O Estádio do Rio Ave FC, situado na cidade de Vila do Conde, é principal palco de jogos do clube de futebol que lhe dá nome oficial. O recinto está localizado junto aos arcos do aqueduto setecentista e por isso é popularmente conhecido como o Estádio dos Arcos.
É ali que desde 1984 - ano da sua inauguração - que o Rio Ave FC tem disputados os seus encontros de futebol nas provas nacionais de futebol.
Mas nem sempre foi aquele o palco de jogos da equipa vilacondense, clube desportivo que teve o seu ano de fundação em 1939. Desde essa data até a inauguração do novo Estádio em 1984, o Rio Ave FC jogava no Estádio da Avenida ou Campo da Avenida que se situava na Avenida Baltasar de Couto, artéria da cidade de Vila do Conde que fazia a ligação entre o Jardim da Avenida Júlio Graça e o Bairro das Caxinas.
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O Campo da Avenida foi inaugurado no dia 29 de Janeiro de 1940 e durante mais de 40 anos foi o palco de muitas alegrias e algumas desilusões dos ferrenhos adeptos do Rio Ave FC. Naturalmente que aquele recinto foi ao longo tempo sofrendo obras de beneficiação e sempre respondeu as expectativas e necessidades do Clube enquanto militava nos escalões secundários do futebol português.
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(Imagem do Estádio da Avenida)
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Sucede que, em 1979/80 o Rio Ave FC disputou pela primeira vez o Campeonato Nacional da 1ª Divisão. E frequentemente passou a disputar aquela principal competição nacional, o que, naturalmente, passou a exigir outras condições ao campo de futebol utilizado em jogos oficiais.
É que de facto, quando o Rio Ave FC passou a integrar a elite do futebol português, aquele denominado Estádio da Avenida era de facto um campo de futebol pelado, isto é, em terra batida, de pequenas dimensões e com fracas condições para a assistência. Tinha capacidade para cerca de 19.000 espectadores, a maior parte deles de pé, e possuía iluminação artificial apenas para treinos.
O primeiro jogo do Rio Ave FC, a contar para a 1ª Divisão Nacional, disputado naquele campo de futebol foi frente ao SL Benfica em 2 de Setembro de 1979, perante uma assistência a rondar os 11.000 espectadores – o record até aquela época – com uma receita a rondar os 1.400 contos.
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Nessa partida modesto Rio Ave FC foi derrotado pelo super poderoso SL Benfica inaplávelmente por 0-3 com golos da autoria de Reinaldo e dois de Jorge Gomes, numa magnifica exibição, segundo rezam as crónicas, de Nené, o avançado encarnado que apesar de não ter apontado qualquer golo esteve em todos os lances de perigo.
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(Imagem do Estádio da Avenida lotado no encontro entre o Rio Ave FC e o SL Benfica)
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Por seu turno, o Vitoria Sport Clube nunca foi muito feliz jogando no Estádio da Avenida frente ao Rio Ave FC. Ali, apenas empatou na primeira época do Rio Ave FC na 1ª Divisão Nacional por 1-1, registando por derrotas os restantes encontros efectuados. Naquela altura era natural as equipas que normalmente jogavam em campo relvado terem bastantes dificuldades em enfrentar formações que jogavam ainda em terra batida.
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Por imposição federativa, as equipas que alinhavam na 1ª Divisão Nacional tinham obrigatoriamente que jogar em campo de futebol relvado, o que obrigou a equipa do Rio Ave FC a rapidamente encontrar uma solução no sentido de substituir o velhinho Estádio da Avenida por outro local onde pudesse jogar.
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(Imagem da equipa do Rio Ave FC na época de 1979/80 no pelado do Estadio da Avenida)
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Porque a recuperação e arrelvamento do Estádio da Avenida não era a melhor solução, decidiu-se iniciar a construção de um novo Estádio onde seria construído um Complexo Desportivo. É assim que nasce o Estádio popularmente denominado dos Arcos cuja a inauguração ocorreu no dia 13 de Outubro de1984 com então Primeiro Ministro Mário Soares a ser o padrinho.
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A partir daquele ano o Rio Ave FC começou a jogar no Estádio dos Arcos disputando ai todos os seus encontros oficiais ou de carácter particular, procedendo-se depois à demolição do velhinho Estádio da Avenida.
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(Imagem aérea do Estádio do Rio Ave FC)
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O Estádio do Rio Ave FC, com um relvado de excelente qualidade, tem capacidade para 18.820 lugares divididos apenas entre duas bancadas centrais. A bancada principal é coberta enquanto a outra bancada não possui qualquer cobertura. Nos topos não existe qualquer construção que albergue publico oficialmente, apesar de nos primeiros anos de existência daquele recinto, aqueles espaços serem muitas vezes preenchidos quando a lotação praticamente esgotava.
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(Bancada central coberta do Estádio do Rio Ave FC)
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(Bancada lateral descoberta do Estádio do Rio Ave FC)
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Presentemente, está também dotado de um excelente iluminação artificial que permite realização de encontros sem a luz do dia.
Neste Estádio a historia começou a melhorar para o Vitoria Sport Clube nos confrontos com os vilacondenses. Naquele recinto o Vitoria alcançou bem mais resultados positivos do que negativos melhorando significativamente a sua performance quando visitava a cidade de Vila do Conde.
De resto, esta cidade é há muitos anos um destino de ferias dos vimaranenses que por lá também se habituaram a ver o Vitoria jogar. Muitas enchentes proporcionaram os embates entre o Rio Ave FC e o Vitoria de Guimarães desde os tempos do Campo da Avenida, como na vigência do Estádio dos Arcos.
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Este foi também, por algumas vezes, o palco escolhido pelos responsáveis do Vitoria para ser o seu Estádio, em jogos onde o campo oficial dos vimaranenses se encontrava impedido de ser utilizado.
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(Bancada lateral descoberta)
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(Bancada central coberta)
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(Estádio do Rio Ave FC com iluminação artificial)
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(Estádio do Rio Ave FC)
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(Estádio do Rio Ave FC)
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Por fim recordemos um jogo do Vitoria Sport Clube no Estádio dos Arcos em Vila do Conde frente ao Rio Ave FC:
Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1996/97. 28ª Jornada – 16 horas – 3.000 espectadores. Na tarde primaveril do dia 27 de Abril de 1997, num relvado em excelente estado e sob arbitragem do portuense Paulo Costa, o Rio Ave FC recebeu o Vitoria de Guimarães num desafio que terminou empatado a 1-1.
Pelo Rio Ave FC, treinado por Carlos Brito, alinhou: Nelson; Nenad, Marcos, Martins e Nito; Paulo Lima Pereira, Sérgio China, Emanuel e Baíca; Gama e Dibo. O treinador Carlos Brito substituiu Moreira de Sá por Baíca e António Lima Pereira por Emanuel.
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(Estádio do Rio Ave FC)
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O Vitoria de Guimarães comandado por Jaime Pacheco alinhou com o seguinte onze inicial: Neno; José Carlos, Arley Alvarez, Alexandre e Vervoort; Fernando Meira, Vítor Paneira, Quim Berto e Milovanovic; Capucho e Gilmar. O brasileiro Riva substituiria Quim Berto. Marco Freitas entrou para o lugar de Milovanovic e Nuno Mendes substituiu Arley Alvarez.
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O Vitoria foi o primeiro a adiantar-se no marcador por intermédio de Vítor Paneira na cobrança de uma grande penalidade aos 31 minutos de jogo. O Rio Ave FC alcançou o empate aos 44 minutos através de um golo da autoria de Sérgio China.