Glórias do Passado: outubro 2007

 

Estádio Municipal de Elvas


O Estádio Municipal de Elvas fica localizado no Lugar da Fonte Nova na alentejana cidade de Elvas. É um recinto desportivo propriedade da Câmara Municipal de Elvas e o local onde a equipa de futebol do Elvas CAD costuma utilizar para realização dos seus encontros na qualidade de visitado.

Foi ali que a equipa alentejana jogou, por exemplo, nos Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão das épocas de 1986/87 e 1987/88. Naquela altura os dados oficiais apontavam para uma lotação a rondar os 15 mil lugares, num estádio que possuía iluminação artificial e um piso relvado. Era composto apenas por 3 bancadas, dividas em duas laterais e uma situada no topo norte do estádio.

A equipa do Vitoria SC apresentou-se naquele recinto desportivo pelo menos naquelas duas épocas para defrontar a equipa alentejana do Elvas CAD nos jogos a contar para o Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Nessas duas ocasiões os resultados verificados no final do encontro resumiram-se a um nulo a 0-0.

Recordemos, porém, o jogo realizado na época de 1986/87 entre o Vitoria SC e o Elvas CAD. Aconteceu à 21ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão numa altura da temporada em que o Vitoria SC se encontrava no 3º lugar da tabela classificativa em clara perseguição ao líder da competição o SL Benfica, numa intensa luta pelo título de Campeão Nacional.

O Vitoria SC vinha realizando uma época a todos os níveis espectacular, apresentando um futebol tecnicamente evoluído e de qualidade. Jesus, Nené, N´Dinga, Ademir e Cascavel, comandados pelo treinador brasileiro Marinho Peres, e secundados por outros bons valores, espantavam o país e a também a Europa com a espectacularidade do seu jogo.

Todavia, a visita do Vitoria SC à cidade alentejana de Elvas aconteceu num período em que a equipa vimaranense estava a atravessar uma fase menos boa. Na classificação encontrava-se em igualdade pontual com o FC Porto e a apenas 2 pontos do SL Benfica. Um empate em casa frente ao SC Farense colocou os benfiquistas com mais 3 pontos do que o Vitoria SC pelo que o jogo seguinte, precisamente frente ao Elvas CAD, era fundamental para o clube se manter na luta pelo 1º lugar da classificação geral.
.
O Vitoria SC não foi além de um comprometedor 0-0 que colocou a equipa vimaranense definitivamente fora da luta pelo título. O Vitoria SC na tarde de 1 de Março de 1987 apresentou no Estádio Municipal de Elvas a seguinte formação inicial: Jesus; Costeado, Miguel, Nené e Adão; Basaula, Nascimento, Carvalho e Ademir; Paulinho Cascavel e Adão. Registe-se a ausência na equipa titular de N´Dinga que se encontrava naquela altura lesionado e que foi substituído pelo seu compatriota Basaula.
.

(Estadio Municpal de Elvas)

.

No decorrer do encontro, o treinador Paulo Autuori, que neste dia substituiu Marinho Peres, fez entrar N´Kama para o lugar do defesa Costeado e ainda o brasileiro Nivaldo para a posição do compatriota Ademir. O Vitoria SC tentou de todas as formas e feitios chegar ao golo que teimosamente não acontecia, ora por acção do guardião da equipa alentejana ou mesmo inépcia dos seus avançados.

O Vitoria SC, a quem só a vitoria interessava, lançou-se cedo no ataque, apesar de a primeira grande oportunidade da partida ter pertencido à equipa do Elvas CAD, num lance em que o guarda-redes Jesus efectuou uma espectacular defesa. Porém, em toda a primeira parte, o mote da partida foi o domínio da equipa do Vitoria SC que tentou chegar ao golo, criando algumas situações claras para marcar mas que infelizmente não conseguia concretizar.

O ascendente vitoriano intensificou-se na segunda metade do desafio com Paulinho Cascavel, Basaula e Ademir a desperdiçar flagrantes oportunidades de visar a baliza alentejana. O guarda-redes do Elvas CAD, Crispim, realizou uma magnífica exibição impedindo sistematicamente com um punhado de grandes defesas o golo à equipa do Vitoria SC.

O jogo ficou ainda marcado pela arbitragem do árbitro Santos Ruivo que prejudicou a equipa do Vitoria SC, essencialmente, ao não assinalar uma claríssima grande penalidade cometida sobre o avançado brasileiro Ademir. Santos Ruivo, alem da flagrante grande penalidade que não assinalou a favor do Vitoria SC, ainda manifestou durante todo um encontro uma clara tendência persecutória em relação ao jogadores vimaranenses, amarelando-os frequentemente, com o objectivo conseguido de os colocar fora do embate da jornada seguinte frente ao SL Benfica.
.

O certo é que aquele encontro realizado no Estádio Municipal de Elvas no início do mês de Março de 1987, a contar para a 21ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1986/87, terminou empatado a 0-0 o que significava lamentavelmente a despedida do Vitoria SC na luta pelo titulo de Campeão Nacional que no final da época ficou entregue ao SL Benfica.
.

(Resumo do encontro Elvas CAD - Vitoria SC da época de 1986/87. Agradecimento especial ao Pedro Ribeiro pela disponibilização deste video)


Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

 

Jacinto João


Adenda 1: Após a postagem deste texto e imagem relativo ao JJ recebi um email de Nuno João, filho desta velha gloria do Vitoria de Setubal, o qual fez uma incursão ao passado do seu pai, enviando-me o texto que a seguir transcrevo bem como as 3 fotos seguintes. Obrigado Nuno.
.
"Bom dia Alberto Abreu.
.
Venho desde já dar-lhe os parabéns pela página e também pelos excelentes textos que fez em relação ao meu Pai.
.
Agradeço também, visto que estes elogios vêm da parte de um Vitoriano de Guimarães e é sempre bom e fico Feliz por haver pessoas que reconhecem o valor que o meu pai teve tanto no Vitória de Setúbal como na Selecção Nacional e o que ele contribuiu para o espectáculo no futebol português com as suas habilidades.
.
Um grande abraço da parte da nossa família, visto que hoje faz 3 anos que ele faleceu em Setúbal.
.
Obrigado NUNO JOÃO."
.
Aqui ficam as 3 imagens enviadas pelo Nuno João, ao qual desde já agradecemos a gentileza:
.
(Jacinto João na Selecção de Portugal com Eusébio)
.
(Juntamente com o seus companheiros e treinador Fernando Vaz segurando a Taça de Portugal)
.

(Partida entre o Vitoria de Guimarães e Vitoria de Setubal debaixo de uma chuva diluviana na decada de 70 no Estádio do Bonfim)
.
Jacinto João foi indiscutivelmente um dos mais conceituados nomes no futebol em Portugal durante a década de 60 e 70. Mas, acima de tudo, o seu nome, ou simplesmente a alcunha “JJ”, como era popularmente conhecido, está e estará eternamente ligado ao período de ouro da história do Vitoria de Setúbal.
.
Jota Jota era mais uma das pérolas africanas que sobressaíam no futebol português na década de 60, notabilizando-se ao serviço do Vitoria de Setúbal, clube no qual alinhou durante 13 épocas e fez praticamente toda a sua carreira de jogador à excepção de uma temporada passada no Brasil em 1975/76 representando a Associação Desportiva Portuguesa dos Desportos.
.
(Jacinto João capa da prestigiada Revista Idolos do Desporto)
.
(V. Setubal decada de 60)
.
(V. Setubal 1967/68)
.
(Vitoria de Setubal decada de 60)
.
Nasceu em Luanda no dia 24 de Janeiro de 1944 e naquela cidade iniciou a pratica do futebol representando oficialmente o Atlético de Luanda. Em 1963 tentou a sua sorte no futebol português conseguindo entrar no SL Benfica para prestar provas. O período à experiência no clube da luz não foi frutífero acabando por regressar a Angola.
.
Ingressou na equipa do Vitoria de Setúbal na época de 1965/66 e na cidade do Sado permaneceu ate ao final da sua carreira em 1978/79. Com Jacinto João, a equipa do Vitoria de Setúbal atingiu o topo do futebol português. Mas não só. Também a Europa ficou a conhecer a capacidade e o perfume do futebol sadino.
.
(V. Setubal 1969/70)
.
(V. Setubal 1967/68)
.
(V. Setubal 1970/71)
.
(Caricatura da equipa do V. Setubal vencedora da Taça de Portugal)
.
No tempo em que Jacinto João jogou em Setúbal a equipa do Vitoria conseguiu os melhores resultados de sempre da sua história no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Sagrou-se vice campeão nacional na temporada de 1971/72, sob o comando do mestre José Maria Pedroto que tanto o apreciava, numa altura em que a dupla atacante Jacinto João e o gigante José Torres faziam autenticas misérias nas defesas adversárias.
.
Conquistou ainda três 3º lugares e dois 4º lugares no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, ainda ganhou uma Taça de Portugal e realizaram notáveis carreiras nas competições internacionais de clubes. A equipa sadina ganhou projecção internacional mercê das brilhantes campanhas europeias realizadas, atingindo por duas ocasiões os quartos de final da Taça Uefa, concretamente nas épocas de 1970/71 e em 1972/73.
.
(Lance de Jacinto João no seu estilo peculiar num V. Setubal-FC Porto)
.
(Equipa do SL Benfica e V. Setubal perfilada na decada de 70)
.
(V. Setubal 1971/72)
.
(V. Setubal decada de 70)
.
Por tudo isso Jacinto João é dos jogadores mais reconhecidos no seio da massa associativa do Vitoria de Setúbal tornando-se mesmo num verdadeiro símbolo do clube sadino. Os números efectivamente não enganam. Alem das brilhantes classificações colectivas, os títulos conquistados e as campanhas internacionais, individualmente, Jacinto João, representou o Vitoria de Setúbal em 268 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão nas 13 épocas em que ali jogou. Apontou 66 golos na principal competição.
.
(V. Setubal decada de 70)
.
(V. Setubal 1973/74)
.
(V. Setubal 1971)
.
Realizou ainda 48 partidas internacionais com a camisola verde e branco do Vitoria de Setúbal, divididas entre jogos na Taça Uefa e Taça das Taças. Nas competições internacionais apontou 5 golos ao longo da sua carreira.

Falando em golos, Jacinto João marcou um dos mais importantes golos da história do Vitoria de Setúbal. Foi na final da Taça de Portugal de 1966/67 disputado no Estádio Nacional no Jamor no dia 9 de Julho de 1967. O adversário daquela final foi a Académica de Coimbra, equipa onde se destacavam Toni e Vieira Nunes.
.
Numa tarde de verão com a temperatura elevadíssima típica para aquela época do ano, Vitoria de Setúbal - treinado por Fernando Vaz antigo técnico do Vitoria minhoto - e Académica de Coimbra disputavam a conquista da Taça de Portugal. O jogo foi equilibradíssimo e obrigou à realização de dois prolongamentos para encontrar o vencedor. Quando o resultado teimava em não sair do 2-2 e depois de 144 minutos de um interminável jogo, o Vitoria de Setúbal acabou por chegar à vitória com um golo do seu jogador mais adorado – o seu ídolo Jacinto João.
.
(V. Setubal 1972/73)
.
(V. Setubal 1976/77)
.
(V. Setubal 1973/74)
.
(V. Setubal 1876/77)
.
O popular Jota Jota era um extremo esquerdo daqueles bem típicos da moda antiga. Chamavam-lhe o “feiticeiro do drible” tal a forma como ludibriava os adversários com as suas fintas, simulações e arrancadas vitoriosas. Tinha um pé esquerdo simplesmente maravilhoso, com uma habilidade impar e de onde brotava a verdadeira magia do futebol.
.
(Caricatura de Jacinto João)
.
(V. Setubal 1977/78)
.
(Em 1977/78 com o equipamento alternativo do V. Setubal)
.
(V. Setubal 1977/78)
.
Jacinto João representou também a Selecção Nacional de Portugal entre 1968 e 1974. Ao longo da carreira contabilizou uma internacionalização pela Selecção “B” e dez pela selecção principal portuguesa. Nessa dezena de internacionalizações apontou dois golos.

A sua estreia com a camisola das quinas fez-se no dia 27 de Outubro de 1968 no Estádio Nacional no Jamor no encontro a contar para a qualificação para o Campeonato do Mundo do México em 1970 na partida entre Portugal e a Roménia. A equipa lusa, treinada pela dupla José Maria Antunes e Otto Gloria, venceu o desafio por 3-0 com um dos golos a ser apontado precisamente por Jacinto João que na frente de ataque jogou com Simões e Eusébio.

O segundo golo da sua história ao serviço de Portugal apontou-o na Dinamarca em 1970 num confronto entre as selecções daqueles países na fase de apuramento para o Campeonato da Europa de 1972. Aquele jogo disputado no dia 4 de Outubro de 1970 no Estádio Idraeskuset em Copenhaga terminou com a vitória da selecção portuguesa por 0-1 com um golo da autoria de Jacinto João.
.
A última presença da sua carreira em representação de Portugal verificou-se no dia 3 de Abril de 1974 no Estádio da Luz no particular entre Inglaterra e a Selecção Nacional. O técnico português era por esta altura José Maria Pedroto tendo aquele jogo acabado com uma igualdade a 0-0.
.
(Camisola de Portugal)
.
Com 13 anos de vida ao serviço do Vitoria de Setúbal, por muitas vezes Jacinto João cruzou-se com os destinos do Vitoria de Guimarães. Também o Vitoria minhoto sofreu com as capacidades de Jota Jota. Destacam-se, desde logo, as vitórias alcançadas pelo Vitoria de Setúbal no Estádio Municipal de Guimarães em 1967/68 por 0-2, em 1970/71 por 2-3 e em 1973/74 por 1-4, quase sempre com insuportável influência de Jacinto João.
.
(V. Setubal 1977/78)
.
(V. Setubal 1978/79)
.
(V. Setubal 1977/78)
.
(V. Setubal 1977/78)
.
Este magnífico jogador deixou a carreira de futebolista no final da década de 70, com 35 anos de idade. Porem, o seu nome ficara para sempre registado na história do futebol português e na do Vitoria de Setúbal em particular. A vida de Jota Jota terminou em 29 de Outubro de 2004 altura em que foi vítima de uma paragem cardíaca que foi fatal.
.
O Vitoria de Setúbal presta-lhe a merecida homenagem com a colocação de uma estatua em bronze na entrada do Estádio do Bonfim o palco de muitas e muitas tardes de glorias ao serviço da equipa sadina.
.
(Estátua de Jacinto João no atrio do Estadio do Bonfim)


.
Adenda 2: O adepto e poeta do Vitoria de Setubal Miguel Aleixo realizou também ele uma incursão ao passado para nos deixar um poema dedicado ao Jacinto João da sua autoria. Aqui fica nesta postagem o poema:
.
"No dia 29 de Outubro Setúbal acordou a chorar,
Ao saber que desaparecera
Quem em tempos, nos fez vibrar.
.
Os seus dribles serpentinos
E as simulações magistrais,
Fizeram levantar Estádios Portugueses e Mundiais...
.
Com o 11 na camisola
E um pé esquerdo estonteante,
J.J. foi a figura
De uma equipa entusiasmante.
.
Dava pena ver defesas
Arrastarem-se pelo chão,
Sempre que tinham pela frente
O Enorme Jacinto João !!!
.
Onde quer que tu te encontres,
Ficarás sempre na História
Esta cidade agradece
O que fizeste pelo Vitória !!!
.
Obrigado Jota !!!"
.

“ O VITÓRIA NÃO É GRANDE...É ENORME !!! “
Miguel Aleixo
(O Poeta Rebelde)

Autor: Alberto de Castro Abreu 10 Comentários

 

Associação Desportiva Sanjoanense


A Associação Desportiva Sanjoanense foi fundada em 25 de Fevereiro de 1924, estando sedeada no concelho de São João da Madeira do distrito de Aveiro. Teve o seu auge no panorama futebolístico português na segunda metade da década de 60, altura em que militou na 1ª Divisão Nacional durante 3 temporadas consecutivas.

Contudo, não foi naquela altura que se registou a sua primeira participação no escalão maior do futebol português, dado que já na época de 1946/47 tinha entrado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão Nacional, ao qual ascendeu fruto do alargamento operado no numero de clubes participantes na prova de 14 para 16 formações.

Nessa época de estreia no Campeonato Nacional da 1ª Divisão a AD Sanjoanense defrontou a equipa do Vitoria de Guimarães, vencendo a equipa minhota ambos os encontros. Em Guimarães o Vitoria SC goleou a equipa de AD Sanjoanense por concludentes 6-1. Já no encontro disputado em São João da Madeira, o Vitoria SC venceu por um tangencial 0-1.

Foi efémera a passagem da formação da AD Sanjoanense pela 1ª Divisão Nacional pois não conseguiu livrar-se da última posição da tabela classificativa do Campeonato da época de 1946/47. Somou tão somente 5 pontos em virtude de 2 vitorias caseiras (uma sobre o Boavista FC por 1-0 e outra sobre o “O Elvas” por 3-0) e 1 empate frente à Académica de Coimbra a 0-0, registado derrotas em todos os outros encontros.

Os números da primeira participação da AD Sanjoanense na 1ª Divisão Nacional foram ainda mais negativos pois apenas conseguiu apontar 26 golos em contraste com os 118 tentos consentidos. Alem daquela que foi infligida pelo Vitoria SC, sofreu ainda outras valentes goleadas como foram os 13-1 frente ao SL Benfica, 6-0 contra o FC Porto, 7-0 com o CF Belenenses, os 9-0 frente ao GD Estoril Praia ou os 8-0 em Elvas.

Este clube que adoptou como cores principais do seu emblema o preto e o branco, sendo o seu equipamento principal constituído por camisola negra e calção branco, tem como sua casa de jogos o Estádio Conde Dias Garcia em São João da Madeira, cuja lotação se cifra nos 12.000 lugares.
.
Regressado aos escalões secundários do futebol português apenas regressou ao mais alto escalão na época de 1966/67 depois de ter brilhantemente vencido o Campeonato Nacional da 2ª Divisão na época de 1965/66. Faziam parte daquela equipa jogadores que marcaram a história do clube como o caso do médio Jambane, o defesa central Saturnino, o médio Moreira, jogador natural de São João da Madeira, e ainda, o defesa Álvaro Alexandre, entre outros.
.
(Jambane)
.
(Saturnino)
.
(Moreira)
.
(Novamente Moreira com a camisola da AD Sanjoanense)
.
(Alvaro Alexandre)
.
Na época de 1966/67 a equipa do AD Sanjoanense conseguiu a manutenção na 1ª Divisão Nacional fruto do 12º lugar na tabela geral. Registe-se os números dos encontros que disputou naquele ano frente ao Vitoria SC, onde venceu em casa por 2-1 e perdeu em Guimarães pelo mesmo resultado.
.
Desta equipa que conseguiu aquele feito de se manter no convívio com os grandes clubes do futebol português destaca-se a presença de Arsénio, um guarda redes que chegou a ser distinguido com o premio “Baliza de Prata” instituído pela Agencia Portuguesa de Revistas da época de 1965/66.
.
(Arsénio)
.
Realça-se ainda a presença do defesa Freitas, que permaneceu na equipa como titular indiscutível nas 3 temporadas em que o clube participou na 1ª Divisão Nacional consecutivamente. Freitas era um defesa lateral de grande qualidade, vimaranense e fruto das escolas de formação do Vitoria SC, clube que representou durante vários anos.
.
(Freitas)
.
(Freitas com a camisola da AD Sanjoanense)
.
Outro nome importante na história do clube foi o seu capitão Almeida, sanjoanense de gema e produto da formação da AD Sanjoanense clube onde alinhou durante varias épocas.
.
(Almeida)
.
(O capitão Almeida com o equipamento da AD Sanjoanense)
.
Em 1967/68, segunda temporada na 1ª Divisão Nacional, a AD Sanjoanense foi mesmo a grande sensação da prova obtendo um meritório 10º lugar da tabela classificativa, o que uma vez mais lhe concedia o direito a permanecer naquele escalão.
.
Nesta época destaque para o guarda redes da equipa, Pedro Benje, o médio Ferreira Pinto, que apesar de natural de Benguela/Angola era considerado um jogador da casa, e ainda o avançado Valter Ferreira, que foi nesta temporada o melhor marcador da AD Sanjoanense com 7 golos apontados. Valter Ferreira que mais tarde esteve intimamente ligado ao Vitoria SC era um dos mais importantes jogadores daquela equipa. Por último, destaca-se ainda a presença de Alvarez, um avançado espanhol que apontou 4 tentos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1967/68, e que já na altura da subida de divisão era um jogador fundamental.
.
(Benje)
.
(Ferreira Pinto)
.
(Ferreira Pinto com a camisola da AD Sanjoanense)
.
(Valter Ferreira)
.
(Alvarez)
.
No Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1967/68 o Vitoria SC conseguiu um empate sem golos na deslocação a São João da Madeira, mas em Guimarães, a equipa da AD Sanjoanense conseguiu a surpresa de vencer os vimaranenses por 0-1.
.
(AD Sanjoanense 1967/68)
.
Entretanto, a equipa da AD Sanjoanense deixa de ser comandada pelo técnico Monteiro Costa, o treinador das duas primeiras participações na 1ª Divisão Nacional da década de 60, o qual é substituído por Manuel de Oliveira no cargo para a época de 1968/69.

Esta seria a ultima presença do clube da cidade de São João da Madeira entre os grandes do futebol português pois não foi alem do último lugar da classificação geral acabando pois por ser relegado à 2ª Divisão Nacional. Nesta temporada de 1968/69 não foi dada sequência ao nível apresentado na época anterior pois a equipa não conseguiu amealhar mais de 9 pontos ao longo de toda a competição.

Nem mesmo as constantes substituições no comando técnico da equipa, com a entrada de Manuel da Silva para o lugar de Manuel de Oliveira e, mais tarde de Rui Maia para o lugar daquele, ajudaram a melhorar os índices exibicionais da formação da AD Sanjoanense.

O Vitoria SC, que nesta época conquistou um brilhante 3º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, mais uma vez revelou muitas dificuldades para ultrapassar a equipa da AD Sanjoanense no seu reduto, não conseguindo mais que um empate a 1-1. Já na cidade de Guimarães, a equipa de São João da Madeira acabou vergada ao poderio do ataque vitoriano formado por Mendes e Manuel e assim foi goleada por 5-0.
.
Na equipa da AD Sanjoanense que jogou pela ultima vez na sua historia no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, destacam-se o guarda redes Fidalgo, os defesas centrais Caneira e Zequinha e ainda o avançado Carlitos, o máximo realizador da equipa com 4 golos apontados em toda a competição.
.
(Fidalgo)
.
(Caneira)
.
(Zequinha)
.
(Carlitos)
.
Desde então para cá a vida da AD Sanjoanense vai passando por disputar o Campeonato Nacional da 2ª e 3ª Divisão Nacional. Dos confrontos com o Vitoria de Guimarães regista-se ainda as partidas em que se encontram pela competição rainha a Taça de Portugal. Nessa prova defrontaram-se em 5 ocasiões, com os vimaranenses a vencerem por 4 vezes contra apenas uma derrota.
.
(AD Sanjoanense 1980/81)
.
(AD Sanjoanense 1980/81)
.
(AD Sanjoanense 1981/82)
.
(AD Sanjoanense 1981/82)
.
Actualmente milita na 3ª Divisão Nacional Série C. É porem, um clube que prima pelo seu ecletismo, pois alem do Futebol possui ainda outras modalidades como o Atletismo, Basquetebol, Andebol, Ginástica e Hóquei em Patins.
.


Autor: Alberto de Castro Abreu 5 Comentários

Site Meter