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João da Costa nasceu na freguesia da Oliveira do Castelo em pleno centro da cidade de Guimarães, no dia 24 de Novembro de 1937. Iniciou a pratica do futebol na época de 1954/55 no Desportivo Francisco de Holanda clube no qual permaneceu ate se transferir para o Vitoria Sport Clube.
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Alem destes dois jovens jogadores, outros dois jovens jogadores, vindos das camadas jovens do Vitoria, começaram a aparecer na equipa principal nesta temporada, mas que no futuro seriam jogadores importantíssimos. Um desses miúdos era Augusto Silva que mais tarde foi transferido para o SL Benfica e o outro era o defesa/médio Freitas que também representou o Vitoria pelo menos até à época de 1961/62.
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(Freitas com a camisola do Vitoria SC)
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(Freitas com o equipamento do Vitoria SC)
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O Campeonato Nacional da 2ª Divisão disputar-se-ia nos mesmos moldes dos anos anteriores, inicialmente dividido em duas zonas – a norte e a sul – cada uma composta por 14 clubes. Para a fase seguinte seguiriam os três primeiros classificados da cada uma das zonas reunindo-se numa fase final para apurar o vencedor – que directamente subiria à 1ª Divisão Nacional - e o 2º classificado que disputaria os chamados jogos de passagem com o penúltimo classificado da 1ª Divisão.
A competição começa de forma satisfatória para os objectivos do Vitoria de Guimarães com três vitória consecutivas nas primeiras três jornadas. Seguem duas derrotas consecutivas à 4ª e 5ª jornada, uma em casa frente ao Boavista FC por 2-3 e outra na Covilhã, frente ao SC Covilhã, por 5-1, que colocam os adeptos do Vitoria apreensivos e em estado de alerta.
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Todavia, o Vitoria endireitou o seu percurso vitorioso, chegando ao final da 1ª volta do Campeonato Nacional, praticamente com o apuramento garantido, pois levava já 5 pontos de avanço do 4º classificado que era o SC Espinho.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1957/58)
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Na segunda volta, o Vitoria coleccionou apenas resultados positivos de onde se destacam, naturalmente, as vitorias sobre os adversários directos na frente da tabela classificativa. Vence por 1-3 no Bessa o Boavista FC e no Campo da Amorosa, o SC Covilhã por 1-0.
Terminada a competição na Zona Norte da 2ª Divisão Nacional a classificação final ficou alinhada da seguinte forma: 1º - Vitoria SC, com 41 pontos; 2º - SC Covilhã, com 38 pontos; 3º - Boavista FC, com 34 pontos, que se apuraram para a fase final. O Vitoria SC coleccionou nos 26 jogos da competição, 19 vitórias, 3 empates e 4 derrotas, concretizando 82 golos e sofrendo 35 tentos.
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Na Zona Sul apuraram-se o SC Farense, que foi o 1º classificado, com 39 pontos, o SC Olhanenses, o 2º classificado com 35 pontos e o Atlético CP, 3º classificado com 33 pontos.
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(Plantel do Vitoria SC no final de um treino na época de 1957/58)
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Na 1ª volta da fase final do Campeonato Nacional da 2ª Divisão o Vitoria termina em 2º lugar, a um ponto do SC Covilhã, depois de ter sido derrotado em casa do clube serrano por 2-0, numa partida marcada pela ausência de Bártolo e Ernesto Paraíso. Todavia, o Vitoria teria vantagem à partida para a 2ª volta da fase final pois apenas dependia de si, já que disputaria com o jogo com o 1º classificado, o SC Covilhã, no Campo da Amorosa em Guimarães.
Todavia, as contas complicaram-se bastante para o Vitoria SC com a derrota caseira consentida frente ao SC Covilhã por 1-2 e com a derrota no Bessa, contra o Boavista FC por 5-2. Porem, quase que milagrosamente, o Vitoria acabou por terminar a prova no 2º lugar da tabela classificativa, o que lhe permitia desde logo manter as esperanças do regresso à 1ª Divisão Nacional.
Para isso, o Vitoria teria que levar de vencida o SC Salgueiros, que foi o penúltimo classificado na 1ª Divisão Nacional, nos apelidados jogos de passagem disputados a duas mãos. Por seu turno, o SC Covilhã, uma forte equipa naquela época, foi o 1º classificado, garantindo o acesso directo ao primeiro escalão do futebol português.
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Na fase final o Vitoria venceu 5 encontros, empatou 2 e perdeu por 3 ocasiões. Apontou 22 golos e sofreu 16. Foi o 2º classificado na fase final com 12 pontos amealhados, menos 3 que o SC Covilhã que foi o 1º posicionado, e mais 2 que o SC Farense que foi o 3º classificado.
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(Romeu, Ernesto Paraiso, Mário Civico e João da Costa comemorando um golo do Vitoria obtido em Faro, no desafio frente ao SC Farense)
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A primeira mão dos jogos de passagem disputou no dia 8 de Junho de 1958 no Campo Engenheiro Vidal Pinheiro, na invicta cidade do Porto, a casa do SC Salgueiros. O Vitoria realiza uma grande partida surpreendendo o primodivisionario SC Salgueiros em sua casa, vencendo a contenda por 1-2. Pelo Vitoria SC alinharam naquele dia a seguinte equipa: Sebastião; Virgílio, Silveira e Abel; Cesário e João da Costa, Bártolo, Romeu, Ernesto Paraíso, Mário Cívico e Rola.
Estavam assim abertas as portas para o regresso do Vitoria SC à 1ª Divisão Nacional. Para isso, havia que pelo menos não perder o encontro da 2ª mão a disputar na cidade de Guimarães. Naturalmente, que o Campo da Amorosa se encheu de vitorianos ávidos para festejar o regresso do clube ao primeiro patamar do futebol luso.
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O encontro da 2ª mão disputou-se no Campo da Amorosa, em Guimarães, no dia 15 de Junho de 1958, sob a arbitragem do Senhor António Calheiros. O jogo foi tremendamente difícil com a equipa da cidade do Porto a tudo fazer para dar a volta à eliminatória.
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(Aspecto da bancada central do Campo da Amorosa, em Guimarães, no dia 15 de Junho de 1958, dia do decisivo jogo de acesso do Vitoria SC à 1ª Divisão Nacional)
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(A equipa do SC Salgueiros e do Vitoria Sport Clube no Campo da Amorosa completamente lotado no dia do jogo da 2ª mão)
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(Imagem do jogo entre o Vitoria SC e o SC Salgueiros no Campo da Amorosa na tarde do dia 15 de Junho de 1958)
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Briosamente o Vitoria foi resistindo as investidas encarnadas do clube de Paranhos e o resultado final de 2-2 confirmaria o tão ansiado regresso do Vitoria à 1ª Divisão Nacional, escalão onde permaneceria ininterruptamente durante cerca de 50 anos e onde viria a tornar num dos maiores clubes do futebol português.
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No Campo da Amorosa, logo após o apito final, exuberantes festejos eclodiram entre jogadores, técnicos, dirigentes, massa associativa e vimaranenses em geral que invadiram o terreno de jogo onde abraçaram e vangloriaram os heróis que acabavam de conquistar a subida de divisão.
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(Festejos dos vitorianos no Campo da Amorosa)
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(O terreno de jogo completamente inundado nos festejos do regresso do Vitoria Sport Clube à 1ª Divisão Nacional)
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(Imagem do Campo da Amorosa no final do decisivo encontro entre SC Salgueiros e Vitoria Sport Clube)
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A cidade encheu-se para festejar transbordando alegria em cada artéria da cidade. Os jogadores e toda a comitiva fizeram o passeio a pé entre o Campo da Amorosa e a sede do Clube rodeados pela multidão que congratulava os seus ídolos.
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(Os jogadores engolidos pela multidão em festa no caminho entre o Campo da Amorosa e a sede do Clube na Rua D. João I, em Guimarães)
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(Milhares de pessoas em festa na actual Alamada Alfredo Pimenta na cidade de Guimarães)
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Da sede do Clube seguiu-se para o jantar de homenagem realizado no Hotel do Toural. Enquanto a comitiva oficial jantava a festejava no interior do Hotel, a massa associativa, que inundava o Largo do Toural, comemorava efusivamente, solicitando amiúde a presença dos seus heróis na varanda do Hotel, onde estes acenavam e gritavam vivas ao Vitoria SC.
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(Vários elementos da equipa do Vitoria da época de 1957/58)
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(Milhares de pessoas no Largo do Toural)
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(Festejos de todos os vimaranenses)
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(Um mar de gente festejando)
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(O Largo do Toural completamente lotado)
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Nesta época gloriosa para o Vitoria destacamos de entre todos os jogadores do Vitoria o avançado brasileiro Ernesto Paraíso, o melhor marcador de todos os campeonatos nacionais da época de 1957/58. Os seus golos foram deveras decisivos para o feito alcançado pela formação vimaranense.
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(A frente de ataque do Vitoria Sport Clube na época de 1957/58 com Bártolo, Romeu, Ernesto Paraíso, Mário Civico e Rola)
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Os jogadores receberam também a sua recompensa monetária. Por cada jogo em que alinhassem, cada jogador receberia a quantia de 200$00. Assim, os defesas Virgílio e Abel receberam cada um a quantia de 7.000$00 pois participaram ambos em 35 partidas oficiais, sendo de resto, os atletas mais utilizados pelo Vitoria de Fernando Vaz.
O defesa Silveira, receberia o montante de 6.800$00 num total de 34 jogos realizados e Ernesto Paraíso e Rola menos 200$00, pois participaram em menos um encontro do que o defesa. Bártolo recebeu o prémio de 5.800$00 por um total de 25 jogos, enquanto o jovem João da Costa levou 5.000$00. Mário Cívico recebeu 4.400$00, o guarda redes Sebastião levou 4.200$00, Cesário 3600$00 e Silva recebeu 3.400$00.
Por fim, ficam as palavras do Presidente da Direcção do Vitoria, o Engenheiro Alberto Costa Guimarães, naquela subida de divisão da época de 1957/58. – “Nestas alturas quase não encontramos palavras que possam traduzir tanta alegria. Foi duro lutar tanto, mas sabe bem ao atingirmos a meta tão ambicionada. O clube é da massa associativa e da cidade, e por isso parece-me bem que posso, em meu nome e no dos meus colegas, oferecer-lhes este brilhante êxito. Que a massa associativa e a cidade, recebendo-o, saibam toma-lo com o desejo ardente de prestar ao Vitoria todo o apoio para que ele seja, agora na 1ª Divisão, aquilo que todos queremos.”
Como passados mais de 50 anos são tão actuais estas palavras...