Glórias do Passado: fevereiro 2007

 

Geninho



O Vitoria é inquestionavelmente um dos maiores clubes do futebol português, sendo o 5º clube com mais participações no principal campeonato português, com várias participações em provas internacionais, e quatro presenças em finais da Taça de Portugal. Possui uma massa adepta incomparável, tem uma cidade que vive o futebol e clube com um grande dinamismo e paixão, contudo, apenas possui um título de expressão nacional, concretamente a Supertaça Nacional Cândido de Oliveira, conquistada em Outubro de 1988. O técnico responsável por essa conquista foi Geninho, treinador brasileiro que aqui vamos recordar.

Eugénio Machado Souto, é o seu nome completo, no meio futebolístico é mais conhecido por Geninho, nasceu na cidade Ribeirão Preto, estado de S. Paulo no Brasil, no dia 15 de Maio de 1948, e como é normal tem um percurso como jogador antes de se tornar técnico de futebol. Como jogador nunca chegou a ser muito famoso, jogando apenas em clubes de pequena expressão no seu país natal.

Ocupava a posição de Guarda Redes, jogou com a camisola do Botafogo de Ribeirão Preto, no Francana, no São Bento, no Vitoria da Bahia, no Paulista de Jundiaí, no Juventude Caxias e ainda no Nova Hamburgo, terminando a sua carreira de futobolista neste ultimo clube em 1984. Ao longo da carreira de jogador conquistou alguns campeonatos regionais e a titulo pessoal o mérito maior alcançado foi a eleição de melhor goleiro do Rio Grande do Sul em 1981.
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(Geninho na baliza)
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(Geninho nas alturas)
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(Geninho ao serviço do Francana em 1978)
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(Geninho voando com a camisola do Francana em 1980)
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(Geninho ao serviço do S. Bento em 1974)
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Na verdade é na carreira de técnico que Geninho se torna famoso principalmente no Brasil onde é um verdadeiro “papa-léguas” comandando diversas formações por todo o país, levando já mais de 20 anos de carreira como treinador de futebol. Alem do Brasil, Geninho treinou na Arábia Saudita e em Portugal, liderando os destinos da equipa de futebol profissional do Vitoria de Guimarães.

Geninho, é também conhecido por Doutor Geninho. Aqui ficou conhecido por esse epíteto pois na verdade é bacharel no curso de Direito, formado em 1973 pela UNAERP, e esta credenciado como advogado pela Ordem dos Advogados Brasileira de São Paulo. Dispensa o tratamento por Dr. Geninho, como de resto não usa o seu nome completo - Eugénio Souto - fenómeno usual quando os jogadores de futebol se tornam treinadores. Na verdade, não é um técnico que ligue muito para a imagem, dele se diz ser um “cara legal”, bonacheirão, conversador, contador de historias, amigo dos jogadores, barriguinha bem volumosa e apreciador da típica cervejinha fresca. E o seu bigode? Autentica imagem de marca, que infelizmente rapou à poucos anos.

De todo o modo é um treinador respeitado em todo o Brasil sendo frequente a sua presença em colóquios ou seminários nacionais e internacionais sobre a modalidade.

No ano em que pendurou as luvas de guarda-redes, 1984, Geninho assumiu o comando técnico do Nova Hamburgo, do Rio Grande do Sul, e daí em diante já passou por mais 25 clubes de futebol. Uma carreira com alguns altos e baixos que não impedem que o considerem no Brasil como um dos técnicos de top acentuado particularmente nos últimos anos. Do Nova Hamburdo, treinou o A.A. Francana em 1985, o Botafogo em 86, até que chegou ao poderoso Santos, fruto dos bons trabalhos realizados naqueles pequenos Clubes. Treinou o Santos entre 1986 e 1987, vencendo o prestigiado Torneio da Catalunha em 1986 como técnico santista.
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(Geninho como tecnico protestando junto do arbitro)
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(Geninho no Banco do Santos FC em 1988)
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As qualidades do técnico brasileiro não escapam aos conhecimentos do Presidente do Vitoria Pimenta Machado, que após uma época bastante atribulada (87/88), em que o clube esteve em risco de descida à 2ª divisão, onde ocorreram varias alterações no comando técnico da equipa. A desilusão da temporada 1987/88 apenas foi compensada com a disputa da final da Taça de Portugal contra o FC Porto, que por essa via permitiu não só disputar a Supertaça Cândido Oliveira, como permitiu mais um acesso às competições internacionais, desta vez à extinta Taça das Taças.

A temporada de 1988/89 começou com varias alterações no plantel vimaranense em relação à temporada anterior, com a saída de vários jogadores que ate aí tinham sido pedras basilares no esquema da equipa. Saíram entre outros Miguel, Ademir, Jesus, Costeado, Adão e N´kama. Entraram João Leite e Jorge Pinto que vieram do Brasil, e do mercado interno chegaram Neno (ex-V. Setúbal), João Carlos (ex-Lanheses), Nando (ex-Farense), Vinhas (ex-Estoril) Germano (ex-Covilhã), Vítor Santos (ex-Sporting), Roldão (ex-Nacional da Madeira), Silvinho (ex-Sporting) e Chiquinho Carlos (ex-Benfica), Ebongué (ex-Le Havre) e o famoso emigrante Francelino Lopes.
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(Plantel do Vitória para a temporada de 1988/89)
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Do Brasil veio a equipa técnica, que incluía o já citado Geninho, e como adjunto o seu fiel escudeiro Ridênio Borges, professor de educação física que até hoje continua a ser adjunto de Geninho. A equipa técnica seria completada pelo Professor Manuel Machado, homem da casa que faria a necessária ligação ao clube.
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(Equipa técnica do Vitória na época de 1988/89, com Geninho e os adjuntos Manuel Machado e Ridênio Borges)
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Numa missiva, o técnico Geninho dirigia-se assim aos sócios do Vitoria naquela altura: “O que leva alguns homens a trocarem situações seguras e estáveis, por outras situações onde o desconhecido e a dúvida são as únicas certezas?
Talvez seja aquele espírito de conquista que levou os antigos navegantes a deixarem seus lares, suas famílias, suas terras e partirem para o desconhecido em busca de novos mundos, ou ainda a vontade de provar a si e aos outros que pode vencer desafios considerados difíceis de alcançar aquilo que para muitos é considerado impossível.
Eu não saberia dizer com certeza o que me levou a trocar uma situação privilegiada que era ser o treinador de uma das maiores equipas de futebol do Brasil, o Santos F.C., um futebol bastante conhecido e o facto de viver no meu país, por uma situação totalmente diferente: um novo clube, um futebol diferente e viver num país ate então pouco conhecido para mim.
Talvez tenha sido o mesmo espírito dos conquistadores antigos e a certeza de que posso vencer os desafios a mim impostos nessa nova etapa da minha vida. Vitoria Sport Clube – este é o meu desafio.
Um time sempre acostumado aos primeiros lugares, com uma directoria actuante e ambiciosa, e que possui aquilo que um clube possa ter de melhor: uma torcida exigente, para quem acredita o time, que o acompanha onde ele estiver, e o mais importante – sempre luta junto com a equipa.
Acredito que com muito trabalho, muita confiança e muita coragem eu possa dar a minha colaboração para que o Vitoria S.C. seja nesta época aquilo que todos nos queremos: um equipa vencedora como o próprio nome diz ocupando sempre os primeiros lugares nos campeonatos que disputar.
Não decepcionar aqueles que acreditaram em mim e na minha capacidade e poder retribuir o carinho com que fui recebido em Guimarães com resultados positivos será a minha meta e o meu desafio. Espero conseguir...”.


A época começou com grandes resultados conseguidos ao longo da pré-temporada com particular incidência na conquista de, uma vez mais, da Taça Amizade derrotando o Sp. Braga, numa competição disputada a duas mãos, e vencendo o tradicional Torneio da Povoa do Varzim. Grandes esperanças tinham os vitorianos para a nova temporada, pois esta época marcaria a 3ª presença consecutiva do clube em provas da Uefa, acrescido pelo desempenho demonstrado ao longo dos jogos de preparação.
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(Plantel no dia da apresentação para a época de 1988/89)
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Acontece que, iniciado o campeonato os desempenhos são de todo irregulares, com exibições antagónicas, alternando boas exibições e bons resultados com péssimas prestações. Na Taça das Taças, edição de 88/89, o Vitoria disputa a 1ª eliminatória com o Roda Kerkrade da Holanda. É a primeira e única vez o Vitoria disputou esta competição entretanto extinta. Na 1ª mão, o Vitoria é derrotado na Holanda por 2-0 e na 2ª mão vence os holandeses apenas por 1-0, com golo de Roldão a meio da 1ª parte, resultado por si insuficiente para manter os vimaranenses em prova. Geninho fica entretanto ligado à história por ser o técnico do Vitoria na única participação na Taça das Taças.

Mas a ligação de Geninho à história do clube fica definitivamente marcada pela conquista da Supertaça Nacional Cândido de Oliveira na Edição de 87/88, sendo este o único troféu com expressão conquistado pelo clube a nível nacional. A prova na época era disputada no sistema de duas mãos sendo o adversário a equipa do FC Porto campeão nacional. Na 1ª mão disputada a 28 de Setembro de 1988, no Estádio Municipal de Guimarães, o Vitoria vence o FC Porto treinado por Quinito, por 2-0 com golos do brasileiro Decio António e N´Dinga. Um jogo muito bem conseguido pela equipa vimaranense que podia mesmo ter goleado o campeão nacional pois desperdiçou diversas ocasiões de golo. Na 2ª mão, disputada no Estádio da Antas, o resultado de 0-0, foi suficiente para a conquista do troféu em disputa.
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(Equipa do Vitoria que conquistou a Supertaça Candido de Oliveira na Edição de 1987/88)
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(Todo o plantel com a Supertaça Candido de Oliveira)
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(Geninho nos tempos do Vitoria Sport Clube)
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A conquista da Supertaça ameniza a contestação que começava a pairar nos adeptos vitorianos ao técnico Geninho, pois no campeonato alternava-se com altos e baixos o desempenho da equipa e na Taça das Taças o Vitoria já tinha sido eliminado. A contestação ao treinador agudiza-se com a eliminação da Taça de Portugal, nos dezasseis avos de final, frente ao Vasco da Gama de Sines da 3ª Divisão Nacional. Esta contestação aumenta de tom alargando-se também ao Presidente da Direcção, que acaba por demitir o técnico brasileiro após uma derrota em caseira frente ao Boavista. O técnico seria substituído pelo jogador brasileiro Nené, que ocuparia a função de jogador treinador, acabando o Vitoria por classificar-se no 9º lugar do Campeonato Nacional, com 38 pontos.
Saiu de Guimarães e naturalmente regressou ao seu país para prosseguir a sua carreira de técnico, treinando o São Carlense, Botafogo do Rio de Janeiro, Portuguesa dos Desportos e o Santos até que surge novo convite para treinar no estrangeiro. O Al-Shabab da Arábia Saudita vai ser treinado por Geninho ao serviço do qual conquistou a Copa do Pacifico na sua edição de 1993.
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(Geninho novamento no Santos FC)
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(Geninho no banco de suplentes do Santos FC)
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(Geninho)
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Não foi longo o seu período na Arábia e por isso regressou de novo ao seu país, ainda no decorrer do ano de 1993, para o Estado do Ceará, em pleno nordeste brasileiro, assumindo o comando do Fortaleza. Os périplos de Geninho pelo Brasil intensificam-se, regressando em 1994 a São Paulo e aí vai treinar o União São João, e retorna ao nordeste brasileiro para treinar o Vitoria da Bahia entre 94 e 95. Treina o Ponte Preta em 1995 e no ano seguinte vai para o Sul do Brasil treinar o Juventude de Caxias. Segue-se o Guarani, Bahia, novamente o Vitoria da Bahia, Matonense, de novo o União São João e também o Juventude de Caxias.
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(Geninho ao comando da famosa Macaca - Ponte Preta)
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O ano 2000 marca o regresso aos títulos. Começa o ano treinando o Ituano, mas a seguir segue para o Paraná Clube, e será no futebol paranaense que Geninho ganha muita da fama que hoje disfruta. É campeão da Taça João Havelange de 2000, espécie de 2ª Divisão brasileira naquele tempo, ao serviço do Paraná Clube. Pelos bons resultados alcançados ao serviço do Paraná Clube, Geninho é convidado a treinar o grande Atlético Paranaense, clube em evidente expansão, onde vai registar um feito histórico sagrando-se campeão brasileiro, conquistando o Brasileirão de 2001.
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(Geninho comandando o Atlético Paranaense em jogo do Brasileirão frente ao S. Caetano)
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(Geninho com a Taça de Campeão do Brasileirão em 2001)
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(Geninho em grandes festejos com a bandeira do Atlético)
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Do Atlético Paranaense segue para outro grande do futebol brasileiro para treinar o Atlético Mineiro. No Galo não fica mais de 6 meses porque entretanto rescinde unilateralmente o seu contrato para ir treinar o Corinthians, ao serviço do qual conquista o Paulistão de 2003, designação oficial do Campeonato Estadual de São Paulo. Do Estado de São Paulo vai para o Estado do Rio de Janeiro treinar o Vasco da Gama. Nos vascaínos, Geninho conquista em 2004 a Taça do Rio de Janeiro.
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(Geninho no Vasco da Gama)
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(Geninho durante um treino no Vasco da Gama)
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Prossegue a sua carreira com nova saída para o estrangeiro, sendo seu destino novamente a Arábia Saudita, onde tem um prestígio inabalável, para treinar o Al Ahli em 2005. Contudo, deixa de novo aquele país árabe para regressar ao Brasil, e nem um dia ficou no desemprego. Em Julho de 2005 assina pelo Goiás Esporte Clube assumindo os destinos do clube no campeonato de 2005 classificado-se no final da prova na 3ª posição do Brasileirão o que permite a inédita classificação da equipa goiana para a Taça dos Libertadores da América. No 1º semestre de 2006 continua a comandar o Goiás sagrando-se campeão estadual Goiano de 2006, e realizando uma excelente campanha na Taça dos Libertadores da América onde apenas foram eliminados nos oitavos de final da competição.

O Corinthians em plena crise vai novamente recrutar o técnico Geninho a um outro clube. Mas desta vez Geninho tem menos sucesso apenas permanecendo à frente da equipa por 3 meses deixando o cargo de treinador dos alvinegros figurando aqueles no último lugar da classificação no Brasileirão 2006.
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(Geninho no Corinthians)
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(Geninho durante um treino no Corinthians)
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(Geninho comandando a equipa do Corinthians no Maracaná em jogo frente ao Flamengo)
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(Geninho no banco de suplentes do Corinthians com Marcelinho ao fundo)
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(Geninho nas sempre dificeis conferências de imprensa no Brasil)
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(Geninho no toque de bola)
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(Geninho em pleno treino do Corinthians)
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Num dia técnico do Corinthians, no outro técnico novamente no Goiás. Treinou o clube goiano até o final do Brasileirão 2006 classificando a equipa na 8ª posição do campeonato o que permitiu o acesso à próxima edição da Taça Sul Americana. Geninho continua ao serviço do Goias Esporte Clube em 2007, comandando a equipa goiana no Campeonato Estadual.
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(Geninho)
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(Geninho no Goiás)
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Autor: Alberto de Castro Abreu 4 Comentários

 

Balacó


Balacó é um verdadeiro ícone do futebol português da década de 80, quer pelo nome ou alcunha invulgar por que era conhecido, quer pelo seu estilo inconfundível que empregava no jogo. Na verdade, Balacó, trata-se de Carlos Manuel Picada Ribeiro, nascido em 24 de Abril de 1955 na cidade de Aveiro.

Era um defesa central implacável. Apesar de denotar uma imensa debilidade técnica, era todavia um jogador empenhado, com uma entrega fantástica e de uma dureza inconfundível que o tornava extremamente útil nas equipas onde passou. O verdadeiro jogador de antes quebrar que torcer, capaz de marcar individualmente sem dar um palmo de terreno ao adversário. Tinha sempre um olho na burra outro no cigano, isto é, a bola ou as pernas do adversário eram a sua fixação.

Balacó atestava bem em campo a expressão de que até ao pescoço era canela! De resto, a sua fisionomia era inconfundível dentro do terreno de jogo, com aqueles longos e avolumados caracóis, com um bigode à Asterix, e a estampa física sempre de peito feito.

A sua carreira começa no GD Gafanha da Nazaré em 1970/71 com apenas 15 anos de idade. Foi o clube onde percorreu os vários escalões de formação. Em 1980/81 aparece a jogar no Benfica de Castelo Branco nos escalões secundários.

(Benfica de Castelo Branco na época de 1980/81, onde está Balacó, logo a seguir ao guarda redes)
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Finalmente chega á 1ª Divisão Nacional do futebol português para representar o SC Espinho treinado pelo jovem Manuel José na época de 1981/82. Ali permaneceu até ao final da temporada de 1982/83, altura em que se transferiu para o sul do país para representar o Portimonense SC.

(SC Espinho em 1981/82)

(Balacó com a camisola do SC Espinho na temporada de 1982/83)

(Novamente com a camisola do SC Espinho em 1982/83)

(Equipa do SC Espinho em 1982/83)
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No Portimonense SC esteve durante 4 épocas, concretamente desde a temporada de 1983/84 a 1986/87, naqueles que foram os melhores anos da história do clube algarvio, no qual atingiu a melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, um 5º lugar obtido precisamente na época de 1984/85, em consequência do qual conquistaram um apuramento para as competições internacionais de clubes.


(Em 1983/84 com a camisola do Portimonense SC)

(Balacó no Portimonense SC na temporada de 1983/84)

(Novamente na temporada de 1983/84 com a camisola no Portimonense SC)

(Balacó no Portimonense SC na epoca de 1983/84)

(Portimonense SC na temporada de 1985/86. Além de Balacó podemos conferir a presença de Carvalho e Pedroto jogadores que representaram o Vitoria Sport Clube)

(Balacó no Portimonense SC na época de 1986/87)
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Quando saiu de Portimão seguiu para a vizinha cidade de Loulé para representar o Louletano DC na 2ª Divisão Nacional e mais tarde, Balacó, ainda representou na temporada de 1989/90 o RD Águeda na mesma divisão. Nesta temporada o RD Águeda conseguiu integrar o núcleo de clubes que viria a compor o 1º Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Honra.

Actualmente Balacó com 51 anos, vive na cidade de Portimão onde estabeleceu laços muito fortes com a comunidade desde o tempo que representou o maior clube da terra. Segundo se apurou Balacó desempenha presentemente a função de auxiliar numa escola secundária da cidade de Portimão.
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Adenda: Bada Bing visitante deste blog fez uma incursão ao passado e nessa incursão informa que Balacó é actualmente o treinador adjunto de Joaquim Mendes tecnico principal do GD Lagoa que disputa a série F da 3ª Divisão Nacional de Futebol.


Autor: Alberto de Castro Abreu 3 Comentários

 

Ginásio Clube de Alcobaça



O Ginásio Clube de Alcobaça, como a própria denominação indica, está sedeado na cidade de Alcobaça, no distrito de Leiria, e foi fundado em 1 de Junho do ano de 1946. As suas cores principais são o azul e branco. Consta do seu palmarés 7 títulos de Campeão Distrital da 1ª Divisão da Associação de Futebol de Leiria (em 1946/47, 1950/51, 1953/54, 1955/56, 1957/58, 1958/59 e 1971/72), 3 títulos de Campeão de Distrital da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria (1992/93, 1995/96 e 2000/01) e finalmente 1 titulo de vencedor da Taça do Distrito de Leiria em 1971/72, alem de vários títulos regionais conquistados pelas camadas jovens do clube.

Contam ainda com 14 participações na 2ª Divisão Nacional ou agora denominada de 2ª Divisão B e 34 participações no Campeonato Nacional da 3ª Divisão.

Todavia, o ponto alto da história do GC Alcobaça é a subida à principal divisão do futebol português, quando disputou o Campeonato da 1ª Divisão na temporada de 1982/83, após ter vencido a Zona Centro do Campeonato Nacional da 2ª Divisão na época anterior sob o comando técnico do treinador Dinis Vital.

Nessa altura, era presidente da Direcção do GC Alcobaça o conhecido Guerra Madaleno, que por várias vezes foi candidato, sem sucesso, à presidência da Direcção do SL Benfica.

A única participação do GC Alcobaça na 1ª Divisão Nacional na temporada de 1982/83 não foi, porem, brilhante, dado que, na verdade, acabou por ser novamente relegado no final da prova ao escalão secundário, e a partir dai caiu em queda livre até aos distritais.

Na época de 1982/83, o GC Alcobaça terminaria a prova classificado na última posição da tabela, contabilizando, somente 15 pontos em 30 jogos disputados, correspondentes a 4 vitórias, 7 empates e 19 derrotas. Ao longo da prova sofreram 56 golos e apontaram apenas 20.

O Plantel do GC Alcobaça naquela temporada era constituído pelos guarda-redes Jorge e Domingos; e como jogadores de campo: João Cabral, Nelito, Cavungi, Russo, Luís Cláudio, Américo, Corinto, Modas, Germano, Raul Neto, Alfredo, Lelo, Romão, Jorge Oliveira, José Rui, Teixeira, Boavida, Varela e Duarte.
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(Plantel do Ginásio Clube de Alcobaça na temporada de 1982/83)
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A equipa principal e mais utilizada naquela temporada era a seguinte: Domingos; Modas, Alfredo, Russo e Varela; Jorge Oliveira, José Romão, Lelo e Cavungi; João Cabral e Nelito. Nesta equipa, destaco desde já 3 nomes: Alfredo, Romão e Cavungi.
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(Equipa do Ginásio Clube de Alcobaça época de 1982/83)

O Alfredo, trata-se, efectivamente de Alfredo da Costa Silva Guimarães, que nasceu a 11 de Abril de 1954 na cidade de Guimarães. Vimaranense de gema, Alfredo era um defesa jogou várias épocas com a camisola do Vitoria, não só nos escalões de formação, como na principal equipa vitoriana.
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(Alfredo com a camisola azul do GC Alcobaça em 1982/83)
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O Romão, é na verdade, José Pratas Romão, alentejano, nascido a 13 de Abril de 1954, meio campista que jogou no Vitoria Sport Clube nos inícios da década de 70. Actualmente, José Romão é treinador de futebol tendo treinado ao longo da sua carreira várias equipas da 1ª Divisão do futebol português.
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(José Romão no GC Alcobaça em 1982/83)
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Cavungi era a estrela da companhia do GC Alcobaça. Tratava-se de um angolano, médio de ataque de muita qualidade que jogou várias temporadas nos principais palcos do futebol português. Jogou, por exemplo, alem do GC Alcobaça no SL Benfica e no SC Braga.
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(Cavungi, num campo pelado no GC Alcobaça em 1982/83)
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A formação do GC Alcobaça disputa os seus jogos na condição de visitado no Estádio Municipal de Alcobaça, na altura que este clube jogou na 1ª Divisão, era um campo pelado, com capacidade para 15.000 lugares e com iluminação artificial para treinos. Hoje, aquele espaço está dotado de um relvado de qualidade e de uma pista de atletismo em tartan.
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(Estádio Municipal de Alcobaça em 1983)

(Estádio Municipal de Alcobaça nos dias de hoje)
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Na temporada de 1982/83 o GC Alcobaça perdeu os dois jogos que disputou contra o Vitoria Sport Clube no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, ambos pelo mesmo resultado: 1-0. Na 1ª volta o jogo foi no Estádio Municipal de Guimarães. O jogo da 2ª volta, penúltima jornada do campeonato, disputado no Estádio Municipal de Alcobaça, fica de certa forma ligado á história do Vitoria. É que nessa temporada o Vitoria, treinado pelo jovem Manuel José, estava na luta pelo acesso às competições europeias com o Boavista FC. Uma vitória naquele jogo em Alcobaça significava obtenção, desde logo, do carimbo necessário na conquista do 4º lugar no campeonato.

Foram por isso vários os vitorianos que acompanharam a equipa até Alcobaça naquele jogo decisivo que viria a correr de feição, com a equipa do Vitoria a levar de vencida o GC Alcobaça pela margem mínima de 0-1, mas suficiente para conquistar o 4º lugar no Campeonato Nacional e assim regressar às competições europeias.
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Autor: Alberto de Castro Abreu 3 Comentários

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