Mas a carreira de Pedrinho, como brasileiro de naturalidade que é, começou, obviamente, em clubes do seu país natal. Pedro Morais da Silva, nasceu no dia 29 de Junho de 1947 na cidade do Recife no Estado do Pernambuco no Brasil. Como era usual naqueles tempos, Pedrinho começou a jogar futebol entre amigos nos bairros da sua cidade.
Com apenas 13 anos de idade ingressou na equipa de infantis do Santa Cruz FC do Recife. Jogou ainda pelo Juventude dos Desportos e mais tarde passou a jogar pela equipa do Treze FC de Campina Grande no Estado da Paraíba.
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(Novamente no ano de 1972 o Treze FC da Paraíba)
(Equipa do Treze FC da Paraíba no ano de 1972)
Depois de representar o Ceara SC, regressou à sua cidade natal para actuar primeiro pela equipa do Clube Náutico Capibaribe e posteriormente pelo América FC, antes de ingressar no início da temporada de 1973/74 no futebol português, já com 26 anos de idade.
Quando veio para Portugal, Pedrinho era já um jogador de futebol com vasta experiência, que naturalmente buscava, nesta aventura no estrangeiro, atingir alguma independência financeira. Ingressou na equipa do Gil Vicente FC com o firme propósito de singrar no futebol português, não obstante a equipa da cidade de Barcelos militar na 2ª Divisão Nacional. O primeiro treinador de Pedrinho no futebol português foi o controverso Joaquim Meirim, técnico do Gil Vicente FC na época de 1973/74, que terá sido mesmo o responsável pelo ingresso deste brasileiro no futebol português.
(Gil Vicente FC na época de 1973/74)
Logo no primeiro ano em Portugal, Pedrinho destacou-se ao serviço da equipa do Gil Vicente FC ao disputar a Zona Norte do Campeonato Nacional da 2ª Divisão, alem de outros dois jogadores gilistas da mesma nacionalidade que acabaram também por ter alguma expressão no futebol português, o defesa Celton, mais tarde transferido para o Vitoria SC e Marconi. Por esse motivo, no final da temporada surgiram vários convites para Pedrinho ingressar em clubes do primeiro escalão do futebol português.
Ganhou a corrida na sua aquisição o Vitoria SC que, em troca da quantia de 200 contos, conseguiu a carta de desvinculação do jogador brasileiro ao Gil Vicente FC. Rubricou com os vimaranenses um contrato valido por duas temporadas, ingressando desta forma no Vitoria SC que na temporada de 1974/75 viu o seu plantel, às ordens de Mário Wilson, e sob a presidência na Direcção de Rodrigues Guimarães, ser bastante reforçado, com as entradas de jogadores importantes como Rui Rodrigues, Jeremias, Ramalho, Almiro e Pedroto, alem, claro está, de Pedrinho.
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Tanto ocupava sectores na zona central, na função de distribuidor de jogo, como com regularidade procurava os flancos, sobretudo pelo lado esquerdo, onde em incursões rápida se desmarcava aos adversários permitindo executar os seus venenosos cruzamentos para a zona de golo.
Aliás, Pedrinho, ao longo da sua passagem pelo Vitoria SC sempre se revelou como um excelente municiador do ataque, pois proporcionava incontáveis assistências para golo aos jogadores mais avançados.
Nesta época de 1974/75, o centrocampista Pedrinho actuou em 28 partidas pelo Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, competição onde apontou 4 golos, o seu melhor pecúlio numa só temporada durante o período que permaneceu em Portugal.
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O jogo era por isso decisivo para o 4º lugar. O Vitoria SC tinha uma vantagem de 2 pontos sobre os boavisteiros e um empate era um desiderato suficiente naquele encontro para a turma vitoriana garantir o apuramento europeu.
Acontece, que essa tarde de futebol teve um inesperado protagonista que influenciou decisivamente, segundo os relatos da época, o resultado final que veio a ser favorável aos boavisteiros por 1-2. António Garrido, o juiz do encontro, teve uma arbitragem apelidada de miserável prejudicando gravemente o Vitoria SC. Diversos foram os lances em que deliberadamente - assim pareceu pelo menos aos adeptos do Vitoria SC na altura – decidiu mal e contra o Vitoria SC de onde se destaca o inacreditável golo anulado aos vimaranenses por António Garrido que entendeu que a bola não havia ultrapassado a linha de golo.
Com esta vitória em Guimarães, o Boavista FC alcançou o 4º lugar na geral garantindo dessa forma o acesso às provas internacionais de clubes ficando o Vitoria SC apenas com a 5ª posição na principal prova futebolística nacional.
Pedrinho continuou a ser titular indiscutível do Vitoria SC, mas com Fernando Caiado passou a jogar mais adiantado no terreno, muito próximo dos pontas de lança da equipa Rui Lopes e Tito. Interveio em 28 partidas do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde apontou 3 golos.
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De resto, tamanha prestação exibicional de Pedrinho ao longo da época mereceu, naturalmente, a cobiça de outros clubes portugueses nos seus serviços, da forma como adiante iremos detalhar.
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(Pedrinho com o n.º 7 na camisola em 1975/76 num Vitoria SC - SC Braga)
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1975/76)
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(Pedrinho em esforço com um adversário do Sporting CP em 1975/76)
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Aquele desafio final foi disputado no Estádio das Antas, na cidade do Porto, frente ao Boavista FC, comandado pelo mestre José Maria Pedroto. O Boavista FC venceria aquele decisivo encontro por 2-1, sendo o golo do Vitoria SC apontado por intermédio de Rui Lopes, realçando-se, também a excelente exibição do brasileiro Pedrinho que tudo fez para ajudar os vimaranenses a vencer a partida.
Este jogo, ficou todavia marcado pela actuação do árbitro António Garrido, o juiz escolhido para apitar a final, que segundo a unanimidade da imprensa da época fez uma habilidosa arbitragem que impediu equipa do Vitoria SC de conquistar o troféu. A título de exemplo, para que conste, ficam as palavras de Pedrinho tempos depois sobre aquela partida: “Na final da Taça fomos injustamente derrotado pelo Boavista FC. Pode escrever que “tomaram” a Taça do Vitoria SC”, numa clara alusão ao desempenho de António Garrido.
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(Equipa do Vitoria SC na final da Taça de Portugal de 1975/76)
Pedrinho esteve mesmo a passo de ingressar no FC Porto. Alias, chegou mesmo a representar os azuis e brancos numa digressão ao Peru. Quando a equipa portista foi numa digressão ao Peru, os dirigentes do FC Porto convidaram Pedrinho, ainda com contrato em vigor com o Vitoria SC, para integrar a comitiva e fazer alguns jogos pelos azuis e brancos, pois um grande numero dos seus jogadores encontravam-se em trabalhos da Selecção Nacional. Alias, situações como esta eram frequentes naqueles tempos.
O Vitoria SC autorizou o jogador a viajar para o Peru e a representar a equipa do FC Porto. Nessa digressão, Pedrinho realizou excelentes exibições ao serviço do FC Porto e acabou sendo convidado a celebrar contrato com o clube. Porem, por razões desconhecidas, Pedrinho nunca chegou, efectivamente, a ingressar na equipa das Antas.
Ultrapassado este “namoro” que quase deu em “casamento” com o FC Porto, Pedrinho acabou por rubricar contrato com o Boavista FC por três temporadas. Todavia, quando os responsáveis do Vitoria SC tiveram conhecimento deste acordo de Pedrinho com os rivais do Bessa, prontamente tentaram convencer o jogador a permanecer em Guimarães.
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Nesta época, o brasileiro Pedrinho realizou 26 jogos com a camisola do Vitoria SC no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, tendo apontado apenas 2 golos no decorrer deste competição.
Em 1977/78 dá-se novamente o regresso do treinador Mário Wilson ao comando técnico da equipa do Vitoria de Guimarães, obtendo, mais uma vez, o 6º lugar no final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Com o velho capitão, Pedrinho recua maioritariamente para a posição de médio, não obstante, ter realizado algumas partidas em posições bem mais adiantadas.
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Na época de 1978/79 foi, juntamente com Vítor Baptista e Mário Ventura, uma das principais aquisições dos sadinos. Titular no meio campo da equipa do Vitoria de Setúbal, inicialmente treinado por Carlos Cardoso, mas que terminaria a época tendo como técnicos José Mendes e Rebelo, Pedrinho assumiu categoricamente essa condição.
O Vitoria de Setúbal, que vivia ainda a ressaca da saída de José Maria Pedroto do clube, obteve um meritório 7º lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, tendo Pedrinho participado em 29 encontros da competição e apontado 2 golos.
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(No interior do simbolo do Vitoria de Setubal)
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Nesta que seria a ultima época de Pedrinho no mais alto patamar do futebol português, o Vitoria de Setúbal foi o 12º classificado no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, com o centrocampista brasileiro a alinhar em 28 encontros da prova e anotando, novamente, dois golos na sua conta pessoal.
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boa noite.gostaria de saber como requerer o beneficio social.haja visto ter defendido uma equipe de portugal durante 1973 a 1978.fico muito lisogiado e orgulhoso pela materia publicada.agradeço.abraços
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