Glórias do Passado: Temporada de 1952/53

 

Temporada de 1952/53


Na temporada de 1952/53 o Vitoria Sport Clube voltou a participar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão e ao garantir a permanência no principal escalão do futebol português no final daquela época, tornou-se o clube com mais participações consecutivas na 1ª Divisão Nacional a seguir ao SL Benfica, Sporting CP, FC Porto e CF Belenenses, feito registado e de assinalar naquele tempo para uma colectividade da província.

O Vitoria manteve no início da época como técnico principal o húngaro Alexandre Peics que contudo veio a ser substituído por Cândido Tavares. Cândido Tavares foi um treinador português que se radicou na cidade de Guimarães onde se tornou muito famoso junto da população vimaranense, não só por ter sido técnico do Vitoria, mas sobretudo, pela criação de varias classes de ginástica na cidade berço.

As principais aquisições do Vitoria para esta época vieram do SL Benfica, clube com o qual os vitorianos mantinham estreitas relações de amizade e de onde chegavam com frequência vários jogadores para representar a colectividade da cidade de Guimarães. Assim, chegaram no inicio da temporada os médios Cesário e José da Costa e já com o Campeonato Nacional em andamento o Lara, que no Vitoria ficou conhecido como Lara II, pois a formação vitoriana já incluía curiosamente um outro jogador com o mesmo nome.
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(Cesário com o equipamento tradicional do Vitoria)
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(Cesário com a camisola do Vitoria)
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(Lara II com o equipamento do Vitória)
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José da Costa era mesmo um médio de qualidade que já havia sido Campeão Nacional da 1ª Divisão na época de 1949/50 pelo SL Benfica comandado pelo treinador inglês Ted Smith.
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(José da Costa)
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(José da Costa com o equipamento branco e preto do Vitória)
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Nesta época destaque ainda para as contratações de Caraça, que apontaria um golo decisivo para a manutenção do Vitoria na 1ª Divisão Nacional, e para Silveira, jogador que chegou dos Açores já com a época de 1952/53 em andamento, mas que se tornou um nome famoso na historia do Vitoria, dado que representou o clube vimaranense por mais uma década assumindo-se ainda como capitão de equipa durante vários anos.

O Vitoria terminou a prova na 8ª posição da tabela classificativa contabilizando 20 pontos decorrentes de 7 vitórias e 6 empates, já que foi derrotado por 13 vezes. Todavia, esta posição alcançada e que se situa a meio da tabela geral, num campeonato disputado por 14 clubes, não foi sinónimo de normalidade nem de uma prova sem sobressaltos. Antes pelo contrário, pois o Vitoria viu-se envolvido ate final da competição na luta pela permanência no principal escalão com o Boavista FC, SC Covilhã, Académica de Coimbra, Atlético CP, SC Braga e GD Estoril – Praia.

Alias, o Vitoria só garantiu a permanência num dramático jogo disputado na cidade de Guimarães no dia 26 de Abril de 1953 frente ao SC Braga. No Campo da Amorosa, completamente lotado, assistiu-se com elevado dramatismo ao desenrolar do jogo entre vizinhos de Guimarães e Braga e que permaneceu empatado a 2-2 até ao ultimo minuto do encontro, altura em que Caraça apontou o golo da vitoria e da salvação dos vitorianos, que assim venceram a partida por 2-1, remetendo a formação arsenalista para o jogo da liguilha.

A equipa tipo do Vitoria era constituída por: Silva; Lourenço, Cerqueira e Costa; Cesário e José da Costa; Lara II, Rebelo, Caraça, Franklim e Silveira.

Nesta edição do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1952/53 destaque para a goleada infligida à Académica de Coimbra por 6-1 em Guimarães e para o empate alcançado em Lisboa a 3-3 contra o Sporting CP, que se sagrou como Campeão Nacional.
Na competição rainha do calendário desportivo nacional do futebol português que é a Taça de Portugal, o Vitoria apenas foi afastado nas meias-finais pelo SL Benfica, com duas derrotas em Guimarães e em Lisboa ambas por 3-1. SL Benfica que de resto veio a vencer a competição com uma goleada obtida por 5-0 na final frente ao FC Porto. Entretanto, o Vitoria até atingir aquela eliminatória tinha deixado pelo caminho o GD Estoril – Praia, com recurso a um terceiro jogo de desempate, e nos quartos de final o SC Covilhã.


Autor: Alberto de Castro Abreu

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