Glórias do Passado: William

 

William


William Amaral de Andrade, nasceu na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro/Brasil, no dia 27 de Dezembro de 1967. Cidadão brasileiro, carioca de gema, mas que depois de casar com uma cidadã portuguesa de Guimarães adquiriu a nacionalidade portuguesa. Chegou a Portugal em 1988, e apesar de alguns anos a jogar futebol em Espanha e França, decidiu, após o final da carreira de futebolista, continuar a viver na cidade de Guimarães juntamente com a sua família, mulher e filhos portugueses.

William era um bom defesa central cuja regularidade patenteada nas suas exibições eram o seu principal predicado. Dali nunca se esperava um erro que comprometesse a equipa. Na verdade, não tinha grande estatura para a posição que ocupava no terreno de jogo, mas compensava esse défice de altura, com um distinto poder de elevação o que tornava num defesa difícil de superar no jogo aéreo. Era um verdadeiro atleta, muito seguro na marcação, mas com um poder de antecipação fora do vulgar o que lhe permitia constantes saídas ao corte às linhas de passe do adversário.

Desempenhava ainda com mestria as funções de libero. Era relativamente rápido nas dobras e com uma leitura de jogo fantásticas colocando em campo todo o saber e inteligência de um verdadeiro líder. Foi sempre um defesa goleador, principalmente na marcação de grandes penalidades que convertia com mestria. Alem disso, era um profissional exemplar e respeitado por colegas, treinadores, dirigentes e sobretudo pelos adeptos dos clubes por onde passou.

Antes de chegar a Portugal o William, ainda muito novo, deu nas vistas no Botafogo do Rio de Janeiro, onde jogou entre 1986 a 1988, clube no qual Paulo Autuori conheceu as aptidões do jovem jogador.
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Paulo Autuori, que havia sido adjunto de Marinho Peres no Vitoria de Guimarães na época de 1986/87, dava os primeiros passos como treinador principal de futebol aos comandos do Nacional da Madeira na época de 1988/89 quando o clube insular disputava pela primeira vez na sua historia o Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(CD Nacional da Madeira 1987/88)
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(CD Nacional da Madeira 1988/89)
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Para encarar a primeira experiência do clube madeirense e do técnico brasileiro na 1ª Divisão Nacional, Paulo Autuori formou uma equipa recheada de jogadores da sua nacionalidade, onde se destacavam o defesa Heitor, que havia jogado no Vitoria, os avançados Dino e Edmilson, que mais tarde também passou por Guimarães, e o defesa central William.
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Desconhecido em Portugal, William chegou assim ao futebol português para representar o Nacional da Madeira na época de 1988/89 com apenas 20 anos de idade. Veio em busca de uma vida e um futuro melhor. Paulo Autuori era conhecedor das potencialidades do jovem jogador e não teve qualquer pejo em entregar-lhe o comando da defensiva nacionalista.
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(CD Nacional da Madeira 1988/89)
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(CD Nacional da Madeira 1988/89)
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A temporada correu de feição ao Nacional da Madeira que terminou a prova classificado numa tranquilíssima 10ª posição da geral. Alias, a qualidade do futebol evidenciado pela equipa do Nacional da Madeira bem como o talento de alguns dos seus executantes, transformou a formação madeirense como alvo da cobiça dos principais clubes nacionais portugueses.
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Quanto a William diremos que foi indubitavelmente um homem chave no sucesso alcançado pelo clube madeirense. Actuou em 35 jogos, apontando 2 golos ao longo da toda a competição. Fez a sua estreia pelo Nacional da Madeira e, obviamente, também no futebol português, no dia 21 de Agosto de 1988 no Estádio Municipal de Chaves em encontro disputado entre o Desportivo de Chaves e o Nacional da Madeira a contar para a 1ª jornada do Campeonato Nacional. Actuou durante os 90 minutos do jogo que terminou empatado a 0-0.
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(CD Nacional da Madeira 1988/89)
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(CD Nacional da Madeira 1988/89)
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Como acima se referiu, William apontou 2 golos na sua primeira participação no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, ambos obtidos no Estádio dos Barreiros no Funchal. Um frente ao Boavista FC, na vitoria madeirense por 2-0, com os golos da autoria de William e Murphy. O outro golo concretizado na prova foi no decorrer do espectacular Nacional – 3, FC Penafiel – 4. Pelo Nacional da Madeira marcaram William e Edmilson por duas vezes, e pelo FC Penafiel, marcaram Djão, Toninho na própria baliza, e o avançado Amâncio por duas ocasiões.

No final da temporada, Paulo Autuori regressaria a Guimarães, para desta feita assumir, como treinador principal, o comando da formação do Vitoria Sport Clube para a época de 1989/90. Durante o defeso da nova temporada o Vitoria realizou poucas aquisições decidindo manter praticamente todo o lote de jogadores da época transacta.
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Chegaram a Guimarães apenas quatro caras novas. De Chaves veio o defesa Cerqueira, consumando assim um regresso à cidade berço, de Peniche, o jovem médio Cabral, e da Madeira, o guarda redes Madureira e o defesa central William, jogador que Paulo Autuori via como a pedra fundamental para a concepção defensiva que queria implantar no Vitoria de Guimarães.
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(Vitoria de Guimarães 1989/90)
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(Vitoria SC 1989/90)
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A táctica adoptada dos três centrais, tinha em William o verdadeiro esteio da defesa como libero, acompanhado por outros dois defesas de marcação que saíam invariavelmente do lote formado por Bené, Nené ou Germano, todos eles de inegável qualidade.
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William fez uma temporada notável ao serviço do Vitoria, tal como praticamente todo o colectivo, que ao longo da época realizou magnificas exibições, de que o 4º lugar na classificação no final da prova é o espelho disso mesmo.
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(Vitoria de Guimarães 1989/90)
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(Vitoria SC 1989/90)
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O Vitoria alcançou dessa forma o objectivo traçado apurando-se para as competições internacionais de clubes. O único desvio ao caminho do sucesso trilhado pelo Vitoria na temporada de 1989/90 foi a eliminação da Taça de Portugal frente ao Estrela da Amadora que viria a conquistar o troféu.
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Ao longo de toda a temporada William realizou 30 partidas com a camisola do Vitoria apontando 2 golos nesta edição da principal prova nacional. A estreia oficial de William com a camisola do Vitoria ocorreu no Estádio José de Alvalade, num espectacular jogo que os vimaranenses perderam injustamente por 3-2.
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(Vitoria de Guimarães 1989/90)
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A qualidade das exibições protagonizadas por William ao serviço do Vitoria na temporada de 1989/90 - dando assim seguimento ao nível exibicional revelado ao serviço do Nacional da Madeira na época anterior - agudizou o interesse de outros clubes na aquisição dos serviços o defesa brasileiro.

Desde o inicio do defeso da época de 1990/91 que os responsáveis do SL Benfica insistiam na contratação do brasileiro do Vitoria. Pimenta Machado, presidente da Direcção do Vitoria, dificultou ao máximo a transferência do jogador que sabia ser imprescindível para a equipa e para o treinador Paulo Autuori.
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William ainda chegou a fazer parte da pré-temporada no Vitoria, mas acabou por ser vendido pelos vimaranenses ao SL Benfica, com importantes reditos financeiros para o clube da cidade berço, com uma transferência a rondar o 50.000 contos. Todavia, esta transferência desagradou de sobremaneira o técnico do Vitoria abrindo ali a primeira grande brecha na relação entre presidente e treinador do Vitoria que haveria de acabar em ruptura meses depois.
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(Vitoria SC 1990/91)
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O central brasileiro acabaria por rubricar um contrato valido ate final de 1993 com o SL Benfica, vinculo que viria mais tarde a ser prolongado. Logo na primeira temporada ao serviço dos encarnados, William afirmou-se como titular indiscutível, formando parelha no centro da defesa com Ricardo Gomes, defesa internacional brasileiro. Realizou 38 jogos ao longo da prova, sendo um dos totalistas da equipa do SL Benfica na época de 1990/91, concretizando 4 golos ao longo da competição.
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Alem disso, o SL Benfica treinado pelo sueco Sven Goran Erikson, conquistou o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, pelo que, William conquistava assim o seu primeiro título nacional.
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(Num SL Benfica-SC Braga em 1990/91)
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(SL Benfica 1990/91)
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Entretanto, o SL Benfica transferiu o defesa central Ricardo Gomes no final da época, contratando para o seu lugar o russo Kulkov que vinha referenciado como defesa central, apostando ainda nos jovens Rui Bento e Paulo Madeira que recentemente se haviam sagrado Campeões do Mundo de Juniores.
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O SL Benfica, ainda treinado por Sven Goran Erikson, realizou uma campanha fraca no Campeonato Nacional de 1991/92, terminando a prova no 2º lugar da geral a 10 pontos do campeão nacional FC Porto. Para esta fraca temporada contribuiu em muito o desacerto defensivo que apenas teve em Neno um jogador em destaque. William começou a época como titular ao lado de Paulo Madeira. Em face dos maus resultados acabou por ceder o lugar a Rui Bento e mais tarde a Kulkov, regressando novamente à equipa num jogo frente ao Sporting CP no Estádio da Luz.
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(SL Benfica 1991/92)
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(SL Benfica-SC Salgueiros em 1991/92)
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William apenas foi utilizado em 18 partidas do nacional maior, tendo apontado 3 golos ao longo de toda a prova. De resto, um dos golos da autoria de William ocorreu precisamente no jogo acima mencionado frente ao Sporting CP.
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Na 21ª jornada do Campeonato Nacional, o SL Benfica recebeu e venceu o Sporting CP por 2-0. Numa tarde de primavera perante cerca de 80.000 espectadores no Estádio da Luz e sob arbitragem de Fortunato Azevedo da A.F. de Braga, o SL Benfica com Neno, José, Carlos, William e Paneira, venceu o Sporting CP treinado por Marinho Peres por 2-0, com golos da autoria de William e Pacheco.
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(SL Benfica 1991/92)
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(SL Benfica 1991/92)
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(SL Benfica 1991/92)
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(SL Benfica 1991/92)
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(SL Benfica 1991/92)
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(Num treino no Estadio da Luz em 1991/92)
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(SL Benfica 1991/92)
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(Dr. William com a camisola do SL Benfica)
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(SL Benfica 1991/92)
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(SL Benfica 1991/92)
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(Festejando com Neno em 1991/92)
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Na época seguinte no SL Benfica, William teve como treinador Tomislav Ivic, que mais tarde viria a ser substituído pelo próprio adjunto Toni. O plantel do SL Benfica contava para a zona central da sua defesa com William e Paulo Madeira, e ainda com Moser, Hélder e Samuel, que foi o grande sacrificado da época.
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William foi quase sempre titular realizando 20 jogos oficiais, apontando 3 golos. O SL Benfica foi novamente 2º classificado na prova, mas desta feita, fruto de uma excelente recuperação ao longo da 2ª volta, terminou apenas a dois pontos do FC Porto que foi novamente Campeão Nacional.
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(SL Benfica 1992/93)
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(SL Benfica 1992/93)
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(SL Benfica 1992/93)
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À 30ª jornada o SL Benfica ia em 1º lugar no Campeonato quando recebeu o Vitoria de Guimarães. No Estádio da Luz, em jogo realizado no dia 9 de Maio de 1993, sob arbitragem de José Filipe da A. F. do Algarve, os encarnados venceram os vimaranenses por 3-1, com o primeiro golo a ser apontado por William aos 40 minutos de jogo na transformação de uma grande penalidade. Isaías aos 42 minutos e Yuran aos 49, aumentaram a vantagem para 3-0, tendo a equipa do Vitoria reduzido apenas aos 89 minutos, para 3-1, por intermédio do internacional tunisino Ziad.
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Esta época terminaria porem em beleza para os encarnados que conquistariam a Taça de Portugal na edição de 1992/93, numa final disputado no Estádio do Jamor frente ao Boavista FC, que os encarnados venceriam por um sensacional 5-2, numa magnifica e memorável exibição de Paulo Futre, com o defesa central William a titular.
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(SL Benfica 1992/93)
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(SL Benfica 1992/93)
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(SL Benfica 1992/93)
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(SL Benfica 1992/93)
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Na temporada de 1993/94 o SL Benfica deu seguimento à brilhante 2ª volta protagonizada na época anterior sob os comandos de Toni que se manteve a liderar a formação encarnada. O SL Benfica e consequentemente William, sagraram-se novamente campeões nacionais. Contudo, William perdeu a condição de titular realizando apenas 8 jogos naquela edição da prova. A dupla de centrais mais utilizada pelo SL Benfica, era desta feita formada por Moser e o internacional português Hélder.
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Foi esporadicamente utilizado, apontando somente um golo na principal competição nacional da época de 1993/94. Ocorreu à 7ª jornada, no Estádio da Luz, no jogo entre o SL Benfica e o SC Braga, com a arbitragem de José Rufino da A.F. do Algarve. Os encarnados venceram os arsenalistas então treinados por António Oliveira por 2-0 com golos de William logo aos 2 minutos e Isaías aos 61.
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(SL Benfica 1993/94)
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(SL Benfica 1993/94)
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(SL Benfica 1993/94)
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(SL Benfica 1993/94)
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Apesar de Campeão Nacional o SL Benfica decidiu inacreditavelmente substituir o técnico Toni por Artur Jorge para a época de 1994/95. Com Artur Jorge, William manteve a condição de suplente, apenas aparecendo em 13 ocasiões não apontando desta feita qualquer golo. Hélder, Moser e Paulo Madeira foram muito mais utilizados numa época em que os encarnados não conquistaram nada e que se revelou o inicio de uma longa travessia no deserto no que toca à conquista de títulos nacionais.
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Era um período que o SL Benfica tinha jogadores de qualidade extremamente duvidosa onde a titularidade na equipa encarnada era assegurada por atletas como Nelo, Tavares, Clóvis ou Rui Esteves.
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(SL Benfica 1994/95)
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(SL Benfica 1994/95)
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Na época seguinte, relativa a 1995/96, chegaram ao Estádio da Luz dois novos defesas centrais que colocariam definitivamente William de fora do plantel do SL Benfica. O SL Benfica contratou King e Paredão e o William iniciou o seu périplo por clubes fora de Portugal.

Ingressou nos franceses do Bastia como uma das principais aquisições da equipa. Contudo a época foi muito conturbada não indo alem de um 15º lugar na tabela classificativa da 1ª Liga francesa.
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A aventura de William por terras gaulesas foi efémera, pois na época de 1996/97 foi contratado pelos espanhóis do Compostela SAD que militava naquela altura na 1ª Liga espanhola desde a temporada de 1994/95. William chegava assim à Liga das Estrelas, ainda que ao serviço do modesto Compostela SAD, que todavia conseguiu o brilharete de alcançar a manutenção naquela divisão.
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(William no Compostela SAD)
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William rubricou um contrato valido até 2001 com o Compostela SAD, presidido pelo polémico José Maria Caneda, que se tornou famoso por se envolver em agressões físicas com o não menos controverso Gil y Gil à saída de uma reunião da Liga de Clubes de Espanha.

Era já um jogador com uma longa carreira extremamente experiente, com um dilatado curriculum vitae, cada vez mais eficaz na marcação e perito no jogo aéreo. Fortaleceu de forma inegável o sector defensivo do popular “Compos”.

O luso brasileiro com toda a sua classe adaptou-se facilmente ao futebol espanhol onde logo na 1ª época realizou 20 partidas na 1ª Liga espanhola, apontando um golo. O modesto Compostela SAD garantiu facilmente a manutenção na liga milionária fruto do tranquilo 11º posto na tabela classificativa.
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Na época seguinte com o técnico Fernando Vasquez, e com jogadores da craveira como o russo Popov, o nigeriano Ohen, Christiansen, ou do búlgaro Penev, o Compostela SAD não resistiu ao poderio dos adversários acabando por ser relegado ao escalão secundário do futebol espanhol, pois os galegos não foram alem do 17º lugar na classificação geral da 1º Liga espanhola de 1997/98. William apenas alinhou em 13 jogos e apontou 1 golo na competição.
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(Compostela SAD 1998/99)
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(Compostela SAD 1998/99)
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De lá para cá nunca mais o Multiusos de San Lazaro, estádio do popular “Compos”, foi palco de qualquer jogo da apelidada Liga das Estrelas. Depois daquela descida de divisão o Compostela SAD foi descendo abruptamente no panorama futebolístico da nossa vizinha Espanha quase chegando à extinção.

William ainda permaneceu mais duas temporadas ao serviço do Compostela SAD, clube e cidade onde o luso brasileiro assentou raízes. Alias, ali, alem de jogar futebol, William fez os seus investimentos no mercado da Bolsa de Valores, estudou gestão económica e ciências empresarias. De resto, William nunca se limitou a apenas a jogar futebol pois sempre gostou dos estudos. Ainda antes da matrícula em gestão, William já tinha estudado psicologia em Lisboa no período em que jogou no SL Benfica.

Na época de 1998/99 o Compostela SAD foi treinado por António Maceda, antigo defesa internacional da Selecção espanhola, e antigo jogador do Sporting de Gijon e do Real Madrid. O “Compos” de William, Penev, Fabiano e do nosso conhecido Romano Sion, não foi alem do 8º lugar na 2ª Divisão espanhola, falhando assim o objectivo de regressar à 1ª Liga. William jogou 19 encontros oficiais sem concretizar qualquer golo.
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Pior seria a temporada seguinte com o 18º lugar obtido pelo Compostela SAD. E William apenas jogou 9 jogos apontando todavia 1 golo naquela época de 1999/00.
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(Compostela SAD)
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William com 33 anos tinha ainda mais um ano de contrato com o Compostela SAD. Sucede que, entretanto, regressa ao Vitoria de Guimarães para a época de 2000/01 o treinador brasileiro Paulo Autuori, depois de passagens brilhantes pelo Marítimo e Botafogo, e de ter treinado o SL Benfica.
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Em Guimarães Paulo Autuori assume a escolha dos elementos que irão compor o elenco vitoriano para a época de 2000/01. Cabeças de cartaz nas aquisições do Vitoria para a nova época são o central Paulão, vindo do S. Paulo, e os avançados Maurilio do Juventude e Manoel do PSV. Bem referenciados chegaram, como grandes desilusões partiram.
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(Dia da apresentação 2000/01)
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(Dia da apresentação epoca 2000/01)
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Paulo Autuori tinha o sonho de ver regressar William ao Vitoria e que com a sua experiência, fruto de ser jogador maduro, inteligente e com bom toque de bola, viria a fortalecer a capacidade do grupo. E assim foi. Pimenta Machado fez uma incursão à vizinha Galiza e conseguiu recrutar o defesa William a custo zero e que no Vitoria pretendia terminar a sua carreira.
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Todavia não foi feliz o início da temporada para William e muito menos para o Vitoria. William foi vitima das lesões e de um sofrimento bem mais agudo com o internamento hospitalar da sua filha com graves problemas de saúde. Já o Vitoria era vitima das arbitragens e o Campeonato corria muito mal pois não conseguia fugir dos lugares da descida de divisão.
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(Vitoria SC 2000/01)
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(Vitoria de Guimarães 2000/01)
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(Vitoria SC 2000/01)
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(Vitoria SC- SC Farense 2000/01)
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Entretanto saiu Paulo Autuori vítima dos maus resultados e a Guimarães chegou Álvaro Magalhães. Felizmente a filha de William recupera a saúde e William ganha a titularidade.

Estreia-se na temporada de 2000/01 em Campo Maior, frente ao SC Campomaiorense, numa importante vitoria dos vimaranenses por 0-1 em terras alentejanas. O autor do golo do Vitoria foi exactamente William que deste modo retornava em grande à competição.
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Dali até final da época foi titular indiscutível na equipa do Vitoria que sofreu a bom sofrer para se salvar da descida de divisão com mais uma alteração no comando técnico com a entrada de Augusto Inácio para o lugar de Álvaro Magalhães. O Vitoria acabou a prova no 15º lugar da geral, acabando por descer à Liga de Honra o SC Campomaiorense, o CD Aves e o CF Estrela da Amadora, com William a ser titular em 17 ocasiões apontando 2 tentos.
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(Vitoria SC- FC Porto 2000/01)
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(Vitoria de Guimarães 2000/01)
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Na época seguinte, Augusto Inácio manteve-se como técnico principal. Pimenta Machado e o treinador nomearam logo no início da temporada William como capitão de equipa pela sua personalidade forte e vincada. Todavia, mais uma vez, a época não começou da melhor forma para o central brasileiro que logo no estagio de pré-temporada em Manzaneda onde se lesionou com gravidade.
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Depois, quando recuperado encontrou uma dupla de centrais que estava a jogar bem, formada pelos brasileiros Flamarion e Cleber, o que relegou invariavelmente William para a condição de suplente.
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(Vitoria SC 2001/02)
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(No treino do Vitoria de Guimarães em 2001/02)
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(No treino no Vitoria SC em 2001/02)
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Acabou por abandonar a carreira no final da temporada de 2001/02 com 34 anos de idade, com o Vitoria a efectuar um Campeonato mediano mas longe dos sofrimentos da temporada anterior.
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Depois de abandonar a carreira de jogador profissional de futebol, William ainda esteve algum tempo ligado ao Vitoria de Guimarães, desempenhando funções no departamento de futebol profissional do clube. Porem, a manutenção nesse cargo não foi muito duradouro porque a verdade é que as suas funções estavam bastante esvaziadas de conteúdo.
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(William com a familia)
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Assumiu a condição de treinador de futebol. Primeiro em equipas de divisões inferiores no norte de Portugal, actualmente, a convite de José Maria Caneda, é o treinador do Compostela SAD no Campeonato Regional, Grupo Norte, com legitimas expectativas de subida de divisão.
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(Técnico do Compostela SAD)
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Apesar de trabalhar em Espanha continua a residir na cidade de Guimarães, sendo frequentemente visto na televisão como comentador desportivo, alem de continuar a sua vertente de estudioso do fenómeno futebolístico sendo regular a sua presença em debates ou acções de formação.


Autor: Alberto de Castro Abreu

Sem ser um "monstro" da defesa foi sempre um elemento bastante útil. Raramente comprometia e tinha uma postura de enorme correcção na abordagem ao jogo.
É daqueles que merecem ser relembrados pois são atletas e homens como ele que ajudam a enobrecer o espectáculo.

Um abraço para ele.

Vedeta ou Marreta ?
 
Ah! E os penalty's?
O modo como os "batia" era de deixar o pessoal de cabelos em pé! Uma calma verdadeiramente desesperante. Eficaz mas terrivelmente desesperante.
 
É um homem que faz falta ao futebol. a descrição que é feita por quem redigiu esta biografia desportiva, não deixa dúvidas que os melhores devem permanecer.
A questão é... Para quando uma oportunidade para poder explanar todo o seu conhecimento, como estudioso do fenómeno? Treinador de sucesso, é a garantia...
vpen
 
quantas saudades, onde estas, jogamos juntos no e.c.rio são paulo nos anos 80, estudamos junto no waldemar falcão. parabens por toda esta historia que voce fez e faz no futebol, como acabei de ler, um abração, me retorne.
 
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