Glórias do Passado: julho 2007

 

Clube Desportivo Feirense


Regista a história do futebol português que o Clube Desportivo Feirense foi fundado no dia 19 de Março do ano de 1918 tendo a sua sede na Vila da Feira, actual concelho de Santa Maria da Feira.

A equipa que inicialmente equipava com camisola listada de cores vermelha e preta, realizou o seu primeiro desafio de futebol no dia 4 de Maio de 1924 na Vila da Feira onde venceu a formação do Lourosa por 2-1.

Apenas na temporada de 1930/31 é que o CD Feirense participou pela primeira vez numa prova oficial. Disputou o Campeonato de Promoção da Associação de Futebol de Aveiro numa altura em que já equipava a camisola de cor azul, mas com os calções e as meias de cor preta. No primeiro jogo oficial da sua história a equipa do CD Feirense perdeu em Cortegaça por 2-1.

A verdadeira viragem e evolução no rumo da história do CD Feirense deu-se com a entrada para a presidência da direcção do clube do Senhor Marcolino de Castro. Foi com ele à frente dos destinos do clube que a formação do CD Feirense atingiu o ponto mais alto do futebol português quando pela primeira vez na sua história disputou o Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

Seria no reinado de Marcolino de Castro que o Clube Desportivo Feirense passou a utilizar o equipamento com as cores que actualmente usa, como camisola azul e calção branco.

Em 1955/56, o CD Feirense apurou-se participou pela primeira vez na 3ª Divisão Nacional. Na temporada de 1959/60 sagrou-se Campeão Distrital da A.F. Aveiro conquistando pela primeira vez este troféu regional que voltaria a vencer nas épocas de 1965/66 e 1967/68.

Juntaria a vitória no distrital de 1959/60 ao feito de atingir um lugar de acesso à 2ª Divisão Nacional que iria disputar pela primeira vez na época de 1960/61. Logo na segunda época na 2ª Divisão Nacional conseguiu o feito de subir pela primeira vez à 1ª Divisão Nacional do futebol português.
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Venceu a Zona Norte da 2ª Divisão Nacional da temporada de 1961/62 e dessa forma garantiu um lugar na elite do futebol português. Na época de 1962/63 na 1ª Divisão Nacional, a equipa do CD Feirense não conseguiu escapar ao último lugar da tabela classificativa sendo, em face disso, despromovida ao escalão secundário.
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(Equipa do CD Feirense na época de 1962/63)
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Naquele Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1962/63 o CD Feirense foi derrotado pelo Vitoria Sport Clube em ambos os encontros realizados na prova. No Campo da Amorosa, em Guimarães, o CD Feirense foi derrotado pelos vimaranenses por 2-1, enquanto que, no Estádio Marcolino de Castro, na Vila da Feira, recinto que foi inaugurado nesta época, o Vitoria SC voltou a vencer, desta feita, por 1-3.
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O CD Feirense regressaria de novo ao convívio das principais equipas do futebol na nacional na época de 1977/78. Venceu a Zona Centro da 2ª Divisão Nacional na temporada de 1976/77. O CD Feirense beneficiou com o facto de ter sido deslocado da série da Zona Norte para a série da Zona Centro que havia sido criada precisamente nesta temporada.
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(Equipa do CD Feirense na temporada de 1976/77)
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Na 1ª Divisão Nacional da época de 1977/78 o CD Feirense voltou a ser o último classificado e, por isso, novamente relegado à 2ª Divisão Nacional. Nos confrontos com o Vitoria SC registou-se novamente mais duas vitórias da equipa da cidade berço de Portugal.
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No Estádio Municipal de Guimarães, o Vitoria SC venceu o CD Feirense por 2-1. No pelado do Estádio Marcolino de Castro, apesar das dificuldades colocadas, os vimaranenses venceriam de novo pela margem mínima de 0-1.
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(Equipa do CD Feirense na temporada de 1977/78)
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(Plantel do CD Feirense na temporada de 1977/78)
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(Equipa do CD Feirense na época de 1980/81)
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Voltaria a disputar a 1ª Divisão Nacional na temporada de 1989/90 depois de ter vencido mais uma vez a Zona Centro da 2ª Divisão Nacional na época anterior. Contudo, mais uma vez foi efémera a passagem do CD Feirense pela principal liga portuguesa de futebol.
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Foi novamente o último classificado do Campeonato Nacional da 1ª Divisão voltando a ser relegado ao segundo patamar das competições nacionais, desta feita, à 2ª Divisão de Honra que havia sido recentemente criada.
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(Plantel do CD Feirense na época de 1989/90)
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No Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1989/90 o Vitoria goleou a equipa do CD Feirense no Estádio Municipal de Guimarães por uns contundentes 4-0. No jogo disputado pelos vimaranenses no Estádio Marcolino de Castro, na Vila da Feira, recinto de jogo já dotado de relva natural desde Setembro de 1987, o Vitoria alcançou um empate a 0-0.
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Nesta equipa do CD Feirense destacava-se essencialmente pela sua juventude e por ser formada apenas por jogadores portugueses. Henriques Nunes que era o técnico naquela altura e foi-o ainda por vários épocas, como acontece presentemente, tinha sob o seu comando jogadores como os defesas Valido e Morgado, e o médio Resende que se sagraram Campeões do Mundo de Juniores em Riade por Portugal, e ainda, o jogador Pedro Martins que mais tarde viria a dar cartas no Vitoria de Guimarães e no Sporting CP.
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(Equipa do CD Feirense na temporada de 1989/90)
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A partir daquela época nunca mais a equipa do CD Feirense esteve na 1ª Divisão Nacional, passando a grande parte dos últimos anos da sua história a militar na 2ª Liga Portuguesa.
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(Equipa do CD Feirense na época de 1990/91)
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(Equipa do CD Feirense na temporada de 1994/95)
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(plantel do CD Feirense na época de 1994/95)
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(Plantel do CD Feirense em 1995/96)
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(Novamente o plantel do CD Feirense na época de 1995/96)
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(Plantel do CD Feirense na temporada de 1996/97)
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(Novamente o plantel do CD Feirense para a época de 1996/97)
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(Plantel do CD Feirense para a época de 1997/98)
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(Plantel da equipa do CD Feirense na temporada de 1998/99)
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(Equipa do CD Feirense na época de 2003/04)
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Na última época, de 2006/07, o CD Feirense voltou a reencontrar o Vitoria de Guimarães em provas oficiais. Com os vimaranenses a militar na 2ª Liga portuguesa o CD Feirense jogou na 1ª volta no Estádio D. Afonso Henriques onde arrancou um empate a 1-1, com os golos a serem apontados por Ghilas para o Vitoria de Guimarães e por Márcio para os forasteiros.

O jogo da 2ª volta do campeonato redundou em novo empate entre CD Feirense e Vitoria SC, desta feita a 0-0. Este jogo ficaria marcado pela polémica do preço dos ingressos para os adeptos do Vitoria de Guimarães, com o presidente do clube de Santa Maria da Feira a faltar lamentavelmente ao compromisso assumido com os dirigentes do Vitoria, inflacionando os preços a cobrar aos vitorianos.

Quanto ao jogo, realizado no dia 7 de Abril de 2007 e sob arbitragem de Jorge Sousa, o CD Feirense, treinado por Henrique Nunes, alinhou com o seguinte onze inicial: Paiva; Márcio, Hélder Sousa, Luciano e Hernâni; Carlos Pinto, Vitinha e Cris; Gaúcho, Jorge Leitão e Gabi.

O Vitoria sob o comando de Manuel Cajuda apresentou a seguinte formação inicial: Nilson; Rissut, Sereno, Franco e Danilo; Otacilio, Desmarets e Flávio Meireles; Tchomogo, Brasília e Henrique. Na segunda metade entraraiam o médio Ghilas e o avançado Bacari.
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(CD Feirense - Vitoria SC na época de 2006/07)
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O Clube Desportivo Feirense, alem do futebol profissional de de formação em todas as faixas etárias, tem ainda outras modalidades desportivas como o cicloturismo, andebol, natação ou ginástica. No ciclismo, modalidade que o clube albergou durante alguns anos, destaca-se a vitória de Fernando Carvalho no ano de 1990 na 52ª Volta a Portugal em Bicicleta.
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Este clube actua presentemente no Estádio Marcolino de Castro em Santa Maria da Feira e possui ainda um complexo desportivo de qualidade para apoiar a formação e a equipa de futebol profissional. Nesse local, esta projectado a construção do novo estádio do CD Feirense.
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(Estádio Marcolino de Castro em Santa Maria da Feira)
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(Complexo Desportivo)
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Autor: Alberto de Castro Abreu 6 Comentários

 

Estádio do Rio Ave Futebol Clube


O Estádio do Rio Ave FC, situado na cidade de Vila do Conde, é principal palco de jogos do clube de futebol que lhe dá nome oficial. O recinto está localizado junto aos arcos do aqueduto setecentista e por isso é popularmente conhecido como o Estádio dos Arcos.

É ali que desde 1984 - ano da sua inauguração - que o Rio Ave FC tem disputados os seus encontros de futebol nas provas nacionais de futebol.

Mas nem sempre foi aquele o palco de jogos da equipa vilacondense, clube desportivo que teve o seu ano de fundação em 1939. Desde essa data até a inauguração do novo Estádio em 1984, o Rio Ave FC jogava no Estádio da Avenida ou Campo da Avenida que se situava na Avenida Baltasar de Couto, artéria da cidade de Vila do Conde que fazia a ligação entre o Jardim da Avenida Júlio Graça e o Bairro das Caxinas.
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O Campo da Avenida foi inaugurado no dia 29 de Janeiro de 1940 e durante mais de 40 anos foi o palco de muitas alegrias e algumas desilusões dos ferrenhos adeptos do Rio Ave FC. Naturalmente que aquele recinto foi ao longo tempo sofrendo obras de beneficiação e sempre respondeu as expectativas e necessidades do Clube enquanto militava nos escalões secundários do futebol português.
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(Imagem do Estádio da Avenida)
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Sucede que, em 1979/80 o Rio Ave FC disputou pela primeira vez o Campeonato Nacional da 1ª Divisão. E frequentemente passou a disputar aquela principal competição nacional, o que, naturalmente, passou a exigir outras condições ao campo de futebol utilizado em jogos oficiais.

É que de facto, quando o Rio Ave FC passou a integrar a elite do futebol português, aquele denominado Estádio da Avenida era de facto um campo de futebol pelado, isto é, em terra batida, de pequenas dimensões e com fracas condições para a assistência. Tinha capacidade para cerca de 19.000 espectadores, a maior parte deles de pé, e possuía iluminação artificial apenas para treinos.

O primeiro jogo do Rio Ave FC, a contar para a 1ª Divisão Nacional, disputado naquele campo de futebol foi frente ao SL Benfica em 2 de Setembro de 1979, perante uma assistência a rondar os 11.000 espectadores – o record até aquela época – com uma receita a rondar os 1.400 contos.
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Nessa partida modesto Rio Ave FC foi derrotado pelo super poderoso SL Benfica inaplávelmente por 0-3 com golos da autoria de Reinaldo e dois de Jorge Gomes, numa magnifica exibição, segundo rezam as crónicas, de Nené, o avançado encarnado que apesar de não ter apontado qualquer golo esteve em todos os lances de perigo.
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(Imagem do Estádio da Avenida lotado no encontro entre o Rio Ave FC e o SL Benfica)
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Por seu turno, o Vitoria Sport Clube nunca foi muito feliz jogando no Estádio da Avenida frente ao Rio Ave FC. Ali, apenas empatou na primeira época do Rio Ave FC na 1ª Divisão Nacional por 1-1, registando por derrotas os restantes encontros efectuados. Naquela altura era natural as equipas que normalmente jogavam em campo relvado terem bastantes dificuldades em enfrentar formações que jogavam ainda em terra batida.
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Por imposição federativa, as equipas que alinhavam na 1ª Divisão Nacional tinham obrigatoriamente que jogar em campo de futebol relvado, o que obrigou a equipa do Rio Ave FC a rapidamente encontrar uma solução no sentido de substituir o velhinho Estádio da Avenida por outro local onde pudesse jogar.
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(Imagem da equipa do Rio Ave FC na época de 1979/80 no pelado do Estadio da Avenida)
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Porque a recuperação e arrelvamento do Estádio da Avenida não era a melhor solução, decidiu-se iniciar a construção de um novo Estádio onde seria construído um Complexo Desportivo. É assim que nasce o Estádio popularmente denominado dos Arcos cuja a inauguração ocorreu no dia 13 de Outubro de1984 com então Primeiro Ministro Mário Soares a ser o padrinho.
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A partir daquele ano o Rio Ave FC começou a jogar no Estádio dos Arcos disputando ai todos os seus encontros oficiais ou de carácter particular, procedendo-se depois à demolição do velhinho Estádio da Avenida.
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(Imagem aérea do Estádio do Rio Ave FC)
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O Estádio do Rio Ave FC, com um relvado de excelente qualidade, tem capacidade para 18.820 lugares divididos apenas entre duas bancadas centrais. A bancada principal é coberta enquanto a outra bancada não possui qualquer cobertura. Nos topos não existe qualquer construção que albergue publico oficialmente, apesar de nos primeiros anos de existência daquele recinto, aqueles espaços serem muitas vezes preenchidos quando a lotação praticamente esgotava.
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(Bancada central coberta do Estádio do Rio Ave FC)
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(Bancada lateral descoberta do Estádio do Rio Ave FC)
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Presentemente, está também dotado de um excelente iluminação artificial que permite realização de encontros sem a luz do dia.

Neste Estádio a historia começou a melhorar para o Vitoria Sport Clube nos confrontos com os vilacondenses. Naquele recinto o Vitoria alcançou bem mais resultados positivos do que negativos melhorando significativamente a sua performance quando visitava a cidade de Vila do Conde.

De resto, esta cidade é há muitos anos um destino de ferias dos vimaranenses que por lá também se habituaram a ver o Vitoria jogar. Muitas enchentes proporcionaram os embates entre o Rio Ave FC e o Vitoria de Guimarães desde os tempos do Campo da Avenida, como na vigência do Estádio dos Arcos.
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Este foi também, por algumas vezes, o palco escolhido pelos responsáveis do Vitoria para ser o seu Estádio, em jogos onde o campo oficial dos vimaranenses se encontrava impedido de ser utilizado.
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(Bancada lateral descoberta)
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(Bancada central coberta)
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(Estádio do Rio Ave FC com iluminação artificial)
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(Estádio do Rio Ave FC)
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(Estádio do Rio Ave FC)
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Por fim recordemos um jogo do Vitoria Sport Clube no Estádio dos Arcos em Vila do Conde frente ao Rio Ave FC:

Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1996/97. 28ª Jornada – 16 horas – 3.000 espectadores. Na tarde primaveril do dia 27 de Abril de 1997, num relvado em excelente estado e sob arbitragem do portuense Paulo Costa, o Rio Ave FC recebeu o Vitoria de Guimarães num desafio que terminou empatado a 1-1.

Pelo Rio Ave FC, treinado por Carlos Brito, alinhou: Nelson; Nenad, Marcos, Martins e Nito; Paulo Lima Pereira, Sérgio China, Emanuel e Baíca; Gama e Dibo. O treinador Carlos Brito substituiu Moreira de Sá por Baíca e António Lima Pereira por Emanuel.
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(Estádio do Rio Ave FC)
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O Vitoria de Guimarães comandado por Jaime Pacheco alinhou com o seguinte onze inicial: Neno; José Carlos, Arley Alvarez, Alexandre e Vervoort; Fernando Meira, Vítor Paneira, Quim Berto e Milovanovic; Capucho e Gilmar. O brasileiro Riva substituiria Quim Berto. Marco Freitas entrou para o lugar de Milovanovic e Nuno Mendes substituiu Arley Alvarez.
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O Vitoria foi o primeiro a adiantar-se no marcador por intermédio de Vítor Paneira na cobrança de uma grande penalidade aos 31 minutos de jogo. O Rio Ave FC alcançou o empate aos 44 minutos através de um golo da autoria de Sérgio China.


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Zito


Na década de 90 apareceu para prestar provas no Vitoria Sport Clube um jogador franzino, de baixa estatura, de nacionalidade angolana e com a alcunha de Zito, vindo da zona sul do país e com uma carreira futebolística feita até então em clubes das divisões secundarias do futebol português.

Chegou ao Vitoria de Guimarães bem referenciado pelos “olheiros” do clube e depois de alguns treinos acabaria por rubricar um contrato por duas épocas com os vimaranenses, dando assim um salto de gigante de um clube pequeno para uma das mais importantes instituições desportivas do país.

Zito, como ficou conhecido no futebol português, era na verdade a alcunha de Helmer da Piedade Rosa, nascido no dia 3 de Julho de 1971 na cidade de Malanje em Angola. Ainda jovem, rumou para Portugal onde começou por praticar futebol na equipa do Amora FC, pequeno clube do concelho do Seixal, distrito de Setúbal, onde fez a sua primeira inscrição oficial.

Com apenas 19 anos de idade, Zito chegou à equipe sénior do Amora FC na época de 1990/91. Nesta temporada a formação do Amora FC era treinada por Jorge Jesus, técnico em início de carreira, que iria disputar a 2ª Divisão Nacional B, depois de na temporada anterior ter alcançado a subida a este escalão.

Realizou 14 jogos pelo Amora FC na época de 1990/91 num campeonato em que esta equipa foi a sensação ao classificar-se na 6ª posição da tabela geral da 2ª Divisão Nacional B Zona Sul.

Em 1991/92, Zito passou a representar o Seixal FC que militava na 3ª Divisão Nacional Série F, onde foi 6º classificado, rumando uma época mais tarde ao AC Malveira que disputava a 2ª Divisão Nacional Zona Centro. Foi nesta época de 1992/93, ao serviço do AC Malveira, que Zito deu nas vistas com as suas exibições, despertando o interesse dos responsáveis do Vitoria de Guimarães que passaram a seguir de perto o seu desempenho.
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É nessa medida que no início da época de 1993/94, Zito, com apenas 22 anos de idade, aparece no plantel da equipa do Vitoria de Guimarães como um ilustre desconhecido, vindo das divisões secundarias e a quem o técnico Bernardino Pedroto confiaria um lugar no lote de jogadores dos vimaranenses que atacariam o Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(No Vitoria de Guimarães na época de 1993/94)
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Zito apresentava-se como um jogador com características bem interessantes. Era um extremo esquerdo habilidoso, muito rápido que jogava sempre bem colado a linha lateral.
Fez a sua estreia com a camisola do Vitoria Sport Clube logo à 8ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1993/94 frente ao Sporting CP. Nesse encontro em que os vimaranenses defrontavam os leões no Estádio José de Alvalade, Zito foi suplente, mas, numa altura em que o Vitoria já perdia por 2-0, o jovem angolano foi lançado aos 61 minutos de jogo pelo técnico Bernardino Pedroto para o lugar do defesa central tunisino Taoufik.

O Vitoria acabou por ser derrotado pelo Sporting CP, treinado pelo inglês Bobby Robson, por 3-0, com os golos leoninos a ser apontados por Balacov e Cadete por duas vezes.
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Nesta época de 1993/94 ao serviço do Vitoria, Zito participou em 9 encontros oficiais, sempre em tempo incompleto, nunca passando de um jogador suplente, apesar de regularmente convocado para os jogos.
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(Plantel do Vitoria Sport Clube na temporada de 1993/94)
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Seria porem esta a única época que Zito envergou efectivamente a camisola do Vitoria. Pois, na época seguinte o jovem internacional angolano foi cedido pelo Vitoria, a título de empréstimo, ao GD Chaves, no negócio da transferência do avançado brasileiro Gilmar de Trás-os-Montes para Guimarães.
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No GD Chaves, que estava de regresso à 1ª Divisão Nacional, encontrou como treinador António Jesus, antigo jogador do Vitoria, que mais tarde seria substituído no cargo por Vítor Urbano. Zito foi normalmente titular na equipa flaviense que atacou a permanência no primeiro escalão, formando um ataque de qualidade com o brasileiro Edinho.
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(Com a camisola do GD Chaves na época de 1994/95)
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Zito alinhou em 27 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1994/95 tendo apontado 2 golos ao longo da competição. O seu primeiro golo na principal liga portuguesa ocorreu no dia 16 de Outubro de 1994 no Estádio Municipal de Chaves. Numa tarde de sol e perante cerca de 4.000 espectadores o GD Chaves empatou com a UD Leiria a 1-1, com o golo flaviense a ser apontado por Zito ao 37 minutos depois da equipa leiriense ter-se adiantado no marcador por intermédio de Pedro Miguel na conversão de uma grande penalidade.
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(Plantel do GD Chaves na temporada de 1994/95)
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No final da época Zito regressou a Guimarães. Pelos bons desempenhos ao serviço do GD Chaves tudo levava a crer que iria ficar no plantel do Vitoria, então treinada por Vítor Oliveira, para a época de 1995/96. Realizou praticamente toda a pré-temporada em Guimarães, mas, em face da enorme quantidade de jogadores de qualidade o Vitoria optou por ceder novamente o angolano Zito.
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(Plantel do Vitoria de Guimarães na época de 1995/96)
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Foi cedido a título de empréstimo ao FC Paços de Ferreira, onde iria encontrar novamente o técnico António Jesus. O FC Paços de Ferreira encontrava-se na 2ª Divisão de Honra na época de 1995/96 e que apostava tudo na subida à 1ª Divisão Nacional, o que, não viria a conseguir, pois não conseguiu ir alem da 5ª posição na tabela geral.

Zito alinhou em 26 encontros pelo FC Paços Ferreira onde apontou 3 tentos no Campeonato Nacional. Foi todavia um dos melhores jogadores da equipa da capital do móvel o que lhe valeu inúmeros convites para a época seguinte.
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Regressou novamente ao Vitoria na época de 1996/97, clube com o qual tinha contrato em vigor, mas não integraria o plantel dos vimaranenses já que foi novamente cedido a título de empréstimo ao CF Belenenses, juntamente com o médio brasileiro Emerson Almeida.
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(No CF Belenenses na época de 1996/97)
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O angolano estava assim de regresso à 1ª Divisão Nacional desta feita para representar o CF Belenenses treinado por Quinito que bem o conhecia do tempo em que havia sido técnico do Vitoria.

No CF Belenenses, que foi 13º classificado na época de 1996/97, Zito foi utilizado em 25 encontros tendo apontado 4 golos ao longo da prova. Fez a sua estreia com a camisola da Cruz de Cristo na tarde do dia 8 de Setembro de 1996, no Estádio 1º de Maio em Braga, à passagem da 2ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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Nesse jogo que o SC Braga defrontou e venceu os azuis do Restelo por 3-1. Zito começou o desafio no banco de suplentes, mas entrou aos 36 minutos para o lugar do médio Tonanha.
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(Plantel do CF Belenenses na temporada de 1996/97)
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Já o seu primeiro golo com a camisola do CF Belenenses conseguiu no dia 1 de Dezembro de 1996 durante o desafio contra o SC Salgueiros, à 15ª jornada, disputado no Estádio Engenheiro Vida Pinheiro na cidade do Porto. Nesse encontro a formação da capital venceu por 1-2, com o primeiro golo a ser da autoria de Zito logo aos 8 minutos.
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(Em acção pelo CF Belenenses na época de 1996/97)
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No final da temporada de 1996/97 regressou novamente ao Vitoria de Guimarães, mas, mais uma vez, não integraria o plantel vimaranense às ordens de Jaime Pacheco. Ficou colocado na lista de dispensas do Vitoria apenas conseguindo colocação em Março de 1998 quando se transferiu para o GD Chaves englobado no negócio da transferência de N´Tsunda para o Vitoria.

Zito ainda actuou em 3 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1997/98 ao serviço do GD Chaves - que alcançaria a manutenção daquele escalão - sem que o angolano tenha concretizado qualquer golo.
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A partir daqui nunca mais actuou no primeiro escalão do futebol português. Seguiu-se uma época novamente no CF Belenenses, desta feita na 2ª Divisão de Honra, às ordens de Manuel Cajuda. Os azuis do Restelo foram os 2º classificados na prova de 1998/99 atingindo assim o acesso à 1ª Divisão Nacional, com Zito a ser dos jogadores mais utilizados, concretamente em 20 partidas, onde apontou apenas 1 golo.
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(No CF Belenenses na temporada de 1998/99)
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(Plantel do CF Belenenses na época de 1998/99)
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Em 1999/00 passou a representar o SC Espinho também na 2ª Divisão de honra e cujo o treinador era Carlos Carvalhal. No SC Espinho alinhou em 20 partidas com 5 golos concretizados no seu pecúlio pessoal.
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(Plantel do SC Espinho na época de 1999/00)
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(No SC Espinho na temporada de 1999/00)
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Passou as épocas seguintes a actuar na 2ª Divisão Nacional B. Em 2000/01 representou o USC Paredes treinado por Jorge Amaral. A época seguinte iniciou-a nos Açores ao serviço do Clube Operário Desportivo de S. Miguel, mas a partir de Fevereiro de 2002 regressou ao continente para actuar no Canelas GFC, onde viria a colocar um ponto final na sua carreira de jogador profissional de futebol.

Após finalizar a carreira de jogador de futebol, que alem dos diversos clubes portugueses que representou teve passagens pela Selecção A de Angola, Zito tirou o 2º nível do curso de treinador de futebol. Porém, não seguiu ligado ao mundo de futebol.
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Actualmente, Zito trabalha numa empresa de segurança privada desempenhando as suas funções até há bem pouco tempo numa loja de uma superfície comercial da cidade de Guimarães.

Autor: Alberto de Castro Abreu 1 Comentários

 

Temporada de 1956/57


Na época de 1956/57 o Vitoria de Guimarães voltou a disputar o Campeonato Nacional da 2ª Divisão inserido na Zona Norte daquele escalão novamente com a clara intenção de alcançar a subida à 1ª Divisão Nacional que a final desafortunadamente não conseguiu concretizar.

Ao lote de clubes naturais candidatos à subida de divisão, onde se incluía naturalmente o Vitoria e que transitavam da temporada anterior, haveria que incluir, desta feita, o SC Braga que no final da época de 1955/56 desceu da 1ª à 2ª Divisão Nacional. Os apaixonantes confrontos entre os eternos rivais Vitoria e SC Braga estavam agora de regresso, se bem que inseridos na 2ª Divisão Nacional.

A competição disputar-se ia exactamente nos mesmos moldes verificados na época anterior, onde o Campeonato Nacional da 2ª Divisão estava inicialmente dividido em duas zonas – a norte e a sul – compostas cada uma com 14 equipas. Posteriormente, os três primeiros classificados da cada zona reuniam-se numa fase final para apurar o vencedor - que subia directamente à 1ª Divisão Nacional - e o 2º classificado que disputaria os chamados jogos de passagem com o penúltimo classificado da 1ª Divisão.

No comando técnico da equipa do Vitoria havia um novo treinador, o argentino Óscar Tellechea, que chegava a Guimarães para substituir Fernando Vaz, que, devido a problemas particulares, não permaneceu na cidade berço, apesar dos enormes esforços realizados pelos dirigentes vimaranenses para o convencer a manter-se à frente da formação.

Óscar Tellechea era um argentino que chegou a Portugal na década de 30 para jogar futebol. Como atleta destacam-se as 3 temporadas em que representou o CF Belenenses entre anos de 1938 a 1941. Jogou também ao serviço do FC Famalicão antes de enveredar pela carreira de treinador. Permaneceria apenas esta época de 1956/57 no Vitoria de Guimarães, depois de um ano antes ter dirigido o SCU Torreense na 1ª Divisão Nacional. Foi ainda treinador do União de Tomar na principal liga portuguesa nos finais de da década 60, inícios da década de 70.

Em matéria de aquisições destaca-se desde logo a contratação de Armando Barros um avançado proveniente da AD Fafe, mas que ficou famoso por ter jogador várias temporadas no Sporting CP, onde se sagrou Campeão Nacional da 1ª Divisão por 4 vezes consecutivas.

Barros era um dos jogadores que integravam a famosa equipa leonina dos apelidados “5 violinos” que conquistou o tetra-campeonato nas épocas de 1950/51, 1951/52, 1952/53 e 1953/54. Barros enquanto esteve ao serviço do Sporting CP foi treinado nas primeiras 3 épocas por Randolph Galloway, o treinador da descida de divisão no Vitoria, e na última época em Alvalade teve como técnico Tavares da Silva e depois José Szabo.

O nome de António Barros ficou também de certa forma ligado à história do Vitoria de Guimarães. Sendo certo que era um jogador de qualidade e que se destacou ao serviço do Vitoria em vários jogos, a verdade é que o seu nome é bem mais recordado pela grande penalidade que falhou no jogo decisivo para a subida de divisão disputado em Faro contra o SC Farense.
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(Barros com a camisola do Vitoria Sport Clube)
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(Plantel do Sporting CP com Barros na temporada de 1950/51)
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(Plantel do Sporting CP exibindo os troféus conquistados na época de 1950/51)
. (Equipa do Sporting CP em 1955 no Brasil com Barros em cima é o 1º do lado direito)
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(Equipa do Sporting CP em 1955 com Barros em pé com a bola debaixo do braço)
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Outra importante aquisição do Vitoria para a temporada de 1956/57 foi um médio esquerdo argentino de nome Auleta. A formação do Vitoria mais utilizada nesta época era constituída da seguinte forma: Lobato; Virgílio, Silveira e Daniel; Cesário e Auleta; Bártolo, Barros, Ernesto Paraíso, Rola e Benje.

No Campeonato Nacional da 2ª Divisão o Vitoria voltou a não entrar da melhor forma na competição cedendo um empate a 1-1 no Campo da Amorosa na jornada de abertura frente ao Gil Vicente FC. Logo na 2ª jornada corrigiu aquele desaire ao vencer o GD Peniche como visitante por 0-2.

No final da 1ª volta da Zona Norte o Vitoria estava posicionado no 2º lugar da tabela classificativa com o Leixões SC, ambos com 19 pontos, e menos um ponto que o SC Salgueiros que era o 1º posicionado. Nesta primeira parte do Campeonato Nacional destaca-se pela positiva a vitoria alcançada em Braga por 0-1, no regresso dos emocionantes derbys e, pela negativa, a pesada derrota no Campo da Amorosa, frente ao Leixões SC por 1-5.

O Vitoria apesar de ter iniciado a 2ª volta com um derrota em Barcelos frente ao Gil Vicente FC por 2-1, coleccionou uma série de bons resultados que redundaram no apuramento para a fase final a duas jornadas do fim da prova. Destaque, porém, para a goleada imposta pelo SC Braga no Campo da Amorosa ao Vitoria por 0-5, que contudo, viria a ser vingada, na mesma medida no decurso da fase final da competição.

Para a fase final do Campeonato da 2ª Divisão Nacional apuraram-se o SC Salgueiros, o Vitoria SC e o SC Braga, pela Zona Norte, e o SC Farense, o GD Coruchense e o CD Montijo pela Zona Sul.

No 1º joga da fase final o Vitoria foi derrotado na cidade do Porto pelo SC Salgueiros por 2-1 com mais uma tendenciosa arbitragem de Joaquim Campos, árbitro da A.F. Porto, a quem os vitorianos acusavam de proteccionismo aos clubes daquela região.

Seguiram-se quatro vitórias consecutivas em outros tantos jogos de onde se destaca a goleada imposta ao SC Braga por 5-0. A 2ª volta começou de novo da pior maneira com o Vitoria a empatar em casa por 3-3 com o SC Salgueiros e a perder por 2-0 no terreno do SC Braga.

Depois de vencer o GD Coruchense e o CD Montijo vai de viagem até Faro para aí realizar o jogo decisivo para a subida de divisão contra o SC Farense, formação que já se encontrava sem qualquer possibilidades de alcançar os primeiros lugares. Ao Vitoria bastava o triunfo para classificar-se no 1º lugar e assim garantir automaticamente o regresso à 1ª Divisão.
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Sucede que o Vitoria não conseguiu ir alem de um empate a 2-2. E teve tudo para conseguir levar de vencida os leões do Algarve. A poucos minutos do final do desafio a equipa do Vitoria beneficiou de uma grande penalidade que, a concretizar-se, certamente atribuiria o triunfo aos vimaranenses e consequentemente a subida à 1ª Divisão. A sorte foi madrasta para a equipa do Vitoria que desperdiçou a oportunidade de se colocar na frente do marcador com Armando Barros a não converter a grande penalidade em golo. Dramático e infortúnio final.
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SC Salgueiros, SC Braga e Vitoria SC, as três formações do Norte que seguiram para a fase final ficaram igualadas na 1ª posição com 14 pontos no total, mas, pelo desempate pela diferença de golos, a turma da cidade do Porto subiu directamente de Divisão, enquanto a equipa bracarense seguiu para os jogos de passagem.

Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

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