Glórias do Passado: Zézinho

 

Zézinho


Com carreira vincada na 1ª Divisão Nacional, Zézinho era um avançado/extremo luso-brasileiro de qualidade que entrou no futebol português através do Vitoria SC, mas representou ainda as formações do CF Belenenses, Atlético CP, Boavista FC, SC Braga e SC Espinho, no primeiro escalão do futebol português.

Nasceu no Brasil no dia 18 de Fevereiro de 1948, especificamente na Ilha da Conceição em Niteroi. José Manuel Marques da Silva, conhecido por Zézinho, chegou ao futebol português no início da temporada de 1968/69 para prestar provas no Vitoria SC. Em Guimarães e em Portugal ficou definitivamente, tendo ficado a residir no nosso país mesmo após ter terminando a sua carreira de futebolista profissional.

Antes de ingressar no futebol português, Zézinho iniciou a sua vida futebolística no seu país natal. Começou nos juniores do Vasco da Gama. Completado o processo de formação, subiu aos seniores onde foi companheiro de equipa do lendário vascaino Garrincha, pelo menos durante meia época. Posteriormente, foi cedido a título de empréstimo, por três meses, ao Campo Pequeno do Rio de Janeiro, modesta formação da cidade maravilhosa.
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(Equipa do Vasco da Gama em Juniores no ano de 1965)

Zézinho decidiu então, com apenas 20 anos de idade, tentar a sua sorte em Portugal. Indicado por Edmur, antiga glória do clube minhoto, Zézinho chegou à cidade de Guimarães em Agosto de 1968, para prestar provas na equipa principal do Vitoria SC.

Após um pequeno período de tempo em que esteve à experiência e onde participou em vários treinos de conjunto sob a égide do brasileiro Jorge Vieira, treinador da equipa minhota – também seu antigo técnico na formação do Vasco da Gamas - Zézinho acabou por ser convidado a celebrar contrato com o clube, integrando assim o plantel do Vitoria SC para a temporada de 1968/69.

(Plantel do Vitoria SC na época de 1968/69)

(Zézinho entre as aquisições do Vitoria SC para a época de 1968/69)

Apesar da sua juventude, terá sido mesmo uma das grandes surpresas da equipa do Vitoria SC na fantástica temporada de 1968/69, época em que os vimaranenses lutaram acerrimamente pelo titulo de campeão e que terminaram o Campeonato Nacional da 1ª Divisão no 3º lugar da classificação geral.

Foi o n.º 7 da equipa do Vitoria SC na temporada de 1968/69, actuando principalmente na posição de extremo direito no ataque, um lugar bem de acordo com as suas potencialidades e características.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1968/69)
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(Zézinho com a camisola do Vitoria SC)

Zézinho ganhou grande notoriedade no Vitoria SC, como nos outros clubes que representou em Portugal, essencialmente pelos venenosos contra ataques em que era o protagonista principal, pela sua velocidade e domínio de bola.

Era porém um jogador que dava-se facilmente à marcação se apenas limitasse o seu raio de acção aquela posição do terreno. Muitas vezes Zézinho tinha de flectir para o centro do campo, deambulando em desmarcações permanentes, em busca da melhor posição para servir os avançados de área da equipa ou mesmo para ele próprio surgir a finalizar.

(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1968/69)

(Zézinho no SL Benfica - Vitoria SC em 1968/69)

Tinha uma capacidade de desmarcação fora do vulgar, é certo, mas também era quase sempre bem servido, essencialmente, pela acção do capitão do Vitoria SC Peres que com os seus passes o isolava, recorrentemente, em frente à baliza adversária. A capacidade de finalização era também um dos melhores argumentos de Zézinho, que ao serviço do Vitoria SC marcou alguns golos.

Por outro lado, Zézinho era também um jogador imbuído de um espírito de luta fantástico, apresentando-se sempre pronto a apoiar o sector defensivo da equipa, o que nem sempre era frequente em jogadores da escola brasileira. Fisicamente não era um jogador muito dotado, mas nunca por nunca virava a cara à luta.

(Plantel do Vitoria SC em 1968/69)

(Zézinho exuberante nos festejos no Estádio da Luz na época de 1968/69)
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Tinha, porém, os seus defeitos. Se, sendo um avançado e apresentar-se sempre pronto a ajudar a defesa era invulgar no futebolista brasileiro, já abusar do individualismo e nas situações de drible são características próprias do jogador proveniente do outro lado do atlântico e também presentes em Zézinho.

Muitas vezes exagerava nas jogadas individuais. É certo que a sua característica de avançado apelava ao jogo de um contra um, partindo com domínio do esférico para cima do adversário, ultrapassando-o e criando desequilíbrios, mas por vezes, tornava-se demasiado complicativo, essencialmente, nos momentos em que perdia a melhor oportunidade em ceder a bola a um companheiro de equipa melhor posicionado.
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Estas situações de jogo aconteciam mais amiúde quando Zézinho não estava nas melhores condições físicas, ou quando a vertente psicológica, faceta tão importante num jogador de futebol, não se apresentava nos melhores índices.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1968/69)

(Zézinho no Vitoria SC)

Na temporada de 1968/69 o Vitoria SC conseguiu no Campeonato Nacional da 1ª Divisão atingir pela primeira vez na sua história o 3º lugar na classificação final. Ainda hoje é e continua a ser a melhor classificação de sempre do Vitoria SC na principal competição portuguesa, apesar de já ter sido igualada no decorrer da década de 80 e na de 90.

Além da equipa vimaranense ter atingido um lugar no pódio na principal competição nacional, outro feito de inegável importância foi conquistado nesta temporada de 1968/69. Fruto do brilhante 3º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, o Vitoria SC garantiu o direito a participar pela primeira vez na sua história nas competições internacionais de clubes na temporada seguinte.

(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1968/69)

(Vitoria SC - CF Belenenses na época de 1968/69)

Ofensivamente a equipa do Vitoria SC era mágica, mas acima de tudo mortífera. O Vitoria SC na época de 1968/69 foi também uma das equipas mais realizadoras do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Zézinho, Mendes e Manuel, formavam um trio de ataque demolidor, com o brasileiro Manuel e sagrar-se como o melhor marcador da equipa e o 2º melhor na prova.

A estreia oficial de Zézinho ao serviço do Vitoria SC ocorreu à 6ª jornada no Estádio Municipal de Guimarães frente à equipa do GD Cuf, um adversário tradicionalmente muito difícil para os vimaranenses, mesmo no se reduto.

A equipa do Vitoria SC entrou muito bem no jogo marcando primeiro por intermédio de Zézinho, que assim estreava-se também a marcar com a camisola do Vitoria SC. Todavia, a um minuto do final da primeira metade do desafio e quando nada o fazia esperar a equipa do GD Cuf chegou à igualdade.

O Vitoria SC, no decorrer da segunda parte, conseguiu, porém, desempatar o marcador vencendo assim a contenda por 2-1, mercê de um fantástico golo fruto de um remate de execução primorosa do avançado brasileiro Manuel.

(Equipa do Vitoria SC na época de 1968/69)
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(Disputando um lance na partida frente ao Slovan no Torneio Cidade do Porto)

Zézinho actuou em 19 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1968/69, apontando 6 golos ao longo da competição. Foi mesmo o 2º melhor marcador da equipa vimaranense nesta época de estreia no futebol português.

(Equipa do Vitoria SC no Estádio da Luz em 1968/69)

(Zézinho n.º 7 finalizando jogada de ataque frente ao FC Vizela na temporada de 1968/69)

(Equipa do Vitoria SC em França na época de 1968/69

(Zézinho com Américo, guarda-redes do FC Porto, numa partida da temporada de 1968/69)


(Zézinho no Vitoria SC)

Seguiu-se a temporada de 1969/70, uma época que fica marcada por mais um excelente desempenho da equipa do Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, mas acima de tudo, pela primeira participação do clube em provas internacionais de carácter oficial, mercê da sensacional classificação obtida no ano transacto.

Gilberto Carvalho, conhecido pelo diminutivo de Giba, conceituado técnico brasileiro, foi a escolha da Direcção do Vitoria SC para substituir o treinador Jorge Vieira que entretanto regressou ao Brasil. Por motivos de doença Giba seria substituído praticamente no início da época por Fernando Caiado.

(Plantel do Vitoria SC na época de 1969/70)

(Plantel do Vitoria SC na época de 1969/70)

(Zézinho tenta cabecear a bola num desafio em Espanha entre o Vitoria SC e o Osasuna)

(Plantel da equipa do Vitoria SC na época de 1969/70)
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Nesta época Zézinho, tendo participado em mais um jogo que na época anterior, foi um pouco menos utilizado em minutos de jogo jogado, intervalando a titularidade com o português Carlos Manuel. Alinhou em 20 partidas no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, 16 delas na condição de titular e 4 como suplente utilizado. Apontou 5 golos ao longo da principal competição portuguesa.

No final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1969/70 o Vitoria SC foi o 5º colocado na tabela classificativa final. Com o 5º lugar obtido o Vitoria SC garantiu mais uma vez um lugar na Taça Cidades Com Feiras na temporada seguinte.
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(Equipa do Vitoria SC no Estádio do Restelo em 1969/70)

(Zézinho no Vitoria SC - SL Benfica)

(Vitoria SC na época de 1969/70)

(Equipa do Vitoria SC no Estadio Municipal de Guimarães)

Realce ainda, na época de 1969/70, para o facto do extremo Zézinho ter integrado a equipa titular do Vitoria SC que no dia 10 de Setembro de 1969 fez a sua estreia nas competições internacionais de clubes frente ao Banik Ostrava da Checoslováquia.

(Vitoria SC - Vitoria de Setubal no Estádio Municipal de Guimarães)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1969/70)

(Equipa do Vitoria SC na época de 1969/70)

(Zézinho de cabeça finaliza num particular frente ao CS Maritimo no Funchal)

Na época de 1970/71, Zézinho cumpriu o 3º ano consecutivo ao serviço do Vitoria SC. Colectivamente, mas também individualmente, este foi sem duvida o pior ano de Zézinho ao serviço da formação vitoriana.

Esta temporada trouxe também para Guimarães um novo treinador para a equipa principal do Vitoria SC. Na verdade, tratava-se efectivamente de um regresso e não de um novo treinador, pois o brasileiro Jorge Vieira voltava a assumir os destinos da equipa vimaranense.

(Plantel do Vitoria SC na época de 1970/71)

(Equipa do Vitoria SC na época de 1970/71)

(No Vitoria SC na época de 1970/71)

(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1970/71)

Consumava-se assim o ansiado regresso do treinador brasileiro ao Vitoria SC, tal como os sócios tanto desejavam, criando uma onda de grande entusiasmo e optimismo junto da massa associativa, que acreditava repetir a façanha protagonizada na época de 1968/69.

Não seria porem um regresso feliz, o de Jorge Vieira ao Vitoria SC. Acabou por ser substituído no cargo de treinador principal pelo capitão de equipa o centrocampista Peres.

A equipa do Vitoria SC conseguiu a manutenção – objectivo que se tornou prioritário com o desenrolar da temporada – a muito custo e forma manifestamente sofrida, quer pelos atletas e técnicos, quer pelos responsáveis directivos do clube e a massa associativa.

Zézinho participou em 24 jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1970/71, apontando pela sua conta pessoal um total de apenas 3 golos na competição. Participou ainda em todos os encontros que o Vitoria SC disputou nesta temporada na Taça das Cidades com Feiras, frente aos franceses do Angloumê e dos escoceses do Hibernian.

(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1970/71)

No final da época de 1970/71 os responsáveis directivos do Vitoria SC operaram uma verdadeira revolução no lote de jogadores que compunham o plantel sénior do clube. Varias saídas e entradas de jogadores num processo de rejuvenescimento que chegava talvez com um ano de atraso.

Um dos jogadores que deixou o Vitoria SC no final desta temporada foi exactamente o extremo Zézinho. Não foi, porém, uma saída da iniciativa do clube, já que Zézinho era ainda um jovem jogador que tinha provado ao longo dos 3 anos ao serviço do clube ter qualidade suficiente para permanecer.

O jogador, contudo, ao abrigo da Lei Militar, transferiu-se para o CF Belenenses que lhe acenou com uma proposta bem mais vantajosa do que aquela que o Vitoria SC podia oferecer.

(CF Belenenses na época de 1971/72)

(No CF Belenenses na época de 1971/72)

Foi bastante utilizado na equipa do CF Belenenses, treinada inicialmente por Zezé Moreira (substituído à 24ª jornada por Alejandro Scopelli e Peres Bandeira), que se classificou na 7ª posição do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1971/72. Alinhou em 20 partidas oficiais da principal prova portuguesa, apontando somente um golo.

(Com o equipamento do CF Belenenses)
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Do CF Belenenses rumou ao Atlético CP na temporada de 1972/73. Na popular equipa lisboeta, treinada naquela época pelo inglês Ted Smith, antigo treinador campeão no SL Benfica, Zézinho não foi muito feliz.

Jogou 17 encontro do Campeonato Nacional da 1ª Divisão e apontou 2 golos, mas a classificação final da equipa do Atlético CP, no 15º lugar, não permitiu a manutenção na principal liga portuguesa de futebol.

Foi então a vez de regressar novamente ao norte de Portugal, ingressando, desta feita, na formação portuense do Boavista FC, clube que representou durante 3 épocas consecutivas, período durante o qual conquistou 2 Taças de Portugal, e um 4º e um 2º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(No Boavista FC na época de 1973/74)

Na época de 1973/74 o Boavista FC foi apenas o 9º classificado, tendo Zézinho como técnico principal Aimoré Moreira. Nesse ano, Zézinho foi titular indiscutível na equipa do Bessa, participando nas 30 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão e apontado 7 golos na competição. Foi mesmo o segundo melhor marcador da formação do Boavista FC.

(Zézinho com as cores do equipamento axadrezado do Boavista FC)

Na temporada seguinte, com a chegada de José Maria Pedroto ao clube é que o Boavista FC se afirma definitivamente no panorama futebolístico português. Logo na primeira temporada de Pedroto no clube – a segunda de Zézinho de axadrezado – o Boavista FC conquista um 4º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

Nesta época de 1974/75, de sucesso do Boavista FC, Zézinho jogou apenas 18 partidas, apontando 5 golos na principal competição nacional. Alternava a titularidade com o lugar de suplente frequentemente utilizado por José Maria Pedroto.

Esta temporada de 1974/75 ficou marcada pela conquista da Taça de Portugal, numa final em que o Boavista FC venceu o SL Benfica por 2-1, embora sem a participação de Zézinho que não actuou nesse encontro.

(Zézinho em pleno Estadio do Bessa ao serviço do Boavista FC na época de 1974/75)

O Boavista FC revalidaria a conquista deste troféu na época seguinte, desta vez, sobre o Vitoria SC, antigo clube de Zézinho, numa partida em que o extremo luso-brasileiro também não participou.

Já no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1975/76 o Boavista FC sagrou-se vice campeão nacional, obtendo um fabuloso 2º lugar na tabela classificativa. A participação de Zézinho na equipa boavisteira nesta prova manteve-se nos níveis daquilo que se verificou na época anterior. Alinhou em 17 partidas da prova e apontou 8 golos, sendo, novamente o segundo melhor marcador da equipa, atrás de João Alves que foi o melhor com 15 golos.

Zézinho despediu-se do Boavista FC precisamente no jogo da final da Taça de Portugal frente ao Vitoria SC, o seu primeiro clube em Portugal. Não jogou esse encontro, mas esteve no banco de suplentes. Ainda antes desse jogo da final, já Zézinho tinha assinado um contrato com o SC Braga por 2 anos.

Argumentava Zézinho que o contrato que assinara com o SC Braga era bem mais vantajoso do que aquele que os boavisteiros lhe ofereciam, além da verdadeira rábula que rodeou a proposta de renovação apresentada pelo Boavista FC.

Por um lado, os dirigentes do Boavista FC, Valentim Loureiro e Pinto de Sousa, afirmando publicamente que o contrato de renovação de Zézinho já estava assinado e depositado na Federação Portuguesa de Futebol, quando o jogador sabia que o contrato nem reconhecido notarialmente estava.

O comportamento dos dirigentes boavisteiros avolumou ainda mais a vontade de Zézinho em sair do clube. É assim que ingressa no SC Braga como a principal aquisição dos arsenalistas para a época de 1976/77.

(SC Braga na temporada de 1976/77)
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(Com a camisola do SC Braga na época de 1976/77)

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(SC Braga na temporada de 1976/77)

No SC Braga Zézinho encontrou como treinador Mário Lino, que todavia não acabou a época no clube, sendo substituído na última jornada por Hilário Conceição. Foi porém titular indiscutível no SC Braga que terminou o Campeonato Nacional da 1ª Divisão num honroso 8º lugar. Alinhou em 25 jogos naquela competição e apontou 6 golos, ficando atrás de Chico Gordo, o melhor marcador dos arsenalistas.

Nesta época voltou a estar presente na final da Taça de Portugal, agora defrontando o FC Porto. Mas desta feita não venceu a competição, já que o FC Porto venceu os bracarenses na final disputada no Estádio das Antas por 1-0, com um golo da autoria de Fernando Gomes. Mas mais uma vez Zézinho não participou naquele decisivo jogo.

Realce ainda para a conquista pelo SC Braga na temporada de 1976/77 da Taça Federação Portuguesa de Futebol, competição com passagem efémera pelo calendário futebolístico nacional.

(Equipa do SC Braga na temporada de 1976/77)

(Zézinho ao serviço do SC Braga)

(Equipa do SC Braga no Estádio 1º de Maio na temporada de 1976/77)
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(Equipa do SC Braga na época de 1976/77)

(Equipado no SC Braga na temporada de 1976/77)

(Novamente numa equipa do SC Braga na temporada de 1976/77)

Acabou todavia por não cumprir os dois anos de contrato que celebrou com o SC Braga, transferindo-se na época de 1977/78 para o SC Espinho que lhe acenou com um contrato melhor. Zézinho perto dos 30 anos de idade procurava a independência económica e assistiu decidiu aceitar a proposta dos espinhenses.

No SC Espinho não foi nada feliz. Numa partida precisamente frente ao Vitoria SC Zézinho lesionou-se com alguma gravidade ficando um longo período fora dos relvados. Participou apenas em 14 jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, sem ter apontado qualquer golo.

(Plantel do SC Espinho na época de 1977/78)

(Com a camisola do SC Espinho no pelado do Campo da Avenida)
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(Plantel do SC Espinho na época de 1977/78)

Foi de facto uma época fraca, não só de Zézinho - que ficou bastante aquém daquilo que dele se esperava – como do próprio SC Espinho, treinado por Mário Morais, que terminou classificado no 14º lugar, descendo por isso à 2ª Divisão Nacional.

A temporada de 1977/78 seria a ultima época de Zézinho na 1ª Divisão Nacional. Prosseguiu a carreira em clubes de menor dimensão, militando nas divisões inferiores do futebol português.

(Zézinho no SC Espinho)

(Plantel do SC Espinho na temporada de 1977/78)

(À conversa com o treinador Mário Morais no pelado do Campo da Avenida)

Terminou a carreira no CD Cinfães, clube da 1ª Divisão Distrital da A.F. Viseu, na temporada de 1982/83, onde acumulava as funções de treinador/jogador. Naquela época conseguiu levar a modesta equipa do distrito de Viseu aos oitavos de final da Taça de Portugal.

Depois de deixar o futebol, Zézinho, entretanto falecido, continuou a residir em Portugal, concretamente em Castro Daire, localidade onde exercia as funções de docente na disciplina de educação física na Escola Secundaria.


Autor: Alberto de Castro Abreu

Ao Ex Srº Alberto de Castro Abreu,
Me chamo Victor Raposo dos Santos e falo aqui do Brasil, sou sobrinho do querido Zézinho e estava a navegar pelo blog cromo dos cromos quando me deparei com um comentário seu sobre essa preciosidade que vejo aqui. Venho agradecer pela valiozíssima fonte de informações sobre a carreira futebolística de meu padrinho. Parabenizo e exalto ao extremo o seu artigo. E deixo também agradecimentos infinitos em nome de toda a nossa família ao senhor que nos proporcionou esse raro momento de extase em homenagem ao nosso saudoso José Marques da Silva. Atenciosamente, Victor Raposo dos Santos.

netunordo@yahoo.com.br
 
Meu caro Victor Santos,

Agradeço os elogios que dirige ao trabalho realizado de homenagem ao Zézinho e a carreira de futebolista realizado no blogue "Glórias do Passado".

Agradeço ainda a visita e a divulgação do conteúdo pelos familiares e amigos do Zézinho.

Saudações Vitorianas,

Alberto
 
A pedido do Srº Alberto de Castro Abreu, venho aqui como afilhado do querido Zézinho, atribuir minha pequena contribuição a este arquivo referente ao meu amado padrinho. José Marques da Silva (Zézinho), filho de Manoel Fernandes T. Silva (de nacionalidade Portuguesa e conhecido como Seu Cabanas) e Josepha Marques da Silva (de nacionalidade Espanhola e conhecida como Dona Zefinha) Zézinho foi o filho mais velho da família de dois irmãos, seu primeiro registro futebolístico que possuo foi no Bangu FC, uma equipa amadora, porem ele deu seus primeiros passos no futebol em um clube amador chamado Azul e Branco na Ilha da Conceição, onde foi descoberto e convocado para defender a Seleção de Niterói em uma competição de Seleções das cidades do Estado do Rio de Janeiro, A Seleção de Niterói treinava no campo dos Costeiras (que hoje em dia pertence ao Canto do Rio Futebol Clube) Ao término da competição, a Seleção de Niterói sagrou-se campeã e Zézinho foi convocado a Seleção do Estado do Rio de Janeiro, onde realizou diversas partidas contra grande clubes do Rio de Janeiro sendo observado e requisitado então pelo Clube de Regatas Vasco da Gama dando início a sua trajetória no futebol. Pela equipa cruz maltina, atou ao lado dos míticos Bianchini e Garrincha,além do central Joel Santana, atualmente renomeado treinador de futebol. Sua saída de São Januário e conseqüente empréstimo ao Campo Grande Atlético Clube se deu através de um envolvimento de Zézinho com uma figura importante no Vasco da Gama chamada Dulce Rosalina, ela foi a primeira mulher a presidir uma torcida organizada no Brasil, e era considerada uma torcedora símbolo do Clube. Na época o envolvimento dos dois não foi bem visto pela Direção do Clube que resolveu emprestá-lo ao Campo Grande. Foi então que através de Edmur, rumou para terras portuguesas e iniciou sua trajetória como bem descreve o presente arquivo. Após encerrar a carreira aos 36 anos, graduou-se em Educação Física pela Universidade Gama Filho no Rio de Janeiro e fez o Curso de Treinador de Futebol pela Associação Brasileira de Treinadores de futebol. Teve ainda pequenas participações em transações de algumas jovens promessas do futebol brasileiro para Portugal. Nas férias costumava vir ao Brasil visitar seus pais na Ilha da Conceição - Niterói e também gostava muito de ficar em minha casa na cidade de Rio das Ostras - RJ. Zézinho nos deixou no início de 2001 aos 54 anos. Porém seu legado ficará em nossas mentes eternamente como exemplos do bem, de cumplicidade e de carater...

Desde já agradeço pela homenagem,

Do saudoso amigo,

Victor Raposo.
 
zezinho alem desse jogador de qualidades ja descritas nesse blog, foi uma excelente pessoa, ele me ajudou muito no periodo que morei em portugal, era vizinho dele na ilha da conceicao (niteroi)e depois de sair de portugal para vir pra suica, infelizmente nao pude mais estar com ele e nem ajudar num periodo menos feliz de sua vida. mas agradeco pela materia feita nessa pagina em homenagem a esse grande senhor que se chamava zezinho...
carlos horacio
 
Foi meu professor em Castro Daire, entre 89 e 92.
Que grande homem! Saudades...
 
Meu nome é Vivian Mendes Silva,única sobrinha de José Marques da Silva (Zézinho) filha de seu único irmão Antonio Marques da Silva (Toninho).Hoje procurando registros de meu tio,fui surpreendida com esse belo blog que conta sua carreira. Para nós familiares, Zézinho deixou muitas saudades não só como atleta mas pelo grande filho, irmão e tio zeloso que era.Sempre preocupado com todos que faziam parte da sua vida e oferecendo sempre o seu melhor.
Gostaria de agradecer a vocês(criadores do blog) e ao Victor seu afilhado que relatou com tanto carinho parte da história do meu tio tão querido.
Os portugueses, cuja a terra natal é a mesma de minha mãe e de meu avôs quero que saibam do imenso amor que meu tio Zézinho tinha por todos. Vocês foram mais do que amigos,foram uma extensão da sua família.

Grata,

Vivian de Fatima Mendes da Silva
 
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