Glórias do Passado: N´Dinga

 

N´Dinga


N´Dinga Mbote é uma personalidade incontornável na mais recente história do Vitória Sport Clube, uma vez que o representou em 286 partidas no Campeonato Nacional da 1ª Divisão ao longo das 10 temporadas consecutivas em que envergou a camisola com o emblema do Rei D. Afonso Henriques, o que o torna, neste aspecto, um recordista no clube.

Na verdade, N´Dinga é oficialmente o jogador com mais jogos disputados na principal competição nacional de futebol com a camisola do Vitoria de Guimarães. Foram 10 épocas consecutivas de muitas glórias, conquistas, e também algumas tristezas e desilusões. O nome N´Dinga Mbote é toda uma instituição no Vitoria Sport Clube.

A sua história de vida e desportiva, que de seguida iremos recuperar, está inundada de curiosidades e o seu nome encontra-se ligado a alguns dos mais polémicos casos do futebol português e do vitoriano em particular.

Nasceu no dia 11 de Setembro de 1966 na cidade de Kinshasa, na actual RD Congo, antigo Zaire. Foi várias vezes internacional zairense, representando o seu país em inúmeras competições disputadas entre selecções nacionais. Fez praticamente toda a sua carreira no futebol português, mas deixou também a sua marca histórica no Zaire, onde é reconhecido como um dos melhores jogadores daquele país.

O seu nome é N´Dinga Mbote. Mas aqui começa a primeira curiosidade da história que relatamos sobre N´Dinga. É que, de facto, N´Dinga começou por se chamar de Philippe N´Dinga, seu nome de nascença, todavia, este filho de um pastor protestante teve de alterar o seu primeiro nome, depois de Mobutu, Presidente do Zaire, ordenar que se anulassem todos os nomes franceses dos cidadãos daquele país. Por esse motivo, N´Dinga teve que substituir no seu nome Philippe por Mbote.

N´Dinga era na sua vida social um homem extremamente simples, amigo de toda a gente, imensamente simpático com todos aqueles que viviam na terra que o acolheu. Na cidade de Guimarães fez muitos amigos e os sócios ou adeptos do Vitoria revelam um sentimento de reconhecimento por este atleta.

Como jogador N´Dinga era incomparável e inconfundível. Como N´Dinga ao seu jeito só me recordo do internacional francês Jean Tigana. Aquele seu modo desarticulado e ziguezagueante que impendia na sua forma de estar dentro do terreno de jogo era a sua verdadeira imagem de marca. Parecia uma verdadeira enguia a serpentear em dribles sucessivos entre os defesas.

Tinha uma excelente capacidade técnica, era franzino de corpo, mas com uma energia inesgotável. A sua capacidade física revelava-se no facto de muitas vezes, ao assistirmos aos seus jogos, ficarmos com a sensação que após aqueles 90 minutos de jogo, N´Dinga demonstrava suficiente frescura para realizar mais uma partida futebol logo de seguida.

N´Dinga tacticamente ocupava qualquer lugar na linha média. No Vitoria ele desempenhou funções de extremo direito, foi médio interior, jogou como n.º 10, foi trinco, foi lateral direito e até a libero o vi jogar. Era daqueles jogadores que qualquer treinador podia confiar e de uma ampla utilidade em face da versatilidade que apresentava.

No passe era seguro, com boa visão de jogo, exímio a tratar o esférico e com uma capacidade de drible invulgar. Na marcação, antecipação e desarme era irrepreensível. No seu estilo desengonçado, o seu jogo de cabeça e a técnica de remate é que não era ponto forte.

Acima de tudo N´Dinga era um pulmão com uma inesgotável energia física, um exemplar jogador de equipa, com excelentes performances exibicionais já que raramente se encontrava em baixo de forma ou sequer padecia de qualquer lesão. Com ele a bitola estava sempre elevada e por esse motivo foi durante 10 anos, após sucessivos técnicos e muitos companheiros de equipa, um titular indiscutível nas variadas formações do Vitoria Sport Clube.

N´Dinga iniciou a sua carreira no seu país. Curiosamente nunca esteve no futebol jovem e com apenas 16 anos de idade começou imediatamente a jogar na 1ª Divisão Nacional do Zaire no Ruwensor. Este jogador foi directamente das ruas onde jogava futebol com os amigos para os campos de futebol da 1ª Divisão Nacional.

Na verdade, N´Dinga não era na altura um verdadeiro apaixonado pelo futebol, dedicando-se muito mais do seu tempo aos estudos, na área da electrónica.

Do Ruwensor transferiu-se para o DC Motema Pembe Kinshasa, um dos maiores clubes do antigo Zaire, como a mais cara e disputada transferência da história do futebol zairense ate aquela altura. Ao serviço desse grande clube do qual era titular indiscutível foi chamado pela primeira vez à Selecção Nacional A do Zaire, onde se estreou com apenas 18 anos de idade, num jogo frente ao Gabão. A estreia pela Selecção Nacional do seu país foi de resto muito feliz e marcante para N´Dinga, que entrou no terreno de jogo apenas na segunda parte, quando o resultado estava ainda empatado a 0-0. O Zaire acabaria por levar de vencida a partida frente ao Gabão por 2-0 com o segundo golo a ser apontado pelo jovem N´Dinga.

Todavia a vida de N´Dinga levaria uma volta de 180 graus. O seu sossego terminou quando decidiu assinar contrato com o AS Vita Clube, simplesmente o maior rival do DC Motema Pembe Kinshasa. Essa transferência não foi obviamente bem acolhida pelos fanáticos adeptos do seu anterior clube. N´dinga teve que sobreviver a tentativas de agressão, ameaças de morte, a perseguições e a autenticas fugas “Hollywoodescas”.

N´Dinga percebeu que não poderia continuar mais tempo no Zaire e por esse motivo decidiu abandonar o seu país, assumindo a qualidade de profissional de futebol e tentando a sorte no futebol europeu. N´Dinga apesar de ter contrato assinado com o AS Vita Clube nunca chegou a representar aquele clube.

N´Dinga Mbote e Basaula, outro jogador que viria a tornar-se atleta do Vitória, tinham praticamente definido que o seu destino seria os franceses do Nice. Todavia, pelo meio desta fuga do seu país surge a figura do empresário português Valter Ferreira que tinha relações privilegiadas com a Direcção do Vitoria Sport Clube. Valter Ferreira indica a Pimenta Machado, Presidente do Vitória, os nomes de N´Dinga e Basaula, e ainda o de N´Kama, outro jogador zairense que já se encontrava naquela altura em Portugal a prestar provas no SL Benfica.

O então Presidente do Vitória aceita a indicação do empresário Valter Ferreira e seguem os 3 zairenses para Guimarães onde iriam ser sujeitos a testes de aptidão. De resto, é por todos conhecidos o desfecho, pois todos eles acabaram por rubricar contrato com o Vitoria Sport Clube.
É pois, deste modo, que N´Dinga Mbote chega ao Vitória para integrar o plantel treinado pelo brasileiro Marinho Peres para a época de 1986/87. Época que de resto, é a todos os níveis sensacional e marcante para todos os vitorianos. Inclusive para N´Dinga, que desde de início da sua estada em Guimarães se fixou categoricamente como titular indiscutível no onze vimaranense.
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(N´Dinga e o seu autografo no Vitoria SC em 1986/87)
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(Como um verdadeiro simbolo do Vitoria SC)
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1986/87)
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(Caricatura bem expressiva de N´Dinga)
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(Em 1986/87 no Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1986/87)
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É também, do lote de 3 zairenses que marcaram uma época em Guimarães, aquele que mais tempo permaneceu ao serviço do Vitória e indubitavelmente o de maior valia técnica tornando-se mesmo um carismático jogador do Clube. Foi mesmo representante do Clube quando assumiu a braçadeira de capitão de equipa.
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Fez a sua estreia oficial ao serviço do Vitoria na 1ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1986/87, no Estádio 1ª Maio em Braga, quando os vimaranenses derrotaram os eternos rivais da cidade dos arcebispos por 0-1 com um golo de Adão. Estava assim lançada uma época de foi sensacional para as hostes vitorianas à qual N´Dinga ficou umbilicalmente ligado.
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(N´Dinga ostensivamente agarrado por um defsa do At. Madrid)
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(Com a camisola do Vitoria SC na época de 1986/87)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1986/87)
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(Observando o lance entre Miguel e Casagrande no FC Porto-Vitoria SC da época de 1986/87)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1986/87)
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Na sua primeira época em Guimarães, N´Dinga participou em 23 jogos no Campeonato Nacional, apontado 3 golos ao longo de toda a prova na qual o Vitoria terminou classificado num brilhante 3º lugar, depois de andar quase toda a temporada a lutar pelo titulo de Campeão Nacional.

Apontou o seu primeiro golo com a camisola vitoriana logo à 3ª jornada da edição de 1986/87 do Campeonato Nacional da 1ª Divisão no Estádio da Povoa do Varzim, num jogo entre o Vitória e a equipa poveira que terminou empatado a 1-1. Ao minuto 54 N´Dinga apontou o golo do Vitoria para gáudio dos milhares de fervorosos adeptos que acompanharam a equipa da cidade berço naquele verão de 1986.

N´Dinga foi ainda o autor de um golo frente ao Desportivo de Chaves na vitoria dos vimaranenses por 3-1 e o outro restante golo da sua conta pessoal naquela época foi obtido no Estádio Municipal de São Luís em Faro, quando o Vitoria goleou o Sporting Farense por 1-4.

O Vitoria na época de 1986/87 protagonizou uma fantástica campanha nas competições europeias de futebol, alcançado os quartos de final da prova onde foram eliminados pelos alemães do Borussia, depois de deixar pelo caminho o Sparta de Praga, o Atlético de Madrid e os holandeses do Groningen. Estreou-se nas provas internacionais com a camisola do Vitória, no dia 17 de Setembro de 1986, no Estádio Letna, na antiga Checoslováquia, no jogo da 1ª mão, da primeira eliminatória, frente ao Sparta de Praga. Foi titular nesse encontro e substituído aos 89 minutos pelo seu colega Basaula, numa altura em que o jogo já se encontrava igualado a 1-1, que de resto, foi o seu resultado final.

Nessa epopeia realizada pelo Vitoria na Europa do futebol, N´Dinga ficou ainda ligado ao resultado obtido pelos vitorianos frente aos holandeses do Groningen, dado que foi o autor do segundo tento na goleada infligida por 3-0 no jogo da 2ª mão dos oitavos de final da Taça Uefa. Alias, foi um excelente golo, numa execução de primeira num remate com o pé esquerdo depois de uma excelente jogada ofensiva da equipa do Vitória.

Aqui, poderemos acrescentar uma outra curiosidade em relação a N´Dinga. Quando a comitiva do Vitoria seguia em viagem para estágios era frequente todos os atletas usarem uma indumentária do clube que previa o uso de gravata. Sucede que, com N´Dinga, ainda era possível vê-lo com o fato da equipa, mas de gravata nunca. A explicação é simples. É que, Mobutu, presidente do Zaire, simplesmente proibiu o uso de gravata pelos cidadãos zairenses, impedimento que N´Dinga cumpria à risca.
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Na época seguinte, sob o comando do brasileiro René Simões primeiro, António Oliveira e finalmente José Alberto Torres, N`Dinga manteve o estatuto de titular no Vitória, mas com alguns hiatos competitivos, pois esteve fora da equipa alguns jogos, o que de resto, explica os seus números no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1987/88, onde apenas esteve presente em 17 jogos não tendo concretizado qualquer golo ao longo da prova.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1987/88)
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(Em 1987/88 com a camisola do Vitoria SC)
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(Plantel do Vitoria SC na temporada de 1987/88)
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(N´Dinga no Castelo de Guimarães)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1987/88)
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Marcou ainda presença na final da Taça de Portugal dessa época em jogo que foi titular na equipa do Vitoria que saiu derrotado pelo FC Porto 1-0 que dessa forma conquistou o troféu. Nas competições europeias, a sua presença na equipa principal também não foi sequencial, pois umas vezes era titular, e em outros jogos nem sequer saia do banco de suplentes.
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(Ao seu estilo na final da Taça de Portugal no Estadio do Jamor)
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(Equipa do Vitoria SC na final da Taça de Portugal em 1987/88)
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(Escapando aos 3 adversários portistas na final da Taça de Portugal)
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O final desta temporada ficou todavia famoso na história do futebol português pelo apelidado “Caso N´Dinga” que envolveu o Vitoria, a Académica de Coimbra e a Federação Portuguesa de Futebol, estando no epicentro a inscrição do jogador zairense pelos vimaranenses. O Vitória já no decorrer da 2ª volta do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, recebeu no Estádio Municipal de Guimarães, a Académica de Coimbra, em jogo que os vitorianos venceram por 3-0 com dois golos do avançado Décio António e um de Ademir.

No final da temporada a Académica de Coimbra acabou relegada à 2ª Divisão Nacional, fruto do 16º lugar na classificação na tabela. Todavia, os dirigentes da Académica de Coimbra despoletaram um caso no futebol português, alegando que o jogador N´Dinga estava irregularmente inscrito pelo Vitoria de Guimarães e assim pretendiam que a equipa vimaranense perdesse na secretaria os pontos conquistados no terreno de jogo.

A Académica nunca conseguiu levar a sua alegação a avante e tudo permaneceu como ficou decidido em campo sendo arquivado o processo disciplinar ao clube vimaranense. O Vitoria na 1ª Divisão e a Académica de Coimbra na 2ª.

A história é de todo rocambolesca com alegadas falsificações de documentos, carimbos, ligações a cônsules. A história viria de novo à ribalta aquando da famosa entrevista off the record de António Oliveira ao Jornal Record, ele que naquela época treinou os 2 clubes envolvidos na contenda.
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A época de 1988/89 começou bem para o Vitoria e para N´Dinga com a conquista do único troféu de expressão nacional no palmares do clube. N´Dinga foi titular do Vitoria em ambos os jogos da final da Supertaça Cândido de Oliveira. No jogo da 1ª mão disputado no Estádio Municipal de Guimarães no dia 28 de Setembro de 1988, arbitrado por Jorge Coroado, o Vitoria levou de vencida o FC Porto por 2-0. Um dos golos dessa noite conquistadora do Vitoria seria apontado pelo zairense N´Dinga.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1988/89)
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(Caricatura de N´Dinga com o equipamento do Vitoria SC)
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(Em 1988/89 no Vitoria SC)
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1988/89)
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(Com o equipamento do Vitoria SC)
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(N´Dinga com a esposa)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1988/89)
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(Com o equipamento branco do Vitoria SC)
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(Vai ultrapssar o adversário do Vitoria de Setubal)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1988/89)
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(Festejando o golo obtido na Supertaça)
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(Em esforço, dividindo o lance com Dito do FCPorto)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1988/89)
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(Disputado lance no encontro frente ao FC Porto)
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(Exibindo a Supertaça Cândido de Oliveira)
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(Equipa do Vitoria SC vencedora da Supertaça)
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No Campeonato Nacional dessa temporada foi pautado pela mediania da equipa do Vitoria que terminou posicionado na 9ª posição. N´Dinga alinhou em 31 jogos e apontou 2 golos na prova. Um desses 2 golos foi apontado frente ao Sporting de Espinho na vitória dos vimaranenses no Estádio Municipal de Guimarães por 2-1, com os outros golos da autoria de René para o Vitoria e Pingo para os espinhenses.
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Na Taças das Taças, competição europeia que o Vitoria participou na época de 1988/89, N´Dinga foi titular nos 2 encontros disputados frente aos holandeses do Roda em que o Vitoria acabou eliminado.
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(Em jogo pelo Vitoria SC)
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(Perseguindo por Fernando Mendes do Sporting CP)
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(Plantel do Vitoria SC na temporada de 1988/89)
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(Festejando a conquista da Supertaça com os colegas de equipa)
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(No Vitoria SC na época de 1988/89)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1988/89)
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(Na marcação a Skoda do Portimonense)
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(Meia baixa no seu estilo peculiar)
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(Plantel do Vitoria SC no época de 1988/89)
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(Foto do plantel do Vitoria SC. Note-se que N´Dinga é o unico elemento sem gravata)
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(N´Dinga e Nando numa acção ofensiva do Vitoria SC)
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(Acrobacia de N´Dinga em jogo de temporal)
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A segunda grande época de N´Dinga no Vitoria foi a temporada de 1989/90 onde o Vitoria terminou num sensacional 4º lugar na classificação alcançado um novo apuramento para as competições europeias. O futebol praticado ao longo da época foi de elevada qualidade e o zairense N´Dinga foi peça chave na manobra da equipa. N´Dinga actuou em 31 jogos e apontou 5 golos, a sua melhor marca ao serviço do Vitória.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1989/90)
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(N´Dinga no centro do terreno)
. (N´Dinga com o filho)
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(Em 1989/90 no Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1989/90)
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(No treino do Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1989/90)
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Em 1990/91, N´Dinga começou a cimentar a sua posição de jogador da história do Vitoria com mais jogos na 1ª Divisão. Era já a sua 5ª época consecutiva ao serviço do clube e na qual N´Dinga foi totalista pois fui utilizado em todos os jogos disputados no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1990/91. Em 38 jogos da prova N´Dinga apontou 2 golos.
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(No jogo da Taça Uefa frente ao Fernerbahce)
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(Plantel da época de 1990/91)
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(Com o amigo, também zairense, Basaula)
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A época de 1991/92 voltou a ser excelente para o Vitoria. Um 5º lugar no Campeonato Nacional e mais um acesso às competições europeias na equipa então treinada por João Alves. N´Dinga foi efectuou 17 jogos completos, e 9 a tempo parcial, totalizando 26 partidas em que não concretizou qualquer golo.
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(Em jogo frente ao Maritimo na época de 1991/92)
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(Com o amigo Basaula no interior dos Paços dos Duques de Bragança)
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(N´Dinga com a familia, esposa e filho)
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(Plantel do Vitoria SC na temporada de 1991/92)
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(em 1991/92 com a camisola do Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria na época de 1991/92)
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(Em 1991/92 novamente no Vitoria SC)
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(Equipa do Vitoria na época de 1991/92)
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(N´Dinga novamente com o filho)
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A sua 7ª época com o D. Afonso Henriques ao peito não foi colectivamente agradável para os adeptos do Vitoria. A equipa fez uma prova mediana terminando posicionada no 11º lugar da geral. N´Dinga efectuou 31 jogos no Nacional maior e apontou 3 golos, todos no Estádio Municipal de Guimarães, nas vitórias caseiras dos vimaranenses frente ao Belenenses (2-1), Sporting de Espinho (3-1) então treinado por Quinito, e Desportivo de Chaves (4-2).
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Nessa época apontou ainda um golo frente ao Ajax no jogo da 2ª mão, da 2ª eliminatória da Taça Uefa disputado no Estádio Olímpico de Amesterdão no dia 4 de Novembro de 1992, na derrota do Vitoria por 2-1. Foi o último golo da sua carreira em provas internacionais.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1992/93)
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(No Vitoria SC em 1992/93)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1992/93)
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(N´Dinga em 1992/93)
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(Equipa do Vitoria na temporada de 1992/93)
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Na época de 1993/94, na equipa então treinada por Bernardino Pedroto, N´Dinga foi o jogador do Vitoria mais utilizado ao longo de toda a temporada. Realizou 30 partidas completas e 3 em tempo parcial.
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(Em 1993/94 no Vitoria SC)
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1993/94)
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(Com a camisola do Vitoria SC na época de 1993/94)
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1993/94)
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(Disputando o lance com Milton Mendes do CF União da Madeira)
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As magníficas exibições colectivas do Vitoria e as boas classificações regressaram como treinador Quinito no comando da formação vitoriana. Na temporada de 1994/95 o Vitoria ficou classificado no 4º lugar do Campeonato e assim se apurou para as provas internacionais atingindo assim o objectivo delineado para a época. N´Dinga continuou com o estatuto de titular indiscutível no meio campo ao lado de Pedro Martins, contabilizando mais 31 jogos com a camisola do Vitoria e concretizando 1 golo. Alias, este seria o seu ultimo golo com a camisola do Vitoria de Guimarães, apontado no dia 21 de Maio de 1995 no Estádio José Gomes na Reboleira, num encontro frente ao Estrela da Amadora treinado por Fernando Santos e que terminou empatado a 1-1, com o golo do Vitoria a ser concretizado por N´Dinga logo aos 2 minutos de jogo.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1994/95)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1994/95)
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(No Vitoria na temporada de 1994/95)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1994/95)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1994/95)
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(Com a camisola do Vitoria SC na temporada de 1994/95)
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(Equipa do Vitoria na temporada de 1994/95)
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A época de 1995/96 seria a ultima temporada de N´Dinga como jogador profissional de futebol. Era a 10º ano com a camisola do Vitoria onde era o capitão de equipa e uma verdadeira referencia. O Vitoria terminou a época em 5º lugar garantindo um novo acesso às competições europeias depois de uma brilhante segunda volta no Campeonato Nacional após a entrada de Jaime Pacheco para o comando técnico da equipa em substituição de Vítor Oliveira. O camisola n.º 14 do Vitoria realizou 24 jogos ao longo de toda a prova.
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(Plantel do Vitoria na época de 1995/96)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1995/96)
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Despediu-se das provas internacionais num jogo da Taça Uefa no dia 31 de Outubro de 1995 no Estádio D. Afonso Henriques frente ao FC Barcelona, em que o Vitoria foi copiosamente derrotado por 0-4.
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O seu último jogo oficial com a camisola do Vitoria, tal como o primeiro, foi disputado no Estádio 1º de Maio em Braga frente ao eterno rival Sporting de Braga. Era o jogo da última jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1995/96, onde o Vitoria já classificado para as provas internacionais apresentou uma equipa com alguns jogadores pouco utilizados nessa época, acabando derrotado pelos arsenalistas por 4-0.
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(No Vitoria SC na época de 1995/96)
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(Equipa do Vitoria SC em 1995/96)
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(No Vitoria SC)
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(N´Dinga o capitão da equipa do Vitoria SC na temporada de 1995/96)
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No final da época, N´Dinga com 30 anos de idade abandonou a carreira de jogador profissional de futebol algo prematuramente diziam alguns. Continuou contudo ligado ao departamento de futebol profissional do Vitoria Sport Clube na área de prospecção de talentos em Africa.

Na qualidade de olheiro, N´Dinga indicou logo na 1ª época nessas funções 2 jogadores que acabaram por rubricar contrato com o Vitoria. O lateral esquerdo Kasongo Kabue e o extremo Katanga Makalamba. O primeiro ainda foi várias vezes utilizado, o segundo praticamente nunca envergou a camisola do Vitoria.

Todavia a relação de N´Dinga com o Vitoria não terminou da melhor maneira. N´Dinga e o Presidente da Direcção do Vitoria Pimenta Machado envolveram-se numa troca de acusações em finais do ano de 1999 e inícios de 1998.

Pimenta Machado acusou N´Dinga de ter desaparecido com dinheiro do Vitória. Dizia o Presidente do Vitoria que N´Dinga tinha-se deslocado à Zâmbia para contratar Omar Banza com dinheiro do Vitoria. Passados largos meses, nem o dinheiro nem o jogador apareciam em Guimarães. Pimenta Machado “explodiu” e acusou o ex jogador de roubar o clube.

Por seu turno, N´Dinga acusou Pimenta Machado de que a sua função não era apenas de trabalhar para o Vitoria como olheiro, mas também exercer outras funções para uma sociedade registada num paraíso fiscal denominada de Vitory Management Limited onde o presidente do Vitoria era um de três sócios.
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Pimenta Machado após aquelas acusações do jogador apresentou queixa crime contra N´Dinga por burla e difamação no Tribunal Judicial da Comarca de Guimarães. Este procedimento criminal deu lugar à marcação de julgamento, mas em virtude da impossibilidade de proceder à notificação de N´Dinga, este acabou declarado contumaz. É que entretanto, N´Dinga abandonou Portugal e foi viver para o Canadá. Esteve ainda em Guimarães onde publicamente pediu perdão a Pimenta Machado e mostrou-se arrependido pelas declarações que fez.
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(N´Dinga no ano de 2000)
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Ao que se sabe, N´Dinga voltou a jogar futebol no Benfica de Toronto, no Canada, filial do SL Benfica, aos 37 anos. Paralelamente trabalhava numa carpintaria de Mário João Narciso, emigrante português e director desportivo do Benfica de Toronto e Presidente da Casa do Benfica em Toronto.
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Um belo golo de N´Dinga ao serviço do Vitoria SC obtido na época de 1986/87, no Estádio Municipal de Guimarães, frente aos holandeses do Groningen.


Autor: Alberto de Castro Abreu

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