Glórias do Passado: Zahovic

 

Zahovic


Na temporada de 1993/94 o Vitoria Sport Clube, então treinado por Bernardino Pedroto, estava durante o defeso no mercado de transferências à procura de um jogador para a zona ofensiva do lado esquerdo seu do meio campo. Depois de varias pesquisas e observações in loco efectuadas pelos responsáveis do Vitoria de Guimarães a escolha acabou por recair num jovem jogador esloveno que despontava no Partizan de Belgrado.

Zahovic seria assim o segundo jogador daquela zona da Europa a chegar a Guimarães para representar o Vitoria, isto depois da excelente experiência que o clube tinha tido com o atletas oriundos da antiga Jugoslávia, nomeadamente com Dane, um médio centro ofensivo de grande classe que brilhou ao serviço dos vimaranenses.

O nome de Zahovic e a sua chegada a Guimarães para integrar o plantel do Vitoria envolveu-se ainda de um episódio, que na época passou completamente despercebido, mas que anos mais tarde veio a tornar-se marcante, que a titulo de curiosidade aqui se recordará.

A pré-temporada do plantel do Vitoria para o ano de 1993/94 estava já em andamento quando “aterrou” em Guimarães um “anónimo” jogador brasileiro, como muitos outros que chegam a Portugal nestas alturas da época. Tratava-se de Geovani, naquele tempo jogador do Tuna Lusa, que durante alguns dias prestou provas no Vitoria de Bernardino Pedroto.

O técnico português reconheceu-lhe qualidades, mas as características evidenciadas pelo jovem brasileiro e a posição que preferencialmente ocupava no terreno de jogo, não preenchia a lacuna que existia no plantel do Vitoria. Geovani revelava-se um médio centro ofensivo, com imensa criatividade e técnica individual.

Todavia, Pimenta Machado, presidente da Direcção do Vitoria, permitiu ao treinador Bernardino Pedroto escolher. O técnico queria mais um avançado centro e um médio esquerdo para fechar o plantel e Geovani não ocupava nenhuma dessas posições, pelo que Pedroto acabou por não optar pelo jovem brasileiro. A escolha de Bernardino Pedroto acabou por recair em Zahovic, outro jovem jogador, que possuía um pé esquerdo fabuloso pelo qual o técnico se havia encantado.

Zahovic veio para o Vitoria. Geovani regressou ao Tuna Lusa do Brasil, despontando mais tarde ao serviço do Santos FC, na selecção brasileira e em Espanha, depois de uma milionária transferência, ao serviço do FC Barcelona onde venceu a Liga Espanhola.

Zlatko Zahovic nasceu na cidade de Maribor na Eslovénia no dia 1 de Fevereiro de 1971. Começou a sua carreira nos escalões de formação do Kovinar Maribor da Eslovénia onde ainda chegou a jogar na equipa sénior apenas em jogos amigáveis. Acontece que, cedo correram notícias que um jovem talento esloveno despertava atenções em Maribor, pelo que, naturalmente, os grandes clubes da região manifestaram interesse em contratar Zahovic.

É assim que, com apenas 18 anos de idade, Zahovic assina contrato com o Partizan de Belgrado, um dos principais clubes da antiga Jugoslávia na época de 1989/90. Logo na sua primeira temporada como profissional de futebol o jovem Zahovic alinha em 9 partidas da Liga Jugoslava apontando um golo na prova.

A equipa do Partizan de Belgrado era naquela altura um conjunto recheado de estrelas, que incluía dos melhores jogadores nacionais, onde por certo, apesar do inegável valor de Zahovic, este teria poucas oportunidades de jogar e tendo em conta a sua idade, optou o seu clube por empresta-lo a outra formação para que jogasse com maior regularidade.

Por isso, na época de 1990/91, é emprestado pelo Partizan de Belgrado ao FK Proleter Zrenjanin, onde apesar de não ter apontado qualquer golo na Liga Jugoslava foi titular indiscutível alinhando em 25 partidas oficiais e realizando um excelente época.

Naturalmente, na época seguinte, regressou ao Partizan de Belgrado. Em 1991/92 não era titular na equipa jugoslava alinhando apenas em 15 partidas oficias contabilizando 2 golos. Foi nesta época companheiro de equipa de um avançado jugoslavo Vorkapic que épocas depois veio a reencontrar ao serviço do Vitoria.

Foi nesta época de 1991/92 que conquistou o seu primeiro troféu de expressão. O Partizan de Belgrado conquistou a Taça da Jugoslávia e no Campeonato Nacional foi vice-campeão atrás do Estrela Vermelha que conquistou o principal ceptro jugoslavo.
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Mas antes de iniciar a sua aventura em Portugal, onde viria a singrar, Zahovic ainda conquistou o Campeonato Nacional Jugoslavo na época de 1992/93 ao serviço do Partizan de Belgrado. Na sua última época em “casa” Zahovic não foi titular indiscutível na equipa jugoslava, mas apesar da condição de suplente, era sempre a primeira alternativa ao onze inicial. Zahovic era um valor real e importante na equipa apesar do papel secundário que lhe cabia. Assim, em 1992/93 Zahovic participou em 15 partidas oficiais tendo apontando 3 golos na principal prova jugoslava.
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(Partizan de Belgrado em 1992/93)
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Com 22 anos de idade, Zahovic acabou por ser seduzido pelos emissários do Vitoria de Guimarães que o convenceram a viajar para Portugal e rubricar um contrato valido por 3 épocas com o clube vimaranense. O Vitoria teve que suportar uma elevada quantia monetária para contratar um jogador que já naquela altura era um internacional e principal jogador da modesta Selecção Nacional da Eslovénia, que se tinha tornado independente no ano de 1991, mas que com Zahovic veio a tornar-se uma Selecção de respeito em toda a Europa.
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Facilmente percebeu-se da imensa qualidade que o futebol de Zahovic tinha. Alem disso, percebeu-se também, que as características de Zahovic não se coadunavam com actuações em sistemas tácticos apertados e jogando colado nas alas. Zahovic, apesar do seu brilhante pé esquerdo, não era um extremo e por isso sentiu imensas dificuldades na sua primeira época em Guimarães.
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(No Vitoria SC em 1993/94)
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(Zahovic no Vitoria SC - Vitoria de Setubal em 1993/94)
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Na maior parte da época de 1993/94, o treinador do Vitoria Bernardino Pedroto insistiu em colocar Zahovic a jogar na banda esquerda, deixando o miolo do terreno para jogadores como N´dinga, Paulo Bento, Dane ou Pedro Barbosa. Preso aquele sector típico de um extremo esquerdo, Zahovic denunciava imensas dificuldades, o seu futebol não deslumbrava e a massa associativa desesperava pois reconhecia-lhe predicados.

Zahovic começou ainda no tempo em que foi jogador do Vitoria de Guimarães a revelar uma outra faceta do seu carácter. Era um homem demasiado temperamental e com uma conduta reprovável que lhe valeu diversos incidentes disciplinares. Alias, esse seu feitio irascível manifestou-se permanentemente ao longo da sua carreira de jogador de futebol quer com dirigentes, colegas de equipa ou treinadores.

Em Guimarães eram frequentes as sanções disciplinares aplicadas pelo presidente do Vitoria Pimenta Machado devido ao comportamento do jogador. Multas em cima de multas. Logo na primeira época em Guimarães, foi mesmo alvo de um processo disciplinar que o proibiu de frequentar as instalações do clube por ter desrespeitado publicamente o treinador do Vitoria Bernardino Pedroto.

Ainda assim foi utilizado pelo Vitoria de Bernardino Pedroto em 27 jogos da época de 1993/94, sendo que alinhou os 90 minutos em 16 encontros e 11 em tempo parcial, apontando tão-somente 1 golo. O Vitoria realizou uma época mediana, terminando o Campeonato Nacional da 1ª Divisão na 7ª posição, falhando por isso o objectivo europeu.

Registe-se ainda o dia da estreia oficial de Zahovic com a camisola do Vitoria. Ocorreu no dia 28 de Agosto de 1993 – jogava-se a 2ª jornada do Campeonato Nacional – no Estádio 1º de Maio em Braga no desafio que opunha o SC Braga ao Vitoria que terminou empatado a 0-0. Zahovic entrou no decorrer da 2ª parte desse encontro actuando 26 minutos.
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Na segunda época ao serviço do Vitoria, Zahovic conheceu Quinito, que foi o treinador do Vitoria na temporada de 1994/95. Quinito, um apaixonado pelo futebol espectáculo, deu maior liberdade ao perfume do futebol do esloveno. O canhoto que sobressaía pela sua capacidade técnica capaz de desequilibrar um jogo encantava o mister Quinito.
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(Vitoria SC na época de 1994/95)
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(Vitoria SC na temporada de 1994/95)
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(Vitoria SC na época de 1994/95)
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Começou a época como titular na equipa do Vitoria formando um meio campo de ataque quase perfeito, assim tão ao jeito dos gostos de Quinito, com jogadores tecnicistas como Dane e Pedro Barbosa, e ainda com Pedro Martins e N´dinga na contenção. Passou depois por um período de menor utilização no segundo terço da época, mas finalizou a temporada em grande evidência.
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Zahovic foi utilizado em 23 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1994/95, onde em 13 ocasiões alinhou os 90 minutos da partida e por 10 vezes jogou em tempo parcial. Ao longo da prova concretizou 4 golos contribuindo assim para uma magnífica temporada realizada pelo Vitoria de Guimarães que foi 4º classificado na tabela geral e assim atingiu o direito a participar nas provas internacionais de clubes.
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(Vitoria SC na temporada de 1994/95)
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(Vitoria SC na época de 1994/95)
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A temporada de 1995/96 foi a ultima de Zahovic ao serviço do Vitoria e também aquela em que mais se notabilizou. É bem verdade que era já um elemento importante na acção da equipa vimaranense, mas, essencialmente, depois da entrada de Jaime Pacheco para o cargo de treinador do Vitoria, Zahovic passou a ser dos mais notáveis jogadores da equipa.
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Com Vítor Oliveira, o primeiro treinador do Vitoria na época de 1995/96, voltou de novo à ala esquerda e nem sempre era a primeira escolha na equipa titular. Já com Jaime Pacheco foi-lhe atribuído um papel preponderante na equipa assumindo uma posição que melhor se adequava as suas características. Ocupava a zona de médio centro mais descaído para o lado esquerdo com funções ofensivas, mas também de contenção, deixando a ala esquerda a Ricardo Lopes.
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(Vitoria SC na temporada de 1995/96)
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(Disputando um lance com P. Bento no Vitoria SC - SL Benfica)
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(Zahovic no Vitoria SC)
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Era um virtuoso jogador. A sua polivalência revelou-se imensamente útil à equipa pois permitia-lhe actuar como organizador e distribuidor de jogo, jogando mesmo como apoio ao ponta de lança, e numa área de contenção e recuperador de bolas. Em campo, denotava uma resistência impressionante capaz de suplantar qualquer adversidade, com o seu futebol a sempre pautado pela técnica e criatividade. Além disso, como passou a jogar numa posição central e bem mais perto da grande área adversária começou também a revelar um instinto goleador.
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Nesta época de 1995/96, em que o Vitoria depois de uma segunda volta magnifica terminou em 5º lugar da classificação, Zahovic realizou 29 jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, apontando 8 tentos o que o consagrariam como o segundo melhor marcador da equipa vitoriana a par de Capucho.
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(No Vitoria SC - Boavista FC na época de 1995/96)^
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(Vitoria SC na época de 1995/96)
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(Em 1995/96 no jogo Vitoria SC - SC Farense)
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(No Vitoria SC)
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(Em acção no Vitoria SC - CF Estrela da Amadora)
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Nas competições europeias da temporada de 1995/96, Zahovic representou o Vitoria apenas nos dois jogos frente ao FC Barcelona. Frente aos espanhóis, no jogo da 1ª mão, recorda-se uma escandalosa perdida de Zahovic que poderia ter colocado o Vitoria na frente no marcador quando completamente isolado não conseguiu bater o guarda-redes espanhol Busquets.
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(Vitoria SC na época de 1995/96)
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(Na época de 1995/96 no Vitoria SC - UD Leiria)
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(Em 1995/96 no Vitoria SC)
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(Apontando um golo ao FC Porto)
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(Vitoria SC na temporada de 1995/96)
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(Festejando com Gilmar e Paneira o golo do Vitoria SC)
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Na temporada de 1996/97, Zahovic rumou ao FC Porto, treinado por António Oliveira, sendo naquela época um dos principais reforços do Campeão Nacional que se preparava para conquistar o tri-campeonato. Todavia, a passagem de Zahovic do Vitoria de Guimarães para o FC Porto envolveu uma grande polémica que inundou as páginas dos diários desportivos durante semanas a fio numa guerra aberta entre Pimenta Machado e Pinto da Costa, na altura também o presidente da Liga de Clubes.
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Os presidentes do FC Porto e do Vitoria de Guimarães andavam naquela altura de “candeias às avessas” com diversos confrontos no seio da Liga de Clubes pelas questões de poder sobre a arbitragem e orgânica daquela entidade.
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(FC Porto em 1996/97)
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(No FC Porto na época de 1996/97)
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(Na partida entre o FC Porto - CF Estrela da Amadora)
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(FC Porto na época de 1996/97)
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O regulamento de transferências vigente em Portugal naquela altura previa que um jogador em final de contrato com determinado clube era obrigado a renovar o vinculo, com ligeiro acerto salarial, ou indemnizar se não o fizesse, desde que fosse enviado em devido tempo uma carta pelo manifestando tal intenção a qual deveria dar ainda entrada nos serviços da Liga de Clubes.

Zahovic que via o seu vínculo com o Vitoria expirar no final da época de 1995/96 reconhecia que tinha recebido a carta de renovação. Porém, segundo alegava o Vitoria, a carta dirigida à Liga de Clubes manifestando a vontade em renovar o contrato com o jogador esloveno havia desaparecido dos serviços daquele organismo que tutelava o futebol profissional português.

Os responsáveis do Vitoria acusavam directamente Guilherme Aguiar, director executivo da Liga de Clubes, de favorecer o FC Porto. Guilherme Aguiar negava a recepção de qualquer missiva dando conta da intenção do clube vimaranense em renovar o contrato com Zahovic, considerando o jogador livre para assinar por qualquer clube.
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A verdade é que apesar de convocado para tal, Zahovic, sem qualquer justificação, não compareceu no dia da apresentação do Vitoria para a nova época de 1996/97. Semanas depois, Zahovic era apresentado como jogador do FC Porto para a nova temporada, situação que provocou grande revolta nos fiéis adeptos do Vitoria de Guimarães que nunca mais perdoaram tal comportamento.
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(FC Porto - SC Farense na época de 1996/97)
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(Celebrando o titulo de campeão nacional em 1996/97)
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(FC Porto na época de 1996/97)
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Na primeira época de Zahovic no FC Porto iniciou-se logo com a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira referente à época de 1995/96. O FC Porto, treinado por António Oliveira, foi uma vez mais Campeão Nacional da 1ª Divisão, com Zahovic em plano de destaque, juntamente com Edmilson, Drulovic, Artur e principalmente o avançado brasileiro Mário Jardel.
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O internacional esloveno alinhou em 27 encontros na prova em que acabou campeão nacional, apontando 7 golos, dois dos quais ao seu anterior clube o Vitoria de Guimarães. Ocorreu naquele que para o FC Porto foi o jogo que carimbou a conquista do título realizado no dia 17 de Maio de 1997 no Estádio D. Afonso Henriques a contar para 31ª Jornada. O FC Porto venceu o Vitoria por 0-4 com dois golos de Zahovic e outros tantos de Mário Jardel.
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(Festejando um tri em Guimarães pelo FC Porto)
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(Com Jardel e Artur no FC Porto em 1996/97)
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Na época de 1997/98 voltou a conquistar ao serviço do FC Porto o ceptro de Campeão Nacional ao que juntou a Taça de Portugal na mesma temporada. A dobradinha foi concretizada depois de derrotar o SC Braga no Estádio do Jamor por 3-1.
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Foi uma vez mais um elemento preponderante nas conquistas do FC Porto. Tecnicamente era de facto irrepreensível, assumindo as funções de organizador de jogo bem como de segundo ponta lança atrás de Mário Jardel. Fazia com mestria reconhecida a transição do meio campo para o ataque e concluía com êxito muitas das jogadas ofensivas dos azuis e brancos.
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(FC Porto na época de 1996/97)
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(No FC Porto em 1997/98)
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(Zahovic na equipa do FC Porto)
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Neste segundo ano ao serviço dos dragões, o internacional esloveno Zahovic apontou 6 golos em 29 partidas realizadas. Já na edição da Taça de Portugal desta época apontou 5 golos em 5 jogos efectuados.
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Na temporada de 1998/99, o FC Porto tinha um como novo treinador Fernando Santos que substituía António Oliveira. Os portistas renovaram o título de Campeão Nacional conquistando assim o penta-campeonato feito nunca antes atingido no futebol português, ao qual o esloveno Zahovic ficara inevitavelmente ligado.
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Nesse Campeonato Nacional da 1ª Divisão, Zahovic foi a todos os níveis excepcional pois concretizou 14 golos em 31 jogos o que regista desde logo a sua melhor performance em toda a carreira de futebolista profissional.
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(FC Porto na época de 1998/99)
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(No FC Porto)
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(Festejando golo do FC Porto com Esquerdinha e Secretário)
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Todo o seu futebol destilava magia que nesta época arrastou-se por toda a Europa. Na campanha do FC Porto na Liga do Campeões, Zahovic mantinha a sua veia goleadora com 7 golos apontados em 6 jogos somente. Assim, despertou-se o interesse dos grandes clubes internacionais na aquisição do internacional esloveno.
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O Valência de Espanha fez uma tentadora proposta para a sua contratação que o FC Porto todavia recusou. Contudo, o sonho de Zahovic actuar nos palcos espanhóis e nas Liga das Estrelas não se esvaneceria.
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(FC Porto na época de 1998/99)
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(Com a camisola do FC Porto)
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(FC Porto na temporada de 1998/99)
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Acabou transferido pelo FC Porto para o Olympiakos da Grécia para a época de 1999/00 contra uma elevada quantia em dinheiro paga pela potência grega. Zahovic ingressou na equipa grega como um verdadeiro herói onde foi recebido em apoteose pelos fanáticos adeptos do Olympiakos.

Ao serviço do Olympiakos na época de 1999/00 Zahovic não apresentou o seu rendimento habitual. Apenas actuou 14 jogos da Liga da Grécia onde apontou 7 golos. O peso da equipa grega do Olympiakos era enorme e Zahovic sagrou-se mais uma vez Campeão Nacional. Na Liga dos Campeões Europeus Zahovic jogaria em 6 partidas apontando 2 golos.
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Não foi todavia feliz na Grécia e a sua vontade, diversas vezes manifestada, foi abandonar aquele clube. O que de resto veio a acontecer, não sem antes, o seu mau feitio vir de novo à tona. Zahovic não teve qualquer problema em criticar publicamente a qualidade e o empenho dos seus colegas de equipa. Até mesmo os dirigentes do clube grego foram vítimas de ataques brutais do jogador Zahovic que tudo faria para rumar a outras paragens.
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(Ao serviço do Olymiakos da Grécia)
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Acabou por rumar a Espanha e finalmente ingressar no Valência, treinado pelo sempre polémico Hector Cuper, que anos após ano tentava desesperadamente a sua contratação. Finalmente, na época de 2000/01 ingressou na equipa espanhola como a principal contratação para a nova época.

Zahovic vinha de disputar o Campeonato da Europa de Selecções no ano 2000 na Holanda e Bélgica, onde ao serviço da Eslovénia deu nas vistas. Era um verdadeiro herói no seu país e, alem de principal estrela da selecção, era o verdadeiro inspirador da equipa eslovena que surpreendentemente chegou ao Europeu de 2000.
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Era naquela altura unanimemente considerado como um dos melhores e mais completos médios centro da Europa. Era combativo, resistente, características que aliado à forma como tocava a bola, como a fazia circular, com visão de jogo e os seus passes que eram vitais, alem do excelente sentido de golo, faziam dele um jogador invulgar e obviamente pretendido.
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(Valência na época de 2000/01)
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(Com a camisola do Valência)
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(Com o equipamento alternativo do Valencia)
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Com o Valência na Liga Espanhola foi 5º classificado num campeonato onde o Real Madrid foi o campeão. Zahovic alinhou em 20 partidas e nem sempre como titular, onde apontou 3 golos. Já pela Liga dos Campeões Europeus alinhou pelo Valência em 8 ocasiões tendo obtido apenas 1 golo.

Foi, porém, nesta prova europeia que o Valência mais se destacou na época de 2000/01 pois acabou por disputar a final da competição contra o Bayern de Munique que foi o Campeão Europeu. O Valência acabou por perder a conquista daquele troféu apenas no desempate através da transformação de grandes penalidades, onde Zahovic foi um dos jogadores da formação espanhola que falhou o penalty ao permitir a defesa ao fiável guarda-redes alemão Oliver Kahn.
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Não foi contudo uma época ao nível de Zahovic que mais uma vez pecou pelo seu instinto temperamental. Com Hector Cuper, treinador do Valência, Zahovic teve uma relação bastante tempestuosa com constantes queixas sobre a falta de oportunidades que o técnico lhe dava.
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(Zahovic no Valencia)
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(Em acção pelo Valencia na época de 2000/01)
. (Na equipa do Valencia em 2000/01)
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(Valencia na época de 2000/01)
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No final da época Zahovic decidiu deixar o futebol espanhol e regressar ao campeonato onde tinha sido mais feliz. Regressou a Portugal para, desta feita, assinar contrato com o SL Benfica treinado por Toni. Fraquíssima época dos encarnados que terminaram o Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 2001/02 na 4ª posição da geral, sendo, porém, Zahovic um dos melhores jogadores da equipa, participando em 21 jogos e apontando 6 golos.
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(No SL Benfica na época de 2001/02)
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(Na apresentação no SL Benfica)
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Já na época seguinte com o espanhol José António Camacho como treinador dos encarnados, Zahovic voltou a ter problemas de relacionamento com os técnicos. O SL Benfica voltou a perder o título para o FC Porto. Zahovic, contudo, ainda alinhou em 28 encontros do nacional maior, tendo atingindo novamente a marca de 6 golos.
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(SL Benfica na época de 2002/03)
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(SL Benfica na temporada de 2002/03)
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(No SL Benfica na época de 2002/03)
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(SL Benfica na época de 2002/03)
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Em 2003/04 o SL Benfica voltou a ser 2º classificado atrás do FC Porto que foi o Campeão Nacional e Zahovic participou em 21 jogos, obtendo apenas 2 golos. A verdade é que Zahovic tinha perdido grande parte da sua capacidade de resistência, a velocidade e o repentismo dos seus lances individuais. Mantinha a capacidade passe, de assistências mortíferas, mas faltava-lhe as forças para aguentar 90 minutos e uma época inteira numa equipa que exigia bastante como orientador de jogo.
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(SL Benfica na época de 2003/04)
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(Actuando pelo SL Benfica)
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(Com a camisola do SL Benfica)
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(Festejando um golo pelo SL Benfica)
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(Representando a equipa do SL Benfica)
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(Nos festejos de um golo pela formação do SL Benfica)
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Já com o italiano Giovanni Trapattoni como treinador do SL Benfica acabou finalmente por conquistar o título de Campeão Nacional que todavia não pode comemorar pois a meio dessa temporada de 2004/05 rescindiu o vínculo que o ligava aos encarnados.
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(SL Benfica na época de 2004/05)
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Resta por ultimo recordar um pouco da carreira da Zlatko Zahovic ao serviço da Selecção da Eslovénia a quem, poderá dizer-se, o jogador deu a alma e o ser, de modo a que aquele pequeno país da antiga Jugoslávia se torna-se conhecido e respeitado no panorama do futebol internacional.
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Zlatko Zahovic representou a Selecção da Eslovénia por 80 vezes, nas quais apontou 35 golos. A 1ª internacionalização de Zahovic pela Eslovénia aconteceu no dia 7 de Novembro de 1992, num amigável frente à Selecção do Chipre, pouco meses após aquele país se ter sido aceite como associado da Fifa depois de se ter tornado independente da antiga Jugoslávia em 1991. A última internacionalização ocorreu no dia 28 de Abril de 2004 num encontro pela Selecção da Eslovénia frente à Suiça.
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(Selecção da Eslovenia)
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(Na Selecção da Eslovenia)
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(Eslovenia)
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(No Euro 2000 representando a Selecção da Eslovenia)
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Mas, sem duvida que os principais momentos de Zahovic ao serviço da Selecção Nacional da Eslovénia foi a participação no Campeonato da Europa de 2000 e no Mundial de 2002 na Coreia e Japão. Surpreendentemente, a Selecção Eslovénia conseguiu o apuramento para essas grandes provas internacionais de selecções muito por culpa de Zahovic, o jogador com mais sucesso e que é unanimemente considerado como o melhor jogador esloveno de todos os tempos.
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Apenas um episódio negro na carreira de Zahovic na selecção do seu país que devemos assinalar. Uma vez mais Zahovic não conseguiu controlar o seu temperamento. Depois do primeiro jogo na fase de grupos no Mundial de 2002, Zahovic teve um desentendimento com o seleccionador esloveno Srecko Katanec, que imediatamente expulsou o jogador da concentração não mais vestindo a camisola verde e branca da Selecção eslovena naquele Mundial.
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(De cara tapada na Selecção da Eslovenia)
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(Festejando um golo pela Selecção da Eslovenia)
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(Festejos de mais um golo da Selecção da Eslovenia)
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(Festejando golo apontado frente à Espanha)
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(Actuando pela Selecção da Eslovenia)
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(Selecção da Eslovenia)
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(Eslovenia)
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(Ainda jovem na equipa da Selecção da Eslovenia)
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(Na Selecção do seu país)
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Actualmente, o esloveno Zahovic, com 37 anos de idade, abandonou a carreira de futebolista. Encontra-se num período de estudos em matéria futebolística. Pretende abraçar a carreira de treinador de futebol e por esse motivo é frequente vê-lo em cursos para treinador de futebol, em colóquios ou simpósios, de forma a enriquecer o seu curriculum.
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(Zahovic)
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(Zlatko Zahovic)
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Presentemente já obteve o diploma de treinador de futebol correspondente ao nível IV num curso de elite organizado pela Uefa. Alem, disso vai continuando a acompanhar jogos de futebol em Portugal e no seu país e até já por algumas vezes o vimos na posição de comentador. Continua a ser um apaixonado pelo xadrez que agora vai praticando com maior assiduidade.


Autor: Alberto de Castro Abreu

Um grande jogador. Um comportamento um pouco dif�cil de tolerar, mas que fazia parte do temperamento e carisma do mesmo jogador.

Uma OUTRA grande descoberta vimaranense, como foram as do Brasil nos anos 60 e 70 pelo senhor Pimenta Machado, depois as idas � �frica (Zaire), e esta descoberta em terras outrora do outro Tito.
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