O jovem Germano era apontado como um das grandes promessas do futebol juvenil português, de tal modo que foi sempre titular na Selecção Nacional nos vários escalões etários. Cumpriu 10 internacionalizações em representação de Portugal nos escalões de juvenis e 9 nos juniores. Já como profissional contabilizou ainda 1 internacionalização na Selecção Nacional de Esperanças na temporada de 1985/86 numa altura em que representava o SC Covilhã.
Terminado o percurso no futebol juvenil, o defesa central Germano foi cedido pelo Sporting CP, por uma época, ao Amora FC, mas na temporada de 1984/85 chegou a integrar o plantel sénior dos leões de Alvalade. Foi John Toshack, treinador do Sporting CP na época de 1984/85, que concedeu esse privilégio ao jovem Germano, que todavia, e essencialmente devido à sua juventude, seria pouco utilizado naquela época pelo conjunto de Alvalade, que preferiu a dupla Oceano/Venâncio ou Morato.
Germano actuou apenas em 3 partidas oficiais do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1984/85, ao serviço do Sporting CP, que terminou a prova como vice-campeão nacional atrás do FC Porto que conquistou o título.
No inicio da época de 1985/86, o SC Covilhã ascendia à 1ª Divisão Nacional e nesse clube o defesa Germano prosseguiu a carreira, mais uma vez emprestado pelo Sporting CP. Foi praticamente titular indiscutível na equipa serrana comandada por Vieira Nunes, que no final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão se viu novamente relegada ao segundo escalão, pois não conseguiu ir alem o ultimo lugar na classificação geral.
(Plantel do SC Covilhã na época de 1985/86) (Equipa do SC Covilhã na época de 1985/86) (SC Covilhã na temporada de 1985/86)Deixou a Covilhã - clube ao qual iria regressar um ano depois – mas não regressaria a Alvalade, já que foi novamente cedido a titulo de empréstimo, desta a feita aos leões do Algarve. Depois de participar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão ao serviço dos leões de Alvalade e mais tarde nos leões serranos, na época de 1986/87, Germano alinhou pela equipa do SC Farense.
No SC Farense, Germano sentiu algumas dificuldades para se impor como titular indiscutível, quer com Dinis Vital, técnico que comandou a equipa algarvia até à 5ª jornada, quer depois com Manuel Balela, ou ainda Cláudio Garcia. Foi utilizado apenas em 12 dos 30 encontros que compunham a prova.
Apesar do 15º lugar obtido pelo SC Farense no final Campeonato Nacional da 1ª Divisão na época de 1986/87, o clube algarvio não desceu de divisão, pois beneficiou do alargamento no numero de clubes que passou a disputar a principal competição portuguesa.
(SC Farense na temporada de 1986/87)
(Germano no SC Farense na temporada de 1986/87)
(Equipa do SC Farense na época de 1986/87) (No SC Farense na temporada de 1986/87)(Equipa do SC Covilhã na época de 1987/88)
(No Estádio do Jamor Sporting CP - SC Covilhã em 1987/88)Mas o defesa central Germano foi com todos aqueles técnicos sempre o defesa central titular e talvez único que passou incólume nos maus desempenhos generalizados na equipa do SC Covilhã. De facto, apesar de os resultados colectivos terem sido fracos, do ponto de vista individual esta terá sido a época em que Germano despertou o interesse em clubes mais ambiciosos, como de resto comprova a sua transferência para o Vitoria de Guimarães.
Registe-se ainda que na época de 1987/88 ao serviço do SC Covilhã, Germano actuou em 31 partidas oficiais do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, tendo apontado os seus dois primeiros golos da sua carreira naquele escalão. Um deles foi apontado ao GD Chaves na derrota do SC Covilhã por 2-1, tendo ambos os golos dos flavienses sido apontados por Vermelhinho. O outro golo anotado por Germano na 1ª Divisão nesta época foi em nova derrota do SC Covilhã, desta feita por concludentes 5-1 em Setúbal frente ao Vitoria local. Germano marcou o golo de honra dos serranos, enquanto que para os setubalenses marcaram Aparício por 3 vezes e Manuel Fernandes em duas ocasiões.
No início da época de 1988/89 o Vitoria SC transferiu o defesa internacional português Miguel para o Sporting CP. Em contrapartida os vimaranenses receberam, alem de uma quantia em dinheiro, os “passes” de Silvinho, Vítor Santos e do defesa central Germano, que assim se desvinculava definitivamente do Sporting CP e rumava a Guimarães disposto a afirmar-se definitivamente.
Logo na primeira época em Guimarães, Germano afirmou-se como peça fundamental na equipa do Vitoria SC, que no Campeonato Nacional da 1ª Divisão não foi alem do mediano 9º lugar na tabela classificativa. Formou, normalmente, com o brasileiro Bene uma boa dupla de defesa centrais, que disponha ainda no plantel um jogador da categoria de Nene, que nessa época chegou também a ser o treinador do Vitoria SC, já que ocupou esse cargo depois da demissão do técnico brasileiro Geninho.
(Equipa vencedora da Supertaça na época de 1988/89)
(Vitoria SC - FC Porto jogo da 1ª mão da Supertaça)
(Plantel do Vitoria SC na época de 1988/89)
A sua passagem por Guimarães começou porem com a conquista de um título. Germano foi um dos elementos em destaque no jogo da 2ª mão da Supertaça Cândido de Oliveira disputada no Estádio das Antas em que a equipa do Vitoria SC conseguiu arrancar um nulo suficiente para garantir a conquista do troféu.
No Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1988/89, Germano alinhou em 28 partidas oficias da competição, onde apontou 2 golos. Um deles no importante empate verificado no Estádio Municipal de Guimarães no desafio entre o Vitoria SC e o FC Porto, que terminou a 1-1, tendo o golo vimaranense sido apontado por Germano enquanto o tento portista foi apontado pelo médio Sousa.
(Plantel do Vitoria SC na época de 1988/89)
(Equipa do Vitoria SC na época de 1988/89)
O segundo golo da época foi apontado ao Boavista FC, uma vez mais no Estádio Municipal de Guimarães, na derrota caseira dos vimaranenses por 2-3. Para o Vitoria SC marcaram os defesas Nando e Germano, enquanto que para os axadrezados anotaram Isaías, Nelson e Jorge Andrade.
Nesta época de 1988/89 foi também a época de estreia de Germano nas competições internacionais de clubes. Disputou ambos os encontros da 1ª eliminatória frente aos holandeses do Roda que acabaram por eliminar o Vitoria SC com resultado final de 1-2.
(Germano com a Supertaça Candido de Oliveira)
(Vitoria SC na época de 1988/89)
(CF Belenenses - Vitoria SC na temporada de 1988/89)
Mas seria na época de 1989/90 que Germano se evidenciou efectivamente ao serviço do Vitoria SC e mesmo no futebol português. Foi elemento preponderante na obtenção do 4º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão formando com novamente com Bené e o libero brasileiro William, um trio de centrais praticamente intransponível.
Nessa época sob o comando do brasileiro Paulo Autuori, Germano participou em 31 jogos no Campeonato Nacional tendo apontado um golo na competição. No Campeonato Nacional o Vitoria SC fez exibições de gala tendo mesmo ocupado o 1º lugar da tabela classificativa. Já na Taça de Portugal foi a época da inesquecível eliminação nas meias-finais em Guimarães pelo CF Estrela da Amadora.
(Equipa do Vitoria SC na época de 1989/90)
(Vitoria SC - FC Penafiel)Germano era um defesa central especificamente de marcação. Fazia da sua elevada estatura e do respeitado porte atlético “armas” na missão de marcar os avançados das equipas adversárias, o que sempre fazia de forma impetuosa e impiedosa mas sem roçar a violência.
No jogo aéreo, defensivo ou ofensivo, era inultrapassável fazendo jus aos centímetros que ostentava. Não era um primor de técnica mas também não era um perfeito “tosco” denotando uma habilidade aceitável para a posição que ocupava no terreno de jogo.
Alem de ser um verdadeiro “arrastão” na defesa da muralha vitoriana, Germano era um jogador empenhado, esforçado e uma verdadeira voz de comando, cujo o papel de capitão de equipa que chegou a assumir lhe assentava perfeitamente.
(Plantel do Vitoria SC na temporada de 1990/91)
(Equipa do Vitoria SC na época de 1990/91)
Na época de 1991/92 iniciou o princípio do fim da história de Germano no Vitoria SC. Vítima de uma gravíssima lesão que demorou bastante tempo a debelar apenas participou em 6 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Aí Frederico, Matias e Taoufik foram mais vezes utilizados pelo treinador João Alves na posição de defesa central em face do impedimento de Germano, numa equipa do Vitoria SC que conquistou a 5ª posição e regressou desta forma às competições europeias.
(Germano no Vitoria SC na época de 1991/92) (No Vitoria SC)O mesmo infortúnio e a limitada utilização de Germano no Vitoria SC acabou por suceder na época seguinte já sob os comandos de Marinho Peres inicialmente e Bernardino Pedroto depois.
Na época de 1992/93 o defesa central Tanta era o esteio da defesa sendo normalmente acompanhado na dupla por Matias ou o tunisino Taoufik. Germano apenas dispitou 11 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão em que o Vitoria SC foi o 11º classificado.
(Equipa caricaturada do Vitoria SC na temporada de 1992/93)
(Vitoria SC na temporada de 1992/93)
(Germano em caricatura no Vitoria SC)
(Capitaneando a equipa do Vitoria SC na temporada de 1992/93)
Germano foi praticamente titular indiscutível na equipa do CF União da Madeira, formando um trio central defensivo de inquestionável qualidade. Germano e o brasileiro Marco Aurélio, que mais tarde foi transferido para o Sporting CP, juntamente com o jugoslavo Dragan compunham um sector capaz.
Nessa época de 1993/94 Germano alinhou em 22 partidas oficiais do Campeonato Nacional da 1ª Divisão sem contudo apontar qualquer golo. Foi titular nos dois encontros que o CF União da Madeira defrontou o Vitoria de Guimarães na principal liga. Em Guimarães, logo à 9ª jornada, Germano e o CF União da Madeira perderam por 2-0, com os golos do Vitoria SC a serem apontados pelo avançado Ziad e Alessandro. No encontro da 2ª volta verificou-se o mesmo resultado no Estádios dos Barreiros, mas desta feita a favor da equipa unionista, com os tentos a ser da autoria de Jokanovic e Manu.
A segunda época de Germano no CF União da Madeira não foi tão famosa como a anterior. As coisas não correram de feição nem para o Germano a nível particular, nem tão pouco para o clube insular que no final da competição terminou em 16º lugar sendo por via disso relegado à 2ª Divisão de Honra.
A temporada de 1994/95 ainda começou por ser comandada por Ernesto Paulo que depois veio a ser substituído pelo também brasileiro Arthur Bernardes. Com o primeiro técnico Germano foi sempre titular indiscutível, situação que não se veio a manter com a entrada do novo treinador. A partir dai a sua utilização foi bem mais intermitente.
(No CF União da Madeira na temporada de 1994/95)
Germano ainda actuou em 16 partidas oficiais no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1994/95. Ressalta nesta época, o último encontro disputado por Germano contra o seu antigo clube o Vitoria de Guimarães.
Foi um jogo magnifico e de futebol de ataque, recheado de muitos golos. Foi à 6ª jornada do Campeonato realizada no dia 1 de Outubro de 1994 e perante poucos mais de 700 espectadores no Estádio dos Barreiros. Este sensacional jogo teve em Germano o capitão da equipa do CF União da Madeira que se adiantou no marcador logo por Jokanovic. O Vitoria SC deu a volta ao marcador por intermédio de Pedro Barbosa e Dane. Porem, primeiro o brasileiro Beto e depois Simic recolocaram a equipa insular a vencer por 3-2. Por fim, Dane marcou para o Vitoria SC estabelecendo assim o resultado final em 3-3.
Germano completou assim 11 épocas consecutivas a jogar na 1ª Divisão Nacional do futebol português. Nessas épocas destacam-se naturalmente aquelas em que representou o Vitoria de Guimarães, o clube onde atingiu certamente maior notoriedade ao longo de toda a sua carreira.