Glórias do Passado: Temporada de 1977/78 - 1ª Parte

 

Temporada de 1977/78 - 1ª Parte


Na temporada de 1977/78 o Vitoria SC escolheu um novo treinador para liderar a equipa técnica do futebol profissional. Mário Wilson foi o escolhido para substituir Fernando Caiado, o técnico vitoriano nas duas ultimas épocas, tratando-se, nesta caso, do regresso de um treinador credenciado e que havia comandado a equipa do Vitoria SC no início da década de 70.

Quanto à composição do plantel salienta-se a contratação do guarda-redes Melo, ao CF Belenenses, o experiente defesa central Soares, proveniente do SC Beira Mar, Zezé, vindo do Leixões SC, e os avançados Romeu, vindo do SL Benfica, e o brasileiro Mane, procedente do Boavista FC.
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(A apresentação do técnico Mário Wilson ao plantel e a despedida de Fernando Caiado, uma passagem de testemunho no comando técnico da equipa profissional do Vitoria SC)
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Estas foram as aquisições sonantes para cada um dos sectores da equipa tal como Mário Wilson pretendia. A estes jogadores conceituados e de inquestionável valor, no plantel principal do Vitoria SC incluíram-se ainda os jovens Sousa Pinto, que esteve emprestado na época anterior ao FC Tirsense, e os ex juniores Costeado e Gomes.

Da época anterior há a realçar as saídas do veterano Artur e do defesa Queirós para o FC Paços de Ferreira, os jovens Zequinha para o CD Feirense, Jorge Oliveira para a Académica de Coimbra e o guarda-redes Barreira para a AD Fafe.
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(As quatro principais aquisições Romeu, Mané, Melo e Soares)
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O guarda-redes Sousa, apesar de ainda ter contrato em vigor com o Vitoria SC, negociou a saída para o Boavista FC, acabando por ser incluído na transferência do brasileiro Mané do clube axadrezado para Guimarães.

Porem, aquele que efectivamente tratou-se de uma baixa de peso foi a saída de Rui Lopes, o avançado português que decidiu deixar o Vitoria SC para regressar ao SL Benfica.
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(Plantel vitoriano treinando na montanha da Penha)
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A pré-temporada do Vitoria SC foi realizada em Guimarães, dividida entre os treinos técnico-tácticos no relvado do Estádio Municipal de Guimarães e a preparação física na montanha da Penha.

Dos habituais jogos amigáveis de inicio de época, destaca-se as presenças do Vitoria SC no Torneio Internacional de Gijon, com as equipas do Sporting de Gijon e do Videoton FC da Hungria, no Torneio Quadrangular de Famalicão, com o FC Famalicão, GD Riopele e a AD Fafe e, finalmente, a participação no Torneio de Inicio da A.F. de Braga, disputado com o as mesmas equipas que competiram no torneio da cidade famalicense.
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(Treino no Estádio Municipal de Guimarães na época de 1977/78)
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No Torneio Internacional de Gijon, o Vitoria SC começou por defrontar a equipa organizadora, o Sporting de Gijon. Este jogo ficou marcado pelo verdadeiro temporal que se abateu sobre a cidade espanhola, encharcando completamente o relvado do Estádio do Gijon.

Em tempo de verão, choveu torrencialmente durante, praticamente, toda a partida. As deficientes condições em que ficou o terreno de jogo prejudicaram bastante o desempenho de ambas as equipas, testando, eficazmente, a condição física da equipa vitoriana.
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(Pedrinho, Pedroto e Almiro ouvindo as instruções de Mário Wilson)
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O Vitoria SC foi mesmo o primeiro a marcar, logo aos 10 minutos de jogo, através de Mane, autor de um fantástico pontapé desferido a mais de 30 metros da baliza do Sporting de Gijon.

Aos 20 minutos, o espanhol Quini, igualou a partida, finalizando de cabeça uma jogada onde o guarda-redes vitoriano foi mal batido. Ainda antes do final da 1ª parte o Sporting de Gijon colocou-se em vantagem por intermédio de Abel, embora, tivesse ficado a sensação que o jogador espanhol tinha partido em posição de fora de jogo.
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(Os jogadores do Vitoria SC em pleno treino)
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A perder por 2-1, o Vitoria SC assumiu as despesas do jogo durante a 2ª parte, procurando, insistentemente, a igualdade. Dispôs de algumas ocasiões para marcar, mas seria a equipa espanhola a chegar novamente ao golo, aproveitando bem o adiantamento da equipa do Vitoria SC.

Primeiro foi Ferrero, numa jogada individual, a fazer o 3-1, aos 74 minutos de jogo, e Andrez, no minuto 89, aproveitando uma serie de ressaltos, estabeleceria o resultado final em 4-1.
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(Abreu, Mané e Osvaldinho em plena sessão de treino)
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Apesar do resultado desnivelado, o Vitoria SC fez uma exibição bastante agradável em condições manifestamente adversas, pecando apenas pela finalização e pela ponta final do jogo onde a condição física dos jogadores vitorianos ressentiu-se notoriamente, embora esta fosse uma situação própria do momento da época.

Logo no dia seguinte o Vitoria SC defrontou a equipa húngara do Videoton FC, o 4º classificado do campeonato nacional da Hungria. Antevia-se um jogo algo desequilibrado, pois o Vitoria SC tinha realizado um jogo intenso na véspera e estava numa fase inicial da sua preparação, enquanto a formação húngara ainda não tinha jogado na competição e naquele momento já estava numa fase bem adiantada da época pois o campeonato nacional do seu pais já se jogava desde Junho.
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(Mário Wilson dando instruções no treino do Vitoria SC)
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Assim, não surpreendeu, que a equipa húngara tenha entrado mais dominadora, sobretudo pela frescura física, exercendo uma pressão atacante e empreendedora, enquanto o Vitoria SC, mais prudente, apresentou-se retraído e na expectativa. Contudo, foi o Vitoria SC o primeiro a marcar.

Aos 9 minutos, o avançado Romeu, numa rápida jogada de contra-ataque pelo flanco direito fez um cruzamento para o interior da área de rigor onde o defesa húngaro Fozst, inadvertidamente, fez o golo inaugural da partida, adiantando os vimaranenses no marcador.
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(Trablhos preparatórios do Vitoria SC no Estádio Municipal)
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Aos 30 minutos, porem, o Videoton FC fez o empate através de Karsai na transformação de uma grande penalidade, punindo uma falta inexistente do defesa vitoriano Torres.

A marcação desta grande penalidade contra o Vitoria SC provocou vários protestos não só dos jogadores vitorianos como do próprio público espanhol. Esse lance teve também o condão de desconcentrar a equipa do Vitoria SC que, passado apenas dois minutos daquele lance, voltou a sofrer um golo, agora apontado por Burcsa, concluindo uma jogada de rápido contra-ataque.
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(Mário Wilson dá instruções a Romeu)
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Na 2ª parte, porem, com um estoicismo louvável, o Vitoria SC tomou conta da partida tentando chegar à igualdade. Reagiu, diga-se, de forma brilhante a equipa vitoriana que viu o seu esforço recompensado com o golo do empate marcado por Mané aos 87 minutos, concluindo bem uma serie de ressaltos junto à baliza da equipa húngara e depois de uma boa iniciativa de Pedrinho sobre o lado direito do ataque.

Realce então para a grande exibição realizada pelo Vitoria SC no segundo tempo deste desafio com o Videoton FC, sobretudo, o médio Mário Ventura, mas também para todo o sector defensivo.
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(Jogo entre o GD Riopele e o Vitoria SC no Estádio Municipal de Famalicão aquando do torneio quadrangular disputado naquela cidade)
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Por exemplo, o guarda-redes Melo, com três magnificas intervenções, deteve outras tantas boas ocasiões de golo da equipa húngara. Quem também esteve em plano de destaque foi o defesa central Torres, o médio Almiro, sempre com a batuta da equipa, e os avançados Mané e Romeu.

O Vitoria SC revelava assim estar no bom caminho para a nova temporada de 1977/78, revelando bom entrosamento entre os seus jogadores e uma capacidade física bastante invulgar.

Autor: Alberto de Castro Abreu

Vitóriiiiiiiiiiiia!!!!!

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