Glórias do Passado: Carlos André

 

Carlos André


Recordando a carreira do futebolista Carlos André destaca-se, desde logo, a sua efémera passagem pelo Vitoria SC no inicio da época de 2001/02. Alem do clube vimaranense, em Portugal, Carlos André representou também o SL Benfica, na formação, o GD Estoril-Praia, o SC Beira-Mar, o FC Penafiel, o SC Braga, o CD Feirense e, finalmente, a AD Sanjoanense.

Já depois da sua passagem pelo Vitoria SC, Carlos André vivenciou também algumas experiencias futebolistas em clubes estrangeiros, representando o Walsall FC de Inglaterra, o LR Ahlen da Alemanha e o FC Unirea da Roménia.

Carlos André Paulino de Oliveira, natural de Lisboa, nasceu no dia 28 de Novembro de 1971. Durante a sua formação como futebolista, Carlos André, jogava preferencialmente como avançado e nesse período destaca-se, sobretudo, a sua passagem pela equipa de juniores do SL Benfica.

Seria, porem, ao serviço do GD Estoril-Praia que o jovem Carlos André chegaria ao escalão maior do futebol português. Corria a temporada de 1991/92 e a formação estorilista, comanda então pelo técnico Fernando Santos, regressava ao Campeonato Nacional da 1ª Divisão após varias épocas arredada dos principais palcos futebolísticos portugueses.


(Plantel do GD Estoril-Praia na época de 1991/92)


Todavia, o jovem Carlos André, completamente tapado por jogadores com a qualidade e experiencia de Mladenov e Voynov, jogou apenas 26 minutos nesta edição do nacional maior ao serviço do GD Estoril-Praia, sem apontar qualquer golo, precisamente, numa partida frente ao SC Salgueiros, disputado na Amoreira, no Estoril, onde a formação salgueirista saiu vitoriosa por 0-2.

O GD Estoril-Praia terminaria o Campeonato Nacional da 1ª Divisão no 10º lugar da classificação geral. Esta jovem formação foi, contudo, durante mais de metade da prova a equipa sensação, evidenciado um futebol bonito e atacante, ocupando ao longo de várias jornadas os lugares cimeiros da tabela classificativa.

No final da temporada de 1991/92 deixou o GD Estoril-Praia e rumou a Aveiro para representar o SC Beira-Mar durante sete temporadas consecutivas. As primeiras três épocas foram passadas com o clube aveirense a militar no principal escalão do futebol nacional.


(Plantel do SC Beira-Mar na temporada de 1992/93)


Durante este período, porem, Carlos André raramente foi utilizado. Na primeira época, com o treinador Vítor Urbano, não jogou qualquer minuto no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde a equipa do SC Beira-Mar terminou classificada no 8º lugar da tabela geral.

Já na época de 1993/94, com o técnico Zoran Filipovic, Carlos André actuou apenas 17 minutos ao longo de toda a principal prova portuguesa. Participou num desafio frente ao FC Famalicão, onde a equipa famalicense venceu por 2-1, entrando no decorrer do encontro a substituir o avançado Miguel Bruno.


O SC Beira-Mar classificando-se no 14º lugar da tabela cumpriu o objectivo traçado mantendo-se na 1ª Divisão Nacional, embora, tenha conseguido salvar-se apenas nas derradeiras jornadas da competição.


(Plantel do SC Beira-Mar época de 1993/94)


Na temporada de 1994/95, agora como centrocampista e sob o comando técnico de Rodolfo Reis, Carlos André jogaria apenas dois jogos e de forma incompleta. Foi titular num desafio em Aveiro, à 30ª jornada, frente ao SC Braga, que o SC Beira-Mar venceu por 2-0 e foi suplente utilizado, à 32ª jornada, numa partida disputada no Funchal, frente ao CF União da Madeira, que terminou com o triunfo da formação insular por 1-0.

Esta época, porem, ditou a descida do clube aveirense à 2ª Divisão Nacional depois de sete temporadas consecutivas no primeiro escalão do futebol português. O 17º lugar na classificação geral foi o reflexo de uma época bastante conturbada e medíocre da equipa do SC Beira-Mar.


(Plantel do SC Beira-Mar na temporada de 1994/95)



(Em 1994/95 no SC Beira-Mar)


Todavia, com a descida ao segundo escalão, Carlos André ganhou outra preponderância no SC Beira-Mar, passando a desempenhar funções relevantes no meio campo da equipa aveirense.

O plantel do SC Beira-Mar, agora às ordens de Álvaro Carolino, sofreu uma profunda remodelação no início da época de 1995/96. Depois da sofrida descida de divisão apostava-se tudo no regresso ao convívio dos grandes.

Foi, contudo, um objectivo falhado. O SC Beira-Mar quedou-se apenas no 10º lugar da classificação geral do Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Honra. Carlos André jogou 21 jogos na competição e foi autor de um golo na prova.


(Plantel do SC Beira-Mar na época de 1995/96)



(Equipa do SC Beira-Mar na época de 1995/96)


A época seguinte teria praticamente o mesmo desfecho da temporada anterior. O SC Beira-Mar, inicialmente comandado pelo regressado Vítor Urbano, deu uma pálida imagem para um candidato assumido à subida de escalão.

A formação aveirense até melhorou o seu desempenho e acercou-se dos lugares cimeiros da tabela classificativa, sobretudo, após a entrada de Antonio Sousa para o comando técnico da equipa, mas os resultados negativos alcançados na condição de visitante foram determinantes para o advido insucesso.

O SC Beira-Mar voltou a terminar a competição na 10ª posição da classificação geral. Enquanto isso, Carlos André alinhou em 20 desafios da prova e foi o autor de dois golos da equipa aveirense.


(Plantel do SC Beira-Mar na temporada de 1996/97)


Estavam, porem, lançadas as bases que ditaram o regresso do SC Beira-Mar ao escalão maior do futebol português no final da época de 1997/98. Apesar de alguma instabilidade directiva e financeira, a formação aveirense, sob a alçada técnica de Antonio Sousa, realizou uma campanha de grande regularidade que terminou com um 2º lugar na classificação do Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Honra e a subida à 1ª Divisão Nacional.

O centrocampista Carlos André foi, então, um dos jogadores mais importantes no desempenho da equipa aveirense. Actuou, desta feita, em 27 encontros da competição e apontou três golos.

Carlos André e o SC Beira-Mar estavam assim de regresso à 1ª Divisão Nacional naquela que acabaria por ser a ultima época de Carlos André ao serviço da formação aveirense.


(Plantel do SC Beira-Mar na temporada de 1997/98)



(Em 1997/98 no SC Beira-Mar)


Esta passagem do SC Beira-Mar na principal competição portuguesa ficou marcada, contudo, por muita infelicidade em virtude das várias lesões que afectaram alguns dos jogadores mais importantes da equipa.

Apesar da enorme entrega manifestada pelos jogadores aveirenses, o SC Beira-Mar não conseguiu evitar uma nova descida à 2ª Divisão de Honra fruto do 16º lugar obtido na tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão na época de 1998/99.


(Plantel do SC Beira-Mar na época de 1998/99)



(Na temporada de 1998/99 no SC Beira-Mar)


O médio Carlos André continuou, nesta temporada, titular na equipa do SC Beira-Mar, actuando em 29 jogos da principal competição portuguesa e apontado, desta feita, um golo ao longo da prova.

Este, que seria o primeiro golo da sua carreira na principal prova nacional, foi conseguido aos 87 minutos do desafio que opôs o FC Alverca ao SC Beira-Mar e que terminaria com um empate a 1-1.


(Plantel na época de 1998/99 do SC Beira-Mar)


(No SC Beira-Mar na temporada de 1998/99)


Apesar do insucesso no campeonato nacional, esta época desportiva acabou da melhor forma possível para o clube aveirense com a surpreendente conquista da Taça de Portugal, derrotando na final do Jamor a equipa do SC Campomaiorense por 1-0.

A propósito, refira-se que o médio Carlos André não foi titular nesse histórico desafio, mas entraria aos 77 minutos de jogo para substituir Ricardo Sousa, o autor do golo que ditou o triunfo do SC Beira-Mar.


(Equipa do SC Beira-Mar vencedora da Taça de Portugal 1998/99)


Após sete anos de ligação ao clube aveirense, Carlos André rumou a Penafiel para reforçar a equipa penafidelense na época de 1999/00. O FC Penafiel, então às ordens do treinador Luís Campos, militava na 2ª Divisão de Honra e aspirava aos lugares de acesso ao primeiro escalão.

Carlos André, rapidamente, fixou-se como titular nos durienses e realizou excelentes exibições nos dez desafios em que participou. Por isso, a meio da temporada de 1999/00 recebeu um convite do Gil Vicente FC para regressar à 1ª Divisão Nacional.

A partir de Janeiro de 2000 passou a representar o Gil Vicente FC. A equipa gilista realizou uma temporada sensacional, conseguindo alcançar a melhor classificação de sempre do clube no principal escalão do futebol português.

O treinador Álvaro Magalhães montou uma equipa formidável e que chegou a encantar com parcos recursos económicos, pejada de jovens jogadores, emprestados e dispensados dos outros clubes, e levou o Gil Vicente FC a um histórico 5º lugar na classificação final da competição.

O centrocampista Carlos André, embora não sendo considerado como titular indiscutível, era sempre utilizado pelo técnico gilista. Realizou assim 14 jogos pelo Gil Vicente FC, sobretudo, na condição de suplente utilizado, não tendo apontado, desta feita, qualquer golo na prova.

Carlos André permaneceu em Barcelos na época 2000/01 e foi dos jogadores mais destacados do Gil Vicente FC durante toda a temporada. Embora a equipa gilista não tivesse realizado uma época ao nível daquilo que tinha evidenciado na anterior, conseguiu alcançar a manutenção com um 14º lugar na tabela classificativa.

Nesta temporada de 2000/01, Carlos André apontou cinco golos na competição tendo realizado um total de 27 jogos na prova, quase sempre como titular no meio campo da equipa gilista.


(Ao serviço do Gil Vicente FC contra a sua ex-equipa do SC Beira-Mar na época de 2000/01)



(Em 2000/01 no Gil Vicente FC)



(Em acção ao serviço do Gil Vicente FC contra o CF Belenenses na temporada de 2000/01)



(No Gil Vicente FC na época de 2000/01)


(Agora num desafio frente ao SL Benfica na temporada de 2000/01)



(No Gil Vicente FC na época de 2000/01)


No início da época de 2001/02 o Vitoria SC, treinado por Augusto Inácio, procedeu a uma verdadeira revolução na composição do seu plantel profissional. Foram vários e para todos os sectores do terreno de jogo os jogadores contratados pelo clube vimaranense.

Para a zona intermediária o Vitoria SC contratou também o médio-centro Carlos André. Com ele chegaram também o defesa Bessa e o jovem médio-ofensivo Nuno Assis, todos vindos do Gil Vicente FC.


(Plantel do Vitoria SC na época de 2001/02)


(No Vitoria SC na época de 2001/02)


Foi, todavia, efémera a sua passagem pelo Vitoria SC. Não esteve mais de seis meses em Guimarães, período durante o qual realizou quatro jogos com a camisola do Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

Fez a estreia oficial pelos vimaranenses na 2ª jornada da principal competição portuguesa, numa partida contra o SC Farense. Carlos André surgiu como titular no meio campo da equipa do Vitoria SC, nume encontro disputado no Estádio de S. Luís, em Faro, que terminou com um triunfo do conjunto vitoriano por 0-1.

Repetiria a titularidade com bons desempenhos nos desafios das 3ª, 4ª e 7ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Surpreendentemente, a partir de então, o nome de Carlos André nunca mais surgiu entre as escolhas do técnico Augusto Inácio.


(Equipa do Vitoria SC na temporada de 2001/02)


(No Vitoria SC na época de 2001/02)


(Equipa do Vitoria SC na época de 2001/02)


No final do ano de 2001 surge a oportunidade de emigrar pela primeira vez na sua carreira. O Vitoria SC anuiu à vontade do jogador e cedeu-o ao Walsall FC da First Division de Inglaterra, a título de empréstimo, até ao final da temporada de 2001/02.

Todavia, o médio Carlos André nunca mais regressará ao Vitoria SC, pois, no final da época de 2001/02, rescindem amigavelmente a ligação contratual que mantinham e o jogador vincula-se, definitivamente, ao Walsall FC, depois dos bons desempenhos protagonizados em Inglaterra.

Inicia a nova temporada de 2002/03 no Walsall FC mas não chega a acabar a época em Inglaterra. Em Janeiro de 2003 regressa da aventura inglesa e ingressa no SC Braga na reabertura do mercado de transferências.

Ao serviço do clube bracarense, o médio Carlos André nem sempre esteve entre os eleitos do técnico Fernando Santos e, posteriormente, Jesualdo Ferreira. Alinhou apenas em oito jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 2002/03, não tendo apontado qualquer golo com a camisola do SC Braga.


(Representando o SC Braga na época de 2002/03 jogando no Estádio 1º de Maio, em Braga, frente ao seu antigo clube o Gil Vicente FC)


O clube bracarense, com iniciais aspirações europeias, acabou por realizar uma época medíocre, correndo sérios riscos em descer de divisão. Por isso, no final da temporada de 2002/03 o SC Braga procedeu a bastantes alterações no seu plantel, dispensando o futebolista Carlos André.

Incorpora-se no FC Maia no início da temporada de 2003/04. Vai disputar a 2ª Divisão de Honra e ao serviço da equipa maiata realiza exibições que despertam, novamente, o interesse de clubes estrangeiros. Antes de sair do FC Maia ainda jogou 17 jogos e marcou três golos nesta competição do segundo escalão do futebol português.


(Equipa do FC Maia na época de 2003/04)


(Em 2003/04 no FC Maia)


(Carlos André)


Em Janeiro de 2004 vai para a Alemanha representar LR Ahlen do segundo escalão profissional para mais uma experiencia no estrangeiro. Joga naquele clube ate ao final da temporada de 2004/05.

Na época seguinte de 2005/06 Carlos André viaja para a Roménia para representar FC Unirea na 2ª Divisão. Esta acabará por ser uma temporada histórica para este clube que consegue ascender pela primeira vez ao principal escalão do futebol romeno.

Em 2007/08 regressa ao futebol português e ingressa no CD Feirense. Todavia, uma lesão afasta o jogador da competição durante um largo período. Acaba por rescindir com os fogaceiros antes do a tempora terminar.

Finalmente, Carlos André vai representar ainda a AD Sanjoanense na 2ª Divisão “B” na temporada de 2008/09. No final desta época a formação de São João da Madeira é relegada à 3ª Divisão Nacional.

Apesar disso, Carlos André continua a jogar na AD Sanjoanense na época de 2009/10. Contudo, mais uma época negativa da equipa joanina e nova descida de divisão, desta feita, relegado aos campeonatos regionais de Aveiro.

Nessa altura, já com mais 38 anos de idade, Carlos André decidiu então colocar um ponto final na sua honrosa carreira de futebolista com mais de 20 anos de dedicação e profissionalismo.

Autor: Alberto de Castro Abreu

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