Glórias do Passado: Romeu

 

Romeu


Romeu é um jovem jogador que chega à cidade de Guimarães no início da década de 70 para representar o Vitoria SC, sendo, inegavelmente, considerado um dos mais brilhantes atletas daquela geração nas variadas equipas vitorianas. Alem de ter jogado várias temporadas pelo Vitoria em dois momentos distintos, Romeu tem o seu nome ligado à história do futebol português por estar incluído num núcleo bem restrito de jogadores que representaram, durante a carreira de futebolistas, as equipas do SL Benfica, FC Porto e Sporting CP.

Digamos que Romeu será por certo o único jogador de futebol que terá representado, dizemos nós, os quatro maiores clubes nacionais. Acrescente-se que Romeu jogou ainda pelo SC Salgueiros na 1ª Divisão Nacional, além de ter contabilizado ao longo da sua carreira 19 internacionalizações, divididas por 8 representações pela Selecção de Esperanças e 11 pela Selecção A de Portugal. No palmarés individual consta dois títulos de Campeão Nacional.

O agora recordado Romeu era carinhosamente tratado pelos adeptos de futebol por “Cenourinha”, devido ao seu distinto cabelo ruivo. O seu nome completo é Romeu Fernando Fernandes Silva, nascido a 4 de Março de 1954 e natural de Vila Praia de Ancora. Ainda miúdo partiu juntamente com os seus pais para Moçambique, colónia portuguesa em Africa e por lá iniciou a pratica do futebol.

Começou a jogar pelo 1º de Maio de Lourenço Marques e mais tarde no Sporting da Beira onde se sagrou Campeão Provincial de Juniores em Moçambique. Regressando a Portugal para gozar com a família um período de férias, Romeu, especialmente incentivado por seu pai - portista de coração - aproveitou para ir treinar à experiência na equipa de juniores do FC Porto. Apesar de denotar qualidades técnicas, Romeu acabou por ser dispensado com o argumento de que o plantel da equipa de juniores estava completo.

Já a poucos dias de regressar a Moçambique, o jovem “Cenourinha”, por influência de seus primos Ibraim e José Carlos, ambos na altura jogadores do Vitoria, apresentou-se em Guimarães para prestar provas perante o treinador Mário Wilson. O velho capitão imediatamente se apercebeu das potencialidades reveladas por Romeu que assim, com apenas 18 anos idade, acabou por se vincular ao Vitoria.

Mário Wilson, treinador do Vitoria na época de 1972/73, debateu-se com um problema a meio da temporada quando o avançado brasileiro Jorge Gonçalves contraiu uma grave lesão que o impediria de dar o seu contributo à equipa que se encontrava nos lugares cimeiros da tabela classificativa. O treinador do Vitoria não teve pejo em apostar no jovem Romeu para substituir o desafortunado brasileiro.

Lançado por Mário Wilson - técnico que marcaria decisivamente a carreira de Romeu - fez a sua estreia com a camisola do Vitoria com apenas 18 anos idade num encontro a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1972/73, disputado entre o Vitoria e o CF Belenenses que terminou empatado a 0-0, no Estádio Municipal de Guimarães.

Logo na sua primeira época na 1ª equipa do Vitoria Romeu alinhou em 8 jogos oficiais no Campeonato Nacional sem contudo ter apontado qualquer golo. Todavia, a sua forma de jogar e a imensa qualidade que brotava dos seus pés imediatamente começou a despertar o interesse nacional. É assim que chega à Selecção Nacional de Esperanças.

No Vitoria começou a garantir o seu espaço como peça fundamental na manobra da equipa. Mário Wilson dava-lhe liberdade para explanar todo o seu futebol. Romeu era de facto um jogador de eleição que com a maturidade que foi adquirindo ao serviço do Vitoria tornou-se num dos melhores jogadores portugueses naquele tempo.

Posicionalmente ocupava o sector mais avançado da equipa. Ora como avançado centro, ora como extremo, ou até mesmo como organizador de jogo, Romeu destacava-se sobretudo pela habilidade técnica que impunha em cada jogada. O seu talento era exponencial e quando tinha liberdade escancarava qualquer muralha defensiva. Tinha uma finta curta, uma velocidade e capacidade de arranca assinalável. Fazia verdadeiras assistências de mestre, característica onde de resto se desacatava, dada a quantidade de golos que oferecia aos companheiros de equipa.

Contudo, Romeu tinha uma característica que o prejudicava manifestamente. Era um jogador demasiado temperamental, de tal forma que muitas das vezes acabava advertido pelos árbitros ou ate mesmo expulso. Era frequente ver-se Romeu a protestar veementemente com os árbitros, ou a responder aos adversários tirando de esforço após duras entradas que sofria. Envolvia-se amiúde em discussões no terreno de jogo.

Foram algumas as atitudes infantis perpetradas por Romeu que sempre acabavam por o prejudicar, com expulsões e severos castigos disciplinares impostos pelas instâncias federativas ou nos clubes que representou. Era de facto um jogador que jogava com o sangue à flor da pele o que manifestas vezes lhe tirava o discernimento necessário.

Era bem capaz de fazer um jogo inteiro cheio de momentos fantásticos, com maravilhosas fintas, remates e golos brilhantes, e num minuto deitava tudo a perder quando enfrentava inutilmente adversários ou equipas de arbitragem.

Devido ao seu temperamento até com os sócios do Vitoria o Romeu travou-se de razões e com eles estabeleceu após esse momento uma relação de amor ódio que permanece ate aos dias de hoje. Quem assistiu, ou quem se recorda desse episodio ainda hoje não perdoa Romeu pelo gesto que alegadamente este terá feito em direcção aos adeptos do Vitoria no final um dos seus últimos jogos realizados com a camisola do Vitoria.
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Os dois anos seguintes ao serviço do Vitoria foram as épocas da total afirmação deste jogador no futebol português. Quer na temporada de 1973/74, quer em 1974/75 Romeu foi um dos jogadores mais influentes do conjunto vitoriano que continuava a ser liderado por Mário Wilson.
.(Vitoria SC na época de 1973/74)
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(No Vitoria SC na temporada de 1973/74)
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(Romeu com Osvaldinho e Cubillas no Vitoria SC - FC Porto)
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(Romeu no Vitoria SC)
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Em 1973/74 o Vitoria conquistou mais um 6º lugar na classificação geral do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, tendo Romeu alinhado em 26 partidas oficias da competição, onde apontou os seus 3 primeiros golos da carreira. Nesta equipa formou com o seu primo Ibraim e com o ponta de lança Tito uma tripla de ataque de respeito.
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(Vitoria SC na época de 1973/74)
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(Romue no Vitoria SC em 1973/74)
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(Festejando o golo do Vitoria SC frente ao SC Beira Mar)
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(Romue no Vitoria SC na decada de 70)
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Na época de 1974/75 essa tripla avançada do Vitoria sofreu uma alteração. Ibraim, primo de Romeu, transferiu-se para o SL Benfica, e foi substituído pelo avançado brasileiro Jeremias que fez enorme sucesso em Guimarães. Este avançado beneficiou bastante das assistências de Romeu, tal como Tito. Jeremias e Tito apontaram 18 e 17 golos respectivamente em grande medida com o contributo brilhante de Romeu.
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(Vitoria SC na época de 1974/75)
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(Romue no Vitoria SC na decada de 70)
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O Vitoria disputou taco a taco o 4º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1974/75 com o Boavista FC. Curiosamente o ultimo jogo do Vitoria no Campeonato Nacional daquela temporada disputa-se no Estádio Municipal de Guimarães frente ao Boavista FC. O jogo era decisivo para o 4º lugar. O Vitoria tinha uma vantagem de 2 pontos sobre os boavisteiros e um empate era suficiente para a turma vitoriana garantir o apuramento europeu que à tanto tempo almejava.

Acontece, que essa tarde de futebol teve um inesperado protagonista que influenciou decisivamente o resultado final que acabou por ser favorável aos boavisteiros que venceram por 1-2. António Garrido, o juiz do encontro, teve uma arbitragem miserável prejudicando gravemente o Vitoria. Diversos foram os lances em que deliberadamente - assim pareceu aos adeptos do Vitoria na altura – decidiu mal e contra o Vitoria. Para a história fica um célebre golo anulado aos vimaranenses por António Garrido que inacreditavelmente entendeu que a bola não tinha ultrapassado a linha de golo.

Os sócios do Vitoria não se contiveram e graves incidentes provocaram no final da partida no exterior do Estádio Municipal de Guimarães destruindo inclusivamente o veiculo automóvel do árbitro António Garrido. Tudo isto, alem dos inúmeros protestos dentro do recinto protagonizados por jogadores, técnicos e dirigentes, alem naturalmente dos adeptos que se sentiam vilipendiados dentro da sua própria casa.

Um dos mais inconformados no final do jogo era naturalmente Romeu, temperamental por natureza, que manifestou-se continuadamente contra a arbitragem protagonizada por António Garrido.
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O certo é que o Boavista FC venceu o encontro e alcançou o 4º lugar na geral garantindo dessa forma o acesso às provas internacionais de clubes ficando o Vitoria com a 5ª posição. Romeu, que se afirmou definitivamente, participou em 26 encontros e apontou 10 golos.
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(Romeu em caricatura)
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(Romeu no Vitoria SC na decada de 70)
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(Vitoria SC na temporada de 1974/75)
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(Romeu seguindo Eusébio no SL Benfica - Vitoria SC)
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(Romeu na partida entre Vitoria SC e Boavista FC em 1974/75)
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(Assistindo ao lance aéreo no Vitoria SC - Leixões SC)
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No final da época choveram propostas para contratar os serviços do jovem Romeu. Acabou por escolher representar o SL Benfica, que seria treinado por Mário Wilson, um dos principais impulsionadores na sua contratação, passando a partir dessa altura a residir na cidade de Lisboa onde também iria cumprir o serviço militar obrigatório.
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Sucede que nas duas temporadas que alinhou no SL Benfica sagrou-se Bi-Campeão Nacional, mas individualmente as coisas não lhe correram de ficção nem tão pouco da forma como tinha idealizado quando se transferiu para o grande da capital.
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(Romue no SL Benfica - GD Estoril Praia)
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Logo no início da temporada de 1975/76 ao serviço dos encarnados, lesionou-se com gravidade o que obrigou a uma intervenção cirúrgica impossibilitando-o assim de dar o seu contributo à equipa por um largo período de tempo. Depois de recuperado já a equipa principal estava alinhada e com poucas chances de Romeu encontrar um espaço na formação.

Romeu ainda alinhou em 2 partidas oficiais do Campeonato Nacional da 1ª Divisão que veio a ser vencido pelo SL Benfica, nem tendo apontado qualquer golo na prova. A verdade é que utilização escassa de Romeu se deveu em grande medida à lesão mas também à valia dos avançados da equipa encarnada que se compunha por Nené, Jordão e Moinhos que facturavam golos em catadupa.

Na segunda época ao serviço do SL Benfica, Romeu teve como treinador o inglês John Mortimore, o qual se tornou assim no seu segundo treinador enquanto jogador profissional. O SL Benfica onde pontificava Nené, Nelinho e Chalana, voltou a sagrar-se Campeão Nacional na temporada de 1976/77, mas Romeu, apesar de ter sido mais vezes utilizado com a camisola encarnada, não se conseguiu impor e conquistar um lugar de titular na equipa.
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Para esse facto muito contribuiu a luminosa ideia de John Mortimore em colocar Romeu em posições mais recuadas no terreno de jogo, concretamente, a defesa lateral esquerdo, substituindo Artur e Pietra que estavam lesionados. O inglês, técnico dos encarnados, pretendia que Romeu fosse defensor quando este, até pelas suas características, sempre havia ocupado posições na frente de ataque.
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(SL Benfica na época de 1976/77)
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(Romeu no SL Benfica)
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(Com a camisola do SL Benfica na época de 1976/77)
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(Romeu no Sporting CP - SL Benfica)
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Desiludido com a experiência no SL Benfica e com o seu insucesso individual, Romeu pretendia dar um novo rumo à sua carreira. A verdade, é que, quando se soube que Romeu pretendia abandonar a equipa da Luz, imediatamente choveram propostas tendentes à sua aquisição.
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Consta-se que FC Porto, Boavista FC e SC Braga fizeram de tudo para contratar o jovem Romeu, que não obstante o assédio de que foi alvo, acabou por decidir voltar à “casa mãe”, concretamente regressando a Guimarães para representar o Vitoria que seria novamente treinado por Mário Wilson.
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(Vitoria SC na época de 1977/78)
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(Romeu capa da Revista Equipa)
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(No GD Estoril Praia - Vitoria SC na época de 1977/78)
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(Vitoria SC na época de 1977/78)
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(Romeu no Vitoria SC)
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(Romeu no Estadio Municipal de Guimarães actuando pelo Vitoria SC)
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Regressa assim ao plantel do Vitoria da época de 1977/78 que no Campeonato Nacional repetiu a 6ª colocação na tabela classificativa depois de uma segunda parte da época onde coleccionou maus resultados, inversamente ao que tinha acontecido na 1ª volta. Romeu formou a frente de ataque vitoriana com Tito e o veloz avançado brasileiro Mané. O “Cenourinha” alinhou em 23 partidas tendo concretizado 3 golos.
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(Vitoria SC na época de 1977/78)
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(Romue com a camisola do Vitoria SC)
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(Vitoria SC na temporada de 1977/78)
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(Caricatura de Romeu no Vitoria SC)
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(Vitoria SC - Portimonense SC na época de 1977/78)
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(Com Mario Wilson no Vitoria SC durante um treino)
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Na época seguinte, a temporada de 1978/79, o Vitoria mantêm Mário Wilson como técnico principal, mas apenas até à 27ª Jornada, quando é demitido, ficando o cargo entregue ao seu adjunto Daniel Barreto.

A equipa efectua uma temporada de qualidade, sempre próxima dos lugares da frente, mas acaba por perder novamente o acesso às competições europeias devido a uma ponta final do Campeonato de fraca qualidade. Perde jogos essenciais na luta por uma acesso as provas internacionais de clubes, segundo consta, em grande medida, devido ao facto do seu treinador Mário Wilson acumular as funções de treinador do Vitoria com as de seleccionador nacional de Portugal.
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Romeu foi a principal estrela da equipa do Vitoria com 5 golos apontados em 25 jogos realizados na campanha da época de 1978/79, onde formou a frente de ataque com Jeremias, que regressava a Guimarães depois de 3 temporadas a jogar em Espanha, e Mundinho, um possante avançado brasileiro que chegou ao Vitoria para substituir Tito.
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(Vitoria SC na época de 1978/79)
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(Caricatura de Romeu com as cores do Vitoria SC)
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(Romeu no Vitoria SC)
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(Vitoria SC na época de 1978/79)
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(Romeu no Vitoria SC na época de 1978/79)
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(Vitoria SC na época de 1978/79)
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(Romeu)
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(Vitoria SC na temporada de 1978/79)
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(Romeu no Vitoria SC)
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Foi esta a ultima época de Romeu como jogador do Vitoria pois no final da temporada deixou Guimarães rumando, em final de contrato com os vimaranenses, ao FC Porto treinado pelo mestre José Maria Pedroto. Na equipa do FC Porto permaneceu 4 temporadas consecutivas, onde nunca conquistou o título de Campeão Nacional e perdeu 3 finais da Taça de Portugal para o SL Benfica.
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Na primeira época de azul e branco, Romeu foi titular indiscutível realizando 28 jogos e logrando concretizar 4 tentos. Com Oliveira e Gomes formou a frente de ataque, classificando-se o FC Porto no 2º posto do Campeonato Nacional da 1ª Divisão na temporada de 1979/80. Depois de perder o campeonato, o FC Porto ainda perdeu a final da Taça de Portugal, ao ser derrotado no jogo decisivo pelo SL Benfica por 1-0.
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(Romeu no FC Porto)
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(Caricatura de Romeu no FC Porto)
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(Romeu no FC Porto na época de 1979/80)
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Nas duas épocas seguintes ao serviço do FC Porto, Romeu teve como treinador principal o austríaco Hermann Stessl, que mais tarde foi técnico no Vitoria de Guimarães. Nessas duas temporadas lideradas pelo austríaco, o FC Porto repetiu na primeira época o 2º lugar no Campeonato Nacional e a segunda época não foi alem do 3º lugar, atrás de Sporting CP e SL Benfica.

Na época de 1980/81 o FC Porto voltou a perder a final da Taça de Portugal para o SL Benfica que derrotou os azuis e brancos por 3-1. Em ambas as épocas sob as ordens do austríaco Hermann Stessl, Romeu foi regularmente utilizado, apesar de não ser um indiscutível titular.
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Em 1980/81 e 1981/82 realizou 16 jogos oficiais em cada uma das temporadas, não apontando qualquer golo na primeira época, concretizado, porém, 4 golos na segunda. Alias, na época de 1981/82 foi um dos principais municiador de Jacques, avançado portista que apontou 27 tentos.
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(FC Porto na época de 1980/81)
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(Romue no FC Porto)
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(FC Porto na época de 1980/81)
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(Romeu no FC Porto)
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(FC Porto na época de 1981/82)
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(Romeu com a camisola do FC Porto)
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(Romeu no FC Porto)
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(FC Porto na temporada de 1981/82)
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(Romeu em acção pelo FC Porto na época de 1981/82)
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(Romeu com a camisola do FC Porto)
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Foquemos ainda a carreira de Romeu na Selecção de Portugal. Depois de um percurso na Selecção de Esperanças, Romeu, ainda ao tempo jogador do Vitoria de Guimarães, chegou a internacional na Selecção principal de Portugal.
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Romeu que se afirmava no futebol português como jogador do Vitoria, foi lançado com a camisola das quinas pelo seleccionador José Maria Pedroto no dia 3 de Abril de 1974 num jogo amigável entre Portugal e Inglaterra. Ocorreu no Estádio da Luz quando naquele encontro, que terminou empatado a 0-0, substituiu Vítor Baptista.
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(Romeu no Portugal - México no Torneio de Toulon)
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(Romeu representando Portugal)
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Fez a sua estreia como titular na Selecção A num jogo amigável realizado no Estádio Wankdorf, em Berna, na Suiça. Portugal foi derrotado por 3-0, numa equipa em que a frente de ataque apresentada por José Maria Pedroto era composta por Romeu, Oliveira e Néne.

Participou nos apuramentos de Portugal para o Campeonato da Europa de 1976, 1980 e para o Campeonato do Mundo de Selecções de 1982. Como jogador do Vitoria contabilizou 4 internacionalizões pela Selecção A de Portugal e as restantes 7 como atleta do FC Porto. E foi como profissional do FC Porto que Romeu realizou o ultimo jogo da sua carreira com as cores da bandeira nacional.
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Romeu despediu-se da Selecção no dia 17 de Fevereiro de 1982 num amigável disputado entre a RF Alemanha e Portugal no Niedersachenstadion em Hannover. Portugal, cujo o seleccionador era Juca, perdeu com a formação alemã por 3-1. Romeu foi titular no meio campo de Portugal, tendo nesse seu último jogo sido substituído curiosamente por Abreu, que era jogador do Vitoria de Guimarães.
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(Selecção Nacional de Portugal em 1981/82)
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(Romeu com a camisola da Selecção Nacional)
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Na última época ao serviço do FC Porto, Romeu voltou a ser treinado pelo mestre José Maria Pedroto, que desta feita, não teve em “Cenourinha” uma das suas principais apostas. Apenas jogou 10 partidas no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1982/83, não obtendo qualquer golo, numa prova em que o FC Porto foi de novo 2º classificado e voltou a perder na final da Taça de Portugal o troféu para o SL Benfica.
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(Romeu no FC Porto na época de 1982/83)
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Romeu foi dispensado pelo FC Porto, mas apesar de contar já com quase 30 anos de idade, foi convidado a ingressar no Sporting CP, outro dos maiores clubes nacionais. Em Alvalade permaneceria 3 épocas consecutivas onde apenas durante a primeira delas foi titular.

Com Josef Venglos como treinador dos leões de Alvalade, Romeu alinhou em 23 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1983/84, concretizando 2 golos ao longo de toda a competição. No Sporting CP, que foi 3º classificado no Campeonato, destacavam-se os avançados Manuel Fernandes e Jordão, bem como um miúdo que dava os primeiros passos na 1ª categoria verde e branca de nome Paulo Futre.
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(Romue no Sporting CP na época de 1983/84)
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(Romue no Sporting CP - Celtic Glasgow)
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(Romeu no Sporting CP na temporada de 1983/84)
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Recordemos um jogo em que Romeu defrontou o Vitoria de Guimarães com a camisola do Sporting CP em pleno Estádio Municipal de Guimarães. Ocorreu à 6ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1983/84 numa altura em que os sportinguistas tinham mais dois pontos que os vimaranenses na classificação. O Vitoria venceu por 2-1 na tarde de Joaquim Murça, autor dos dois tentos dos vimaranenses.

Perante mais de 25.000 espectadores - que rendeu ao clube uma receita a rondar os 5.500 contos - o Vitoria alinhou com Jesus; Gregório Freixo, Alfredo Murça, Amândio e Laureta; Paquito, Nivaldo, Dimas e Joaquim Murça; Fonseca e Eldon. O Vitoria, treinado por Hermann Stessl, apenas fez uma substituição, quando Flávio entrou para o lugar de Dimas aos 55 minutos.

O Sporting CP apresentou a seguinte formação: Katzira; Gabriel, Zezinho, Virgílio e Mário Jorge; Lito, Romeu, Kostov e Paulo Futre; Manuel Fernandes e Oliveira. No 2º tempo entrou Jordão para o lugar do jovem Futre e aos aos 79 minutos entrou Roge Wyide para a posição de Romeu.
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Como acima se disse o Vitoria venceu por 2-1, numa fantástica exibição de Joaquim Murça que apontou os dois golos dos vimaranenses, concretamente aos 25 e 59 minutos de jogo, sendo o golo do Sporting CP apontado aos 50 minutos por intermédio de Jordão.
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(Romeu na entrada em campo na equipa do Sporting CP)
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(Romeu no Sporting CP na decada de 80)
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(Romeu em acção no Boavista FC - Sporting CP)
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Em 1984/85 o Sporting CP, desta feita treinado por John Toshack, quedou-se pela 2ª posição no Campeonato Nacional, atrás do FC Porto campeão. Já Romeu perdeu a titularidade sendo apenas esporadicamente utilizado oficialmente. Situação que de resto voltaria a repetir-se na sua última temporada de leão ao peito.
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(Romeu no Sporting CP)
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(Caricatura de Romeu no Sporting CP)
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Com o treinador Manuel José, na temporada de 1985/86, o Sporting CP foi o 3º classificado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, tendo Romeu sido utilizado apenas em 11 partidas daquela competição sem que tenha apontado qualquer golo na prova.
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(Sporting CP na época de 1985/86)
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(Romeu no Sporting CP)
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Romeu jogaria ainda pelo SC Salgueiros na temporada de 1986/87 sob o comando de Rodolfo Reis seu antigo companheiro de equipa no FC Porto. Romeu já com quase 33 anos de idade fez uma época regular não tendo todavia apontado qualquer golo. A formação salgueirista quedou-se pelo 14º lugar da tabela geral evitando a despromoção em face do alargamento no número de clubes que disputariam a 1ª Divisão Nacional.
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(SC Salgueiros na temporada de 1986/87)
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(Romeu como simbolo do SC Salgueiros na época de 1986/87)
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(Em 1985/86 no SC Salgueiros)
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Terminada a carreira de jogador profissional de futebol no Amora FC na época de 1987/88, militando na 2ª Divisão Nacional, Romeu passou posteriormente para a área de orientação desportiva e técnico. Iniciou-se com 3 épocas nas camadas jovens do Sporting CP. Mais tarde foi enquadrado na estrutura profissional do Sporting CP na área de observação e estatística.
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Mais tarde enveredou pelo treino de campo na qualidade de treinador adjunto. Primeiro como treinador adjunto na equipa técnica liderada por Marinho Peres em 1991/92 no Sporting CP.
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(Sporting CP na época de 1991/92)
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Regressou a Guimarães na época de 1993/94 para ser o treinador adjunto do técnico principal Bernardino Pedroto. Foi ainda adjunto de José Romão no CF Belenenses na temporada de 1994/95. Voltou ao Vitoria para ser adjunto de Jaime Pacheco na temporada de 1996/97 e mais tarde de Octávio Machado no Sporting CP, novamente, na época de 1997/98.
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(Na equipa técnica do Vitoria SC na época de 1992/93)
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(Vitoria SC na temporada de 1993/94)
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(Romeu como treinador adjunto no Vitoria SC)
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(CF Belenenses na época de 1994/95)
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(Vitoria SC na temporada de 1996/97)
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Em meados dos ano de 2000, Romeu regressou a outra casa que bem conhecia dos seus tempos de jogador de futebol, concretamente ao Estádio da Luz, quando foi contratado pelo controverso presidente do SL Benfica João Vale e Azevedo para exercer funções de observador das equipas adversárias, integrando ainda o gabinete de observação e prospecção de mercado no departamento de futebol profissional dos benfiquistas.
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Mas nem sempre foi treinador adjunto, assumiu também as funções de treinador principal em modestas equipas portuguesas como o SCU Torreense, USC Paredes e CD Olivais e Moscavide e, mais recentemente, treinou em Angola, no Inter Clube de Luanda onde, em virtude dos maus resultados, foi despedido após nove meses de trabalho. A título de curiosidade refira-se que Romeu foi substituído no cargo de treinador principal dos angolanos do Inter de Luanda pelo brasileiro Carlos Moser, antigo jogador do SL Benfica e da Selecção canarinha.


Autor: Alberto de Castro Abreu

queria deixar um comentario a sr alberto de castro abreu para lhe desejar parabens queria lhe dizer que o senhor me fez alegria no meu coraçao quando li o passado do jogador romeu no victoria de guimaraes eu conheci pessoalmente este jogador vivo em frança desde 1975 e recordo os bons momentos que passei com o romeu em guimares gostava da saber se ele ainda se encontra em guimaraes e adorava ter novidades dele obrigada por tudo sou julieta fernandes meu mail é lehsel@hotmail.fr muinto obrigada pelas informacoes
 
gostavéa de saber noticias do jogador do vitoriade guimaraes conheci pessoalmente este jogador vivo em frança desde 1975 nunca mais tive novidades dele adorava saber o que ele faz agora se e casado se tem filhos e onde posso encontrar onumero pessoal dela muinto onrigada
 
nuinto obrigada pelas informacoes
 
Conheci o Romeu em Moçambique durante o camepeonato distrital de juniores da Beira em que eu e muitos da minha equipa, Ferroviário da Manga tinhamos 15 anos.( equipa donde veio o NÉNÉ para o Benfica,três anos antes). Nunca os juniores do Ferroviário da Manga tinham ido tão longe.Fomos à final com o Sportinga da Beira onde jogava o Romeu. As outras eqipas eram Centro Africano( bela equipa treinada por Costa Cabral) e Ferroviário da Beira).Ganhou o Sporting.Segudamente ganharam o campeonato de Moçambique de Juniores. Não me esqueço que era uma grande equipa, O Romeu era um dos melhores um dos grandes municiadores do grande Fernandinho Simões( grande jogador este).Não posso deixar para a posteridade alguns jogadores que me lembro: Melin, Freitas, Manaca, Simões,Romeu, todos do Sporting, Lelo, Xinai, Joaquim, Paulo, Gouveia, Mingo Palma Pinto, Derito, Gerivaz(eu próprio do Ferroviário da Manga).Irmãos Cruss, Cardoso ( Centro Africano, Messias,Cândido, Ferroviário da Beira. Não me esqueço do grande Zacarias do SLB,Que não foram à final.que me desculpem todos que ainda me lembro mas que o nome já não está cá. FOI UMA GRANDE FINAL EM 71.SEMPRE TIVE SÉRIAS DÚVIDAS QUE HOUVESSE EM PORTUGAL UMA EQUIPA JUNIOR QUE VENCESSE O SPORTING DA BEIRA OU ATÉ QUALQUER UMA DAS OUTRAS TRÊS.
 
Já agora , desculpem-me os erros, infelizmente, não fui verificar, antes de gravar. Aproveito e a titulo póstumo honrar o mister Zacarias ex- Olhanense,meu primeiro treinador e treinador do Maxaquene de Maputo até há pouco tempo.
 
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