Glórias do Passado: novembro 2008

 

Temporada de 1974/75 - 3ª Parte


Na primeira jornada da 2ª metade da principal competição nacional, o Vitoria SC desloca-se à cidade de Espinho, para no dificílimo pelado do Campo da Avenida, vencer por 2-3 a equipa do SC Espinho.

À 17ª jornada vence o GD Cuf, em Guimarães, por 1-0 e na ronda seguinte e novamente surpreendido, agora pelo modesto Clube Oriental de Lisboa, que em Marvila, vence o Vitoria SC por 2-0.

Esta derrota do Vitoria SC em Lisboa, juntamente com o triunfo do Sporting CP frente ao FC Porto em Alvalade, provoca uma profunda reviravolta no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Os portistas perdem a liderança para o SL Benfica, enquanto o Sporting CP ultrapassa a formação vimaranense que assim cai no 4º lugar.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1974/75)
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Seguia-se, todavia, o confronto entre o Vitoria SC e o Sporting CP. Os vimaranenses vencendo, ultrapassavam a equipa leonina e recolocavam-se, pelo menos, no 3º lugar. O Sporting CP defendeu-se muito bem das ofensivas vitorianas e a partida terminou igualada a 0-0.

Na deslocação ao Estádio do Restelo, o Vitoria SC é, normalmente, derrotado por 2-1 pelo CF Belenenses e, na 21ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, vence em casa, inapelávelmente, o SC Olhanense por 4-0.

No difícil jogo frente à aflita Académica de Coimbra, na cidade dos estudantes, o Vitoria SC empatou a 3-3, em mais um jogo cheio de emoção.
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(Manifestação dos adeptos do Vitoria SC em virtude da suspensão imposta ao jogador brasileiro Jeremias na época de 1974/75)
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Entretanto, a equipa do FC Porto tinha literalmente “estourado” e os maus resultados, em jogos decisivos, foram sucedendo. Antes de visitar Guimarães na 23ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, o FC Porto era derrotado em casa pelo SL Benfica por 0-3.

Se, naquele derby frente aos encarnados, começou a ficar fora da luta pelo título, definitivamente ficou depois de perder no Estádio Municipal de Guimarães, frente ao Vitoria SC, por 2-0. A equipa vitoriana realizando uma excelente exibição venceu o FC Porto e mantinha-se dentro da luta por um lugar europeu.

Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

 

Dane


Dane Kupresanin, actualmente de nacionalidade bósnia, nasceu no dia 12 de Junho de 1966 na cidade de Sarajevo. Um avançado da clássica escola balcânica, cheio de qualidade, viu a sua carreira ser abruptamente interrompida por causa de uma irremediável lesão num joelho. Até então, e durante os quatro anos que representou o Vitoria SC, Dane apaixonou vitorianos com todo o seu enorme talento, razão pela qual, ainda hoje, é um jogador recordado com carinho pela massa associativa da colectividade vimaranense.

Naturalmente que foi ainda na antiga Jugoslávia que Dane começou a jogar futebol, sempre ao serviço do principal clube da sua cidade natal, o FK Sarajevo. Surge na equipa principal deste clube na temporada de 1985/86, com apenas 19 anos de idade.

Com o decorrer dos anos foi ganhando preponderância, assumindo-se como um dos principais jogadores do FK Sarajevo, equipa que disputava a 1ª Divisão do Campeonato Nacional da Jugoslávia.

Antes de transferir-se para Portugal, fugindo da guerra que assolava o seu país, Dane realizou 6 temporadas na equipa principal do FK Sarajevo. Sobretudo a partir da época de 1988/89 jogou sempre como titular indiscutível, evidenciando todas as suas qualidades.
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(Dane no FK Sarajevo na época de 1089/90)
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(Novamente no FK Sarajevo na temporada de 1990/91)
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Josip Skoblar, o conceituado técnico da escola jugoslava, antigo treinador do Hadjuk Split, assumiu o comando da equipa do FC Famalicão no início da temporada de 1991/92. Conhecedor profundo do futebol jogado no seu país, obviamente, acabou por ser o principal responsável pela contratação dos avançados Dane e Barnjak pela equipa famalicense.

Curiosamente, o avançado Dane, fez a sua estreia oficial no futebol português num desafio frente ao Vitoria SC, a contar para a 1ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1991/92.

Nesse desafio entre o FC Famalicão e o Vitoria SC, disputado no Estádio 22 de Junho na cidade de Famalicão, numa escaldante tarde do mês de Agosto de 1991 e perante mais de 10.000 espectadores que faziam “rebentar pelas costuras” aquele recinto, os vimaranenses triunfaram, por 4-1, num jogo em que a equipa vitoriana protagonizou um verdadeiro hino ao futebol espectáculo.
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(Equipa do FC Famalicão na temporada de 1991/92)
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(Em 1991/92 no FC Famalicão)
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O FC Famalicão conseguiu a manutenção na 1ª Divisão Nacional, apenas, na última jornada da competição, vencendo em casa o Gil Vicente FC. A equipa famalicense atravessou períodos bastante complicados ao longo da prova, onde o espectro da descida esteve bem patente.

Para a salvação conseguida pelo FC Famalicão foi decisiva a entrada do Prof. Neca, o treinador que substitui Josip Skoblar no comando técnico da equipa famalicense. É que o FC Famalicão começou muito mal a temporada. Depois de uma ligeira recuperação houve uma nova queda, momento em que o Prof. Neca substitui Skoblar.
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(Equipa do FC Famalicão em Alvalade na época de 1991/92)
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(Dane em acção em 1991/92 no jogo FC Famalicão - SCU Torreense)
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Pouco tempo após essa substituição, a equipa famalicense arrancou para uma ponta final de temporada verdadeiramente arrebatadora, escapando à descida depois de passar 5 jogos consecutivos sem perder.

Ao longo da prova, Dane foi a grande revelação da equipa do FC Famalicão. Demonstrou ser um jogador de uma classe ímpar, cujos predicados exigiam um clube de ambições bastantes superiores. Realizou em 1991/92, no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, marcando 7 golos.

Estreou-se a marcar à 5ª jornada da prova, bisando, no encontro entre o FC Famalicão e o CS Marítimo, que terminou empatado a 2-2. Voltou a marcar logo na jornada seguinte no importantíssimo triunfo dos famalicenses, por 0-1, no reduto do FC Paços Ferreira.

Foi também autor de mais um golo no encontro da 10ª jornada na vitória sobre o SC Braga por 3-1. Marcou o golo do FC Famalicão, na jornada seguinte, na derrota no Estádio da Luz, por 2-1, frente ao SL Benfica.

Já na ponta final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, o avançado Dane e os seus golos, voltaram a ser decisivos nas vitorias sobre o CF União da Madeira, por 2-0, e no empate a 1-1, na cidade duriense, frente ao FC Penafiel.
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(Equipa do FC Famalicão na época de 1991/92)
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Muito clubes ficaram atentos à situação de Dane. O Vitoria SC, no início da época de 1992/93, contratou, por duas temporadas, o avançado da antiga Jugoslávia, reforçando o seu plantel principal para a nova época, sob o comando do regressado treinador brasileiro Marinho Peres.
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A desvinculação de Dane com o FC Famalicão, custou 30.000 contos ao Vitoria SC, que ainda deu primazia aos famalicenses na escolha dos jogadores integrados na lista de dispensas.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1992/93)
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Dane era um jogador com características muito raras e bastante valiosas. Posicionalmente, jogava tanto como avançado, próxima da baliza adversária, sobretudo no apoio a outro ponta de lança, como actuava na condição de armador de jogo ofensivo, como um verdadeiro n.º 10.

Possuidor de fartos recursos técnicos, ao nível da finta, passe, visão de jogo e finalização, Dane era também um jogador bastante possante, com uma estampa física impressionante e verdadeiramente poderoso a aguentar o choque e na forma como combatia e teimava em não dar descanso aos defensores adversários.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1992/93)
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(Caricatura de Dane no Vitoria SC)
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Na finalização, sempre sereno, era realmente fatal, com o pé ou de cabeça o avançado Dane raramente perdoava uma oportunidade. As bolas paradas eram também um dos seus pontos fortes. Ao longo da carreira, também no Vitoria SC, marcou alguns golos na transformação de livres directos ou grandes penalidades.

Não era muito rápido, mas aliava aquele estilo escangalhado com que ultrapassava os defensores, com uma postura hirta, de peito feito e cabeça bem levantada na leitura do jogo sempre em busca do melhor colega de equipa para servir.

A acção do Dane era maioritariamente em prol do colectivo, sempre tão primoroso nas assistências como na forma em que criava os desequilíbrios para outros companheiros beneficiarem.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1992/93)
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(Dane no Vitoria SC)
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A época de 1992/93, para o Vitoria SC, foi pautada pela mediania, pois a equipa terminou classificado somente na 11ª posição da tabela, resultado assim, pouco feliz, o regresso do brasileiro Marinho Peres á cidade de Guimarães, acabando mesmo substituído no meio da temporada por Bernardino Pedroto.

Dane fez a sua estreia com a camisola do Vitoria SC no dia 28 de Agosto de 1992 – uma tarde em pleno verão - no encontro da 1ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1992/93. Nessa ronda, o Vitoria SC recebeu e venceu o SC Beira Mar por 2-1, em jogo disputado no Estádio Municipal de Guimarães.

O avançado bósnio foi titular na equipa vitoriana, actuando no sector ofensivo ao lado do ponta de lança tunisino Ziad. Acabou por ser substituído aos 88 minutos de jogo pelo defesa Basílio.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1992/93)
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Fez pela primeira vez o gosto ao pé ao serviço do Vitoria SC na noite do dia 7 de Novembro de 1992, precisamente, na partida da 11ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão entre os vimaranenses e o SC Farense.

Nesse jogo, o Vitoria SC triunfou por 2-0, sendo avançado Dane, aos 45 e 74 minutos, o autor dos dois golos vimaranenses. Referencia ainda para o facto de neste concreto encontro o jogador proveniente dos Balcãs fez parelha ofensiva com o jovem avançado vimaranense Artur Jorge.
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No Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1992/93, Dane realizou somente 18 jogos pelo Vitoria SC. Marcou 3 golos ao longo da competição. Os dois acima referidos e mais um, anotado no desafio frente ao Boavista FC, disputado no Estádio do Bessa debaixo de um temporal, em que o Vitoria SC venceu por 1-3, tendo Dane apontado um golo de bandeira.
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A utilização de Dane neste nacional maior foi reduzida devido à lesão sofrida e que marcou, desde então, o inicio do fim da sua carreira. O fatal acontecimento aconteceu num célebre Vitoria SC – FC Porto, disputado na tarde do dia 13 de Dezembro de 1992, no Estádio Municipal de Guimarães perante mais de 20.000 espectadores.

O FC Porto estava perfeitamente avisado para o perigo e influência de Dane na equipa do Vitoria SC. Logo no início da partida, tão só aos 8 minutos de jogo, Dane é vítima de uma violenta entrada faltosa do defensor portista Aloísio.

O jogador do FC Porto foi admoestado apenas com uma cartolina amarela, pelo árbitro do encontro Jorge Coroado, enquanto Dane, visivelmente afectado, teve que abandonar o terreno de jogo, sendo substituído pelo avançado tunisino Ziad. Resta apenas recordar que o FC Porto venceu o Vitoria SC, em Guimarães, por 1-3.

Mas Dane foi a grande vítima do encontro. O Vitoria SC, alem dos pontos perdidos no jogo, ficou sem um dos seus elementos mais valiosos e determinantes. A partir daqui começou o verdadeiro calvário de Dane.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1992/93)
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A lesão foi gravíssima. O jogador foi submetido a uma intervenção cirúrgica e a um longo período de recuperação. Contudo, nunca mais ficou completamente restabelecido. A cada passo, o joelho de Dane ressentia-se e o jogador era obrigado a parar.

Por forma a premiar a grandeza futebolística de Dane e crente na sua integral recuperação, o Vitoria SC renovou o contrato com o jogador até final da época de 1994/95. Dane apenas regressaria, em pleno e depois do longo período de ausência, já na temporada de 1993/94.
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(Caricatura da equipa do Vitoria SC na época de 1992/93)
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Nesta época de 1992/93, ainda numa fase inicial antes da lesão, Dane jogo três encontros pelo Vitoria SC na edição da Taça Uefa, dois frente ao Real Sociedad e um contra o Ajax de Amesterdan, em Guimarães.

A noite de 16 de Setembro de 1992 fica para sempre na memoria dos vitorianos e de Dane em particular. Foi no jogo frente ao Real Sociedad, em Guimarães, na 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça Uefa, onde Dane é autor de dois dos golos do Vitoria SC, no sensacional triunfo sobre os bascos por 3-0 e que, praticamente, ditaram a passagem dos vimaranenses à ronda seguinte da competição.
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(Dane no jogo Vitoria SC - Real Sociedad)
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(Vitoria SC - Real Sociedad)
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Na segunda época com o símbolo de D. Afonso Henriques ao peito, Dane é, normalmente, titular na equipa do Vitoria SC. Mas nota-se que o jogador, do ponto de vista físico, já não é o mesmo. Com regularidade vê o seu joelho inchar. Raramente está 100% disponível para realizar a mesma intensidade de trabalho dos restantes companheiros e isso, muitas vezes, é um factor impeditivo para voltar a ver o memorável Dane na plenitude das suas capacidades.

Em 1993/94, joga 23 desafios do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, marcando somente um golo, no encontro da 28ª jornada, frente ao SC Farense, numa partida que terminou igualada a 2-2.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1993/94)
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(Dane no Vitoria SC na temporada de 1993/94)

(Sensacional jogada individual de Dane contra o FC Porto, nas Antas, em 1993/94, que resultou no golo do empate final a 1-1 apontado pelo tunisino Ziad)
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Esta época, para o Vitoria SC, foi novamente pautada pela mediania ao nível de resultados, ficando contudo, desta feita, às portas de um lugar que lhe permitiria o acesso à Taça Uefa, classificando-se na 7ª posição no Campeonato Nacional da 1ª Divisão 1993/94.

Durante grande parte da época a equipa vimaranense esteve próxima dos lugares europeus. Mas a temporada ficou marcada pela decepção. Uma derrota com o GD Estoril Praia, já despromovido, nas últimas jornadas, tirou o clube da rota europeia, redundando assim, a época, num falhanço para o treinador Bernardino Pedroto.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1993/94)
. (Dane e Kulkov no Vitoria SC - SL Benfica em 1993/94)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1993/94)
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(Em 1993/94 no Vitoria SC)
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Quanto a Dane, alem dos problemas físicos que o afectou, outro episodio é comummente recordado na temporada de 1993/94. No jogo da 30ª jornada jogou-se em Guimarães o Vitoria SC – FC Porto.

Estava o jogo empatado a 0-0 quando o juiz eborense José Pratas expulsa, com cartão vermelho directo, aos 75 minutos de jogo, o guarda-redes do Vitoria SC Madureira. Entretanto, o Vitoria SC já tinha esgotado as substituições possíveis e nessa medida, teve que colocar como guarda-redes um dos jogadores de campo.
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(Dane como guarda redes no celebre jogo contra o FC Porto)
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O técnico Pedroto indicou Dane para a posição. O avançado vestiu a camisola de guarda-redes, calcou as luvas e defendeu tudo o que havia para defender, garantindo assim a inviolabilidade das balizas do Vitoria SC.

O improvisado e estreante guarda-redes do Vitoria SC tornou-se o grande herói naquele celebre jogo. Dane executou um punhado de defesas seguras que motivaram estrondosas ovações junto da massa associativa vitoriana.
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(Dane com a camisola de guarda redes do Vitoria SC)
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Seguiu-se a época de 1994/95. Com Quinito a técnico, o Vitoria SC terá formado um dos melhores meios campo de sempre, com Dane, Pedro Barbosa e Zahovic. Como Quinito tanto gostava de dizer, era magia futebolística pura.

O meio campo de ataque do Vitoria SC era quase perfeito, assim tão ao jeito dos gostos de Quinito, com jogadores tecnicistas como Dane e Pedro Barbosa, e ainda com Pedro Martins e N´dinga na contenção.
. (Equipa do Vitoria SC na época de 1994/95)
. (Dane no Vitoria SC)
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No Vitoria SC da época de 1994/95, o técnico Quinito conseguiu implantar, com estrondoso sucesso, o seu conceito sobre futebol, estabelecendo uma filosofia de jogo atacante, aberto e de risco, garantindo sempre um bom espectáculo. Conseguiu colocar o Vitoria SC a jogar bom futebol e simultaneamente a obter resultados condizentes com a valia da equipa.

Nessa temporada, época a equipa vimaranense, passeava classe e impunha um estilo espectacular nos seus jogos de futebol. Era a magia da Quinito elevada ao extremo. As grandes exibições da equipa do Vitoria SC empolgavam a massa associativa e recebiam o reconhecimento de todos os quadrantes da opinião desportiva.
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(Jogo em 1994/95 entre o Vitoria SC e o CF União da Madeira)
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Dane realizou novamente 23 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1994/95, apontando 6 golos na competição. À 3ª jornada estreou-se a marcar, apontado o golo solitários da vitória dos vimaranenses sobre o FC Tirsense por 1-0.

Bisou no encontro do Funchal, contra o CF União da Madeira, à 6ª jornada, que terminou igualado a 3-3 e apontou o tento de honra do Vitoria SC, no desaire caseiro frente ao SL Benfica por 1-3.
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Marcou também um golo na vitória sobre o SC Salgueiros, em Guimarães, por 3-1 e outro em nova igualdade a 3-3, desta feita à 20ª jornada, em Santo Tirso, frente ao FC Tirsense.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1994/95)
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(Dane em 1994/95 ao serviço do Vitoria SC)
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O Vitoria SC terminou o Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1994/95 na 4ª posição da tabela classificativa, qualificando-se, por essa via, para as competições internacionais de clubes, cumprindo o objectivo delineado no princípio da temporada.

Chegou então a ultima época na carreira de Dane. O Vitoria SC passou a ser treinado pelo português Vítor Oliveira. Todavia, este técnico não seria muito feliz em Guimarães. Montou uma equipa recheada de bons valores ofensivos, com um esquema demasiadamente retraído. Acabou por ser substituído pelo jovem treinador Jaime Pacheco, numa aposta bastante arrojada do Presidente da Direcção do Vitoria SC, Pimenta Machado.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1995/96)
.(Dane no Vitoria SC na época de 1995/96)
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(Em 1994/95 jogo entre o FC Paços Ferreira e o Vitoria SC)
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Nesta época, o Vitoria SC terminaria a maior prova nacional classificado na 5ª posição, depois de uma recuperação fantástica protagonizada durante a 2ª volta, mas ainda a tempo de garantir o acesso, novamente, às provas internacionais.

Dane jogou também, nesta época, a Taça Uefa pelo Vitoria SC. Foi suplente utilizado nos jogos frente ao Standard de Liege, na 1ª eliminatória da Taça Uefa. No jogo da 1ª mão, da 2ª eliminatória, frente ao FC Barcelona, foi novamente suplente utilizado, enquanto no jogo da 2ª mão, disputado em Guimarães, foi titular na equipa vimaranenses.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1995/96)
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(Dane no Vitoria SC) .
Durante a temporada de 1995/96, Dane jogou apenas 14 jogos. Era já o reflexo do abrupto final de carreira, motivado pelos constantes irremovíveis problemas físicos que o impediam de jogar

Ainda assim, Dane marcou 3 golos na principal competição portuguesa na época de 1995/96. Apontou o golo do Vitoria SC na derrota no Estádio do Bessa, frente ao Boavista FC, por 2-1, à 8ª jornada.

Marcou o golo do triunfo por 0-1, do Vitoria SC sobre o SC Farense, na cidade algarvia de Faro, na 19ª jornada, e o golo da vitória, sobre a UD Leiria, no jogo da 21ª ronda, por 1-2, desta feita, no Estádio Municipal Magalhães Pessoa na cidade do Lis.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1995/96)
.(Dane no Vitoria SC)
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Num momento em que Dane começava a surgir como titular na equipa do Vitoria SC, orientada por Jaime Pacheco na época de 1995/96, eis que surge nova recaída e, consequentemente, o final da carreira.

A infeliz despedida de Dane dos relvados ocorreu na partida disputada em Guimarães, na 22ª jornada, frente ao CS Marítimo. O Vitoria SC goleou por 6-0 a formação maritimista, mas para Dane ficará, para sempre, como o dia do seu último jogo oficial com a camisola vitoriana e o derradeiro da sua carreira.

Dane nem foi titular nesse desafio frente ao CS Marítimo. Entrou em campo aos 69 minutos para substituir o esloveno Zahovic. Porem, apenas 20 minutos depois, teve de sair, por lesão, dando lugar ao centrocampista Soeiro.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1995/96)
.(Em 1995/96 jogo entre o Vitoria SC - CF Estrela da Amadora)
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Terminou assim a sua carreira de futebolista, com apenas 30 anos de idade, quando, em condições normais, teria muito mais para dar ao futebol. Dane ainda integrou os trabalhos preparatórios do Vitoria SC para a temporada de 1996/97, crente que ainda poderia recuperar novamente.

Fez um conjunto de tratamentos especiais, trabalhou e tentou recuperar com especialista e nas melhores condições. Todavia, nenhuma terapia foi capaz de debelar a lesão no seu joelho, que teimava em inchar regularmente. O jogador decidiu então colocar um ponto final no intenso calvário terminando então a carreira.
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(Dane ainda junto do plantel do Vitoria SC para a nova época de 1996/97, na fase da pré-temporada)

Autor: Alberto de Castro Abreu 4 Comentários

 

Ferreirinha



A grande aquisição do Vitoria SC na temporada de 1960/61 foi, de facto, Ferreirinha, um médio de qualidade proveniente do FC Porto, que nas camadas jovens chegou a ser internacional português. Fernando Ferreira, futebolisticamente conhecido por Ferreirinha, nasceu na cidade de Santo Tirso no dia 1 de Fevereiro de 1936.

Com 17 anos de idade, entrou na equipa de juniores do FC Porto na época de 1952/53 permanecendo duas épocas a jogar naquele escalão pela equipa azul e branca. Logo na primeira temporada na equipa portista venceu o Campeonato Nacional de Juniores.

Ferreirinha, um jovem médio de qualidade, era considerado como uma das grandes esperanças do futebol português e, com frequência, jogava na Selecção Nacional de Juniores. Contabilizou cinco internacionalizações pela Selecção Nacional de Juniores e uma pelo escalão de Esperanças.
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(Selecção Nacional de Juniores em 1955)
. (Incluido na Selecção Militar na decada de 50)
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Finalizado o processo de formação, ingressou no FC Tirsense, regressando ao clube da sua terra natal, então a militar na 2ª Divisão Nacional. Naquele clube nortenho jogou durante as temporadas de 1954/55 e 1955/56.

Na época de 1956/57 transferiu-se para o SC Braga, clube pelo qual atingirá a 1ª Divisão Nacional. O SC Braga fica em 2º lugar na fase final do Campeonato Nacional da 2ª Divisão de 1956/57, atrás do SC Salgueiros campeão, mas ainda assim consegue subir ao primeiro escalão do futebol português.
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Ferreirinha foi um jogador decisivo para o êxito da formação arsenalista. Com apenas 20 anos de idade, torna-se no jogador sensação. Marca o golo mais bonito da sua carreira precisamente nesta época, num desafio decisivo para a subida de divisão frente ao SC Salgueiros, quando acudindo a um cruzamento da esquerda, recebe a bola no peito e sem deixar cair o esférico ao chão desfere um indefensável remate para golo.
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(Equipa do SC Braga na época de 1956/57)

(Ferreirinha no SC Braga)

(Equipa do SC Braga na temporada de 1956/57)
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Na cidade dos arcebispos manteve-se, ininterruptamente, durante 3 épocas, jogando as temporadas de 1957/58 e 1958/59 na 1ª Divisão Nacional. Na estreia no primeiro escalão do futebol português foi uma das grandes revelações da prova.

Desequilibrador por natureza, tornou-se no jogador mais temido na linha ofensiva do SC Braga e um dos principais protagonista na brilhante campanha do clube bracarense no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1957/58, onde terminou classificado no 5º lugar.
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(SC Braga na decada de 50)
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(SC Braga na decada de 50)
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O jovem médio Ferreirinha fica ainda ligado à decisão da atribuição do título nacional do Campeonato da 1ª Divisão de 1957/58. FC Porto e Sporting CP disputavam palmo a palmo o 1º lugar do nacional maior, porem, um derrota em Braga por 3-2 deixaram os portistas, irremediavelmente, fora do titulo.

Nesse jogo, o interior direito Ferreirinha foi, inquestionavelmente, o melhor jogador em campo, realizando, segundo o próprio, aquela que terá sido a sua melhor exibição de sempre.
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(Equipa do SC Braga na decada de 50)
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As performances do jovem nortenho, despertou, obviamente, o interesse dos clubes mais fortes. À cabeça surgiu o interesse do SL Benfica que procurava, incessantemente, um jovem que fosse um bom condutor de jogo.

O SC Braga, como contrapartida pela desvinculação do jogador, exigiu a avultada quantia de 300 contos mais a cedência de dois atletas benfiquistas, contudo, os responsáveis encarnados não cederam às pretensões dos bracarenses e, como tal, Ferreirinha permaneceu mais um ano no clube minhoto.

As boas exibições ao serviço da equipa arsenalista continuaram durante a época de 1958/59, obtendo o SC Braga um honroso 7º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(SC Braga na época de 1958/59)

(Equipa do SC Braga na temporada de 1958/59)

No final da temporada de 1958/59, Ferreirinha finalizou o contrato com o SC Braga e, sendo um jogador livre, aceitou regressar às Antas e ingressar na equipa do FC Porto, clube onde tinha despontado para o futebol.

Tapado na equipa portista durante a época de 1959/60, em que o FC Porto foi apenas 3º classificado, aceitou o repto de voltar ao Minho, assinando, desta feita, contrato com o Vitoria SC no início da época de 1960/61. Em Guimarães, ao serviço do Vitoria SC, permaneceu ao longo de duas temporadas onde nunca chegou a atingir a notoriedade esperada.

(Plantel do Vitoria SC na época de 1960/61)
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Na primeira época, em que o Vitoria SC foi sensacionalmente o 4º classificado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, o interior Ferreirinha nem sequer foi titular na equipa comandada por Artur Quaresma. Apenas foi utilizado em 11 encontros não tendo conseguido concretizar qualquer tento.

Ferreirinha era um jogador bastante tecnicista, rápido e com um bom domínio do esférico. Um excelente condutor de jogo ofensivo, Ferreirinha jogava, preferencialmente, na posição de interior ou extremo direito.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1960/61)
. (Ferreirinha no Vitoria SC)
. (Equipa do Vitoria SC na temporada de 1960/61)
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Na temporada seguinte 1961/62, Ferreirinha já vestiu mais vezes a camisola com o emblema de D. Afonso Henriques no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, concretamente, alinhou em 21 partidas naquela competição, sendo o autor de 1 golo naquela prova.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1961/62)

(Vitoria SC na temporada de 1961/62)
.(Ferreirinha no Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1961/62)
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(Em Braga, Equipa do Vitoria SC na temporada de 1961/62)
.(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1961/62)
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Deixou o Vitoria SC prosseguindo a carreira no Leixões SC dos ex avançados vimaranenses Edmur e Azevedo, na época de 1962/63, também na 1ª Divisão Nacional. Nesta temporada, a equipa de Matosinhos, treinada por Lourival Lorenzi, foi mesmo a grande sensação da prova, fruto do 5º lugar alcançado na tabela classificativa, não sendo, todavia, Ferreirinha uma peça fundamental naquela campanha, pois apenas actuou em 13 jogos e marcou 1 golo.
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(Leixões SC na temporada de 1962/63)
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(Ferreirinha no Leixões SC)
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Por isso, na época seguinte, deixou a cidade de Matosinhos e regressou ao SC Braga, clube onde tinha sido muito feliz. Permaneceu ao serviço do SC Braga nas épocas de 1963/64 e 1964/65, a primeira delas a disputar a 2ª Divisão Nacional e onde contribui, mais uma vez, para o regresso da equipa do Minho ao primeiro escalão nacional.
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Alem de alcançar a subida à 1ª Divisão Nacional, o SC Braga sagrou-se, ainda, campeão nacional da 2ª Divisão, pois, venceu a final da prova frente ao SCU Torreense por 2-1, depois de ter vencido a Zona Norte daquele escalão.
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(SC Braga na época de 1963/64)
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(Equipa do SC Braga campeão nacional da 2ª Divisão em 1963/64)
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Voltou a ser influente na equipa arsenalista comandada por António Teixeira, que na época de 1964/65 ficou no 10º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Os números de Ferreirinha nesta temporada foram de 25 jogos oficiais e 2 golos apontados.

Já perto dos 30 anos de idade, Ferreirinha decidiu regressar à equipa da sua terra natal, o FC Tirsense, para aí ficar umbilicalmente ligado à história daquele modesto clube. Aí permaneceu até ao final da carreira de futebolista ao mais alto nível, integrando a equipa do FC Tirsense que pela primeira vez ascendeu à 1ª Divisão Nacional, escalão no qual participou na época de 1967/68.

Em 1965/66 o FC Tirsense sobe da 3ª Divisão, à 2ª Divisão Nacional. Logo na época seguinte de 1966/67, o clube jesuíta alcança novo feito, subindo à 1ª Divisão Nacional do futebol português.
É já na condição de jogador/treinador que Ferreirinha, com 31 anos de idade, lidera a equipa do FC Tirsense, na 1ª Divisão Nacional, durante a época de 1967/68. Nesta competição realiza 19 jogos e é o autor de um golo.
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(Equipa do FC Tirsense em 1967/68)
. (Ferreirinha no FC Tirsense)
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(No FC Tirsense)
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Colocado o ponto final da carreira de jogador de futebol, Ferreirinha assumiu uma carreira de treinador, onde se destaca, sobretudo, a sua ligação aos grandes momentos vividos pelo GD Riopele, no qual desempenhava as funções de técnico principal.

A carreira de Ferreirinha como treinador iniciou ao serviço do FC Tirsense, como dissemos, passando pelo FC Famalicão (durante 3 temporadas consecutivas e também na condição de jogador/treinador), o SC Braga em 1971/72 e, a partir de 1972/73 o GD Riopele. Foi na equipa fabril do GD Riopele que Ferreirinha atingiu a notoriedade como treinador de futebol.
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(GD Riopele na temporada de 1975/76)
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(Ferreirinha no banco de suplentes do GD Riopele)
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Permaneceu varias épocas no comando da equipa do GD Riopele onde em 1977/78 atingiu mesmo a 1ª Divisão Nacional, depois de varias épocas a brilhar na 2ª Divisão Nacional. Em todos ficou uma imagem de marca da equipa de Pousada de Saramagos, como uma formação combativa, com um futebol extraordinariamente bonito e de qualidade.

Grandes jogos iriam receber o Parque de Jogos José Dias de Oliveira, a “casa” do GD Riopele naquela temporada na 1ª Divisão. Com capacidade oficial para 25.000 espectadores, apesar dos poucos lugares sentados que possuía, era considerado na altura como um dos melhores campos pelados do país, sempre tão bem tratado.
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(GD Riopele na época de 1977/78)
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(O treinador do GD Riopele, Ferreririnha)
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(Ferreirinha e as aquisições do GD Riopele para a época de 1977/78)
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No Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1977/78, o GD Riopele não conseguiu o objectivo da manutenção, mas de forma alguma fez uma prova decepcionante. Alias, lutou até à última jornada pela manutenção no principal escalão terminando a prova na 15ª posição com 21 pontos, decorrentes das 6 vitórias e 9 empates alcançados na prova. Perdeu 15 encontros, concretizando 23 golos e sofrendo 5.

A sua carreira de treinador de futebol prossegue quase sempre ao comando de equipas nortenhas na 2ª Divisão Nacional. Em 1979/80 regressa ao comando do FC Famalicão, para a partir de 1980/81 assumir a equipa do FC Paços de Ferreira, onde permanece durante quatro épocas consecutivas.
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(Plantel do FC Paços de Ferreira na época de 1981/82)
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(O técnico Ferreirinha no FC Paços de Ferreira)
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Regressa, também, ao FC Tirsense em 1984/85 e 1985/86. Passa pelo Lusitânia FC de Lourosa e CD Aves entre 1986/87 e 1987/88. Realiza duas temporadas na 3ª Divisão Nacional, ao leme da AD Ovarense, na época de 1989/90 e SC Vianense, na temporada de 1990/91.
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Em 1991/92 assume a função de treinador principal no CD Aves na 2ª Divisão de Honra, até 1992/93. Passa depois pelo comando técnico do FC Moreirense nas épocas de 1993/94 e 1994/95, pelo Leixões SC, em 1996/97, e pelo SC Vila Real em 1998/99.
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(Plantel do CD Aves na época de 1992/93)
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(Moreirense FC na época de 1994/95)
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Finalmente, aquela que terá sido a ultima temporada de Ferreirinha no activo, foi a época de 2001/02, novamente no comando técnico do FC Tirsense, afinal o clube das suas origens.
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(Ferreirinha)


Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

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