Glórias do Passado

 

Florival


O futebolista Florival, nascido em 26 de Agosto de 1948, cumpriu uma carreira, com mais de 20 anos de duração, ao serviço de vários clubes nacionais, nomeadamente, representado a União de Leiria, o AC Marinhense, o União de Tomar, o SC Farense, o Portimonense SC, o Rio Ave FC, o Ginásio de Alcobaça, o GD Quimigal, o GD Torralta e o FC Barreirense.

Foi, todavia, ao serviço do Vitoria de Setúbal, o clube da sua cidade natal, que Florival Pereira Tavares nasceu para o futebol. Finalizada a sua carreira em Portugal, Florival ainda emigrou para os EUA e Canadá onde viria a encerrar definitivamente o seu percurso como futebolista.

A primeira inscrição federativa de Florival remonta à época de 1963/64 na equipa de juvenis do Vitoria de Setúbal. Efectuando toda a formação ao serviço da formação setubalense, o jovem Florival surgirá no futebol sénior integrado na turma do União de Leiria na temporada de 1968/69.



(Florival com a camisola da selecção da A. F. de Setúbal)


A equipa leiriense militava, então, na 3ª Divisão Nacional, acabando classificada, naquela época, no 2º lugar da Serie C, atrás do AC Marinhense, embora em igualdade pontual. Por isso, a União de Leiria falhava, assim, a almejada subida ao segundo escalão do futebol português.

Florival, que então já se destacara, não prosseguiu em Leiria, rumando na época seguinte de 1969/70 ao AC Marinhense, o grande opositor leiriense na temporada transacta.

Na equipa da Marinha Grande, aos comandos do treinador Pinto, Florival irá disputar a Zona Norte da 2ª Divisão Nacional. O AC Marinhense, lançando as bases que conduzirá o clube aos melhores êxitos da sua história, termina a época de 1969/70 num honroso 6º lugar da classificação.


(Equipa da AC Marinhense na época de 1969/70)


Já na temporada seguinte de 1970/71, a formação do AC Marinhense disputa, afincadamente, com o SC Beira-Mar, a subida ao primeiro escalão do futebol português. Acaba, porem, por sucumbir ao poderio da equipa aveirense e termina a Zona Norte da 2ª Divisão na 2ª posição da tabela classificativa.

Ainda assim, consegue apurar-se para disputar a liguilha de acesso à 1ª Divisão Nacional com o União de Tomar, Leixões SC e Varzim SC, mas o sonho marinhense de entrar na elite do futebol português não é concretizado.

Acaba por ser a equipa do União de Tomar o grande vencedor da aludida liguilha, alcançado, assim, um lugar no Campeonato Nacional da 1ª Divisão na temporada de 1971/72.

Curiosamente, Florival irá reforçar o União de Tomar nessa época de 1971/72, clube que terminará no 12º lugar da classificação geral e garantirá, desta forma, meritoriamente, a manutenção no primeiro escalão do futebol português.

Contudo, nesta sua primeira passagem pela 1ª Divisão Nacional, Florival não é utilizado pelo técnico Fernando Cabrita. A sua estreia no principal escalão do futebol português apenas irá ocorrer apenas na época seguinte de 1972/73 e já ao serviço do SC Farense.

Florival jogou duas temporadas consecutivas ao serviço dos leões de Faro. Em 1972/73, sem apontar qualquer golo, Florival alinhou em 8 jogos pelo SC Farense, treinado por Manuel Oliveira, que terminará classificado no 11º lugar da tabela classificativa.

Já na temporada seguinte de 1973/74, agora sob o comando técnico de Carlos Silva, Florival jogará 16 jogos na 1ª Divisão Nacional, apontando, então, o seu primeiro golo, contribuindo, assim, para uma época sensacional do SC Farense que terminou com a obtenção de um honroso 7º lugar na classificação geral.


(Equipa do SC Farense na época de 1973/74)


Não sendo considerado um titular indiscutível, Florival retornou ao União de Tomar na época de 1974/75, numa altura em que a formação nabantina estava de regresso ao primeiro escalão do futebol português.

Florival iniciará, então, aquele que será o melhor período da sua carreira de futebolista. Passa duas épocas consecutivas em Tomar onde, agora, é titular indiscutível. Treinado por Artur Santos, Florival alinha em 26 jogos e anota 3 golos ao longo do Campeonato Nacional da 1ª Divisão na temporada de 1974/75 em que a formação do União de Tomar consegue a manutenção com um 12º lugar na tabela classificativa.


(Equipa do União de Tomar na época de 1974/75)


(Florival no União de Tomar)


Já na época seguinte de 1975/76, agora sob a orientação técnica de Fernando Andrade, o União de Tomar, embora batendo-se galhardamente, irá sucumbir à valia dos adversários.

Numa luta, verdadeiramente, titânica pela manutenção, o União de Tomar não conseguiu ir além do antepenúltimo lugar na classificação geral e, consequentemente, acabou por ser relegado ao segundo escalão do futebol português.

Florival foi, reconhecidamente, um dos melhores jogadores nabantinos ao longo da época, realizando um total de 25 jogos e apontado 6 golos na principal competição nacional.

(Plantel do União de Tomar na época de 1975/76)


(Florival com as cores do União de Tomar)


Com a descida do União de Tomar à 2ª Divisão Nacional, Florival regressou ao Algarve, desta feita, para representar o Portimonense SC, clube que se estreava no primeiro escalão do futebol português nesta temporada de 1976/77.

Em Portimão, Florival realizou mais uma época de bom nível, cotando-se como um dos principais jogadores da equipa do Portimonense SC, treinada, inicialmente, por Mário Nunes e, mais tarde, pelo magriço José Augusto.
(Plantel do Portimonense SC na época de 1976/77)


(Em 1976/77 no Portimonense SC)


De facto, Florival foi mesmo, nesta temporada, o melhor marcador da equipa do Portimonense SC na principal competição portuguesa com os 8 golos apontados, realizando, registe-se, 25 jogos na prova.

Não sem viver grandes sobressaltos, o Portimonense SC, conseguiu a permanência na 1ª Divisão Nacional com o 12º lugar alcançado na classificação geral e após um desafio decisivo e intenso disputado no Montijo, contra o CD Montijo, na última jornada da prova.


(Equipa do Portimonense SC na temporada de 1976/77)



(No Portimonense SC na época de 1976/77)


Florival era um jogador muito polivalente. Na sua carreira jogou em várias posições no terreno de jogo, tanto como defesa, médio ou mesmo em sectores mais avançados, pois, embora sendo um futebolista possante, Florival tinha uma capacidade técnica assinalável.

De qualquer forma, era jogando em posições marcadamente defensivas que Florival mais se destacava, sobretudo, actuando na posição de defesa central ou como médio defensivo.


(Equipa do Portimonense SC na época de 1976/77)



(Florival em acção pelo Portimonense SC)



(Equipa do Portimonense SC na época de 1976/77)



(Florival no Portimonense SC na época de 1976/77)


Algo surpreendentemente, depois de uma excelente época na equipa algarvia a militar no primeiro escalão nacional, Florival deixou o Portimonense SC e regressa a Tomar para reforçar a formação nabantina que apostava fortemente no regresso à 1ª Divisão Nacional.

Contudo, a época de 1977/78 fica aquém das expectativas criadas e o União de Tomar não consegue ir além de um 4º lugar na Zona Centro da 2ª Divisão Nacional, falhando, desta forma, o objectivo traçado.


(Equipa do União de Tomar na época de 1977/78)



(Em 1977/78 no União de Tomar)



(Equipa do União de Tomar na época de 1977/78)


Entretanto, o Portimonense SC também foi relegado ao segundo escalão do futebol português no final da época de 1977/78. Por isso, na temporada seguinte de 1978/79 a equipa algarvia empenhou tudo no retorno ao nacional maior.

Nessa época, Florival regressa à equipa algarvia e consegue, desta vez, ajudar o Portimonense SC a atingir o 1º lugar da Zona Sul do Campeonato Nacional da 2ª Divisão e, assim, subir ao primeiro patamar do futebol nacional.


(Equipa do Portimonense SC na época 1978/79)


(Equipa do Potimonense SC na temporada de 1978/79)


Florival regressa, então, na época de 1979/80 à 1ª Divisão Nacional, mas, desta feita, não o fará ao serviço do Portimonense SC, clube que ajudou a subir na temporada anterior, mas sim representado o Rio Ave FC, formação que tinha vencido a Zona Norte da 2ª Divisão e que assim também havia alcançado a subida de divisão.

Todavia, aquela que era a estreia do Rio Ave FC na 1ª Divisão Nacional não decorre de feição e o clube nortenho acaba despromovido à 2ª Divisão Nacional porque não consegue escapar ao 16º lugar, a ultima posição da tabela classificativa.

Nesta temporada de 1979/80, Florival é quase sempre titular na equipa vilacondense, realizando, no cômputo geral, 22 jogos, sem apontar qualquer 1 golo nesta edição do Campeonato Nacional da 1ª Divisão.


(Plantel do Rio Ave FC na época de 1979/80)



(No Rio Ave FC na época de 1979/80)


(Equipa do Rio Ave FC na temporada de 1979/80)



(Equipa do Rio Ave FC na época de 1979/80)



(No Rio Ave na temporada de 1979/80)


Continuando ao serviço do Rio Ave FC volta a jogar a 2ª Divisão Nacional na temporada seguinte de 1980/81. A equipa vilacondense, sobretudo após o ingresso de Mourinho Félix no comando técnico em substituição de Fernando Cabrita, consegue superiorizar-se aos vários e valorosos adversários, conseguindo vencer Zona Norte do segundo escalão do futebol português e, em consequência, conseguir regressar à 1ª Divisão Nacional.


(Plantel do Rio Ave FC na época de 1980/81)


Na época de 1981/82 ingressou no surpreendente GC Alcobaça que conseguirá subir à 1ª Divisão Nacional. Na verdade, a equipa alcobacense, treinada por Dinis Vital, foi uma das grandes sensações da segunda prova nacional, vencendo a Zona Centro da 2ª Divisão Nacional, alcançando assim, pela primeira vez na sua história, a subida ao primeiro escalão do futebol português.

Para esse êxito histórico do GC Alcobaça muito contribuíram as boas prestações de Florival. Já veterano, Florival conseguiria assim alcançar o último grande feito da sua carreira de futebolista.


(Plantel do GD Alcobaça na época de 1981/82)



(Equipa do GC Alcobaça na época de 1981/82)



(Plantel do GC Alcobaça na temporada de 1981/82)



(Equipa do GC Alcobaça na temporada de 1981/82)


(Plantel do GC Alcobaça na época de 1981/82)


Já com 34 anos de idade Florival começou a caminhar para o final da sua carreira de profissional de futebol. Representou, ainda, em Portugal, as formações do GD Quimigal na época de 1982/83, na 2ª Divisão Nacional, o GD Torralta, na temporada de 1983/84, na 3ª Divisão Nacional e, finalmente, o FC Barreirense nas épocas de 1984/85 e 1985/86 na Zona Sul do segundo escalão do futebol português.

Posteriormente, Florival emigrou para os EUA e para o Canadá onde continuou ligado ao futebol. Regressado a Portugal era frequente a sua presença nas equipas de velhas guardas do Vitoria de Setúbal.

No dia 14 de Novembro de 2008, com apenas 60 anos de idade, lamentavelmente, faleceu o antigo futebolista português Florival vítima de uma doença prolongada.


Autor: Alberto de Castro Abreu 4 Comentários

 

Estádio Clube Desportivo das Aves


O Estádio do Clube Desportivo das Aves é o recinto de jogos da principal colectividade desportiva que lhe dá o nome, na Vila das Aves, no concelho de Santo Tirso. Esta infra-estrutura, inaugurada em 1981, é um campo de futebol relvado, com iluminação artificial e dotado de bancadas com lugares sentados cuja capacidade oficial aprovada, actualmente, se cifra em 4.000 espectadores.

Depois de em grande parte da sua história o CD Aves ter actuado no saudoso Campo das Fontainhas, mais tarde baptizado, após profundas obras de beneficiação, como Campo Bernardino Gomes, teve no inicio da década de 80 a possibilidade de passar a apresentar-se no actual estádio, embora, esse sonho tivesse demorado mais de uma década para concretizar-se.

É que, de facto, desde os finais da década de 60 que as instancias federativas consideravam que o pelado do Campo Bernardino Gomes não reunia as condições necessárias para receber os jogos oficiais da equipa do CD Aves nas competições nacionais.

A evolução e o estatuto que CD Aves foi granjeando ao longo dos tempos no futebol nacional exigiam uma infra-estrutura desportiva com melhores condições. Por isso, em Maio de 1970 foi constituída uma comissão composta por personalidades da terra visando a construção do novo estádio.



(Estádio Clube Desportivo das Aves ainda no início da sua construção)


(A construção de uma das bancadas)


(O exterior do estádio em construção)


As dificuldades inerentes a tão arrojada pretensão, sobretudo, para um clube modesto como o CD Aves, prolongaram durante mais de uma década a concretização do ansiado desejo.

A primeira pedra tendente à construção do novo estádio foi colocada, simbolicamente, no dia 14 de Junho de 1971, pelo, então, célebre defesa central da equipa de futebol avense, Kentucky.

(Aspecto geral do Estádio do Clube Desportivo das Aves)


(A bancada lateral)



(Aspecto da bancada central e um dos topos com lugares sentados)


Depois de muitos anos de trabalho e dedicação por obra de varias personagens relevantes na história do CD Aves, foi possível concluir a construção do novo estádio, acabando o mesmo por ser inaugurado, apenas, no dia 8 de Dezembro de 1981, mais de dez anos após o lançamento da primeira pedra.

De então para cá tem sido aquele estádio a casa do CD Aves. Mas, na verdade, desde aí, o Estádio do Clube Desportivo das Aves tem recebido inúmeras sucessivas obras de restauro e melhoramento nas suas condições.


(Aspecto geral do Estádio Clube Desportivo das Aves)



(Bancada central coberta)



(Um dos topos do estádio sem bancada ao fundo)



(Viste áerea do estádio)


Naquele recinto também a equipa principal do Vitoria SC joga com bastante frequência atendendo, não só, à proximidade entre as localidades, mas também devido, essencialmente, às fortes relações de amizade que ligam o clube vimaranense ao CD Aves.

Essas passagens da equipa vitoriana pelo Estádio do Clube Desportivo das Aves não se resumem, apenas, aos tradicionais jogos amigáveis, pois, na verdade, o Vitoria SC também ali jogou em vários encontros oficiais, sobretudo, aquando das passagens da equipa avense pela 1ª Divisão Nacional.


(Exterior do Estádio Clube Desportivo das Aves)



(A bancada central coberta do estádio)



(O topo do estádio com bancada)


Por isso, o primeiro jogo oficial entre o CD Aves e o Vitoria SC realizado no Estádio do Clube Desportivo das Aves realizou-se no dia 5 de Outubro de 1985, num desafio a contar, então, para a 6ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão na sua edição da temporada de 1985/86.

Arbitrado por Raul Ribeiro da A.F. de Aveiro e perante uma lotação com mais de 15.000 espectadores que lotaram completamente aquele recinto, o CD Aves alinhou com a seguinte equipa inicial: Silvino; Antero, José Augusto, Ruben e Silva, Rui Manuel, Edmur e Carlinhos; Rui Alberto, Alain e Luís Filipe. Na equipa avense treinada pelo Professor Neca, alinharam ainda Ventura e Vieira.


(Bancada lateral do estádio vista do relvado)



(Uma das entradas principais do estádio)



(Visão da bancada central sob o relvado)


Por seu turno, a equipa do Vitoria SC, comandada por António Morais, apresentou-se com o seguinte onze inicial: Jesus; Costeado, Miguel, Valério e Cerqueira; Teixeirinha, Bobó e Nascimento; Roldão, Paulinho Cascavel e Costa.

Este histórico desafio entre as duas colectividades vizinhas terminou com um triunfo do Vitoria SC por 0-1, com um golo apontado pelo avançado brasileiro Paulinho Cascavel, à passagem do minuto 56.


(Bancada central e um dos topos do estádio)



(Vista geral do Estádio Clube Desportivo das Aves)



(A bancada central e a entrada do tunel de acesso aos balneários)


Do resumo da partida, refira-se, que tratou-se de um jogo bastante viril, com os homens da equipa da casa a usar alguma dureza para suster as investidas do futebol mais habilidoso da equipa do Vitoria SC.

A equipa vimaranense controlou os acontecimentos durante toda a partida e teve as melhores ocasiões de golo, enquanto a formação do CD Aves remeteu-se à defesa e a esporádicos contra-ataques sem, contudo, provocar qualquer sensação de perigo junto à baliza do guardião vitoriano Jesus.


(Aspecto geral do Estádio Clube Desportivo das Aves)



(Vista parcial da bancada central e um dos topos)


Em conclusão, diga-se, que a equipa do Vitoria SC, apoiada por uma enorme falange de adeptos, venceu merecidamente o desafio, dando assim seguimento à brilhante campanha que vinha realizando.

De resto, com este triunfo no Estádio do Clube Desportivo das Aves, o Vitoria SC ascenderia, naquela altura, à liderança do Campeonato Nacional da 1ª Divisão em igualdade pontual com o Sporting CP.


Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

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