Logo aos 15 minutos de jogo o CS Marítimo apontou aquele que seria o golo solitário que ditou o resultado final no marcador. Numa bonita jogada de puro contra ataque, o maritimista Eduardo Luís surgiu solto no interior da grande área vimaranense e rematou sem hipóteses de defesa para o guardião vitoriano Melo.
A equipa do Vitoria SC tentou a todo o custo chegar à igualdade. Dispôs, é certo, de várias oportunidades de golo durante todo o desafio, contudo, a falta de eficácia e uma ponta de sorte foi evidente. Porém, também o CS Marítimo, mais sereno e lúcido, teve varias ocasiões para dilatar o marcador em bem gizadas jogadas de contra ataque.
A verdade é que, apesar do ascendente vimaranense e aquartelamento da defensiva maritimista no interior do seu meio campo, o Vitoria SC nem sempre jogou da melhor forma possível para ultrapassar o adversário. Na maior parte das vezes os jogadores vimaranenses limitaram-se a bombear a bola para o interior da grande área do CS Marítimo onde o guarda-redes Quim e os defesas madeirenses foram verdadeiros imperadores
Terminou então a partida com uma derrota imprevista da equipa do Vitoria SC, a qual significou a fuga definitivamente do CF Belenenses no 5º lugar da classificação geral do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Por seu turno, o CS Marítimo, com o triunfo alcançado, arrecadou a sua primeira vitória fora de casa e os pontos que se revelaram fundamentais para as suas aspirações.

(Soares disputa com o guarda-redes Quim o lance, enquanto Abreu, de longe, observa o lance)
Ficou evidente que terminava aqui ambições vitorianas nesta edição da principal competição portuguesa. O treinador principal do Vitoria SC, Mário Wilson, partiu então para o Brasil em busca de jogadores para reforçar a equipa já a pensar na próxima temporada de 1978/79.
Assumiu aí o comando técnico da equipa principal o treinador-adjunto Daniel Barreto, antigo jogador do Vitoria SC, cabendo-lhe conduzir a formação vitoriana nos dois últimos jogos da época.
Na penúltima jornada da prova a equipa vimaranense rumou à Povoa do Varzim para defrontar a turma varzinista, formação ainda envolvida na luta pela manutenção na principal competição nacional.
Na verdade, para o Varzim SC, jogando em casa, este era um jogo fundamental garantir a manutenção, porque o CS Marítimo, clube também envolvido na luta, havia vencido, inesperadamente, em Guimarães na jornada anterior e o jogo seguinte da última jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão oporia, precisamente, a equipa madeirense à formação poveira, porém, como factor determinante, seria jogado na Madeira.
Por isso, encheu-se de poveiros o campo varzinista para este encontro frente ao Vitoria SC. E, alavancada num apoio sensacional, a equipa do Varzim SC foi capaz de derrotar a formação vimaranense e, desse modo, concretizar o passo essencial para a manutenção entre a elite do futebol português.
O jogo não começaria, todavia, da melhor forma para a equipa varzinista. Entrou no desafio, praticamente, a perder, pois, logo aos 5 minutos, o Vitoria SC adiantou-se no marcador através do avançado brasileiro Mané, com uma excelente finalização perante o guarda-redes Freitas e depois de aproveitar um fífia do defesa Lima Pereira.
A perder deste modo, a equipa do Varzim SC lançou-se freneticamente no ataque procurando virar o marcador a seu favor. Conseguiu, aos 29 minutos, a igualdade a 1-1 com um golo da autoria do seu avançado Júlio, aproveitando uma soberana oportunidade ocasionada por um desentendimento entre os vitorianos Torres e Rodrigues.
E pouco antes do intervalo, concretamente, aos 43 minutos, o Varzim SC colocou-se então em vantagem através de um golo apontado por Horácio, num lance individual estonteante e verdadeiramente genial.
Na 2ª parte do encontro entre o Varzim SC e o Vitoria SC não teve a intensidade que patenteou durante a primeira metade. Os pontos em jogo eram determinantes e a objectividade imperou nas hostes poveiras, por isso, a equipa varzinista recuou no terreno e tentou defender com unhas e dentes a vantagem alcançada.
Foram, porém, 45 minutos de muito sofrimento e inquietação para a equipa poveira, pois sobre o recinto varzinista ainda pairou, varias vezes, o golo da igualdade do Vitoria SC.
Também o público varzinista sofreu bastante com as oportunidades de golo e momentos de aflição que o Vitoria SC criava junto à baliza poveira. Mas, por outro lado, teve uma influência decisiva pela pressão exercida, crê-se, sobretudo, num lance de grande penalidade não assinalada a favor do Vitoria SC na sequência de um derrube evidente do defesa Lima Pereira ao avançado vitoriano Mané no interior da grande área.
A equipa do Vitoria SC, embora vencida, acabou por realizar um jogo bastante interessante e mereceu, sobejamente, um resultado positivo. Terminou, porém, com o triunfo da equipa do Varzim SC por 2-1, conseguindo assim fugir à concorrência na zona de despromoção da tabela classificativa.

(Ramalho e Guedes disputam o lance enquanto Almiro, muito próximo, fica na expectativa)
O Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1977/78 encerrou com a realização da 30ª jornada no Estádio Municipal de Guimarães com um desafio entre o Vitoria SC e o Boavista FC.
Com os objectivos definidos, este seria um jogo para cumprir calendário e por isso pouco publico acorreu ao recinto vimaranense. Estaria em disputa, somente, o 6º lugar da classificação geral, já que a equipa boavisteira partia para este jogo da última jornada da prova apenas com um ponto de desvantagem em relação à formação do Vitoria SC.
Foi uma partida disputada, todavia, sem grandes preocupações tácticas por ambas as equipas e muito consentido. Por essa razão os golos e as oportunidades foram surgindo, sucessivamente, para cada um dos lados, acabando por ser um jogo interessante de seguir, com desfecho imprevisível, embora jogado sem grandes primores técnicos.

(Albertino, do Boavista FC, e Mané, do Vitoria SC, lutam pela bola ombro a ombro)
O Vitoria SC foi o primeiro a marcar, abrindo a contagem logo aos 5 minutos de jogo por intermédio de Mané, executando um remate colocado e rasteiro sem hipóteses de defesa para o guardião boavisteiro Matos.
Cinco minutos depois surge a igualdade com um golo apontado na própria baliza, de forma infeliz, pelo defesa vimaranense Costeado. Tentando interpor-se a um cruzamento do extremo boavisteiro Salvador, Costeado desviou a bola para o interior da baliza do Vitoria SC apanhando em contra-pé o guarda-redes vitoriano Rodrigues.
Ainda antes do intervalo e depois de rematar por duas vezes aos ferros da baliza do Boavista FC, a formação do Vitoria SC foi surpreendida, aos 41 minutos, com o golo do avançado boavisteiro Paris, aproveitando o balanceamento atacante vitoriano.

(O jovem Sousa Pinto do Vitoria SC numa iniciativa individual com o jogador boavisteiro por perto)
Na 2ª parte as ocasiões de golo continuaram a dividir-se entre as duas balizas, porem, desta feita, apenas uma foi materializada em golo, quando, novamente Mané, aos 63 minutos, rematou, imparavelmente, para o fundo da baliza boavisteira após um jogada bem delineada pelo jovem vitoriano Sousa Pinto e o brasileiro Dinho, regressado à equipa do Vitoria SC após uma prolongada lesão.
O empate final de 2-2 registado no marcador acabou sendo um resultado ajustado ao rumo dos acontecimentos e bastante meritório para equipa do Vitoria SC que, neste desafio, alinhou com vários jovens, ainda juniores do clube, e alguns jogadores menos utilizados durante toda a temporada.
O Vitoria SC terminou assim o Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1977/78 no 6º lugar da classificação geral. Trata-se, efectivamente, de uma classificação meritória, embora, ficasse algo aquém das expectativas criadas, sobretudo, durante a primeira volta da competição.