Glórias do Passado: Carlos Alvarez

 

Carlos Alvarez


Depois de Lara no inicio da década de 50 do século passado, Amaro, já na década de 60 e Toniño na temporada de 1996/97, no final da década de 90 chegou ao Vitoria de Guimarães um outro jogador de nacionalidade espanhola. Tratava-se de Carlos Alvarez, um meio campista, proveniente do GD Chaves, que viria a representar o Vitoria SC durante as épocas de 1999/00 e 2000/01.

Natural da cidade galega de Vigo na vizinha Espanha, Carlos Perez Alvarez nasceu no dia 1 de Novembro de 1971 e iniciou a sua carreira de futebolista nas categorias jovens do Real Clube Celta de Vigo.

Carlos Alvarez foi considerado inicialmente como um destacado produto da “cantera” do RC Celta de Vigo chegando mesmo a representar a Selecção Nacional de Espanha na categoria de sub 21, onde contabilizou diversas internacionalizações.

Terminado o percurso no futebol jovem, Carlitos, como carinhosamente era tratado pelos aficionados do RC Celta, ficou contratualmente ligado ao principal clube de Vigo, embora cedido nas temporadas de 1989/90 e 1990/91 ao Celta Turista, clube satélite do RC Celta de Vigo, que disputava a 3ª Divisão Nacional espanhola.
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Com 20 anos de idade, apareceu na primeira equipa do RC Celta de Vigo na época de 1991/92, pela mão do técnico espanhol Txetxu Rojo. Nesta primeira temporada de Carlos Alvarez na equipa principal, o RC Celta de Vigo encontrava-se a disputar a 2ª Liga regressando nessa mesma época à denominada liga das estrelas.
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(RC Celta de Vigo)
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Nas duas épocas seguintes, já com o RC Celta de Vigo a participar na 1ª Liga, Carlos Alvarez apenas alinhou em 4 encontros oficiais em 1992/93 e 9 partidas em 1993/94, tendo nesta ultima temporada apontado o seu primeiro golo.

Na época de 1994/95 já apresentou uma utilização mais regular, contabilizando 19 jogos oficiais. E antes de ser cedido na temporada de 1996/97 ao UD Almeria, Carlos Alvarez terá realizado a sua melhor época, em termos exibicionais, em 1995/96, alinhando em 12 jogos oficiais e apontando 2 golos.

Apesar disso, a sua utilização no RC Celta de Vigo não se compactuava com as exigências necessárias à sua evolução. Assim, já com 25 anos de idade, acabou por ser cedido pelos vigueses à UD Almeria, a disputar a 2ª Liga na temporada de 1996/97. Carlos Alvarez registou bons desempenhos ao serviço do UD Almeria, actuando em 21 jogos oficiais, acabando assim por regressar ao seu clube de origem na época seguinte.

Todavia, o RC Celta de Vigo entrava numa nova era, deixando de ser simplesmente um clube modesto que consecutivamente lutava pela manutenção na 1ª Liga, para passar a ser um clube em crescente afirmação europeia, com equipas recheadas de grandes craques mundiais, sob o comando do conceituado técnico Javier Irureta.

E, a partir de então, as portas da titularidade na equipa do RC Celta encerraram-se definitivamente para Carlos Alvarez, que na época de 1997/98 ainda integrou o plantel principal da equipa da cidade de Vigo, sem, contudo, ter alinhado em qualquer partida oficial.
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A carreira de Carlos Alvares no RC Celta de Vigo prolongou-se por mais de uma dezena de anos, contabilizando mais de 50 jogos na equipa principal. Entretanto, apesar da ligação sentimental que Carlitos tinha com clube, havia chegado o momento de procurar novos rumos que permitissem revitalizar a sua carreira que caminha confrangedoramente para a estagnação.
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(RC Celta de Vigo)

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É nesse sentido que surge a possibilidade de rumar à 1ª Liga portuguesa. Já na altura em que Carlos Alvarez regressou ao RC Celta de Vigo, depois de ter estado cedido ao UD Almeria, o GD Chaves tentou convencer o galego a ingressar no futebol português.
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Porém, com a ilusão de finalmente se afirmar no RC Celta de Vigo, Carlos Alvarez recusou, naquela altura, o convite endereçado pelos flavienses. Mas, no início da época de 1998/99, depois de um ano frustrante no RC Celta de Vigo, Carlos Alvarez, já com 27 anos de idade, decidiu finalmente aceitar o repto lançado para ingressar no futebol português.
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(GD Chaves na temporada de 1998/99)
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(GD Chaves)
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Rubricando contrato com o GD Chaves válido apenas por uma época, Carlos Alvarez chegava a Portugal com o firme propósito de se mostrar ao nosso futebol e, no final, possivelmente ingressar num clube de maior dimensão ou regressar mesmo ao RC Celta de Vigo.
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Por seu lado, o GD Chaves, treinado inicialmente por Horácio Gonçalves, via em Carlos Alvarez um elemento fundamental para contrabalançar alguma inexperiência dos restantes reforços da equipa. Adoptou a camisola n.º 6 do GD Chaves na época de 1998/99 e realizou uma fantástica temporada ao serviço dos flavienses.
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(GD Chaves)
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(GD Chaves na época de 1998/99)
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A sua estreia oficial no futebol português verificou-se no Estádio Municipal de Chaves no dia 23 de Agosto de 1998 no desafio da 1ª jornada da 1ª Liga entre o GD Chaves e a Académica de Coimbra. O GD Chaves venceu o desafio por 1-0 com um golo apontado aos 74 minutos por Seba, compatriota de Carlos Alvarez, que foi titular naquele encontro.
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Carlos Alvarez foi sempre uma peça fundamental na equipa do GD Chaves e um dos jogadores mais destacados pela crítica desportiva, chegando mesmo a ficar conhecido como o “Comandante do Marão”. Alinhou em 27 encontros da 1ª Liga, tendo apontado 4 golos. O primeiro golo em Portugal foi marcado frente ao CF Estrela da Amadora, na vitória dos flavienses por 4-1.
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(Carlos Alvarez no GD Chaves)
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Marcou ainda naquela época de 1998/99 ao serviço do GD Chaves na vitória dos flavienses sobre o SC Campomaiorense por 3-2 e nas derrotas frente ao SL Benfica por 4-1 e novamente frente ao SC Campomaiorense também por 4-1.

Apesar do bom desempenho de Carlos Alvarez, o GD Chaves não conseguiu a manutenção na 1ª Liga e foi relegado ao segundo escalão. De resto, a equipa flaviense viveu momentos conturbado ao longo da época de 1998/99, passando pelo seu comando técnico quatro treinadores. Inicialmente o cargo foi ocupado por Horácio Gonçalves, que seria substituído por Augusto Inácio, e este por Diamantino Brás, e este, finalmente, por Rodrigues Vaz.

Os desempenhos de Carlos Alvarez, representando o GD Chaves, despertaram o interesse do Vitoria SC. Por isso, foi ele uma das principais aquisições dos vimaranenses para a temporada de 1999/00, cujo treinador continuaria a ser Quinito.
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(Carlos Alvarez no Vitoria SC na época de 1999/00)
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(Vitoria SC na temporada de 1999/00)
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Nesta época, o Vitoria SC apostou essencialmente em jovens jogadores formados no clube, como foi o caso de Pedro Mendes, Fernando Meira, Rego e Lima, sendo os mais sonantes reforços o médio Carlos Alvarez e o extremo Nandinho, proveniente do SL Benfica.

Carlos Alvarez era preferencialmente um centrocampista, que tanto se ocupava de missões defensivas, jogando próximo do médio mais defensivo, como se incorporava com saliência nas manobras ofensivas, fazendo uso das suas qualidades técnicas.
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Actuava muitas vezes na posição de médio interior direito. Tinha boa visão de jogo e qualidade de passe assinalável. Todavia, não era muito combativo e algo lento nas movimentações.
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(Vitoria SC na época de 1999/00)
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(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
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(Vitoria SC na época de 1999/00)
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No Vitoria SC nunca se conseguiu afirmar concludentemente. Alternava períodos de boa cadencia na equipa titular do Vitoria SC, com outras fases em que estava ausente das primeiras opções do técnico, sendo certo, na verdade, que também foi muitas vezes vítima de arreliadoras lesões.
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Na primeira temporada ao serviço do Vitoria SC, o centrocampista espanhol alinhou em 20 partidas na 1ª Liga Nacional, sem ter obtido qualquer golo, alias, registo similar ao da segunda época com o D. Afonso Henriques ao peito, em que Carlos Alvarez não apontou nenhum tento e realizou 19 partidas.
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(Vitoria SC na época de 1999/00)
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(Vitoria SC na temporada de 2000/01)
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(Carlos Alvarez e Fernando Meira no SL Benfica - Vitoria SC)
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(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
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O seu contrato com o Vitoria SC terminou no final da época de 2000/01 sem que fosse alvo de qualquer renovação, acabando dispensado pelo treinador Augusto Inácio, que pouco o tinha utilizado na ponta final da última época.
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(Vitoria SC na época de 2000/01)
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(C. Alvarez e Quevedo no Vitoria SC - Boavista FC)
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(Paços de Ferreira - Vitoria SC)
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(Vitoria SC na temporada de 2000/01)
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(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
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(Carlos Alvarez no Vitoria SC)
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(Vitoria SC na época de 2000/01)
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O seu contrato com o Vitoria SC terminou no final da época de 2000/01 sem que fosse alvo de qualquer renovação, acabando dispensado pelo treinador Augusto Inácio, que pouco o tinha utilizado na ponta final da última época.

Carlos Alvarez era um jogador livre no defeso da nova temporada de 2001/02. Recebeu vários convites de pequenos clubes espanhóis e alguns portugueses, acabando por ingressar na equipa do CD Nacional da Madeira, já depois de ter iniciado a pré-temporada.

Aquele clube madeirense treinador por José Peseiro iria disputar a 2ª Liga Nacional, mas apostava fortemente no regresso ao primeiro escalão do futebol português. Para isso, confiava no contributo da experiência de Carlos Alvarez.

Na primeira época no CD Nacional da Madeira, Carlos Alvarez ainda se destacou como um elemento influente na equipa que acabou por ascender à 1ª Liga Nacional. Jogou 19 partidas e apontou 1 golo no Campeonato Nacional da 2ª Liga de 2001/02.
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Com o CD Nacional da Madeira regressou à 1ª Liga Nacional onde jogou as épocas de 2002/03 e 2003/04. Na 1ª Liga, o médio Carlos Alvarez foi ainda mais preponderante na manobra da equipa madeirense. Não apenas com José Peseiro na primeira temporada como com Casimiro Mior na segunda época.
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(CD Nacional da Madeira na época de 2002/03)
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(No CD Nacional da Madeira)
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(CD Nacional da Madeira na temporada de 2002/03)
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(Carlos Alvarez no CD Nacional da Madeira)
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Os números refletem isso mesmo. Em 2002/03 disputou 25 partidas pelo CD Nacional da Madeira, enquanto em 2003/04 participou em 27 encontros. Naquela primeira época ao serviço dos nacionalistas, na 1ª Liga, anotou 4 golos, e apenas 1 na segunda temporada.
.(CD Nacional da Madeira na época de 2003/04)
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(Carlos Alvarez no CD Nacional da Madeira)
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Perto de completar 33 anos deixou a equipa do CD Nacional da Madeira e regressou novamente à Galiza para representar a equipa do Ourense CF na época de 2004/05 disputando a 2ª Divisão “B” de Espanha.

Entretanto, Carlos Alvarez deixou a carreira de futebolista profissional de futebol e quando se preparava para começar a orientar uma escola de pequenos futebolistas em Nigrán, um trágico e incompreensível acidente ceifou-lhe a vida.

Com apenas 35 anos de idade, Carlos Alvarez faleceu no dia 5 de Julho do ano de 2006, vítima da queda de um pilar que lhe provocou um golpe profundo e fatal na zona da cabeça.
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Sem duvida um final triste e inesperadamente breve da historia de um homem que, independentemente do sucesso desportivo, sempre honrou e representou com toda a determinação uma instituição como o Vitoria Sport Clube, o que por si só, entendemos, merece também um lugar nestas paginas de recordações vitorianas.


Autor: Alberto de Castro Abreu

Mesmo triste o que aconteceu com o Carlos. Os meus mais sinceros p�sames a todos os seus familiares e amigos, incluindo, claro, todos aqueles que foram seus colegas de equipa pela sua carreira de futebolista fora.

Engra�ado, que quando vim para os EUA conheci um sujeito galego, de Pontevedra chamado exactamente "Carlos Alvarez"!

Se n�o estou em erro, o Carlos Alvarez fazia parte duma equipa fant�stica do V. Guimar�es, treinada por Quinito � quando ele festejava os golos do VSC dando voltinhas em redor do banco dos suplentes, lembram-se? � e tamb�m, ainda, com Fernando Meira, Edmilson, Riva, M�rcio Teodoro (anteriormente no Mar�timo) e, se n�o estou em erro, o Pedro Mendes.

Essa equipa ia embalada para o 4.� � ou talvez o 3.� � lugar, mas no �ltimo ter�o do campeonato baixou de redimento, dramaticamente, e acabou a� pelo 7.� lugar.

Lembram-se?!
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LEMBRO ME SIM!!PORQUE O SR.pimentinha esta mais concentrado em despedir o Quinito do que apoiar a equipa
 
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