Benfica da época de 1975/76. Neste lance, um remate acrobático de Rui Lopes que vai embater na trave da baliza benfiquista)

(A sequência do lance com a bola a embater na trave da baliza do SL Benfica, enquanto o guardião Bento, apesar do espectacular voo, não desvia a trajectória da bola)

Infelizmente, na sequência de um desses lances de bola na trave, o SL Benfica voltou a marcar, agora por autoria de Vítor Batista, aumentando a vantagem para 0-2. Indesmentivelmente, a sorte nada quis com o Vitoria SC naquele dia de Lazaro de 1976, data que tradicionalmente não costuma ser feliz para a equipa vitoriana.

O desânimo abateu-se então sobre a formação do Vitoria SC e o SL Benfica passou então a dominar os acontecimentos. Ainda antes do intervalo os benfiquistas elevaram mesmo a contenda para 0-3, agora com um golo apontado por Jordão.

(Jogadores do SL Benfica protestam em bloco com o árbitro do encontro o leiriense António Espanhol)

Com o resultado feito e a vitoria atribuída a segunda parte do desafio foi jogada sem qualquer interesse. Os vitorianos, visivelmente abatidos, perderam a forma de bem jogar, enquanto o SL Benfica limitou-se a gerir os acontecimentos e aguardar pelo apito final.

Com esta derrota em casa o Vitoria SC atrasou-se na luta pela conquista de um lugar europeu, já que o Sporting CP e o FC Porto venceram os seus encontros, respectivamente, contra o SC Farense e o Atlético CP. Apenas a formação do CF Belenenses não aproveitou pois também foi derrotada pelo Boavista FC.

Seguiu-se a difícil deslocação a Setúbal, onde a derrota sofrida pela Vitoria SC terá comprometido de forma definitiva o apuramento europeu. Na verdade só a vitoria interessava ao conjunto de Guimarães mas, uma vez mais, a deficiente pontaria dos jogadores do Vitoria SC e alguma falta de sorte, impediram o sucesso.

O Vitoria SC jogou, efectivamente, bem melhor que o adversário, dominando o encontro e criando inúmeras chances para marcar. Por seu turno, o Vitoria de Setúbal, incapaz de suster a manifesta superioridade vimaranense, limitou-se a defender e procurar o contra ataque.

Sobretudo durante a primeira parte do encontro, o futebol colectivo e ofensivo apresentado pelo Vitoria SC deliciou todos os espectadores presentes no Estádio do Bonfim.

Foi completamente contra a corrente do jogo que os setubalenses chegaram ao golo da vitória, no início da segunda parte, por intermédio do seu avançado Arcanjo, que finalizou uma jogada ofensiva de belo efeito.

Após o golo, como era de esperar, o Vitoria SC lançou-se ferozmente na busca do empate, contudo, a bem montada defensiva do Vitoria de Setúbal, agora bem mais intensa, e o guarda-redes Torres foram impedindo o tento do empate.

Perto do final do jogo foi a vez de destacar-se o trio de arbitragem liderado por Lopes Martins da A.F. Lisboa que, inexplicavelmente, anulou um golo ao Vitoria SC mesmo em cima do minuto 90.

Foi de assim de forma inglória que a equipa vitoriana viu fugir-lhe, pelo menos, o empate, resultado que por si só seria já bastante lisonjeiro para a formação do Vitoria de Setúbal.

Depois da derrota em casa frente ao SL Benfica, este jogo da 27ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, contra o Vitoria de Setúbal, terá sido um dos momentos chave que desviou o Vitoria SC da rota europeia.

Perdendo na cidade sadina, o Vitoria SC não aproveitou os deslizes do FC Porto que empatou em casa frente ao GD Estoril Praia, e do Sporting CP que, na cidade dos arcebispos, foi derrotado pelo SC Braga por 2-1.

Seguia-se, ainda, o jogo decisivo para a caminhada do Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1975/76. O Vitoria SC – FC Porto da 28ª ronda era o jogo mais importante pois estava em causa a luta pelo 5º lugar na classificação.

A equipa portista entrou na partida bastante receosa, demonstrando enorme respeito pela formação vitoriana. Jogando com muitos jogadores perto da sua grande área e com Ademir e Cubillas na frente, o FC Porto jogava com o intuito, primeiramente, de defender e, se possível, contra atacar com velocidade.

(Estrela do FC Porto Cubillas em disputa com um jogador vitoriano)

Ora, o golo do FC Porto, marcado cedo por Cubillas, mais acentuou esta toada portista na partida, forçando a equipa do Vitoria SC a lançar mão de todos os predicados para conseguir dar a volta aos acontecimentos.
O Vitoria SC conseguiu reagir bem ao golo e não se deixou cair na esparrela montada pela turma portista. Fez marcação directa aos jogadores mais avançados do FC Porto, povoou bem o meio campo e a partir daí lançou-se em bloco no ataque.

O golo do empate surgiu assim com toda a naturalidade, dada a enorme superioridade do Vitoria SC, e o golo do triunfo logo depois, ambos apontados por Rui Lopes, avançado vitoriano autor de uma brilhante exibição.

Vitoria bem merecida da equipa da cidade berço num jogo de boa qualidade, onde o colectivo vitoriano foi bastante superior ao individualismo do futebol apresentado pela turma do FC Porto.

Com este triunfo o Vitoria SC subia ao 5º lugar da classificação geral por troca com o FC Porto, enquanto o Sporting CP e o CF Belenenses, vencendo os seus jogos, respectivamente, a equipa sportinguista, em Alvalade, sobre o GD da Cuf e os do Restelo, em Aveiro, frente ao SC Beira Mar.


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Silvino



Recordar a carreira do guarda-redes Silvino é percorrer a história de quase três décadas, primeiro como um futebolista de eleição, depois como treinador no posto específico de guarda-redes, integrando as equipas técnicas lideradas por José Mourinho.

Foi guardião do Vitoria de Setúbal, clube onde se formou e apareceu na 1ª Divisão Nacional. No Vitoria SC ressuscitou a carreira, aparecendo na alta roda e atingindo a principal selecção portuguesa de futebol.

Depois foi para o SL Benfica, onde foi o sucessor do lendário guardião benfiquista Bento, ganhou títulos nacionais e assumiu-se como titular na baliza de Portugal. Pelo meio uma efémera passagem pelo CD Aves, onde, durante uma temporada, esteve a rodar.

Já veterano saiu o SL Benfica e regressou ao Vitoria de Setúbal, onde demonstrou não estar perto do final da carreira. Com todas as capacidades intactas ingressou no FC Porto e perto dos 40 anos de idade viria a terminar a carreira no SC Salgueiros.

Silvino Almeida Louro, natural da cidade de Setúbal, nasceu no dia 5 de Março de 1959. Antes de enveredar pelo futebol, Silvino começou a jogar andebol na equipa do Vitoria de Setúbal.

No futebol setubalense ingressou, oficialmente, na temporada de 1973/74 no escalão de iniciados, percebendo-se bem cedo que estávamos perante uma grande promessa do futebol português na difícil função de guarda-redes. Logo nessa primeira época como futebolista sagrou-se campeão distrital de Setúbal nessa categoria.
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(Camadas jovens do Vitoria de Setubal na decada de 70)
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(Silvino jovem guarda-redes do Vitoria de Setubal)
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Com idade de juvenil, já jogava com regularidade na equipa de juniores do Vitoria de Setúbal e durante algum tempo representava, simultaneamente, a equipa sénior do UCRD Praiense nos campeonatos amadores.

Bem novo tornou-se também um seleccionável, não apenas da Selecção Regional da A.F. de Setúbal como também das selecções mais jovens de Portugal. Sensação no futebol jovem setubalense, Silvino exercia também, desde bastante novo, a função de panificador, pelo menos até celebrar o seu primeiro contrato como futebolista profissional.
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(Selecção de Juniores da A.F. Setubal em 1977)
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O que aconteceria na época de 1977/78 integrando o plantel da equipa principal do Vitoria de Setúbal, como guarda redes suplente da dupla Vaz e Jorge Martins, apesar de jogar regularmente pelos juniores, onde obteve um honroso 3º lugar no Campeonato Nacional de Juniores.
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(Plantel do Vitoria de Setubal na época de 1977/78)
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(Silvino no Vitoria de Setubal com a camisola de Inglaterra)
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Mas logo na temporada seguinte de 1978/79, Silvino, com apenas 19 anos de idade, aproveitou muito bem a saída de Vaz e Jorge Martins - que rumaram a outras paragens – e, lançado pelo técnico setubalense Carlos Cardoso, assumiu a titularidade da baliza do Vitoria de Setúbal durante o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, deixando como suplente o recém contratado guardião Avelino ao SC Olhanense.
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A chegada de tão jovem atleta às balizas de uma equipa da 1ª Divisão Nacional foi, obviamente, uma enorme sensação, tornando-se Silvino numa das grandes revelações do futebol português durante a época de 1978/79 e um elemento fundamental no 7º lugar do Vitoria de Setúbal no campeonato.
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(Equipa do Vitoria de Setubal na temporada de 1978/79)
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(Silvino no Vitoria de Setubal na época de 1978/79)
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Primeiro porque não era, nem hoje é, muito usual um jovem jogador assumir o posto de guardião principal de uma equipa da primeira linha do futebol português e, por outro lado, porque, efectivamente, Silvino aproveitou bem a oportunidade conferida e demonstrou enormes capacidades.

Como a revelação do ano, imediatamente surgiram vários candidatos a contratar o jovem guarda-redes Silvino. Chegou a ter tudo acertado para ingressar no SL Benfica, mas os responsáveis sadinos não aceitaram as condições do negócio e Silvino lá permaneceu ao serviço do Vitoria de Setúbal durante mais três temporadas.
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(Grande defesa de Silvino no Estádio da Luz em 1978/79)
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Em 1979/80 chegou ao Vitoria de Setúbal o guarda-redes Amaral, outro bom guardião português nos anos 80. Se na primeira época Silvino continuou a ser o titular da baliza sadina, já a partir da época de 1980/81 o guarda-redes Amaral assumiu a condição de titular relegando Silvino para o banco de suplentes.

Naquela época de 1979/80, porém, foi determinante para a manutenção do Vitoria de Setúbal na 1ª Divisão Nacional, defendendo um penalty em Espinho, frente ao SC Espinho, que valeu a permanência.
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(Equipa do Vitoria de Setubal na época de 1979/80)

(Silvino no Vitoria de Setubal na temporada de 1979/80)
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Em 1980/81 Silvino jogou somente 5 partidas da principal competição portuguesa e na temporada de 1981/82 alinhou, em tempo parcial, em apenas dois jogos, precisamente nas últimas duas jornadas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde tudo já estava decidido. Entrou 15 minutos num encontro frente à UD Leiria e 45 minutos no jogo da última jornada da prova, curiosamente, contra o Vitoria SC, aquele que seria o próximo clube na sua carreira.
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(Equipa do Vitoria de Setubal na época de 1980/81)
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(Silvino no Vitoria de Setubal na época de 1980/81)
. (O guarda-redes Silvino na temporada de 1980/81)
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(Plantel do Vitoria de Setubal na época de 1981/82)
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(Silvino no Vitoria de Setubal na época de 1981/82)
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Na verdade a condição de suplente não agradava a Silvino, que via a sua ascensão no futebol português a ser travada. Nada melhor, então, que procurar novas paragens e tentar afirmar-se definitivamente.

As qualidades de Silvino como guarda-redes eram evidentes e não escaparam a sagacidade do jovem técnico do Vitoria SC Manuel José. Entretanto, os vimaranenses procuravam um substituto para o conceituado guardião Damas, que sairia para o Portimonense SC, para disputar a titularidade da baliza do Vitoria SC com o guarda-redes Jesus.

A escolha recaiu em Silvino que ainda no decurso da temporada de 1981/82, em final de contrato com o Vitoria de Setúbal, acertou as condições para ingressar no Vitoria SC no início da época de 1982/83.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1982/83)
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(Silvino no Vitoria SC na temporada de 1982/839
. (Jogo Vitoria SC - FC Porto na época de 1982/83)
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Garantiu a titularidade na baliza do Vitoria SC durante a fantástica temporada vitoriana de 1982/83, sendo um dos totalistas na prova, alinhando em todas as 30 jornadas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, relegando o valoroso guarda redes Jesus para a condição de suplente.

Esta época de 1982/83 marcaria o regresso do Vitoria SC às competições europeias de clubes fruto de uma brilhante campanha que levou o clube, mais uma vez, ao 4º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

Um dos factos determinantes para a concretização do almejado sonho de retornar às competições internacionais radicou precisamente na forte coesão defensiva da equipa do Vitoria SC.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1982/83)
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(Silvino no Vitoria SC)
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(Silvino em acção pelo Vitoria SC)
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Na verdade, aquele sector, que contava com o guarda-redes Silvino na baliza e uma defesa composta, preferencialmente, por Gregório Freixo, Amândio, Barrinha e Laureta, esteve impecável e deu bastante solidez à equipa do Vitoria SC.

A estreia oficial com a camisola do Vitoria SC ocorreu na 1ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, na temporada de 1982/83, num eterno derby contra o SC Braga. Jogando no Estádio 1º de Maio, o Vitoria SC realizou uma excelente exibição e arrancou com sucesso para uma grande temporada, vencendo o SC Braga por 1-2.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1982/83)
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(Silvino no Vitoria SC na temporada de 1982/83)
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Decisivo, naquela partida, foram algumas defesas protagonizadas por Silvino, transmitindo, por um lado, muita segurança aos seus companheiros de equipa e impedindo, por outro lado, o golo a formação bracarense.

Ao longo daquela época foram de facto muitos os momentos em que Silvino foi o elo mais forte da equipa do Vitoria SC. Daquela época recorda-se ainda um jogo determinante e que terá ditado o definitivo interesse do SL Benfica nos seus serviços.

Foi, concretamente, o jogo disputado pelo Vitoria SC no Estádio da Luz a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1982/83. Silvino fez uma daquelas memoráveis exibições, protagonizando defesas impossíveis, incluindo, dois penaltys apontados pelo benfiquista Nené.

Alias, os vimaranenses apenas perderia por 1-0, precisamente, com um golo apontado por Carlos Manuel na recarga a um dos penaltys defendidos pelo guardião vitoriano Silvino.
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(Silvono ao serviço do Vitoria SC no Campo Vidal Pinheiro)
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Numa época brilhante a todos os níveis, Silvino revelou-se um especialista a defender grandes penalidades. Alem das duas que defendeu a Nené do SL Benfica, parou ainda uma outra a Oliveira do Sporting CP.

Silvino era um guarda-redes de elevada estatura, muito seguro, suficientemente ágil e de reflexos bastante apurados. Posicionalmente era perfeito e dispunha da audácia necessária para o desempenho da função.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1982/83)
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(Silvino no Vitoria SC na época de 1982/83)
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Silvino não era um guarda-redes de grandes voos ou protagonista de defesas simplesmente sensacionais. Primava mais, sobretudo, pela regularidade e pela certeza com que abordava os lances.

Pela negativa revelava, essencialmente, algumas dificuldades no jogo aéreo e nos níveis de concentração exigíveis para um guarda-redes alvo de pouco trabalho, mas que ao longo da carreira, fruto da enorme experiência, foi minorando consecutivamente.
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A passagem de Silvino pelo Vitoria SC, alem de ter o condão de lhe relançar a carreira, teve ainda poder de lhe abrir as portas da selecção principal de Portugal. De facto, Silvino contava já com um passado, desde os juvenis, pelas selecções nacionais portuguesas.

(Silvino no Vitoria SC)

Mas, é como jogador vitoriano, sobretudo na sequência da fantástica temporada de 1982/83, que Silvino chega à Selecção “A” portuguesa. Ao longo da carreira de futebolista realizou 23 jogos pela principal selecção portuguesa de futebol.

A primeira internacionalização cumpriu no dia 13 de Abril de 1983, num particular entre Portugal e a Hungria que terminou empatado. Otto Gloria, o seleccionador nacional escolheu o vitoriano Silvino para substituir o titular Bento na baliza nacional.

(Equipa de Esperanças num Portugal - Polonia disputado no Estádio de S. Luis em Faro)

(Silvino em 1978/79 na Selecção Nacional de Portugal)
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(Selecção de Portugal em 1989)
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(Silvino com a camisola da Selecção Nacional)
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Ainda como jogador do Vitoria SC vai cumprir a sua segunda internacionalização pela Selecção “A” de Portugal. Foi novamente num jogo particular, jogado em Coimbra no dia 8 de Junho de 1983, em que Portugal não resistiu ao “escrete” brasileiro, sendo derrotado por 0-4.

Depois destas duas internacionalizações, Silvino só regressou à baliza da Selecção Nacional em 1988, substituindo, curiosamente, Jesus, seu antigo companheiro no Vitoria SC, e foi o guarda-redes titular de Portugal até 1991, altura em que surgiu Vítor Baia.
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(Silvino na Seleçcão Nacional de Portugal)
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Voltaria, novamente, à baliza da Selecção Nacional já em 1997 como jogador do SC Salgueiros, já com 38 anos de idade, substituindo o lesionado Vítor Baia, nos últimos dois jogos da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo de 1998.
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(Selecção Nacional de Portugal no ano de 1997)
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(Silvino, com 38 anos de idade, numa das suas ultimas internacionalizações pela Selecção de Portugal)
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A época seguinte em Guimarães foi um pouco mais conturbada, com o treinador austríaco Hermann Stessl, que substituiu Manuel José, e posteriormente Djunga. Silvino não foi titular indiscutível no Vitoria SC, dividindo, desta feita, o protagonismo na baliza dos vimaranenses com o guarda-redes Jesus.

Realizou 15 jogos pelo Vitoria SC ao longo da época de 1983/84, tantos quantos jogou o guardião Jesus. Silvino começou a temporada como titular na baliza do Vitoria SC. Porém, à 5ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, num desafio frente ao FC Porto, no Estádio das Antas, foi Jesus quem surgiu na baliza do Vitoria SC.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1983/84)

(Silvino no Vitoria SC na temporada de 1983/84)

Na 8ª jornada, os vimaranenses foram derrotados, em casa, pelo Vitoria de Setúbal por 3-4, numa tarde muito infeliz de Jesus, com responsabilidades em três golos consentidos pelo Vitoria SC.

Jesus foi crucificado pelos sócios do Vitoria SC que o culparam directamente pela derrota frente aos setubalenses. É verdade que o desempenho de Jesus não foi o melhor, todavia, a chuva torrencial que se abateu sobre Guimarães durante aquele jogo, enlameado o terreno de jogo e tornando-o praticamente impraticável, prejudicou bastante a acção do guardião vitoriano.

Em consequência desse jogo, Silvino regressou à titularidade na baliza do Vitoria SC num jogo em Guimarães, frente ao GD Estoril Praia, que os vimaranenses triunfaram por 2-0.
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(Caricatura de Silvino no Vitoria SC)
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Contudo, poucas jornadas depois, após uma estrondosa goleada sofrida no Estádio da Luz, frente ao SL Benfica, por 8-0, Silvino perdeu, novamente, a titularidade a favor de Jesus.

Num jogo em Alvalade, frente ao Sporting CP, Jesus lesionou-se aos 85 minutos de jogo. O Vitoria SC, que perdeu por 2-0, teve assim na ponta final daquele desafio o guardião Silvino novamente a defender a sua baliza.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1983/84)

(Silvino no Vitoria SC)

Silvino manteve então a titularidade na guarda das balizas vitorianas, até que foi um dos sacrificados após a derrota em Braga por 3-0 que motivou a suspensão de alguns jogadores profissionais, por ordem do Presidente da Direcção do Vitoria SC, Pimenta Machado, por falta de aplicação e o lançamento de vários juniores.

Assim sendo, nas últimas jornadas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1983/84, o Vitoria SC teve na baliza o guardião Jesus. O desempenho da equipa do Vitoria SC ao longo da época, é irregular, terminando na 7ª posição da classificação geral.

Esta época de 1983/84 marca ainda o regresso do Vitoria SC às competições europeias de clubes, disputando a Taça Uefa. Silvino é o titular na baliza do Vitoria SC nos jogos daquela eliminatória frente aos ingleses do Aston Villa.

No jogo de Guimarães, Silvino conseguiu manter as suas redes do Vitoria SC invioladas, mas em Inglaterra, os vimaranenses sucumbiram ao enorme poderio do Aston Villa, acabando derrotado por 5-0.

No início da época de 1984/85 Silvino acaba por ingressar no SL Benfica, integrando o plantel benfiquista às ordens de Pal Cesarni. Foi, juntamente com o outro guardião encarnado Delgado, o suplente do titularíssimo Bento, que não dava qualquer veleidade à concorrência.

(Plantel do SL Benfica na época de 1984/85)
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(Silvino no SL Benfica)
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Não realizou qualquer jogo no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1984/85 saindo no final dessa temporada, a titulo de empréstimo, para o recém primodivisionário CD Aves, afim de continuar a jogar, já que o posto de guarda-redes continuava superiormente ocupado por Bento.

Silvino chegou à Aves mesmo no início da principal competição portuguesa, destronando o guardião titular Nini. Silvino foi o guarda-redes titular da equipa do CD Aves durante a época de 1985/86, sob o comando do professor Neca, realizando 28 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

No final da prova a equipa do CD Aves classificou-se no 13º lugar e teve que disputar a denominada Liguilha com os clubes da 2ª Divisão Nacional. A equipa das Aves não conseguiu vencer aquele mini competição e acabou por ser relegado ao segundo escalão do futebol português.

Todavia, a excelente época individual que realizou ao serviço do CD Aves, abriram-lhe as portas do regresso ao Estádio da Luz. É assim chamado a integrar o plantel benfiquista às ordens do treinador inglês John Mortimore.
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Nesta altura a apreensão nas hostes benfiquistas é elevada devido à grave lesão contraída pelo mítico guardião Bento, durante a presença da Selecção Nacional de Portugal no Campeonato do Mundo do México em 1986.

Quem substituiria o consagrado Bento era a grande questão. Para o lugar havia dois concorrentes. Neno e Silvino iriam iniciar aí uma luta titânica pela titularidade na baliza do SL Benfica.
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(Silvino e Neno a dupla de guarda-redes do SL Benfica)

A escolha de John Mortimore recaiu em Silvino, a quem caberia a árdua tarefa de substituir Bento. E fê-lo com categoria. O seu primeiro jogo oficial no Campeonato Nacional da 1ª Divisão como guarda-redes do benfiquista aconteceu, precisamente, no dia 24 de Agosto de 1986, no Estádio 1º de Maio em Braga, na partida de abertura da competição entre o FC Porto e o SL Benfica que terminou empatado a 2-2.

Assumiu-se como titular da baliza do SL Benfica, vencendo, logo nesta primeira época como titular, o Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Concretiza ainda a denominada dobradinha ao vencer a Taça de Portugal, triunfando na final sobre o Sporting CP por 2-0.

(Equipa do SL Benfica na época de 1986/87)

(Silvino no SL Benfica na temporada de 1986/87)

Apesar dos títulos conquistados a escolha de Silvino para a baliza do SL Benfica nem sempre foi unânime. Mereceu, por parte de alguma imprensa desportiva ou adeptos benfiquistas, alguma contestação.

Contudo, Silvino foi durante quatro temporadas consecutivas o dono e senhor da baliza do SL Benfica. Com Bento recuperado, ou com a concorrência do valioso guardião Neno, Silvino não deu veleidades a ninguém pelo menos até meados da época de 1990/91.

(Silvino a defender as balizas do SL Benfica)
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E na época de 1987/88 já era unanimemente considerado como um dos melhores guarda-redes do futebol nacional. Nesta época foi totalista, alinhando em todos os jogos do SL Benfica no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, formação que terminou no 2º lugar da classificação geral.

Nesta temporada de 1987/88 há ainda uma especial referencia para a chegada do SL Benfica à final das Taça dos Campeões Europeus, onde a equipa encarnada perdeu para os holandeses PSV após o desempate através da marcação das grandes penalidades.
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(Equipa do SL Benfica na época de 1987/88)
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(Silvino no SL Benfica na temporada de 1987/88)
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No final do prolongamento daquela famosa final de Estugarda, resistia um 0-0 no marcador. No desempate através da marcação das grandes penalidades muitos esperavam que viesse à tona a tendência de Silvino como especialista na defesa deste tipo de lances.

Lamentavelmente para as hostes benfiquistas isso não aconteceu e Silvino não foi capaz de defender qualquer uma das grandes penalidades convertidas pelos holandeses. Depois do falhanço de Veloso, no penalty decisivo, o SL Benfica acabou por perder o troféu.
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(Silvino no SL Benfica na época de 1987/88)
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Na temporada de 1988/89 o SL Benfica voltou a sagrar-se campeão nacional, arrebatando também a Supertaça Cândido Oliveira. Silvino foi novamente totalista, alinhando em todos os encontros do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

Nesta altura, o quadro de guarda-redes do plantel do SL Benfica era composto pelo veteraníssimo Bento e o jovem Dias Graça. Entretanto, Neno tinha saído, primeiro para o Vitoria de Setúbal e depois para o Vitoria SC.
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(SL Benfica na época de 1988/89)

(Silvino no SL Benfica)
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(Silvino no SL Benfica)
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Na época de 1989/90 continuou como titular, deixando novamente a dupla Bento e Dias Graça para a condição de suplente, temporada que marcava o regresso ao Estádio da Luz do treinador sueco Sven Goran Eriksson.

No Campeonato Nacional da 1ª Divisão o SL Benfica foi 2º classificado perdendo o título nacional para o FC Porto. Porém, o grande feito desta época nos encarnados seria mesmo a presença, novamente, na final da Taça dos Campeões Europeus frente ao AC Milan.

Mais uma vez, o SL Benfica não conseguiu vencer a competição sucumbindo na decisiva final perante a equipa italiana por 1-0, com um golo apontado pelo holandês Rijkkard.
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(Equipa do SL Benfica na época de 1989/90)

(Tristeza de Silvino na final da Taça dos Campeões Europeus)

Na temporada de 1990/91, o SL Benfica sagrou-se novamente campeão nacional foi Silvino quem iniciou a temporada como titular dos encarnados, cedendo em Janeiro de 1991 o lugar a Neno que permaneceria naquela posição ate ao final da época. Silvino jogou então apenas 17 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

(Equipa do SL Benfica na época de 1990/91)
.(Silvino no SL Benfica na época de 1990/91)
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(Silvino no SL Benfica)
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(Silvino e o companheiro Neno no SL Benfica)
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Na época seguinte de 1991/92, ainda com o sueco Ericksson no comando técnico, o SL Benfica não conseguiu renovar o título de campeão nacional, quedando-se pelo 2º lugar na principal prova portuguesa.

Neno foi titular indiscutível não dando qualquer hipótese ao seu concorrente directo que continuava a ser o recordado Silvino. O guarda-redes Silvino apenas actuaria numa das partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(Plantel do SL Benfica na época de 1991/92)
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(Silvino no SL Benfica na temporada de 1991/92)
. (Silvino em pouse fotográfica em pleno Estádio da Luz)
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Com a chegada do novo treinador Tomislav Ivic, no inicio da época de 1992/93, Neno perde a titularidade na formação do SL Benfica voltando à condição de suplente e Silvino que passa a ser o dono da camisola n.º 1 desde o início do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

O FC Porto sagrou-se o campeão nacional na época de 1992/93 enquanto o SL Benfica conquistou a Taça de Portugal. Na final da Taça de Portugal foi Neno que jogou como titular da equipa benfiquista que derrotou o Boavista FC por 5-2.
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(Equipa do SL Benfica na época de 1992/93)
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(Silvino no SL Benfica na temporada de 1992/93)
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Em 1993/94, a ultima temporada de Silvino no SL Benfica, é Neno que joga como titular da baliza dos encarnados, deixando como seus suplentes os guarda-redes Silvino e Paulo Santos.

O SL Benfica, agora comandado por Toni, conquista o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, com Silvino a jogar apenas 1 jogo na competição. Silvino despediu-se, com muita emoção, do SL Benfica, realizando o último jogo da época no Bessa frente ao Boavista FC, mas com a turma encarnada já virtualmente campeão.
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(Plantel do SL Benfica na época de 1993/94)
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(Silvino no SL Benfica na temporada de 1993/94)
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Deixou o SL Benfica com 35 anos de idade e voltou, por assim dizer, à casa da partida, isto é, ao Vitoria de Setúbal. Silvino realiza uma grande temporada ao serviço do Vitoria de Setúbal durante a época de 1994/95.

Com 35 anos de idade mostrou estar na posse de todas as suas capacidades, embora as suas exibições não fossem suficientes para evitar a descida de divisão da equipa setubalense, o 18º classificado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(Equipa do Vitoria de Setubal na época de 1994/95)
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(No Vitoria de Setubal na época de 1994/95)
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(Silvino em acção pelo Vitoria de Setubal em 1994/95)
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Não acompanhou a descida à 2ª Divisão Nacional do Vitoria de Setúbal pois, surpreendentemente, ingressou no FC Porto no início da temporada de 1995/96, prova bem evidente da brilhante época realizada ao serviço da turma setubalense.

No FC Porto Silvino é o suplente de Vítor Baia, tendo substituído o mítico guardião portista após a sanção disciplinar imposta pelos desacatos protagonizados em Campo Maior, numa partida frente ao SC Campomaiorense.
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(Equipa do FC Porto na época de 1995/96)
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(Silvino no FC Porto)
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Nesse período em que Vítor Baia esteve ausente, Silvino regressa ao Estádio da Luz, com a camisola do FC Porto, para defrontar o SL Benfica. Contudo, lesiona-se logo aos 5 minutos da partida e acaba substituído por Vítor Novoa.

Entretanto, o FC Porto sagra-se campeão nacional na época de 1995/96 e repete o feito na temporada de 1996/97. Neste título nacional conquistado na época de 1996/97, o famoso tri-campeonato, o veterano Silvino teve uma influência decisiva.

Nesta altura já Vítor Baia tinha rumado a Barcelona e o FC Porto, órfão de tão importante jogador, evidenciou muitas dificuldades em superar aquela ausência. António Oliveira, o treinador, apostou inicialmente, sem sucesso, no polaco Wosniak e em Hilário, mas seria com Silvino na baliza portista que o FC Porto ganhou a tranquilidade necessária para revalidar o título de campeão nacional.
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(Equipa do FC Porto na temporada de 1996/97)
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(Nos festejos de campeão nacional pelo FC Porto)
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Em 1997/98 Silvino cumpria a 20ª época consecutiva na 1ª Divisão Nacional. Nessa temporada rumou ao SC Salgueiros, numa contratação que visava suprir a saída de Pedro Espinha para o Vitoria SC.

Realizou mais uma notável temporada, contribuindo para uma prestação muito meritória da equipa salgueirista que terminou no 8º lugar da classificação do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(Plantel do SC Salgueiros na época de 1997/98)
. (Silvino no SC Salgueiros)
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(Silvino guarda-redes do SC Salgueiros na época de 1997/98)
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Com 39 anos de idade, Silvino foi titular indiscutível na formação do SC Salgueiros comandada por Dito. Este consagrado do futebol português foi o jogador mais votado pelos jornalistas do Jornal Record durante o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, com desempenhos que lhe valeram mesmo o regresso à Selecção Nacional.

A sua carreira de futebolista profissional prolongou-se durante mais duas temporadas, sempre ao serviço do SC Salgueiros, clube onde terminaria o seu percurso como jogador.
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(Silvino em acção pelo SC Salgueiros)
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(Silvino no SC Salgueiros)
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Durante as épocas de 1998/99 e 1999/00, embora figurando no plantel salgueirista, Silvino não actuou em qualquer partida do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Tinha-se revelado então, como guarda-redes de grande valor, o jovem Jorge Silva.

Abraçou depois a função específica de treinador dos guarda-redes. Começou pela Selecção Nacional em 2000, acumulando funções também no FC Porto. Com entrada de José Mourinho na turma portista passou a fazer parte da equipa técnica daquele conceituado treinador português.
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(Enquadrado na estrutura técnica da Selecção Nacional)
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Trabalhou com José Mourinho no FC Porto, depois, durante 4 temporadas nos ingleses do Chelsea e, actualmente, está integrando na equipa técnica do treinador português que comanda o Inter de Milão.
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(Adjunto de José Mourinho no Chelsea de Inglaterra)
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(Actualmente no Inter de Milão)


Autor: Alberto de Castro Abreu 2 Comentários

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