Glórias do Passado: janeiro 2008

 

Carlos Alvarez


Depois de Lara no inicio da década de 50 do século passado, Amaro, já na década de 60 e Toniño na temporada de 1996/97, no final da década de 90 chegou ao Vitoria de Guimarães um outro jogador de nacionalidade espanhola. Tratava-se de Carlos Alvarez, um meio campista, proveniente do GD Chaves, que viria a representar o Vitoria SC durante as épocas de 1999/00 e 2000/01.

Natural da cidade galega de Vigo na vizinha Espanha, Carlos Perez Alvarez nasceu no dia 1 de Novembro de 1971 e iniciou a sua carreira de futebolista nas categorias jovens do Real Clube Celta de Vigo.

Carlos Alvarez foi considerado inicialmente como um destacado produto da “cantera” do RC Celta de Vigo chegando mesmo a representar a Selecção Nacional de Espanha na categoria de sub 21, onde contabilizou diversas internacionalizações.

Terminado o percurso no futebol jovem, Carlitos, como carinhosamente era tratado pelos aficionados do RC Celta, ficou contratualmente ligado ao principal clube de Vigo, embora cedido nas temporadas de 1989/90 e 1990/91 ao Celta Turista, clube satélite do RC Celta de Vigo, que disputava a 3ª Divisão Nacional espanhola.
.
Com 20 anos de idade, apareceu na primeira equipa do RC Celta de Vigo na época de 1991/92, pela mão do técnico espanhol Txetxu Rojo. Nesta primeira temporada de Carlos Alvarez na equipa principal, o RC Celta de Vigo encontrava-se a disputar a 2ª Liga regressando nessa mesma época à denominada liga das estrelas.
.
(RC Celta de Vigo)
.
Nas duas épocas seguintes, já com o RC Celta de Vigo a participar na 1ª Liga, Carlos Alvarez apenas alinhou em 4 encontros oficiais em 1992/93 e 9 partidas em 1993/94, tendo nesta ultima temporada apontado o seu primeiro golo.

Na época de 1994/95 já apresentou uma utilização mais regular, contabilizando 19 jogos oficiais. E antes de ser cedido na temporada de 1996/97 ao UD Almeria, Carlos Alvarez terá realizado a sua melhor época, em termos exibicionais, em 1995/96, alinhando em 12 jogos oficiais e apontando 2 golos.

Apesar disso, a sua utilização no RC Celta de Vigo não se compactuava com as exigências necessárias à sua evolução. Assim, já com 25 anos de idade, acabou por ser cedido pelos vigueses à UD Almeria, a disputar a 2ª Liga na temporada de 1996/97. Carlos Alvarez registou bons desempenhos ao serviço do UD Almeria, actuando em 21 jogos oficiais, acabando assim por regressar ao seu clube de origem na época seguinte.

Todavia, o RC Celta de Vigo entrava numa nova era, deixando de ser simplesmente um clube modesto que consecutivamente lutava pela manutenção na 1ª Liga, para passar a ser um clube em crescente afirmação europeia, com equipas recheadas de grandes craques mundiais, sob o comando do conceituado técnico Javier Irureta.

E, a partir de então, as portas da titularidade na equipa do RC Celta encerraram-se definitivamente para Carlos Alvarez, que na época de 1997/98 ainda integrou o plantel principal da equipa da cidade de Vigo, sem, contudo, ter alinhado em qualquer partida oficial.
.
A carreira de Carlos Alvares no RC Celta de Vigo prolongou-se por mais de uma dezena de anos, contabilizando mais de 50 jogos na equipa principal. Entretanto, apesar da ligação sentimental que Carlitos tinha com clube, havia chegado o momento de procurar novos rumos que permitissem revitalizar a sua carreira que caminha confrangedoramente para a estagnação.
.

(RC Celta de Vigo)

.

É nesse sentido que surge a possibilidade de rumar à 1ª Liga portuguesa. Já na altura em que Carlos Alvarez regressou ao RC Celta de Vigo, depois de ter estado cedido ao UD Almeria, o GD Chaves tentou convencer o galego a ingressar no futebol português.
.

Porém, com a ilusão de finalmente se afirmar no RC Celta de Vigo, Carlos Alvarez recusou, naquela altura, o convite endereçado pelos flavienses. Mas, no início da época de 1998/99, depois de um ano frustrante no RC Celta de Vigo, Carlos Alvarez, já com 27 anos de idade, decidiu finalmente aceitar o repto lançado para ingressar no futebol português.
.

(GD Chaves na temporada de 1998/99)
.

(GD Chaves)
.

Rubricando contrato com o GD Chaves válido apenas por uma época, Carlos Alvarez chegava a Portugal com o firme propósito de se mostrar ao nosso futebol e, no final, possivelmente ingressar num clube de maior dimensão ou regressar mesmo ao RC Celta de Vigo.
.

Por seu lado, o GD Chaves, treinado inicialmente por Horácio Gonçalves, via em Carlos Alvarez um elemento fundamental para contrabalançar alguma inexperiência dos restantes reforços da equipa. Adoptou a camisola n.º 6 do GD Chaves na época de 1998/99 e realizou uma fantástica temporada ao serviço dos flavienses.
.

(GD Chaves)
.
(GD Chaves na época de 1998/99)
.
A sua estreia oficial no futebol português verificou-se no Estádio Municipal de Chaves no dia 23 de Agosto de 1998 no desafio da 1ª jornada da 1ª Liga entre o GD Chaves e a Académica de Coimbra. O GD Chaves venceu o desafio por 1-0 com um golo apontado aos 74 minutos por Seba, compatriota de Carlos Alvarez, que foi titular naquele encontro.
.
Carlos Alvarez foi sempre uma peça fundamental na equipa do GD Chaves e um dos jogadores mais destacados pela crítica desportiva, chegando mesmo a ficar conhecido como o “Comandante do Marão”. Alinhou em 27 encontros da 1ª Liga, tendo apontado 4 golos. O primeiro golo em Portugal foi marcado frente ao CF Estrela da Amadora, na vitória dos flavienses por 4-1.
.
(Carlos Alvarez no GD Chaves)
.
Marcou ainda naquela época de 1998/99 ao serviço do GD Chaves na vitória dos flavienses sobre o SC Campomaiorense por 3-2 e nas derrotas frente ao SL Benfica por 4-1 e novamente frente ao SC Campomaiorense também por 4-1.

Apesar do bom desempenho de Carlos Alvarez, o GD Chaves não conseguiu a manutenção na 1ª Liga e foi relegado ao segundo escalão. De resto, a equipa flaviense viveu momentos conturbado ao longo da época de 1998/99, passando pelo seu comando técnico quatro treinadores. Inicialmente o cargo foi ocupado por Horácio Gonçalves, que seria substituído por Augusto Inácio, e este por Diamantino Brás, e este, finalmente, por Rodrigues Vaz.

Os desempenhos de Carlos Alvarez, representando o GD Chaves, despertaram o interesse do Vitoria SC. Por isso, foi ele uma das principais aquisições dos vimaranenses para a temporada de 1999/00, cujo treinador continuaria a ser Quinito.
.
(Carlos Alvarez no Vitoria SC na época de 1999/00)
.

(Vitoria SC na temporada de 1999/00)
.
Nesta época, o Vitoria SC apostou essencialmente em jovens jogadores formados no clube, como foi o caso de Pedro Mendes, Fernando Meira, Rego e Lima, sendo os mais sonantes reforços o médio Carlos Alvarez e o extremo Nandinho, proveniente do SL Benfica.

Carlos Alvarez era preferencialmente um centrocampista, que tanto se ocupava de missões defensivas, jogando próximo do médio mais defensivo, como se incorporava com saliência nas manobras ofensivas, fazendo uso das suas qualidades técnicas.
.
Actuava muitas vezes na posição de médio interior direito. Tinha boa visão de jogo e qualidade de passe assinalável. Todavia, não era muito combativo e algo lento nas movimentações.
.
(Vitoria SC na época de 1999/00)
.
(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
.
(Vitoria SC na época de 1999/00)
.
No Vitoria SC nunca se conseguiu afirmar concludentemente. Alternava períodos de boa cadencia na equipa titular do Vitoria SC, com outras fases em que estava ausente das primeiras opções do técnico, sendo certo, na verdade, que também foi muitas vezes vítima de arreliadoras lesões.
.
Na primeira temporada ao serviço do Vitoria SC, o centrocampista espanhol alinhou em 20 partidas na 1ª Liga Nacional, sem ter obtido qualquer golo, alias, registo similar ao da segunda época com o D. Afonso Henriques ao peito, em que Carlos Alvarez não apontou nenhum tento e realizou 19 partidas.
.
(Vitoria SC na época de 1999/00)
.
(Vitoria SC na temporada de 2000/01)
.
(Carlos Alvarez e Fernando Meira no SL Benfica - Vitoria SC)
.
(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
.
O seu contrato com o Vitoria SC terminou no final da época de 2000/01 sem que fosse alvo de qualquer renovação, acabando dispensado pelo treinador Augusto Inácio, que pouco o tinha utilizado na ponta final da última época.
.
(Vitoria SC na época de 2000/01)
.
(C. Alvarez e Quevedo no Vitoria SC - Boavista FC)
.
(Paços de Ferreira - Vitoria SC)
.
(Vitoria SC na temporada de 2000/01)
.
(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
.
(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
.
(Vitoria SC na época de 2000/01)
.
O seu contrato com o Vitoria SC terminou no final da época de 2000/01 sem que fosse alvo de qualquer renovação, acabando dispensado pelo treinador Augusto Inácio, que pouco o tinha utilizado na ponta final da última época.

Carlos Alvarez era um jogador livre no defeso da nova temporada de 2001/02. Recebeu vários convites de pequenos clubes espanhóis e alguns portugueses, acabando por ingressar na equipa do CD Nacional da Madeira, já depois de ter iniciado a pré-temporada.

Aquele clube madeirense treinador por José Peseiro iria disputar a 2ª Liga Nacional, mas apostava fortemente no regresso ao primeiro escalão do futebol português. Para isso, confiava no contributo da experiência de Carlos Alvarez.

Na primeira época no CD Nacional da Madeira, Carlos Alvarez ainda se destacou como um elemento influente na equipa que acabou por ascender à 1ª Liga Nacional. Jogou 19 partidas e apontou 1 golo no Campeonato Nacional da 2ª Liga de 2001/02.
.
Com o CD Nacional da Madeira regressou à 1ª Liga Nacional onde jogou as épocas de 2002/03 e 2003/04. Na 1ª Liga, o médio Carlos Alvarez foi ainda mais preponderante na manobra da equipa madeirense. Não apenas com José Peseiro na primeira temporada como com Casimiro Mior na segunda época.
.
(CD Nacional da Madeira na época de 2002/03)
.
(No CD Nacional da Madeira)
.
(CD Nacional da Madeira na temporada de 2002/03)
.
(Carlos Alvarez no CD Nacional da Madeira)
.
Os números refletem isso mesmo. Em 2002/03 disputou 25 partidas pelo CD Nacional da Madeira, enquanto em 2003/04 participou em 27 encontros. Naquela primeira época ao serviço dos nacionalistas, na 1ª Liga, anotou 4 golos, e apenas 1 na segunda temporada.
.(CD Nacional da Madeira na época de 2003/04)
.
(Carlos Alvarez no CD Nacional da Madeira)
.
Perto de completar 33 anos deixou a equipa do CD Nacional da Madeira e regressou novamente à Galiza para representar a equipa do Ourense CF na época de 2004/05 disputando a 2ª Divisão “B” de Espanha.

Entretanto, Carlos Alvarez deixou a carreira de futebolista profissional de futebol e quando se preparava para começar a orientar uma escola de pequenos futebolistas em Nigrán, um trágico e incompreensível acidente ceifou-lhe a vida.

Com apenas 35 anos de idade, Carlos Alvarez faleceu no dia 5 de Julho do ano de 2006, vítima da queda de um pilar que lhe provocou um golpe profundo e fatal na zona da cabeça.
.
Sem duvida um final triste e inesperadamente breve da historia de um homem que, independentemente do sucesso desportivo, sempre honrou e representou com toda a determinação uma instituição como o Vitoria Sport Clube, o que por si só, entendemos, merece também um lugar nestas paginas de recordações vitorianas.


Autor: Alberto de Castro Abreu 2 Comentários

 

Temporada de 1968/69 - 3ª Parte


O Vitoria SC terminou assim o Campeonato Nacional da 1ª Divisão no 3º posto da tabela classificativa, com 36 pontos, atrás do SL Benfica, treinado por Otto Glória, que se sagrou campeão nacional, com um pecúlio de 39 pontos, e do FC Porto, o vice-campeão, com 37 pontos amealhados.

Esta classificação reflectia, desde logo, o apuramento da equipa vimaranense para as competições internacionais de clubes. Este apuramento apenas se veio a confirmar já no final da época, após a aprovação da reformulação da Taça das Cidades Com Feiras.

A partir de então, o apuramento para disputar esta prova internacional de clubes, dependia da classificação obtida nos respectivos campeonatos nacionais de cada país da Europa. O Vitoria SC, pela classificação obtida e fruto de uma temporada a todos os níveis sensacional, terá o legitimo direito a participar pela primeira vez na sua história numa competição internacional de clubes na temporada de 1969/70.

A equipa do Vitoria SC ao longo do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, marcou um total de 46 golos nas 26 jornadas da prova, sagrando-se o seu avançado brasileiro Manuel, com 18 golos, o melhor marcador da equipa e o segundo melhor da competição.

Os 46 golos apontados pelo Vitoria SC no decurso da prova tiveram a autoria dos seguintes jogadores: o já referido Manuel, com 18 tentos, seguido por Zézinho com 6, Peres, Mendes e Vieira com 4 cada, Augusto e Artur com 2 golos cada um, Gualter, Joaquim Jorge, Manuel Pinto, Silva e Manafá todos com um golo apontado. O Vitoria SC beneficiou ainda de um auto golo de Vieira Nunes da Académica de Coimbra.

Em termos defensivos o Vitoria SC consentiu somente 17 golos em todo o Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1968/69, sendo a par do SL Benfica, a defesa menos batida da prova. De resto, o guarda-redes vitoriano Rodrigues foi mesmo considerado o melhor guardião da competição.

Em termos de distinções individuais cabe ainda referir aquela que foi recebida pelo defesa central do Vitoria SC Joaquim Jorge, agraciado com o troféu denominado “Somelos - Helança” instituído pelo Jornal “A Bola”, premio destinado a distinguir aquele que foi considerado como o melhor jogador do campeonato na sequencia das classificações atribuídas semanalmente pelos jornalistas daquele periódico.

Por ultimo, ainda sobre os dados estatísticos, referencia para os jogadores utilizados pelo Vitoria SC ao longo das 26 jornadas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1968/69. O Vitoria SC utilizou somente 19 jogadores, sendo o guarda-redes Rodrigues e o defesa internacional luso Joaquim Jorge os totalistas com 26 partidas.

O Vitoria SC utilizou ainda os seguintes atletas ao longo da principal competição nacional: Os defesas Gualter (25 jogos), Manuel Pinto (23 jogos), Costeado (17 jogos, mais 1 incompleto); os médios Augusto (24 jogos), Artur (25 jogos), o capitão Peres (22 jogos); e os avançados Zézinho (19 jogos), Manuel (24 jogos, mais 2 incompletos) e Mendes (22 jogos, mais 2 incompletos). Estes, juntamente com Rodrigues e Joaquim Jorge, formaram o onze inicial base do Vitoria SC.

Jogaram ainda nesta temporada na 1ª Divisão Nacional, o defesa Daniel Barreto (14 jogos, mais 1 incompleto); os médios Castro (1 jogo, mais 1 incompleto), Ribeiro (3 jogos incompletos), Silva (5 jogos, mais 8 incompletos); e os avançados Manafá (4 jogos incompletos), Vieira (3 jogos, mais 13 incompletos), Carlos Manuel (10 jogos, mais 4 incompletos) e Bilhó (com 1 jogo incompleto.

Na temporada de 1968/69 o Vitoria SC participou também na Taça de Portugal. Na 1ª eliminatória o Vitoria SC teve que defrontar a equipa do GD Peniche, uma das melhores equipas da 2ª Divisão Nacional.

No jogo da 1ª mão o Vitoria SC deslocou ao Campo do Baluarte em Peniche. Aí, o Vitoria SC sofreu imenso, não só pela valia do adversário, mas também pelo temporal que se abateu e que dificultou demasiadamente a equipa vimaranense.

A eliminatória, disputada em apenas um jogo, esteve mesmo bastante complicada para a equipa do Vitoria SC, já que a formação do GD Peniche adiantou-se mesmo no marcador e depois defendeu-se muito bem, aproveitando as difíceis condições apresentadas do pelado do Campo do Baluarte. O Vitoria SC conseguiu todavia chegar à igualdade a 1-1 por intermédio do inevitável Manuel obrigando assim à realização de um jogo de desempate, desta feita, no Estádio Municipal de Guimarães.
.
No segundo jogo o Vitoria SC demonstrou toda a sua superioridade vencendo, numa partida sem história, por 4-0, com os golos apontados por Carlos Manuel, Zézinho, Manuel e pelo médio Ribeiro.
.
(Vitoria SC - GD Peniche)
.
(Vitoria SC - GD Peniche)
.
Na eliminatória seguinte - correspondente aos dezasseis avos de final - o Vitoria SC deslocou-se ao terreno do vizinho FC Vizela. No Campo Agostinho Lima, repleto de apaniguados de ambas as formações, o Vitoria SC manifestou toda a sua superioridade, que nem o campo de pequenas dimensões e o brio dos vizelenses conseguiram contrapor.
.
O Vitoria SC entrou de rompante vencendo, já ao intervalo, por 1-4, num resultado final que se cifrou em 1-5. Pelo Vitoria SC marcaram Zézinho (em duas ocasiões), Manuel, Mendes e o médio brasileiro Augusto. O tento de honra do FC Vizela foi apontado por Pateta.
.
(FC Vizela - Vitoria SC)
.
Nos oitavos de final foi a vez do Vitoria SC defrontar o primodivisionário Varzim SC, que se encontrava em grande forma nesta parte da época, numa fase da competição em que as eliminatórias já se disputavam no sistema de duas mãos.

Na 1ª mão o Vitoria SC deslocou-se à cidade da Povoa do Varzim, vencendo os varzinistas por 2-3, numa exibição categórica e recheada de momentos verdadeiramente brilhantes.

Na 1ª parte o Vitoria SC dominou totalmente o jogo, não deixando, por um lado, o adversário ter a posse de bola, e por outro, empreendendo lances que redundaram num perigo constante junto à baliza adversária, de onde se destacam duas soberanas oportunidades de golo desperdiçadas por Mendes e Augusto.

Já na 2ª parte, um pouco contra a corrente do jogo, o Varzim SC adiantou-se no marcador. Contudo, o Vitoria SC não se alterou, mantendo a mesma toada ofensiva e logo em seguida obteve o golo da igualdade, por intermédio de Mendes, num esplêndido e indefensável remate.
.
O Vitoria SC marcou depois o 1-2 e o 1-3. Ambos os tentos foram apontados por Carlos Manuel, o primeiro após a cobrança de um canto, e o segundo depois de uma magistral jogada do avançado Manuel que serviu de bandeja o médio do Vitoria SC.
.
(Varzim SC - Vitoria SC)
.
No segundo encontro o Vitoria SC voltou a vencer o Varzim SC por 3-2 agora no Estádio Municipal de Guimarães. Logo na primeira meia hora de jogo já o Vitoria SC vencia por 2-0 com os tentos da autoria de Carlos Manuel e Artur.
.
Após adiantar-se no marcador o Vitoria SC entrou em economia de esforços e o Varzim SC, com mérito indiscutível, acabou por chegar à igualdade em 2-2. Todavia, o Vitoria SC conseguiria suplantar o marcador a seu favor para 3-2, novamente através de um golo de Carlos Manuel, que nesta altura da temporada estava em excelente forma.
.
(Vitoria SC - Varzim SC)
.
Chegados aos quartos de final o Vitoria SC encontrou a equipa da Académica de Coimbra, aquela formação que mais se assemelhava aos vimaranenses no estilo de jogo. A 1ª mão disputada no Estádio Municipal de Guimarães redundou numa vitória dos vimaranenses por 2-1, com golos do capitão Peres e outro na própria baliza.

O Vitoria SC teve muita dificuldade para romper a bem composta defensiva da Académica de Coimbra, que, alem disso, intentava perigosíssimos contra ataques. A briosa cedo adiantou-se no marcador, através de Peres, e partir de então remeteu-se unicamente à defesa.
.
A equipa de Guimarães tentou de todas as formas dar a volta ao marcador, e mesmo depois de conseguir esse objectivo, prosseguiu de forma a dilatar a vantagem para encarar o jogo da 2ª mão tranquilamente. Não foi porém feliz a equipa do Vitoria SC que desperdiçou consecutivamente imensas oportunidades claras de golo.
.
(Vitoria SC - Académica de Coimbra)
.
A Académica de Coimbra conseguiria porém ultrapassar a vantagem do Vitoria SC no jogo da 2ª mão e assim obter o passaporte para as meias-finais da Taça de Portugal na edição da época de 1968/69.
.
Os conimbricenses venceram o Vitoria SC por 5-0 numa tarde negra da defensiva vitoriana. Na verdade, após o primeiro golo da Académica de Coimbra, o Vitoria SC entrou num completo desnorte oferencendo verdadeiros brindes ao ataque da equipa estudantil.
.
(Académica de Coimbra - Vitoria SC)
.
O Vitoria SC ficou assim pelo caminho nesta competição, seguindo a Académica de Coimbra até à final, onde viria a perder o troféu para o SL Benfica que desta forma conseguia concretizar a famosa “dobradinha”.

Conforme a tradição, o Vitoria SC teve participação no Campeonato Norte de Reservas e na Taça Ribeiro dos Reis, onde frequentemente actuavam os jogadores menos utilizados pela equipa principal.
.
Na Taça Ribeiro dos Reis da época de 1968/69, o Vitoria SC terminou classificado na 5ª posição da sua série, que foi vencida pelo SC Salgueiros. A competição, porem, foi conquistada pelo Vitoria de Setúbal que na final venceu o GD Peniche por 1-0.
.
(Vitoria SC - FC Tirsense na Taça de Reservas no Campo da Amorosa)
.

(Vitoria SC - Boavista FC na Taça Ribeiro dos Reis)
.
(Vitoria SC - SC Braga na Taça Ribeiro dos Reis)
.
(Vitoria SC - SC Braga na Taça Ribeiro dos Reis)
.
(Vitoria SC - SC Braga na Taça Ribeiro dos Reis)
.
(Vitoria SC - FC Penafiel na Taça Ribeiro dos Reis)
.
Referencia, ainda, à digressão que o Vitoria SC realizou a França na temporada de 1968/69. Pelo prestígio granjeado ao longo de toda a época, o Banco Português do Atlântico e o Banco Franco-Portugues convidaram o Vitoria SC a disputar uma partida amigável com o Lyon na região francesa de Clermont-Ferrand.

O jogo foi disputado no Campo Michelyn, empresa conceituada e onde trabalhavam imensos portugueses. Alias, aquele recinto, estava completamente lotado de emigrantes portugueses ávidos de ver actuar uma das melhores equipas de futebol lusas.

O Vitoria SC fez uma bela exibição à qual só faltaram os golos. A equipa vimaranense dominou toda a 1ª parte do desafio onde dispões de inúmeras oportunidades de golo. Na 2ª parte, a prestigiada equipa do Lyon tomou conta do jogo, sem nunca conseguir, contudo, superiorizar-se ao Vitoria SC.
.
O jogo foi inesperadamente interrompido perto do final dos 90 minutos quando os jogadores do Lyon abandonaram o terreno de jogo. Desta forma, o Vitoria SC foi oficialmente declarado como vencedor da partida conquistando assim o troféu em disputa.
.
(Vitoria SC em Paris)
.
(Vitoria SC - Lyon)
.
(Festejos dos jogadores do Vitoria SC no final do encontro frente ao Lyon)
.
(Invasão de campo no final do Vitoria SC - Lyon)
.
Por último, regista-se a presença do Vitoria SC, já no final da época desportiva de 1968/69, na Taça Cidade do Porto, juntamente com as equipas do FC Porto, Boavista FC e o Slovan da Checoslováquia.
.
No jogo das meias-finais o Vitoria SC empatou 1-1 com a equipa do Slovan. O desempate fez-se pelo número de cantos conquistados por cada uma das equipas, vencendo, nesta parte, a formação checa por 4-2.
.
(Vitoria SC - Slovan)
.
(Vitoria SC - Slovan)
.
No jogo de atribuição do 3º e 4º lugar o Vitoria SC defrontou o Boavista FC. O resultado cifrou-se novamente numa igualdade, desta feita a 0-0, com o sistema de desempate, agora, a ser favorável à turma vimaranense que conquistou mais cantos, 17 contra apenas um dos axadrezados.


Autor: Alberto de Castro Abreu 1 Comentários

Site Meter