Glórias do Passado: Júlio

 

Júlio


Júlio era um jogador de qualidade que actuava na posição de avançado e que alinhou pelo Vitoria de Guimarães na temporada de 1983/84 já com 30 anos de idade, depois de varias épocas de experiência na 1ª Divisão Nacional do futebol português.

O nome completo deste jogador é Júlio Carlos da Costa Augusto, nascido no dia 26 de Março de 1953 na invicta cidade do Porto. De resto, foi em representação de clubes desta cidade que fez praticamente toda a sua carreira de jogador profissional de futebol, à excepção de 3 temporadas em que alinhou no Vitoria Sport Clube, no Varzim SC e no Portimonense SC.

Entre 1971 e 1977 Júlio jogou no FC Porto, onde foi treinado por mestres do futebol como o húngaro Bela Gutman e José Maria Pedroto. Todavia, a sua utilização nos azuis e brancos era intermitente, resumindo-se praticamente a condição de suplente, com utilizações esporádicas, apesar da qualidade que evidenciava.

No final da temporada de 1976/77 deixou o FC Porto e foi incorporado na formação do Varzim SC que alcançou um tranquilo 10º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão na época de 1977/78. Aqui Júlio foi um dos destaques na equipa poveira.

Por esse motivo, acaba por não permanecer na equipa varzinista e segue carreira no Boavista FC onde efectivamente mais se notabilizou no futebol português. Foram 3 temporadas equipado de xadrez. Aí Júlio era sempre titular e uma das peças mais preponderantes da equipa do Boavista FC que conquistaria dois 4º lugares no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1979/80 e 1980/81.
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(Foto e caricatura de Julio no Boavista FC)
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(Equipa do Boavista FC na época de 1979/80 com Julio)
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(Caricatura de Julio com a camisola axadrezada)
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(Julio no Boavista FC em 1980/81)
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(Na época de 1980/81 Julio no Boavista FC)
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(Novamente Júlio com o equipamento do Boavista FC no Estadio do Restelo)
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Os seus desempenhos aos serviços dos boavisteiros fundamentaram o seu regresso ao FC Porto de Hermann Stessl, treinador austríaco que mais tarde o levaria para o Vitoria de Guimarães. Júlio representou o FC Porto em duas temporadas nesta sua segunda passagem pelas Antas.

Porém, quer durante o primeiro período, quer durante esta segunda passagem pelo FC Porto, Júlio nunca se sagrou Campeão Nacional, dado que os títulos fugiram invariavelmente para os rivais de Lisboa. Foram anos de jejum portista. Conquistou, porém, uma Taça de Portugal na época de 1978/79 pelo Boavista FC, derrotando na final o Sporting CP.
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(Júlio no plantel do FC Porto na época de 1982/83)
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(Equipa do FC Porto com Julio na época de 1982/83)
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Na época de 1983/84 o Vitoria Sport Clube contratou o técnico austríaco Hermann Stessl para comandar sua formação principal no Campeonato Nacional da 1ª Divisão bem como na Taça Uefa, competição europeia para a qual o clube vimaranense havia sido apurado na temporada anterior sob os comandos de Manuel José.

Hermann Stessl era um treinador conceituado, que em Portugal já havia trabalhado no Boavista FC e no FC Porto. Indicou a contratação de Júlio ao Vitoria tendo em vista o reforço da linha atacante do conjunto vimaranense que já contava com vários jogadores de qualidade como os brasileiros Da Silva, Eldon e Paulo Ricardo, e os portugueses Joaquim Murça, Flávio e Fonseca.

Júlio, jogador já com 30 anos de idade, naquela altura, vinha trazer maior experiência ao plantel vimaranense que perseguia a repetição dos feitos alcançados na temporada anterior e uma boa representação nas provas internacionais.
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(Julio com a camisola do Vitoria na época de 1983/84)
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No Campeonato Nacional depois de um bom arranque inicial a equipa foi perdendo fulgor ao longo da prova, sobretudo devido a varias lesões que importunaram o plantel, terminando a competição posicionada no 7º lugar da tabela classificativa.

Nesta principal prova nacional, Júlio foi utilizado pelo Vitoria de Guimarães em 15 partidas. Na verdade, Júlio no início da temporada era um jogador bastante utilizado, muitas das vezes como titular, ou então, quando suplente, entrava muitas vezes nas segundas partes dos encontros.

Porem, com o decorrer da época foi perdendo preponderância, sendo substituído por outros companheiros que ofereciam mais garantias ao técnico, estando varias jornadas sem sequer ser utilizado. Ao longo da prova apontou 2 golos com a camisola do Vitoria, precisamente no mesmo desafio. Deverá ter sido com toda a certeza, o seu melhor jogo com a camisola do Vitoria Sport Clube.

Estávamos na 7ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1983/84. O Vitoria estava classificado na 3ª posição com 9 pontos juntamente com o Sporting CP e com o Portimonense SC.

Era precisamente o clube algarvio o adversário do Vitoria e a quem Júlio apontou os 2 golos, num jogo disputado no Estádio do Portimonense e sob a arbitragem de Veiga Trigo da A.F. de Beja.

O Portimonense SC, treinado pelo ex treinador do Vitoria Manuel José alinhou com: Damas, que era o capitão da equipa, Coelho, Simões, Freitas e João Gouveia; Luís Saura, Vítor Oliveira e Nelson; Fernando Martins, Cadorin e Norton de Matos. Ainda antes do intervalo entrou Rui Aguas para o lugar do médio Nelson, e já na 2ª parte, entrou Lúcio para o lugar de Norton de Matos. Note-se nesta equipa a presença de vários atletas que estiveram ligados ao Vitoria de Guimarães.

Por seu turno, o Vitoria de Hermann Stessl alinhou na baliza com Jesus, depois, Gregório Freixo, Amândio, Alfredo Murça e Laureta; Nivaldo, Paquito e Dimas; Joaquim Murça, Júlio e Eldon. Na 2ª parte entrou Flávio para o lugar de Dimas.

O Vitoria venceu este jogo por 0-2, com ambos os golos a serem apontados por Júlio. O jornal A Bola da época, numa crónica do jornalista Aurélio Márcio dizia em titulo que: “Meia-Hora estonteante liquidou a equipa algarvia”; “A dinâmica, o futebol agressivo, solto e rápido do Vitoria passeou-se por todo o campo”.

O 1º golo vimaranense foi obtido logo aos 13 minutos, num lance de combinação entre Eldon e Julio, com este a tocar a bola por cima do defesa algarvio Simões, que ainda meteu a mão à bola, com o arbitro a dar a lei da vantagem, caminhando seguidamente para a baliza e à saída do guarda redes Damas, atirou para o fundo das malhas da baliza do Portimonense SC.

Aos 21 minutos Júlio concretizaria o 2º golo do Vitoria, aproveitando uma hesitação dos centrais algarvios ficando de novo isolado perante Damas atirando novamente a contar para o marcador a favor dos minhotos da cidade berço.
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(Júlio no plantel do Vitoria na temporada de 1983/84)
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Na Taça Uefa o Vitoria ficaria pelo caminho logo na 1ª eliminatória da prova, pois, infelizmente, calhou-lhe na “sorte” do sorteio a - naquela altura - poderosíssima equipa do Aston Villa de Inglaterra. Se no jogo da 1ª mão disputado no Estádio Municipal de Guimarães o Vitoria alcançou um brilharete derrotando a equipa inglesa por 1-0, já no jogo da 2ª mão no Estádio Villa Park em Birmingham, a equipa vimaranense foi cilindrada por 5-0.

Júlio não foi utilizado no jogo da 1ª mão em Guimarães, mas experimentou o ambiente do segundo jogo disputado em Inglaterra. Não foi titular na equipa do Vitoria, mas entrou aos 78 minutos para o lugar de Fonseca, numa altura em que a formação minhota já perdia por uns expressivos 4-0.

Destaquemos ainda o golo que apontou na 1ª eliminatória da Taça de Portugal frente ao Barca, pequena colectividade do concelho da Covilhã que militava na 3ª Divisão Nacional. O Vitoria venceria esse encontro por 3-7, com Júlio a apontar um dos golos dos vimaranenses aos 66 minutos de jogo.
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(Júlio com a camisola do Vitoria na temporada de 1983/84 no Estadio Municipal de Guimarães)
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Deixou Guimarães no final da época, que foi a única no Vitoria, e rumou na temporada de 1984/85 ao Portimonense SC treinado por Manuel José que conseguiu um sensacional 5º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

A sua última temporada na 1ª Divisão seria a de 1985/86 ao serviço novamente de um clube portuense – O Sport Comercio e Salgueiros.

Por ultimo, acrescente o caricato episodio em que Júlio esteve envolvido quando se preparava para se tornar internacional português. Num jogo da Selecção A de Portugal Júlio estava sentado no banco de suplentes quando no decorrer da 2ª parte desse jogo se levantou para efectuar os habituais exercícios de aquecimento num apronto para entrar em campo e assim representar Portugal. Sucede que, quando executava diversos exercícios de aquecimento, chocou inadvertidamente com o massagista da selecção nacional João Silva que usava óculos. Nesse embate entre os dois protagonistas deste caricato episodio, os óculos do massagista da selecção quebraram-se provocando um corte profundo ao Júlio na zona do nariz.

Júlio ficou assim impedido de entrar em campo por não se encontrar em condições físicas para tal, perdendo desta forma a oportunidade de se tornar internacional português. Que de resto, nunca mais chegou a ser. Foi o cúmulo do azar.

Autor: Alberto de Castro Abreu

Desculpe, mas o Bela Gutmann era húngaro, não brasileiro.
 
Caro Eduardo, tem toda a razão. De facto, o Bela Gutman é hungaro e não brasileiro. A correcção será feita no devido lugar, e desde já os meus agradecimentos pela sua nota.
 
A toda a malta amiga dos cromos (que somos muitos, desde Chaves a Olhão), vamos fazer a nossa própria colecção de cromos?...
Todos temos saudades daquelas colecções à antiga, ou não?... Onde apareciam alguns campos pelados e as fotos dos onzes eram em tamanho grande, verdade?... É que por muito que a Panini faça cromos 'especiais', nada é como antes, no tempo das verdadeiras colecções de cromos: agora é tudo demasiado standardizado (daí os nossos blogs terem tanto êxito)...
Por isso proponho que 16 de nós nos juntemos, que escolhamos 16 equipas (proponho não incluir I Liga e Liga de Honra) e durante alguns Domingos tiremos fotos do 11 jogadores e da equipa toda em conjunto (nas 2as. e 3as. Divisões e nas Distritais, ainda é possível fazer isto sem problemas, é só terem uma boa câmera e enconstarem-se aos muros...).
Um de nós centraliza o recebimento de todas essas imagens, e no pc e depois com uma gráfica, faz os cromos numa dimensão a combinar e imprime na gráfica (em papel autocolante) 16 vezes as 16 equipas...
Outro de nós desenha a caderneta e tb com uma gráfica, manda fazer 16 cadernetas...
Estes 2 de nós enviariam depois para todos os outros 14, 16 conjuntos de cromos e 1 caderneta...
Faríamos entre todos 1 colecção por época, por exemplo, com quaisquer 16 equipas que nos 'apeteçam'... O que vos parece? É a oportunidade de pôr o vosso clube dos Distritais numa bela colecção de cromos, à antiga...
 
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