Glórias do Passado: Temporada de 1970/71 - 1ª Parte

 

Temporada de 1970/71 - 1ª Parte


A temporada de 1970/71 iniciou-se com Antero Henriques da Silva Júnior como o novo presidente da Direcção do Vitoria SC. Enganado por dois apuramentos consecutivos para as competições internacionais, o Vitoria SC não promoveu – como talvez se exigiria tendo em conta a idade de alguns jogadores que compunham a espinha dorsal da equipa – a uma renovação mais profunda no seu plantel de futebol sénior.

A verdade é que um núcleo importante de jogadores da equipa principal, alguns deles verdadeiramente fulcrais, como Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Artur, o capitão Peres, Mendes e também Daniel e o guarda-redes Roldão, vinham constituído, praticamente desde o início da década de 60, como titulares indiscutíveis.

No início desta época, questionou-se fortemente a idade dos jogadores do plantel principal do Vitoria SC, alguns com mais de 30 anos de idade, e a sua capacidade de resposta para mais uma exigente temporada. Os responsáveis do Vitoria SC acreditaram, erradamente dir-se-ia depois, que aqueles poderiam responder as necessidades do clube, pelo menos durante mais uma época, não procedendo, assim, à necessária e profunda remodelação.

A verdade é que esse terá sido um factor determinante na medíocre prestação da equipa do Vitoria SC ao longo da temporada de 1970/71, que apenas garantiu a manutenção na 1ª Divisão Nacional na última jornada do Campeonato, pois os índices físicos daqueles jogadores, alguns deles titulares indiscutíveis, não eram os mais consentâneos com as aspirações do clube.

A época de 1970/71 trouxe também para Guimarães um novo treinador para a equipa principal do Vitoria SC. Na verdade, tratava-se efectivamente de um regresso e não de um novo treinador que ingressava no Vitoria SC.

Fernando Caiado, o treinador português que comandou o Vitoria SC em praticamente toda a temporada de 1969/70, mas que anos depois regressaria a Guimarães, teve muitas dificuldades em angariar a desejada simpatia dos apaniguados do clube e como tal não foi convidado a renovar o seu contrato deixando o cargo de técnico principal da equipa vimaranense.

O brasileiro Jorge Vieira foi contratado no inicio desta temporada para o comando da equipa do Vitoria SC, depois da brilhante época protagonizada em 1968/69 em que os vimaranenses espantaram todo o país com o 3º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão e o primeiro apuramento da historia do clube para as competições europeias.
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Consumava-se assim o ansiado regresso do treinador brasileiro ao Vitoria SC, tal como os sócios tanto desejavam, criando uma onda de grande entusiasmo e optimismo junto da massa associativa, que acreditava repetir a façanha protagonizada na época de 1968/69.
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(Apresentação do Vitoria SC para a época de 1970/71)

Não seria porem um regresso feliz o de Jorge Vieira, abrindo-se aqui, talvez, uma verdadeira sina na historia do Vitoria SC, a de que o regresso dos técnicos com sucesso numa primeira passagem pelo clube se reconduzem a inexitos aquando da segunda passagem. Assim foi, por exemplo, com o brasileiro Jorge Vieira, mas também com Marinho Peres, Paulo Autuori, Jaime Pacheco ou mesmo com Quinito.

Quanto ao plantel do Vitoria SC registe-se, desde logo, as saídas dos veteranos Roldão e Daniel. O médio Bilreiro e o avançado Carlos Manuel rescindiram os contratos que os ligava ao Vitoria SC. Manuel, o importante avançado do Vitoria SC, Castro e Bilhó, estes dois menos preponderantes, foram também dispensados da formação vitoriana para a época de 1970/71.

Em matéria de aquisições, assinala-se a entrada de Gomes, conceituado guarda-redes português que havia representado a Académica de Coimbra e o CF Belenenses. O Vitoria SC contratou ainda nesta temporada, o jovem Gouveia, de apenas 20 anos de idade, ao FC Lobito, José Maria e o avançado Ibraim, jogador que se evidenciaria ao serviço dos vimaranenses no início da década de 70.

Outra importante aquisição do Vitoria SC na época de 1970/71 foi o avançado luso-brasileiro Jorge Gonçalves. Conhecido no Brasil como Jorge “O Português”, o avançado Jorge Gonçalves foi adquirido pelo Vitoria SC à Associação Portuguesa dos Desportos, do Brasil, por expressa indicação do treinador Jorge Vieira.

As novidades no plantel do Vitoria SC para a nova temporada de 1970/71 contemplam ainda os jovens Miranda, Cartucho, Edmundo Duarte e Ângelo Barbosa, que acabaram por ser algumas vezes utilizados face às várias lesões que assolaram a equipa vimaranense ao longo de toda a época.

E por causa dessas lesões, sobretudo aquelas que vitimaram os defesas centrais Manuel Pinto e Joaquim Jorge, que o Vitoria SC se viu obrigado, já com a temporada de 1970/71 em andamento, a contratar o defesa central Herculano ao Vitoria SC para suprir as ausências daqueles jogadores.

O Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1970/71 começou com a deslocação do Vitoria SC ao Estádio do Restelo para defrontar o CF Belenenses. O Vitoria SC não conseguiu impedir os azuis do Restelo de realizar uma excelente exibição na jornada inaugural da prova, revelando a equipa vimaranense, comparativamente com o adversário, um nítido atraso na preparação e índices físicos reduzidíssimos.

O CF Belenenses adiantou-se no marcador logo aos 6 minutos por intermédio de Camolas, terminando a 1ª parte do encontro com uma magra vantagem de 1-0 tendo em conta o volume de jogo e as oportunidades que dispôs.

Na 2ª metade da contenda o CF Belenenses adiantou-se no marcador por intermédio de Godinho primeiro aos 49 minutos e Arlindo aos 56, sem que a equipa do Vitoria SC revelasse, nesta altura, capacidade para reagir à desvantagem. Os vimaranenses acabariam por reduzir para 3-1, aos 83 minutos pelo médio Artur, naquele que seria o resultado final do encontro.

No Estádio Municipal de Guimarães, o Vitoria SC recebeu o recém primodivisionário FC Tirsense, treinada pelo ex guarda-redes do Vitoria SC Ramin, na partida da 2ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1970/71.

A estreia do Vitoria SC perante os seus adeptos nesta nova temporada foi uma verdadeira desilusão, essencialmente porque os vitorianos esperavam, naturalmente, uma vitória relativamente fácil, já que jogavam em casa frente a uma equipa de valia técnica consideravelmente inferior.

O certo é que não foi isso que se verificou, cifrando-se o resultado final numa igualdade a 0-0, com a equipa do Vitoria SC a não conseguir levar de vencida o seu brioso opositor, apesar da maior percentagem de posse de bola e das oportunidades de que dispôs.

Para o insucesso, muito contribuiu a muralha defensiva da equipa de Santo Tirso, que valorosamente impediu o golo ao Vitoria SC, mas também alguma ineficácia e impreparação física de alguns jogadores da equipa da cidade berço.

(Vitoria SC - FC Tirsense no Estádio Municipal de Guimarães)
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À 3ª jornada defrontaram-se o FC Barreirense e o Vitoria SC, duas equipas que participavam nas competições europeias na época de 1970/71, precisamente nas vésperas de uma partida para essa competição internacional.

O Vitoria SC dominou inteiramente toda a 1ª parte do desafio, apresentando uma qualidade de futebol razoável, assente, particularmente, na posse de bola. Para esse facto, muito contribuiu o golo madrugador apontado por Bernardo da Velha logo aos 2 minutos de jogo, que teve o condão de tranquilizar a equipa do Vitoria SC e desconcentrar a turma do Barreiro.

Porem, na 2ª parte, tudo foi diferente. A equipa do FC Barreirense, a actuar perante o seu público, tornou-se mais coesa e forte ofensivamente, fazendo tudo o que estava ao seu alcance para igualar o encontro.

O Vitoria SC assumiu, como se previa, uma atitude de contra golpe, chegando mesmo a protagonizar algumas jogadas de perigo junto da baliza defendida pelo guarda-redes Bento.

Depois de muito porfiar, o FC Barreirense acabou mesmo por chegar aos 57 minutos ao empate a 1-1, por intermédio de Câmpora, naquele que viria a ser o resultado final na partida, desfecho que se ajustava fielmente aquilo que se passou no Campo D. Manuel Melo no Barreiro.

O Vitoria SC voltou a jogar no Estádio Municipal de Guimarães na 4ª jornada, desta feita, para receber o SL Benfica, numa partida apitada pelo célebre arbitro portuense Armando Paraty da A. F. Porto.

Foi criada uma enorme expectativa acerca deste jogo entre o Vitoria SC e o SL Benfica, de tal modo que foram milhares os adeptos que lotaram completamente o recinto vimaranense.

O jogo realizou-se debaixo de um inesperado calor tórrido de fim de verão, logo depois de uma eliminatória europeia disputada por ambas as equipas a meio da semana. Talvez pela conjugação destes dois factores o jogo foi pautado por um ritmo em toada muito lenta.

O Vitoria SC, notoriamente mais defensivo, permitiu o domínio do jogo à equipa do SL Benfica, sem que os encarnados criassem grandes oportunidades de golo.
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(Vitoria SC - SL Benfica no Estádio Municipal de Guimarães)

Eusébio, a pérola benfiquista, foi manietado com sucesso, por força da marcação individual movida por Osvaldinho. Com Eusébio praticamente fora do jogo, foi Torres o jogador mais perigoso dos encarnados.

Na equipa vimaranense, Mendes assumiu-se como principal impulsionador das manobras ofensivas, no apoio a Ademir e Zezinho. Também Bernardo da Velha, com os seus perigosos remates de longa distancia, chegou algumas vezes com muito perigo junto da grande área adversaria.

A igualdade a 0-0 que se verificou no final da partida foi um resultado justo, pois apesar de o domínio de jogo ter pertencido ao SL Benfica, as grandes oportunidades acabaram por pertencer a turma da cidade berço, em consequência dos perigosos contra ataques que empreendeu.

(Vitoria SC - SL Benfica no Estádio Municipal de Guimarães)

Era o terceiro empate consecutivo obtido pelo Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1970/71. Nova igualdade a 0-0 verificou no jogo da 5ª jornada da principal prova portuguesa, desta vez, no jogo disputado no Estádio do Mar frente ao Leixões SC.

As duas equipas assumiram uma postura ofensiva, mas sem qualquer resultado pratico fruto da inoperância dos sectores mais adiantados na hora da finalização. O Vitoria SC foi porem a equipa mais afoita ao longo da 1ª metade, enquanto que o Leixões SC ganhou ligeira ascendência no 2º tempo.

Também nas oportunidades de golo as equipas equivaleram-se. No Vitoria SC destaque-se especialmente as perdidas consecutivas dos avançados Zezinho e Ademir, que frequentemente fizeram brilhar o guarda-redes do Leixões SC Tibi.

Quando tudo levava a crer que o Vitoria SC iria iniciar a sua recuperação, surgiu novamente um resultado manifestamente adverso. À 6ª jornada aconteceu uma nova derrota em casa contra a formação do Vitoria de Setúbal por 2-3.

Depois de um período inicial em que as equipas se estudaram mutuamente, sem iniciativas ofensivas, o Vitoria SC começou aos poucos a impor-se na partida, gozando de algumas chances claras de golo, o que não veio a verificar-se, sobretudo, devido à imperícia dos seus atacantes, mas também em grande medida pela fantástica exibição do a guarda redes setubalense Torres.

Precisamente no período em que o Vitoria SC detinha maior ascendente sobre o adversário, o Vitoria de Setúbal conseguiu aos 28 minutos, de forma algo fortuita, o primeiro golo do desafio, por intermédio de Vagner, que aproveitou uma infeliz desatenção de um defesa dos vimaranense.

A 2ª parte do encontro iniciou-se, praticamente, com o golo da igualdade do Vitoria SC, apontado por Zezinho aos 53 minutos. Contudo, o 2º tempo, trouxe um novo protagonista na equipa setubalense, com a entrada do avançado Guerreiro para o lugar de Arcanjo.

Seria Guerreiro o autor de mais dois golos do Vitoria de Setúbal, concretamente aos 66 e 88 minutos, sempre em jogadas de contra ataque, aproveitando o balanceamento atacante do Vitoria SC que, inicialmente, procurava adiantar-se no marcador e depois, pelo menos, chegar à igualdade.

O Vitoria SC acabou por reduzir para 2-3, aquele que seria o resultado final, através de um golo apontado por Ademir aos 89 minutos, bem próximo do apito final a encerrar a partida.

(Vitoria SC - Vitoria de Setubal no Estádio Municipal de Guimarães)

Esta partida ficou marcada também por uma arbitragem muito contestada pela massa associativa do Vitoria SC. No Estádio Municipal de Guimarães verificaram-se alguns incidentes com as manifestações de desagrado dos adeptos vitorianos.

Em consequência, aquele recinto foi interditado pela Federação Portuguesa de Futebol que disciplinarmente puniu o Vitoria SC com 2 jogos de interdição em actuar no Estádio Municipal de Guimarães.

Os ânimos já começavam a ficar bastante apreensivos junto da massa associativa do Vitoria SC, quando a equipa conseguiu a primeira vitória no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1970/71.

Ocorreu somente à 7ª jornada no Estádio da Povoa do Varzim, quando o Vitoria SC venceu a equipa do Varzim SC por 0-2, numa partida que ficou marcada pela enorme inteligência do conjunto vimaranense, mas acima de tudo, pela actuação de Bernardo da Velha, Zezinho e o capitão Peres.

Este jogo realizou-se logo após a eliminação do Vitoria SC da Taça das Cidades com Feiras. Com evidente cansaço dos jogadores do Vitoria SC, fortemente desmoralizados, aguardava-se imensas dificuldades nesta sempre difícil deslocação à Povoa do Varzim.

Porem, o Vitoria SC fez um grande jogo. Dominou praticamente durante toda a partida o desenrolar dos acontecimentos, não criando grandes lances de perigo, é certo, mas sem passar por qualquer calafrio.

Nos últimos 20 minutos da partida, o Vitoria SC acabou por sentenciar o desafio a seu favor, conquistando assim a sua primeira vitória na liga portuguesa. O primeiro golo foi apontado por Bernardo da Velha aos 68 minutos, num remate onde a bola caprichosamente passou por uma molhada de jogadores e anichou-se no fundo da baliza do Varzim SC.

O segundo e decisivo golo foi apontado pelo avançado Zezinho aos 86 minutos, concluindo um rápido contra ataque da equipa do Vitoria SC e concretizando assim aquele que seria resultado final de 0-2.

A 8ª jornada poderia ser o capítulo fundamental na reviravolta do Vitoria SC. As lesões, porem, tinha afastado três peças fundamentais na equipa: Manuel Pinto, Mendes e Jorge Gonçalves, entre outros jogadores. Além disso, Artur, Bernardo da Velha e Joaquim Jorge, todos jogadores fulcrais, estavam fisicamente em baixo e Zezinho, a cumprir serviço militar, também não se encontrava nas melhores condições.

Por outro lado, o Vitoria SC tinha que jogar fora do seu reduto perante a Académica de Coimbra, um sempre difícil adversário do Vitoria SC. Seria o único jogo de interdição que o Vitoria SC cumpriria na competição do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, já que o outro desafio cumpriu na Taça da AF Braga.

Nesta partida frente à Académica de Coimbra, disputada no Estádio 28 de Maio em Braga, regista-se ainda a estreia de três jovens jogadores na equipa do Vitoria SC. Gouveia, o jovem vindo de Angola, Cartucho, produtos da formação vimaranense e Ibraim, com apenas 17 anos, fazem o seu primeiro jogo oficial com a equipa principal do Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

O Estádio 28 de Maio em Braga registou uma grande afluência de público, numa tarde solarenga de Outono. Entre o publico que assistiu ao desafio, destaque para a presença de muitos adeptos do SC Braga – clube minhoto a militar na 2ª Divisão Nacional - que apoiaram freneticamente a equipa da Académica de Coimbra, o que causou naturalmente grande revolta nos adeptos vimaranenses, que chegaram, tempos depois, a propor em assembleia geral que o Vitoria SC nunca mais jogasse na cidade de Braga quando o seu estádio estivesse interdito.

(Vitoria SC - Academica de Coimbra no Estádio 28 Maio em Braga)

Quanto ao jogo, diga-se que o Vitoria SC, certamente fruto das ausências, apresentou-se nesta partida especialmente desorganizado, incapaz de ultrapassar a bem montada defesa conimbricense. A Académica de Coimbra alem de se revelar extremamente segura a defender, conseguiu com sucesso criar óptimas oportunidades de golo, sempre em jogadas de contra ataque, engendradas por Gervásio e Vítor Campos a municiar os atacantes António Jorge e Manuel António.

Foi assim que António Jorge chegou aos golos da Académica de Coimbra, respectivamente aos 9 e 40 minutos da 1ª parte. A vencer confortavelmente, a equipa de Coimbra limitou-se a deixar correr o tempo ao longo da 2ª metade do desafio, enquanto o Vitoria SC revelava-se incompetente para alterar o rumo dos acontecimentos.

Aos 87 minutos os vimaranenses ainda conseguiu reduzir para 1-2, aos 87 minutos, por intermédio do jovem Gouveia, naquele que seria o resultado final do desafio da 8ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, entre o Vitoria SC e a Académica de Coimbra. Mais este insucesso começava a preocupar de sobremaneira os responsáveis do clube da cidade berço em face do rumo que a competição estava a tomar.


Autor: Alberto de Castro Abreu

Caro Alberto
Muito bom o seu blog retratando as glórias do seu Vitória de Guimarães.
Um acervo de fotos muito bom,a postagem do Dimas bem interessante.
Guimarães, berço do nosso 1ºRei.
Sou nascido em Viseu mas estou radicado no Rio de Janeiro. Também sou blogueiro postando no blog:www.sosumulas.blogspot.com onde posto sumulas antigas de futebol.
Um abraço deste vascaíno
Jorge Costa
 
Meu caro Jorge Costa,

Obrigado pela sua visita ao blogue "Glórias do Passado", bem como o consequente comentário que deixou por cá.

Agradeço, naturalmente, as palavras de elogio que deixou sobre este espaço e convidando-o a visitar mais vezes.

Saudações Vitorianas,

Alberto
 
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