Mário Wilson é uma personalidade marcante da história do futebol português. Dedicou mais de 50 anos da vida à modalidade, primeiro, na condição de praticante, representando o Sporting CP e a Académica de Coimbra, e depois, na qualidade de treinador, comandando várias equipas portuguesas e a Selecção Nacional.
No Vitoria SC, Mário Wilson, esteve durante 6 épocas, divididas em dois períodos, sempre na década de 70. Entrou na temporada de 1971/72 e saiu no final da época de 1974/75. Regressou mais tarde, no início da temporada de 1977/78, para terminar definitivamente a ligação ao clube vimaranense na época de 1978/79.
Durante a passagem de Mário Wilson por Guimarães o Vitoria SC alcançou classificações dentro do primeiro terço da tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, repetindo sucessivamente o 6º lugar. Contudo, naquele período, o clube nunca atingiu resultados dignos de grande relevo, não conseguindo alcançar, nomeadamente, qualquer apuramento para as competições internacionais de clubes.
Como se deixou escrito, a ligação de Mário Wilson ao futebol português começou enquanto era futebolista. Todavia, antes de ingressar no futebol português, Mário Wilson notabilizou-se em Moçambique, na cidade de Lourenço Marques (actual Maputo), a sua terra natal, onde nasceu, no dia 17 de Outubro de 1929.
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Seria, porém, a jogar futebol que Mário Wilson ficou famoso. Oficialmente, começou a jogar no Desportivo de Lourenço Marques, passou efemeramente pelo Clube Indo – Português e voltou a jogar pelo Desportivo de Lourenço Marques até rumar ao Sporting CP.
Mário Wilson jogou ainda pela Selecção de Moçambique em algumas ocasiões, regressando, sempre que possível, aquela colónia portuguesa para representar a sua terra.
Jogou no Sporting CP durante as épocas de 1949/50 e 1950/51. Logo na primeira temporada foi o melhor marcador da equipa do Sporting CP no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, com 23 golos apontados, e o segundo melhor da competição, logo atrás o benfiquista Julinho que marcou 28 tentos.
(O jovem Mário Wilson no Sporting CP)
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(Pontapé de bicicleta na partida entre o Sporting CP - Atletico CP em 1949/50)
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No cômputo geral, Mário Wilson alinhou em 36 jogos oficiais pela equipa do Sporting CP, apontado 37 golos. Atenta a sua juventude, estes números são naturalmente um bom registo individual, sendo certo, porém, que se na primeira temporada Mário Wilson foi um titular indiscutível, já na segunda época a sua utilização não era tão regular, passando mesmo alguns períodos pela equipa de reservas.
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(Mário Wilson o n.º 9 no Sporting CP - Academica de Coimbra)
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A passagem do Sporting CP para a Académica de Coimbra conduziu também a uma alteração da posição ocupada em campo por Mário Wilson. De avançado centro na equipa leonina, Wilson, na Académica de Coimbra, passou a jogar em posições mais recuados no terreno de jogo e por isso, dizem, o seu desempenho atingiu outra saliência.
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(Mário Wilson na Academica de Coimbra)
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(Tambem em 1957/58 jogo entre a Academica de Coimbra e o SL Benfica)
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Como defesa - afinal o lugar onde se notabilizou como jogador - Wilson revelava-se muito eficaz no desarme, forte e impiedoso na marcação, soberano e calmo no comando das acções defensivas da equipa conimbricense. Mário Wilson era de facto um excelente defesa central.
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(Mário Wilson e Ernesto no Campo da Amorosa em Guimarães)
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(Impetuoso nesta entrada no jogo de 1957/58 contra o SC Salgueiros)
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Durante período que representou a Académica de Coimbra como jogador, a formação conimbricense não conseguiu resultados de grande relevo, salientando-se, todavia, o facto de ter jogado sempre na 1ª Divisão Nacional.
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(Mário Wilson e Ramin, o guarda redes da Academica de Coimbra)
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(Mário Wilson na Academica de Coimbra)
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(Novamente em posição acrobática em jogo frente ao Atletico CP na Tapadinha)
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Com o seu engenho e arte vai construindo as grandes equipas de futebol da Académica de Coimbra da década de 60. A equipa apresenta um tipo futebol muito elogiado, espectacular e cativante para os espectadores, e os resultados desportivos vão aparecendo, passando a Académica de Coimbra a surgir nos lugares cimeiros da tabela classificativa do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
Nos anais da história do clube dos estudantes realça-se, efusivamente, a época de 1966/67, quando a Académica de Coimbra, liderada por Mário Wilson, se classificou no 2º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, lutando, verdadeiramente, com SL Benfica, o campeão, pela conquista do ceptro nacional.
Nessa mesma época, porque meritório, regista-se também a presença da equipa da Académica de Coimbra na final da Taça de Portugal. Todavia, também nesta prova, o troféu escapou à equipa conimbricense, pois o Vitoria de Setúbal, o adversário da final da Taça de Portugal de 1966/67, venceu por 3-2.
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Vai permanecer como treinador da equipa do Restelo até ao final da época de 1969/70, não conseguindo, durante esse período, alcançar resultados desportivos de grande relevo, pois as classificações obtidas pela equipa do CF Belenenses fixaram-se a meio da tabela.
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Em face dos resultados alcançados na sua curta carreira de treinador, Mário Wilson era já então considerado um técnico com créditos firmados, culto e sobejamente respeitado, pelo seu passado como jogador e agora como técnico, no meio futebolístico nacional. No seu trabalho evidenciava-se a capacidade de formar novas equipas e valorizar jovens jogadores.
É com base nestes pressupostos reconhecidos que o Presidente da Direcção do Vitoria SC, o Senhor Antero Júnior, escolhe Mário Wilson para comandar a equipa vimaranense a partir da temporada de 1971/72 para liderar o projecto de renovação.
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(Mário Wilson em 1971 assina contrato com o Vitoria SC)
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O rejuvenescimento do plantel era, portanto, uma medida urgente e nessa sentido foram contratados vários jogadores, alguns deles bem importantes para o futuro imediato do clube vimaranense.
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Nesta primeira passagem pelo Vitoria SC, Mário Wilson teve ainda o mérito de lançar e potenciar na equipa principal alguns dos jovens valores criados no clube, como aconteceu nos casos bem sucedidos de Abreu, Ibraim ou Romeu.
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O objectivo do clube para a nova temporada de 1971/72 visava, essencialmente, efectuar uma época tranquila e lançar as bases para um futuro melhor, portanto, sem grandes aspirações, é certo, mas também sem as preocupações do ano anterior. O Vitoria SC concretizou com mérito o objectivo traçado, com um desempenho satisfatório, atingindo um 6º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, classificação bem acima do esperado.
(Caricatura de Mário Wilson como treinador do Vitoria SC)
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O Vitoria SC, no Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1972/73, voltou a realizar uma prova bem satisfatória, repetindo a classificação alcançada na época anterior, ou seja, um 6º lugar.
Foi novamente bastante pacifico o defeso do Vitoria SC na preparação da temporada de 1973/74. O treinador manteve-se o mesmo – Mário Wilson – e na composição do plantel verificaram-se pequenas mexidas.
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Seguiu-se então aquela que seria a ultima época da primeira passagem de Mário Wilson pelo cargo de treinador principal do Vitoria SC. A temporada de 1974/75 é indiscutivelmente a melhor de toda a década de 70.
O Vitoria SC contrata um conjunto de grandes jogadores para a nova temporada de 1974/75. Rui Rodrigues, o avançado brasileiro Jeremias, Ramalho, Pedrinho, Almiro e Pedroto são elementos fundamentais, que vão reforçar verdadeiramente uma equipa já dotada de excelentes jogadores.
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A equipa vimaranense realiza uma excelente temporada, disputando taco a taco o 4º lugar do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1974/75 com o Boavista FC. Curiosamente o ultimo jogo do Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão daquela temporada disputa-se no Estádio Municipal de Guimarães precisamente frente ao Boavista FC.
O jogo era decisivo para atribuição do 4º lugar. O Vitoria SC partia com uma vantagem de 2 pontos sobre os boavisteiros e um empate era um resultado suficiente para a turma vitoriana garantir o apuramento europeu que há tanto tempo almejava.
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Diversos foram os lances em que deliberadamente - assim pareceu aos adeptos do vitorianos na altura – decidiu mal e sempre contra o Vitoria SC. Para a história fica um célebre golo anulado aos vimaranenses por António Garrido que, inacreditavelmente, entendeu que a bola não tinha ultrapassado a linha de golo.
O certo é que o Boavista FC venceu o encontro e alcançou o 4º lugar na geral garantindo dessa forma o acesso às provas internacionais de clubes ficando o Vitoria SC com a 5ª posição.
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Como treinador do SL Benfica na época de 1975/76, Mário Wilson conquistou o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, depois de uma luta intensa com o Boavista FC. Com esta conquista, Mário Wilson tornou-se no primeiro treinador português a sagrar-se campeão nacional pelo SL Benfica.
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Como treinador do SL Benfica, a estreia oficial aconteceu numa partida disputada no Estádio da Luz, a contar para a 1ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, frente ao Boavista FC, que terminaria igualada a 0-0.
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(Treinador do SL Benfica na época de 1975/76)
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Na temporada de 1976/77 conseguiu manter o Boavista FC no topo do futebol português, apesar da saída de alguns dos melhores jogadores axadrezados, acabando, mesmo assim, por conquistar um excelente 4º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.
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(Mário Wilson com o seu adjunto Cabrita e Albertino, jogador do Boavista FC)
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(Mário Wilson no Estádio do Bessa à frente do Boavista FC)
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(Dirigindo o treino do Boavista FC na temporada de 1976/77)
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Convidado pelo Presidente da Direcção do Vitoria SC, o Senhor Gil Mesquita, Mário Wilson assumiu o cargo de treinador da equipa vimaranense para a nova temporada de 1977/78.
A estreia oficial de Mário Wilson no comando técnico da equipa do Vitoria SC nesta época do regresso a Guimarães, aconteceu no dia 4 de Setembro de 1977, com uma vitória, em casa, sobre o SC Espinho por 2-0.
Os bons resultados foram mantendo-se até ao final da 1ª volta da principal competição portuguesa. Já na segunda metade, o Vitoria SC venceu apenas dois encontros, baixando consideravelmente o seu desempenho, acumulando uma série de maus resultados, que o levaram, novamente, a classificar-se na 6ª posição no final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1977/78.
Mário Wilson, cativado, aceitou o repto e integrou-se no projecto do clube. Liderou, desde logo, a escolha dos jogadores que iriam fazer parte do plantel do Vitoria SC. Anuiu à dispensa de jogadores carismáticos como Tito e Osvaldinho, e com agrado recebeu as aquisições de Jeremias, que regressava ao Vitoria SC depois de jogar em Espanha, o defesa Manaca e o avançado Mundinho, jogador observado pessoalmente por Mário Wilson no Brasil.
A época de 1978/79 foi todavia recheada de inúmeras circunstancias negativas que prejudicaram a prestação do clube no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Vários acontecimentos geraram um profundo e insanável conflito entre a Direcção do Vitoria SC e o treinador Mário Wilson. O Velho Capitão nem chegou a terminar a temporada de 1978/79, pois acabou demitido do cargo de treinador do Vitoria SC.
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Os problemas começaram a surgir logo na pré-temporada. Mário Wilson exigiu deslocar-se ao Brasil para observar potenciais reforços para o clube. A Direcção, convencida pelo técnico, autorizou e custeou a caríssima viagem do treinador ao Brasil.
Mário Wilson esteve durante um mês no Brasil a observar jogadores e o resultado dessa prospecção foi simplesmente a contratação do avançado Mundinho. Pelo meio, alem o avultado custo da viagem o clube ainda acabou burlado em 80.000$00 por um tal de Janos Traitai, empresário que se relacionou com Mário Wilson.
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Compreensivos perante a inegável relevância do cargo para Mário Wilson, o Vitoria SC autorizou que o seu treinador aceitasse o convite e simultaneamente partilhasse o comando técnico da equipa vitoriana com a função de seleccionador nacional.
A verdade é que as longas ausências do treinador Mário Wilson de Guimarães, provocadas pelos trabalhos da Selecção Nacional de Portugal, prejudicaram claramente o rendimento da equipa do Vitoria SC.
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(Pré-temporada de 1978/79 nos ares da Penha)
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O departamento de futebol estava completamente desorganizado. Quando ia para os trabalhos da Selecção Nacional, Mário Wilson deixava as instruções aos seus adjuntos, relativamente aos treinos a ministrar aos jogadores do Vitoria SC, escritos em guardanapos de papel.
Em determinado jogo no Barreiro, frente ao FC Barreirense, a “distracção” de Mário Wilson e o alheamento em relação ao Vitoria SC foi ao ponto de colocar em aquecimento um jogador suplente quando já tinha realizado as duas substituições permitidas.
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Alem destas questões, houve ainda graves problemas com os jogadores, nomeadamente, ao nível dos prémios de jogo exigidos por uma digressão do Vitoria SC a França na Páscoa de 1979 ou pela eliminatória da Taça de Portugal frente aos Unidos da Pontinha. Mário Wilson, em todas as situações, colocou-se sempre ao lado dos jogadores contra a Direcção do clube, que se viu obrigada a ceder às exigências.
Seria essa a razão apontada por Mário Wilson para o insucesso da equipa. Em várias entrevistas, o Velho Capitão justificou os maus resultados com a quebra do bloco e o espírito de coesão entre jogadores, técnicos e dirigentes.
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O Vitoria SC iniciou então contactos com outros técnicos tendo apalavrado um contrato com Mário Imbelloni para a época de 1979/80. Mais tarde, Mário Wilson, em face da indecisão do SL Benfica, manifestou vontade em continuar no Vitoria SC, contudo, aí, foram os dirigentes vitorianos a transmitir-lhe que já não estavam interessados no seu concurso e que até já tinha um novo treinador contratado. A partir desse momento, as relações de Mário Wilson com os dirigentes do Vitoria SC azedaram irreversivelmente.
O Vitoria SC não começou da melhor maneira o Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1978/79. As exibições da equipa eram pobres e os resultados bastante aquém das aspirações da equipa, que até à 8ª jornada não tinha marcado qualquer golo fora de casa.
Terminou a 1ª volta da competição na 7ª posição, com desempenhos medíocres, fazendo crescer na massa associativa a contestação ao treinador. As críticas dos associados aumentavam de tom sobretudo pelas constantes ausências do treinador nos trabalhos da Selecção Nacional.
Alem de ser mais um emocionante derby contra o eterno rival, este jogo, disputado no dia 27 de Maio de 1979 no Estádio Municipal de Guimarães, decidia praticamente o apuramento de um dos clubes para as provas internacionais.
A entrada para este jogo da 27ª jornada, o Vitoria SC levava um ponto de atraso em relação ao SC Braga. Uma vitória colocaria a equipa vimaranense à frente e com francas expectativas de atingir o desiderato gizado no início da época.
Para grande desilusão dos adeptos vitorianos, o jogo foi um completo descalabro para a equipa do Vitoria SC, que acabou por ser derrotada por 0-1 e assim perder as hipóteses de chegar ao 4º lugar, pois o SC Braga distanciava-se definitivamente.
A equipa do Vitoria SC surgiu, neste jogo decisivo, bastante amorfa e com uma condição física verdadeiramente confrangedora, perante um SC Braga pujante e bem preparado. A equipa arsenalista foi claramente melhor que o Vitoria SC e venceu com toda a justiça o encontro.
Perante a grande desilusão e a consumação do descalabro a Direcção do Vitoria SC demitiu o treinador Mário Wilson. A partir de então deu-se início a uma intensa guerra de palavras e acusações mútuas entre o treinador e os altos dirigentes vimaranenses.
Enquanto Mário Wilson assinava contrato com o SL Benfica para a época de 1979/80, o Vitoria SC realizava, a pedido da Direcção presidida por Gil Mesquita, uma concorrida assembleia-geral, na Escola Preparatória João de Meira, onde foi dissecado todo o processo que conduziu à demissão de Mário Wilson.
Nessa celebre assembleia-geral do Vitoria SC do dia 7 de Junho de 1979, os associados vitorianos decidiram por evidente maioria proibir o regresso do treinador Mário Wilson ao clube, decisão que até aos dias de hoje se mantêm em vigor.
Invoquemos ainda a passagem de Mário Wilson pelo cargo de seleccionador nacional. Era um período em que Portugal jogava a qualificação para o Campeonato da Europa de 1980. A estreia de Mário Wilson como treinador da Selecção Nacional aconteceu no dia 20 de Setembro de 1978, numa partida em que a turma lusa venceu o E. U. A. por 1-0.
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No arranque da fase de apuramento, Portugal chegou a criar a ilusão de que iria conseguir apurar-se para a fase final do Campeonato da Europa. À volta do seleccionado português foi nascendo uma crescente onda de euforia, sobretudo, depois das vitórias alcançadas sobre a Áustria, em Viena, e a Escócia, em Lisboa, jogos onde Portugal realizou excelentes exibições.
Todavia, já na fase decisiva do apuramento, uma derrota no Estádio da Luz frente à Áustria e na Escócia, por goleada de 4-1, colocou definitivamente a Selecção de Portugal fora do apuramento.
Como exemplo do clima que se vivia e as repercussões nas pessoas destaca-se recorrentemente um episódio ocorrido na época de 1979/80. Naquele período, Mário Wilson era o seleccionador nacional que convocou vários jogadores do FC Porto para representar Portugal num jogo particular contra a Espanha que seria disputado na cidade de Vigo. Esse jogo seria realizado entre os dois jogos do FC Porto para a Taça dos Campeões Europeus frente ao AC Milan o que, evidentemente, prejudicava a preparação da equipa portista.
Por isso, José Maria Pedroto não se conteve, chamando “palhaço” a Mário Wilson. Os jogadores do FC Porto que iriam juntar-se ao grupo da Selecção Nacional, que vinha de Lisboa, na Estação de Comboios da Campanhã no Porto. Aí, em vez dos jogadores do FC Porto estava uma verdadeira multidão em fúria que apedrejou o comboio que transportava a equipa de Portugal.
Neste conflito entrou também o actual Presidente do FC Porto, Pinto da Costa, que defendendo a sua “dama” não se escusou a proferir palavras pouco abonatórias para Mário Wilson.
Como treinador do SL Benfica da temporada de 1979/80, Mário Wilson vence a Taça de Portugal, vencendo na final o FC Porto, depois de eliminar nos oitavos de final o rival Sporting CP.
(Assinatura do contrato com o SL Benfica em 1979)
(Mário Wilson no Estádio da Luz)
No Campeonato Nacional da 1ª Divisão, a equipa do SL Benfica não foi alem do 3º lugar na classificação final, um evidente insucesso, que a juntar à eliminação prematura da Taça Uefa, às mãos do modesto Aris de Salonica da Grécia, manchou esta passagem de Mário Wilson pelo Estádio da Luz.
Esta época de 1979/80 fica, todavia, marcada na história do clube encarnado essencialmente por se aquela em que pela primeira vez o SL Benfica teve jogadores estrangeiros. Coube ao brasileiro ao avançado brasileiro Jorge Gomes, contratado ao Boavista FC, o privilégio de ser o primeiro jogador estrangeiro a representar o SL Benfica.
Permanece como treinador da Académica e Coimbra nas temporadas seguintes de 1981/82 e 1982/83, tentando sem sucesso recolocar o clube na 1ª Divisão Nacional. Em ambas as temporadas a formação academista classifica-se na 2ª posição da Zona Norte, e nas Liguilhas disputadas não consegue subir.
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(SCUT Torreense na época de 1988/89)
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(Em Torres Vedras com os seus adjuntos)
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Nesse regresso ao SL Benfica teve grande peso Artur Jorge, o treinador dos encarnados naquela altura. Artur Jorge havia sido pupilo de Mário Wilson nos tempos da Académica de Coimbra.
Quando a Direcção do SL Benfica demitiu Artur Jorge, após um empate em casa frente ao Vitoria SC à 3ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1995/96, escolheu o experiente Mário Wilson para ficar com o lugar do treinador despedido.
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(Caricatura de Mário Wilson no SL Benfica)
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Pela ligação do FC Alverca ao SL Benfica, a partir da temporada de 1997/98, Mário Wilson passa a trabalhar na equipa ribatejana, ora como treinador, ora como coordenador técnico do clube. O FC Alverca vai subir nesta época de 1997/98 à 1ª Divisão Nacional.
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A 4ª foto, onde se diz ser uma selecção de Moçambique, ou são duas selecções, de Angola e Moçambique, de jogadores do campeonato nacional e que terão jogado entre si, pois me parece ter havido também uma com jogadores estrangeiros, ou será uma selecção de ultramarinos, isto porque me parece ver ali também cabo verdianos. Reconheço, angolanos, o Miguel Arcanjo (?), Santana, Águas e Peyroteo (que me parece que até já se teria retirado) e moçambicanos, Vicente, Pérides, Juca, Wilson, Costa Pereira, Matateu e Coluna. Parece-me ver ali o Fialho (cabo verdiano).
ResponderEliminarSaudações,
João Celorico