(O jogador vitoriano Rodrigo em acção na partida que opôs o FC Porto ao Vitoria SC no Estádio das Antas)
(Imagem do encontro entre o FC Porto e o Vitoria SC, com Helder Ernesto e Cubilhas a disputar a jogada enquanto mais atrás Rodrigo observa o lance)
As esperanças de atingir esse lugar europeu esmoreceram logo nas duas jornadas seguinte. O Vitoria SC recebia na ronda 24 do Campeonato Nacional da 1ª Divisão o GD Cuf, também um potencial candidato aos lugares europeus. Naquele jogo, a equipa vimaranense tudo fez para levar de vencida a bem organizada formação fabril, todavia, não conseguiu abrir o marcador, terminando o jogo com um empate a 0-0.
Na jornada seguinte uma dificílima deslocação à cidade de Setúbal para disputar a 25ª jornada contra uma equipa que também buscava alcançar um lugar nas competições internacionais de clubes. O Vitoria de Setúbal, de resto, terminaria a classificação do Campeonato Nacional da 1ª Divisão na 2ª posição da tabela, sagrando o vice-campeão nacional.
Neste encontro disputado no Estádio do Bonfim que terminou com a vitória da equipa sadina pela margem mínima de 1-0, o Vitoria SC bateu-se com extrema galhardia, merecendo da crítica desportiva os mais rasgados elogios.
O Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1971/72 entrava então na recta final. A decisão quanto ao título de campeão nacional estava praticamente decidida tendo em contra a vantagem que o SL Benfica levava dos demais concorrentes.
Vitória de Setúbal e Sporting CP tinham também praticamente garantidos os apuramentos para as competições internacionais de clubes. Restava apenas apurar mais dois clubes. Na luta por essas duas vagas em aberto estava o FC Porto, GD Cuf, CF Beleneneses e, com os dois resultados que se seguiram, o Vitoria SC.
Na 26ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão o Vitoria SC recebeu no Estádio Municipal de Guimarães a equipa do SC Beira Mar e venceu por concludentes 5-1, numa grande exibição, recheada de golos, perante um dos aflitos na luta pela manutenção.
(Jogo entre o Vitoria SC e o SC Beira Mar no Estádio Municipal de Guimarães)Seguiu-se uma viagem ao vizinho FC Tirsense para um jogo importantíssimo para as duas equipas. Enquanto que o Vitoria SC acalentava as remotas, mas legitimas esperanças em alcançar um lugar nas competições europeias, por outro lado, o FC Tirsense, queimava os últimos cartuchos na luta pela sobrevivência.
Foi um jogo tremendamente disputado no campo do FC Tirsense que terminou com a vitória dos vimaranenses por 1-2. O Vitoria SC continuava a perseguir o seu sonho, enquanto o FC Tirsense dizia definitivamente adeus à 1ª Divisão Nacional.
Casa cheia em Guimarães para a partida da 28ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão entre o Vitoria SC e o SL Benfica, já virtualmente campeão nacional. Os vimaranenses não conseguiram vencer a poderosa formação encarnada acabando por ser derrotados por 1-3.
A derrota caseira frente ao SL Benfica hipotecou praticamente as esperanças dos vimaranenses em chegar ao lugar que permitisse o acesso as provas internacionais na época seguinte. Esse hipotecar transformou-se em certeza com a derrota sofrida na jornada seguinte em Tomar na penúltima jornada da principal competição nacional.
O UFC Tomar venceu o Vitoria SC por 3-2, num jogo verdadeiramente impróprio para cardíacos. A luta pela sobrevivência estava ao rubro e com esta vitória sobre a equipa da cidade berço o conjunto do UFC Tomar garantiu praticamente a manutenção na 1ª Divisão Nacional.
Na derradeira 30ª jornada da prova o jogo Vitoria SC – Boavista FC, disputado no Estádio Municipal de Guimarães, seria apenas um derby de despedida para ambas as equipas da edição de 1971/72 do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Para historia fica apenas o resultado final deste encontro que patenteou uma vitoria dos vimaranenses por 2-1.
A classificação do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1971/72 terminou então com o SL Benfica, como campeão nacional, seguido na classificação pelo Vitoria de Setúbal (2º), Sporting CP (3º), GD Cuf (4º), FC Porto (5º) e Vitoria SC, em 6º lugar, com 30 pontos amealhados, decorrente de 11 vitorias, 8 empates e 11 derrotas. A turma de Guimarães sofreu 47 golos e marcou 49.
Resta somente focar as estatísticas finais individuais dos atletas que compuseram o plantel do Vitoria SC na temporada de 1971/72. Na posição de guarda-redes o Vitoria SC utilizou Gomes (20 jogos) e Rodrigues (10 jogos). A defesa normalmente utilizada era composta por Costeado (30 jogos), José Carlos (25 jogos), Manuel Pinto (30 jogos) e Osvaldinho (30 jogos). Como defesas jogaram ainda Joaquim Jorge (7 jogos) e Leal (3 jogos).
A linha intermediária foi normalmente composta por Hélder Ernesto (30 jogos), Custódio Pinto (30 jogos) e Silva (19 jogos). O Vitoria SC utilizou ainda no meio campo Artur (4 jogos), Manafá (6 jogos), Romão (7 jogos) e Ribeiro (4 jogos).
Na frente de ataque o Vitoria SC jogou normalmente com o luso-brasileiro Jorge Gonçalves (25 jogos), Tito (30 jogos) e Ibraim (23 jogos). Jogaram ainda Cartucho (14 jogos), Zé Carlos (4 jogos) e Rodrigo (13 jogos).
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Quanto aos golos apontados pelo Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1971/72 foram assim distribuídos: Jorge Gonçalves marcou 15 golos e foi o melhor marcador da equipa, Tito apontou 14, Manuel Pinto marcou 5 golos, Custódio Pinto 4, Hélder Ernesto 3, Silva e Ibraim 2 golos cada e José Carlos, Joaquim Jorge e Cartucho marcaram 1 golo cada um. O Vitoria SC beneficiou ainda de 1 auto golo apontado por Barrigana do FC Tirsense.
Finalmente, resta referir a participação do Vitoria SC na edição de 1971/72 da Taça de Portugal. Nesta prova, depois de um auspicioso inicio, eliminando a equipa da Académica de Coimbra no seu terreno, o Vitoria SC afastado na ronda seguinte pelo CF Belenenses.
Nos 16/avos de final o Vitoria SC defrontou a equipa da Académica de Coimbra no Estádio Municipal da cidade dos estudantes. A Académica de Coimbra entrou melhor no encontro e logo aos 6 minutos adiantou-se no marcador por intermédio de Raul Aguas.
Imediatamente após o Vitoria SC chegou à igualdade por intermédio do avançado português Tito, aos 11 minutos, para ainda no decorrer da primeira parte, concretamente aos 36 minutos de jogo, o luso brasileiro Jorge Gonçalves completar a reviravolta no marcador, que redundou no resultado final de 1-2 a favor dos vimaranenses.
Na eliminatória seguinte o Vitoria SC jogou novamente fora do seu reduto. Deslocou-se ao Estádio do Restelo onde foi derrotado pelo CF Belenenses por 1-0 e consequentemente eliminado da Taça de Portugal, que viria a ser conquistada pelo SL Benfica, consumando assim a tradicional dobradinha.
Por fim, realce para as conquistas protagonizadas pelas equipas mais jovens do Vitoria SC. A 2ª equipa sénior do Vitoria SC venceu o Campeonato Regional de Reservas da A.F. de Braga, enquanto as equipas dos escalões de juvenis e juniores, sagraram-se, respectivamente, vencedoras dos Campeonatos Distritais da 1ª Divisão da A.F. de Braga na categoria de juvenis e juniores.
No início da temporada de 1970/71 integrava-se com bastante regularidade nos trabalhos da equipa principal do Vitoria SC treinada pelo brasileiro Jorge Vieira, então de regresso ao clube, depois da brilhante passagem na época de 1968/69.
Esta época do clube vimaranense em 1970/71 ficou marcada, é certo, pelos maus resultados no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, mas também, por uma onda de lesões que apoquentou muitos dos principais jogadores da equipa principal.
É na sequência de muitos desses impedimentos no Vitoria SC que o jovem Ibraim vai surgir pela primeira vez como titular na equipa principal, concretizando, assim, a sua estreia oficial na primeira equipa vitoriana.
Essa estreia oficial verificou-se no dia 8 de Novembro de 1970, numa partida entre o Vitoria SC e a Académica de Coimbra a contar para a 8ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, desafio este disputado no Estádio 28 de Maio na cidade Braga, recinto actualmente denominado como Estádio 1º de Maio.
O Vitoria SC teve que jogar este encontro fora do seu reduto porque tinha o Estádio Municipal de Guimarães interditado na sequência de incidentes verificados no final de uma partida contra o Vitoria de Setúbal
O Estádio 28 de Maio em Braga registou uma grande afluência de público, numa tarde solarenga de Outono. Entre o publico que assistiu ao desafio, destaque para a presença de muitos adeptos do SC Braga – clube minhoto a militar na 2ª Divisão Nacional - que apoiaram freneticamente a equipa da Académica de Coimbra, o que causou naturalmente grande revolta nos adeptos vimaranenses, que chegaram, tempos depois, a propor em assembleia geral que o Vitoria SC nunca mais jogasse na cidade de Braga quando o seu estádio estivesse interdito.
Quanto ao jogo, diga-se que o Vitoria SC, certamente fruto das ausências, apresentou-se nesta partida especialmente desorganizado, incapaz de ultrapassar a bem montada defesa conimbricense. A Académica de Coimbra alem de se revelar extremamente segura a defender, conseguiu com sucesso criar óptimas oportunidades de golo, sempre em jogadas de contra ataque, engendradas por Gervásio e Vítor Campos a municiar os atacantes António Jorge e Manuel António.
A Académica de Coimbra venceu o Vitoria SC por 1-2, com António Jorge a apontar os dois golos da equipa conimbricense e o Gouveia a ser o autor do tento de honra da formação vimaranense.
(Equipa do Vitoria SC na época de 1971/72)
Ibraim tratava-se de um excelente avançado, sobretudo actuando na posição de extremo. Era um jogador de fino recorte técnico, extremamente veloz, muito inteligente e com uma boa compleição física em termos de estatura, apesar de uma aparência de franzino.
Na área era um jogador bastante temido, incisivo e com uma capacidade de discernimento notável na hora de finalizar. Mas as desmarcações e as assistências para golo eram verdadeiramente o seu ponto forte.
A temporada de 1973/74 foi a ultima época de Ibraim ao serviço do Vitoria SC. A equipa vimaranense repetiu o 6º lugar na principal prova nacional que teve o Sporting CP como Campeão Nacional e na qual o jovem ancorense alinhou em 19 jornadas da prova, concretizando apenas 3 golos.
Com a revolução ocorrida em Portugal no dia 25 de Abril de 1974, verifica-se, também uma mudança fundamental na relação laboral entre os clubes e os jogadores de futebol. Uma das primeiras consequências é a liberdade contratual e nessa oportunidade, o jovem Ibraim deixa o Vitoria SC e ingressou no SL Benfica, sem qualquer contrapartida financeira.
(Plantel do Vitoria SC na época de 1973/74 no pelado do Campo da Unidade em Guimarães)
(Ibraim no Vitoria SC na época de 1973/74((Em 1971 equipa de Juniores de Portugal)
(Selecção Nacional de Esperanças na decada de 70)
Como se disse, Ibraim ingressou no SL Benfica no início da temporada de 1974/75. A equipa encarnada, treinada por Milorad Pavic, sagrou-se campeã nacional, com o jovem ancorense a participar em 14 jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, apontado 2 golos na prova.
O jovem Ibraim, com apenas 21 anos de idade, não era, naturalmente, considerado um titular indiscutível na equipa benfiquista. Contudo, também é certo que a linha avançada do SL Benfica incorporava jogadores da muita qualidade como por exemplo Nené, V. Baptista, Moinhos ou Moía, e como tal as oportunidades para Ibraim jogar não seriam assim tantas.
Ainda assim o ex jogador vitoriano foi bastantes vezes utilizado e contribuiu modestamente para a conquista do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1974/75 por parte da formação do SL Benfica.
Acabou seduzido pela célebre expansão do futebol ou “soccer” em terras americanas na década de 70 e acabou por ingressar em 1976 no Rochester Lancers de Nova Iorque. Naquela equipa dos Estados Unidos da América, Ibraim jogou 5 Campeonatos Nacionais e tornou-se num dos jogadores mais importantes da história daquele clube.
À excepção do último ano, em 1980, o avançado Ibraim foi sempre titular indiscutível na equipa nova-iorquina do Rochester Lancers, durante os cinco anos que jogou naquele clube. Esteve no auge do futebol naquele país, mas também viveu o declínio da modalidade, com a falência de vários clubes que compunham o principal campeonato nacional, incluindo o seu Rochester Lancers.
(Plantel do Rochester Lancers em 1977)
No início da época de 1981/82, Ibraim, com 27 anos de idade, regressou definitivamente ao futebol português. Seduzido pelo técnico Mário Wilson ingressou na equipa da Académica de Coimbra no começo desta temporada, com o objectivo de novamente afirmar-se no futebol português e ajudar, desta feita, a briosa a regressar à 1ª Divisão Nacional.
Na primeira temporada em Coimbra, Ibraim foi titular indiscutível, formando uma frente de ataque temível, com Eldon e Camarin, responsável por uma enorme quantidade de golos. Os números individuais do avançado Ibraim apontam para uma utilização em 29 jogos do Campeonato Nacional da 2ª Divisão Zona Centro, apontando 6 golos na sua conta pessoal.
(Equipa da Academica de Coimbra na temporada de 1981/82)
A Académica de Coimbra não conseguiu subir à 1ª Divisão Nacional, quedando-se apenas no 2º lugar da tabela geral. Classificação que repetiu na temporada seguinte de 1982/83 falhando novamente o objectivo de regressar ao primeiro patamar do futebol português.
Mário Wilson continuou a ser o treinador da Académica de Coimbra na época de 1982/83. Ibraim até começou bem a temporada, realizou 8 jogos e marcou 1 golo, até ao momento em que sofreu um grave lesão que o afastou da equipa conimbricense e, afinal., também do futebol.
(Ibraim com a camisola da Academica de Coimbra)
Com apenas 28 anos de idade Ibraim decidiu colocar um ponto final na sua carreira de futebolista profissional. Lançou-se no mundo dos negócios, mas ainda voltou ao futebol para treinar a equipa do CCD Ancorense.
Actualmente, Ibraim é proprietário de um dos mais famosos restaurantes de Vila Praia de Ancora, “A Tasquinha”, situado num espaço bem rústico e tradicionalmente conhecido pela tasquinha do Ibraim, onde se serve, especialmente, pratos de peixe e marisco. As especialidades da casa são, sobretudo, os cozinhados feitos com a própria água do mar.
(Ibraim lendo o Jornal Vitoria em 2000)
(Ibraim, presentemente, no seu restaurante em Vila Praia de Âncora)
(Rebelo é um dos jogadores do Vitoria SC nesta partida frente ao Sporting CP, no Campo da Amorosa, a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão)
A época de 1949/50 traz para Guimarães um novo treinador. Janos Biri, um húngaro naturalizado português, antigo guarda redes do Boavista FC, com um curriculum vitae cheio de êxitos, onde se destacam, essencialmente, os dois campeonatos nacionais conquistados, como técnico principal, ao serviço do SL Benfica nas temporadas de 1942/43 e 1944/45.
No Campeonato Nacional da 1ª Divisão o Vitoria SC quedou-se pela 11ª posição, protagonizando um péssimo campeonato, salvando-se da descida de divisão, apenas, na última jornada com uma vitória por 3-1 contra o GD Estoril – Praia.
Rebelo voltou a ser uma peça fundamental na equipa vitoriana. Actuando, principalmente, na linha da frente, realizou pelo Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1949/50, um total de 24 jogos, concretizando 5 golos.
(Equipa do Vitoria SC na época de 1949/50)
(Rebelo disputa o lance com os jogadores do CF Belenenses no Campo da Amorosa)
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A temporada seguinte de 1950/51 decorreu com imensas dificuldades para o Vitoria SC, que coleccionou uma série de resultados negativos, voltando a correr iminentes riscos em descer ao escalão secundário do futebol português, algo que ainda não tinha ocorrido na história do clube vimaranense até aquela data.
No comando técnico da equipa manteve-se o húngaro, naturalizado português, Janos Biri. No Campeonato Nacional da 1ª Divisão o Vitoria SC viveu dias tremendamente difíceis, contabilizando resultados contraditórios, ora ganhando surpreendentemente a clubes mais fortes e candidatos aos lugares cimeiros, ora perdendo, inexplicavelmente, com clubes da mesma ou inferior valia.
(No Campo da Amorosa jogo entre o Vitoria SC e o FC Porto)
Efectivamente, era nesta posição que Rebelo atingia maior expressão no seu futebol. O seu sentido posicional no terreno de jogo era admirável, bem como aquele estilo sóbrio e sereno com que abordava os lances.
Rebelo era um jogador esguio, de elevada estatura, com umas pernas longas e características, de tal modo que o apelidavam carinhosamente de “Cataninha” tal a semelhança entre o efeito de uma catana com a forma como desarmava os adversários.
Por isso destacava-se bem nesta nova posição táctica. Defensivamente era dotado, mas ofensivamente era incomparável, dada a forma competente com que gizava as jogas ofensivas. Técnico, sereno, deveras intuitivo, com Peics, Rebelo passou, com sucesso, a ser o motor do ataque do Vitoria SC.
Jogou em 25 jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, apontado apenas um golo ao longo da prova. Foi contudo o Rei das assistências e com isso lucraram os avançados Teixeira e Caraça, que em conjunto apontaram 28 golos na principal competição portuguesa.
(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1951/52)Na temporada de 1952/53 o Vitoria Sport Clube voltou a participar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão e ao garantir a permanência no principal escalão do futebol português no final daquela época, tornou-se o clube com mais participações consecutivas na 1ª Divisão Nacional a seguir ao SL Benfica, Sporting CP, FC Porto e CF Belenenses, feito registado e de assinalar naquele tempo para uma colectividade da província.
O Vitoria SC terminou o Campeonato Nacional da 1ª Divisão na 8ª posição da tabela classificativa. Todavia, a posição alcançada e que se situa a meio da tabela geral, num campeonato disputado por 14 clubes, não foi sinónimo de normalidade nem de uma prova sem sobressaltos. Antes pelo contrário, pois o Vitoria SC viu-se envolvido ate final da competição na luta pela permanência no principal escalão com o Boavista FC, SC Covilhã, Académica de Coimbra, Atlético CP, SC Braga e GD Estoril – Praia.
Alias, o Vitoria SC só garantiu a permanência num dramático jogo disputado na cidade de Guimarães no dia 26 de Abril de 1953 frente ao SC Braga. No Campo da Amorosa, completamente lotado, assistiu-se com elevado dramatismo ao desenrolar do jogo entre vizinhos de Guimarães e Braga e que permaneceu empatado a 2-2 até ao ultimo minuto do encontro, altura em que Caraça apontou o golo da vitoria e da salvação dos vitorianos, que assim venceram a partida por 3-2, remetendo a formação arsenalista para o jogo da liguilha.
Individualmente, na equipa do Vitoria SC, continuava a destacar-se o centrocampista Rebelo. Na principal competição portuguesa voltou a ser um dos totalistas, com 26 jogos, e 4 golos marcados.
Seguiu-se a temporada que fica marcada na historia do Vitoria Sport Clube como a época em que o clube vimaranense desceu pela primeira vez à 2ª Divisão Nacional, facto que apenas voltaria a suceder passado mais de 50 anos, nomeadamente no final da recente temporada de 2005/06, em que o clube foi relegado à 2ª Liga.
Inexplicavelmente a formação vimaranense não conseguiu garantir a manutenção no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1954/55, facto que surpreendeu todo o panorama futebolístico nacional, logo numa altura em que o Vitoria SC tinha apostado fortemente para aquela época.
(Equipa do Vitoria SC na época de 1954/55)
No início da temporada contratou o conceituado treinador inglês Randolph Galloaway que em Portugal tinha alcançado enorme sucesso ao conquistar três títulos de campeão nacional de forma consecutiva como técnico principal do Sporting CP.
A 3 jornadas do final do Campeonato o Vitoria SC tinha pela frente três verdadeiras finais onde só o triunfo poderia evitar o fatídico desiderato que veio a suceder. Na primeira dessa três finais ainda vence no Campo da Amorosa a Académica de Coimbra por 2-1, mas na penúltima jornada carimba definitivamente o passaporte rumo à 2ª Divisão ao não conseguir levar de vencida o Atlético CP.
(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1954/55)
O jogo termina empatado a 0-0, com o Vitoria SC, apoiando por uma imensa falange de apoio que viajou de Guimarães, a desperdiçar inúmeras oportunidades para se adiantar no marcador e assim levar de vencida o adversário. Recorda-se um lance a poucos minutos do final do jogo quando José da Costa, um dos mais prestigiados jogadores do Vitoria, falhou um golo fácil, isolado perante o guarda-redes do Atlético CP.
Foi uma profunda tristeza e desilusão para as gentes de Guimarães que se queixaram de uma tremenda falta de sorte, não só naquele jogo como em outras situações, como a grave lesão que vitimou Rola, um dos mais categorizados jogadores do Vitoria SC e que o impediu de dar o seu contributo à equipa durante quase toda a temporada. O Vitoria SC foi o último classificado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1954/55, com tão só 17 pontos contabilizados.