Glórias do Passado: julho 2009

 

Futebol Clube de Alverca


O Futebol Clube de Alverca, sedeado em Alverca do Ribatejo, localidade limítrofe de Lisboa, foi fundado por um grupo de jovens locais no dia 1 de Setembro do ano de 1939.

Tendo como o futebol a modalidade rainha na colectividade, O FC Alverca atingiu o auge na sua história no final da década de 90 principio do novo milénio, altura em que militou no principal escalão do futebol português.

Desde a sua fundação até aquela altura o FC Alverca era um clube modesto, amador e o seu percurso resumia-se as competições distritais ou nas divisões secundarias do futebol nacional.

Ate à década de 40 aquele associação desportiva participava nas provas populares da região e quando assumiu um carácter mais formal passou a disputar consecutivamente nos campeonatos distritais da Associação de Futebol de Lisboa.

Nas provas nacionais faz a sua estreia na temporada de 1942/43 quando conseguiu aceder ao Campeonato Nacional da 2ª Divisão, disputando a Serie 8, Subserie 2, onde foi último classificado, com seis derrotas em outras tantos jogos disputados.

Na época seguinte voltou a disputar a mesma competição agora com resultados bem mais positivos, acabando classificado na 3ª posição da Serie 8 do Campeonato Nacional da 2ª Divisão da temporada de 1943/44, vencendo quatro jogos, empatando dois e perdendo também quatro partidas.
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(Equipa de Juniores do FC Alverca na época de 1950/51)
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(Equipa do FC Alverca na temporada de 1956/57)
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Voltaria as competições nacionais de futebol apenas cerca de 20 anos depois, efemeramente, quando na época de 1965/66 disputou o Campeonato Nacional da 3ª Divisão.

A esse escalão voltou apenas na temporada de 1971/72 para aí permanecer, quase ininterruptamente, até ao princípio da década de 80, embora sem conseguir grandes feitos desportivos, limitando-se a garantir a manutenção.
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(Equipa do FC Alverca na decada de 60)
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(Equipa do FC Alverca na temporada de 1976/77)
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No final da época de 1080/81 o FC Alverca é relegado aos campeonatos distritais da Associação de Futebol de Lisboa. Na ponta final da década de 80 inicia-se, poder-se-á dizer, o caminho que o FC Alverca trilhará rumo ao principal escalão do futebol português.
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(Equipa do FC Alverca na época de 1980/81)
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Assim, depois de na temporada de 1986/87 ter conseguido ascender novamente aos nacionais, o FC Alverca disputou o Campeonato Nacional da 3ª Divisão na época de 1987/88, classificando-se em 2º lugar na Serie E, atrás do Olivais e Moscavide, alcançando assim, mais de quarenta anos depois, o segundo patamar do futebol nacional.

Com o técnico Romeu Oliveira em grande destaque naquele momento histórico e como protagonista na afirmação do clube na 2ª Divisão Nacional, o FC Alverca permaneceu durante sete temporadas consecutivas naquele escalão.
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(Equipa do FC Alverca na temporada de 1988/89)
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Ate que, na época de 1994/95, o FC Alverca supera mais uma etapa importante na sua história. Vence a Zona Sul da 2ª Divisão Nacional “B”, com o técnico Vitorino Bastos ao leme do clube, após uma luta titânica com os algarvios do Louletano.

A partir da temporada de 1995/96 começa a participar no Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Honra. Nesta altura o clube começa também a assumir-se como equipa satélite do SL Benfica, recebendo vários jogadores provenientes da equipa de juniores dos encarnados, alem da equipa técnica liderada por Arnaldo Cunha.
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(Equipa do FC Alverca na época de 1994/95)
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(Plantel do FC Alverca na temporada de 1995/96)
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(Equipa do FC Alverca na época de 1995/96)
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O FC Alverca é um regular candidato à manutenção naquele escalão, objectivo que alcança com alguma dificuldade tanto na época de estreia como na temporada seguinte de 1996/97.

Nesta segunda época no Campeonato Nacional da 2ª Divisão de Honra o FC Alverca passou toda a temporada classificado nos últimos lugares da tabela geral, contudo, com a entrada de João Santos para o comando técnico da equipa, conseguiu amealhar os pontos necessários para a manutenção.
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(Plantel do FC Alverca na temporada de 1996/97)
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(Plantel do FC Alverca na época de 1996/97)
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E assim iniciar-se-á a época história do clube com a subida, finalmente, à 1ª Divisão Nacional. Ainda na sombra do SL Benfica, o FC Alverca, inicialmente considerado como um mero candidato à manutenção, acabou por surpreender tudo e todos.

Com uma equipa recheada de jovens valores, onde se destacam, naturalmente, os médios portugueses Hugo Leal e, posteriormente, Maniche, e os atacantes brasileiros Deco e Caju, o FC Alverca fez uma sensacional campanha na temporada de 1997/98 na 2ª Divisão Nacional de Honra.
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(Plantel do FC Alverca na época de 1997/98)
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Com uma regularidade impressionante, mesmo quando os seus melhores jogadores eram solicitados pelo SL Benfica, o FC Alverca manteve-se sempre classificado nos três lugares do pódio ao longo de toda a prova e assim no final, com o 3º lugar alcançado, cumpriu o sonho de subir à 1ª Divisão Nacional.

É, portanto, na época de 1998/99 que o FC Alverca atinge o auge na sua história e disputará pela primeira vez a principal competição portuguesa de futebol. Contudo, essa participação esteve durante algum tempo em causa por força da ligação com o SL Benfica, competidor na mesma prova.
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(Plantel do FC Alverca na temporada de 1998/99)
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Alguns clubes colocaram em causa a possibilidade do FC Alverca jogar na 1ª Divisão Nacional em virtude de ser equipa satélite do SL Benfica. O clube ribatejano colocou um ponto final, oficialmente, na parceria com o SL Benfica e conseguir vencer a batalha com as instâncias federativas e acabou mesmo admitido a disputar a principal competição nacional.

Entre os grandes protagonistas cravados na história desta ascensão do FC Alverca no futebol português está, naturalmente, o Presidente Luís Filipe Vieira, actual líder do SL Benfica.

A temporada de estreia do FC Alverca na 1ª Divisão Nacional é uma época muito difícil. Apesar disso, o grande objectivo da manutenção é conseguido, quando na última jornada consegue a salvação ao derrotar, curiosamente, o Vitoria SC.

É também nesta época que o clube ribatejano e o Vitoria SC se encontram pela primeira vez na história em jogos a contar para competições oficiais. O primeiro entre estes dois clubes acontece a 3 de Janeiro de 1999, quando na cidade de Guimarães o Vitoria SC recebeu e venceu por 3-1 o FC Alverca.

De então para cá foram vários os jogos oficiais realizados entre os dois clubes, quer no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde se encontraram nas diversas temporadas em que o FC Alverca militou no escalão principal, mas também na Taça de Portugal onde foram opositores na época de 2002/03, com o sucesso na eliminatória a sorrir aos vimaranenses.

No jogo da 17ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 1998/99, o Vitoria SC, treinado por Zoran Filipovic, apresentou a seguinte equipa inicial: Pedro Espinha; Quim Berto, Arley, Márcio Theodoro e Tito; Paulo Gomes, Paiva e Vítor Paneira; Evando, Riva e Gilmar.

Na equipa vimaranense jogaram ainda o sueco Fredrik Sordstrom, Edmilson e N´Tsunda que entraram, respectivamente, para os lugares de Paiva, Vítor Paneira e Evando.

Por seu lado, a equipa ribatejana, comandada nesta altura por Mário Wilson, apresentou o seguinte onze inicial: Paulo Santos; Abel Silva, Hugo Costa, José Soares e Valente; Marco Freitas, Maniche e Toze; Rui Borges, Nandinho e Filipe Azevedo.

No FC Alverca jogou ainda o brasileiro Caju, aquele que viria a ser o autor do golo da equipa. De facto, o Vitoria SC marcou primeiro, logo aos 15 minutos, por intermédio do defesa lateral esquerdo Tito.

Já em campo, Caju, aos 54 minutos restabeleceu a igualdade, complicando bastante o jogo à turma da casa. Nos derradeiros momentos do encontro o Vitoria SC conseguiu triunfar por 3-1, marcando dois golos, respectivamente, aos 86 e 88 minutos, por Arley e Quim Berto.

Na época de 1999/00 o FC Alverca vai conseguir atingir a sua melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Comandado por José Romão, o FC Alverca faz uma brilhante temporada e consegue uma sensacional classificação no 11º lugar da tabela geral.
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(Plantel do FC Alverca na época de 1999/00)
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A equipa ribatejana revela-se um dos grandes percalços dos denominados grandes clubes, fazendo todos perderem pontos. No cômputo geral, o FC Alverca realizou uma época bem tranquila conseguindo prematuramente garantir a manutenção.

Seguiu-se a temporada de 2000/01 onde o FC Alverca voltou a garantir com maior ou menor dificuldade a manutenção no principal escalão do futebol português. Esta época fica marcada, porém, pela conquista do primeiro troféu de relevo na história do clube.
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(Equipa do FC Alverca na temporada de 2000/01)
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Desde sempre o FC Alverca dedicou muita atenção à formação de jovens futebolistas e frequentemente criou boas equipas juvenis. Na época de 2001/02 esse departamento juvenil do clube conseguiu o maior feito ao sagrar-se campeão nacional na categoria de juniores.

Depois de deixar pelo caminho equipas como o SL Benfica e Sporting CP, tradicionais candidatos ao título, o FC Alverca chegou à fase final de juniores com o FC Porto, o SC Braga e o Vitoria de Setúbal.

Cedendo apenas uma derrota e realizando uma fase final verdadeiramente sensacional, na esteira daquilo que vinha revelando ao longo de todo o ano, o FC Alverca conquistou o Campeonato Nacional da Juniores da temporada de 2001/02.
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(Equipa de Juniores do FC Alverca na época de 2001/02)
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(Plantel do FC Alverca na temporada de 2001/02)
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Voltando ao futebol sénior, dá-se início à época de 2002/03, com a equipa do FC Alverca a ser considerada a formação mais forte dos clubes que lutavam pela manutenção.

Com Jesualdo Ferreira ao leme do clube e com uma mescla de juventude e experiencia, a verdade é que a campanha do FC Alverca não correspondeu minimamente aquilo que se aguardava.

De tal forma assim foi que a equipa ribatejana não conseguiu escapar ao último lugar da tabela classificativa e, como tal, acabou por ser relegada ao segundo escalão do futebol português.
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(Plantel do FC Alverca na época de 2002/03)
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(Equipa do FC Alverca na temporada de 2002/03)
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O clube decidiu então apostar num novo treinador, José Couceiro, e tentar regressar imediatamente ao escalão maior. Repleto de jogadores com longa experiencia no nosso futebol, o FC Alverca logo se apresentou como candidato à subida de divisão.

E tal previsão viria a ser confirmada com a equipa ribatejana a realizar uma temporada sempre nos lugares cimeiros da tabela classificativa e conseguindo, sem grande surpresa, o 2º lugar da Liga de Honra, atingindo o objectivo de regressar à 1ª Divisão Nacional.

Foi, porem, efémero este regresso do FC Alverca ao primeiro escalão do futebol português. Mais que efémero esta presença no Campeonato Nacional da temporada de 2003/04 foi mesmo a ultima participação do clube.
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(Plantel do FC ALverca na época de 2003/04)
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Lutou desenfreadamente pela permanência na liga com o CF Belenenses e também, ate certa altura, com o Vitoria SC. Nesta temporada realizou-se o ultimo jogo da história entre o FC Alverca e o Vitoria SC.

Em tal jogo, o Vitoria SC conseguiu um importantíssimo triunfo por 0-1, com um golo apontado por Nuno Assis aos 59 minutos, numa altura em que a equipa vimaranense também lutava pela fuga à despromoção.
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(Video do golo apontado por Nuno Assis neste encontro frente ao FC Alverca na temporada de 2003/04)
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O jogo daquela 29ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 2003/04, realizou-se no dia 24 de Abril de 2004, numa sexta-feira à noite, com a equipa do Vitoria SC acompanhada por uma enorme falange de apoio vinda de Guimarães.

Terá sido uma das maiores deslocações de sempre dos adeptos vitorianos para assistir a jogos do Vitoria SC na condição de visitado, principalmente, para um jogo disputado no sul do pais e numa sexta-feira à noite.
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(Plantel do FC Alverca na época de 2003/04)
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A equipa do FC Alverca actuou, inicialmente, com Yannick; Amoreirinha, Marco Almeida, Veríssimo e Nandinho; Diogo, Torrão, Bruno Aguiar e Zé Roberto; Vargas e Alex Afonso. Jogaram ainda Gabriel, Rodolfo Lima e Manu.

Já pela formação do Vitoria SC, comandada por Jorge Jesus, surgiu na equipa inicial: Palatsi; Bessa, Marco, Medeiros e Rogério Matias; Rui Ferreira, Djurdevic, Flávio Meireles e Nuno Assis, Romeu e Carlos Carneiro. Pelos vitorianos jogaram ainda Hugo Cunha, Guga e Rafael.

No final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da temporada de 2003/04, o FC Alverca terminou classificado na 16ª posição, o antepenúltimo lugar da classificação, e dessa forma acabou por ser relegado à Liga de Honra.
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(Equipa do FC ALverca na temporada de 2003/04)
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Voltou a disputar o segundo escalão do futebol português tentando regressar novamente à 1ª Divisão Nacional. Contudo, as dificuldades financeiras que a Sociedade Anónima Desportiva do clube enfrentava eram já bem evidentes e foi difícil conseguir uma equipa capaz de lutar pela subida de divisão.

Assim, o FC Alverca terminou em 13º lugar da tabela classificativa da Liga de Honra de 2004/05 e encerrou aqui a sua actividade no futebol profissional. No final desta temporada o clube debatia-se com enormes dificuldades financeiras e não conseguiu assegurar os meios necessários para participar na Liga de Honra da época de 2005/06.
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(Equipa do FC Alverca na época de 2004/05)
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Problemas relacionadas com dívidas ao Fisco e à Segurança Social, bem como a antigos atletas e treinadores impediam a inscrição do clube na competição e, consequentemente, foi extinto o futebol profissional no FC Alverca.

O FC Alverca ficou apenas com o futebol juvenil. O futebol sénior só voltou a existir no FC Alverca na temporada de 2006/07, depois de uma época de interregno, mas agora militando os escalões distritais da Associação de Futebol de Lisboa.
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(Equipa de Juniores do FC Alverca na temporada de 2007/08)
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(Equipa de Juniores na época de 2008/09 do FC Alverca)
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Era o regresso às origens do popular FC Alverca. No final da época de 200/08 o clube ribatejano conseguiu subir à 1ª Divisão Distrital da A.F. de Lisboa e na última temporada de 2008/09 acabou no 3º lugar desta competição.


Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

 

Marco Freitas


Marco Freitas é um futebolista que o Vitoria SC descobriu na Madeira a jogar nos escalões secundários nacionais e foi um dos reforços do plantel no início da temporada de 1995/96. No clube da cidade berço afirmou-se na alta-roda do futebol português, representando-o durante três épocas consecutivas, seguramente, a melhor fase da sua carreira e onde terá vivido, certamente, os melhores momentos como futebolista.

Nascido na cidade de Benguela, em Angola, no dia 29 de Agosto de 1972, Marco Luís Veríssimo de Freitas, radicou-se, desde muito novo, na ilha da Madeira. E nessa ilha começou a jogar futebol, concretamente, nos escalões mais jovens do CD Nacional.

Atingida a idade de sénior Marco Freitas foi cedido à AD Machico na temporada de 1991/92, para jogar na 3ª Divisão Nacional e assim ter mais oportunidades de jogar e ganhar maior experiencia.

Em 1992/93 regressou à equipa do CD Nacional, da 2ª Divisão de Honra, comandada pelo técnico Rolão Preto. Nesta época foi lançado na equipa nacionalista, mas apenas na temporada seguinte adquiriu o estatuto de titular.
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(Plantel do CD Nacional na época de 1992/93)
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(Equipa do CD Nacional na temporada de 1992/93
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O CD Nacional na época de 1993/94 era tido como um dos candidatos à subida è 1ª Divisão Nacional. Todavia, uma competição realizada aos soluços, afastou, desde muito cedo, a equipa insular dos lugares da subida, acabando por garantir a manutenção com um 11º lugar na classificação geral já com a orientação técnica de José Rachão que substituiria o treinador brasileiro João Pinheiro.
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(Plantel do CD Nacional na época de 1993/94)
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(Equipa do CD Nacional na temporada de 1993/94)
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De titular indiscutível na temporada de 1993/94, Marco Freitas passou a jogar imprescindível na manobra da equipa do CD Nacional na época seguinte de 1994/95, já com o técnico Rui Mâncio no comando da formação.

As exibições do jovem centrocampista começaram a fazer-se notar e a despertar a atenção dos clubes primodivisionários. Entres eles, clara está, estava o Vitoria SC, clube que começou a seguir de perto os desempenhos do jogador e, finalmente, contratou os seus serviços.
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(Plantel do CD Nacional na época de 1994/95)
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(Equipa do CD Nacional na época de 1994/95)
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(Marco Freitas no CD Nacional)
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Rubricou com o Vitoria SC um compromisso valido por três temporadas e numa época em que o clube vimaranense realizou contratações sonantes, como são exemplo o Vítor Paneira, o guardião Neno ou o Capucho, o jovem Marco Freitas chegava a Guimarães como um ilustre desconhecido.

Esperava-lhe, como expectativa inicial, ser suplente de Soeiro ou do mítico capitão vitoriano N´Dinga, aqueles que desempenhava funções como médios mais defensivos da equipa do Vitoria SC.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1995/96)
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(Marco Freitas em acção perseguindo Pedro Miguel do SC Braga num dos populares jogos da Taça Amizade, na época de 1995/96)
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E inicialmente as expectativas iniciais confirmaram-se. Marco Freitas era, normalmente, suplente e pouco utilizado. Tudo mudaria, porem, com a entrada de Jaime Pacheco para o cargo de treinador principal da equipa do Vitoria SC, substituindo Vítor Oliveira.

Estreia-se, oficialmente, pelos vimaranenses na partida da 1ª jornada do Campeonato Nacional da 1ª Divisão da época de 1995/96, numa partida disputada no Estádio Capitão César Correia, em Campomaior, entre o Vitoria SC, venceu por 0-1, com golo apontado por Emerson aos 52 minutos de jogo, e o SC Campomaiorense, clube estreante no primeiro escalão do futebol português.
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(Na temporada de 1995/96, o médio Marco Freitas actuando numa partida frente ao FC Porto, no Estádio das Antas)
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Marco Freitas foi suplente nesse jogo, tendo entrada na partida aos 67 minutos a substituir Vítor Paneira, numa altura em que o Vitoria SC já vencia e era necessário segurar a magra vantagem.

É que, na verdade, essa era a principal função de Marco Freitas. A contenção. Era um jogador de características marcadamente defensivas, combativo e fisicamente bem constituído.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1995/96)
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(Marco Freitas e Dimas no Vitoria SC - SL Benfica na época de 1995/96)
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Actuava, preferencialmente, como médio de cobertura defensivo, vulgo trinco, embora não resumisse o seu raio de acção a missões exclusivamente defensivas, pois, sendo senhor de um forte pontapé, gostava de se acercar com frequência da área contrária.

De qualquer forma, no Vitoria SC, essencialmente por causa da sua capacidade física, o técnico Jaime Pacheco decidiu jogar apenas com um homem de características defensivas no meio campo, apostando no jovem Marco Freitas a jogar sozinho à frente da defesa, em detrimento da dupla Soeiro/N´Dinga que anteriormente compunha esse sector.
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(Segurando João Oliveira Pinto do Gil Vicente FC)
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Por esse motivo, no Vitoria SC, Marco Freitas jogava exclusivamente em missões defensivas no meio campo e no apoio ao sector recuado, conferindo, mesmo desacompanhado, grande segurança defensiva a equipa.

Curiosamente, estreou-se como titular na equipa do Vitoria SC, assumindo as funções acima mencionadas, contra o SC Campomaiorense, desta feita, no jogo da segunda volta do Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1995/96, jogado no Estádio D. Afonso Henriques.
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Para a história desse jogo fica o resultado final com um triunfo do Vitoria SC sobre a equipa alentejana por esclarecedores 4-0, numa excelente exibição colectiva da equipa vitoriana.

A carreira do Vitoria SC ao longo desta época fica marcada por um inicio de competição abaixo do expectável e uma sensacional segunda volta, acabando por terminar o Campeonato Nacional da 1ª Divisão na 5ª posição, qualificando-se, assim, para as provas internacionais de clubes.

Registe-se, concluindo, que nesta época de 1995/96, o jovem Marco Freitas, mostrando enormes potencialidades, actuou em 18 jogos do Campeonato Nacional da 1ª Divisão, sem ter apontado qualquer golo na competição.

O primeiro golo apontado por Marco Freitas ao serviço do Vitoria SC ocorreu na temporada seguinte de 1996/97, num jogo da 3ª jornada da principal liga nacional, em que a equipa vimaranense derrotou a UD Leiria por 3-0.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1996/97)
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(Marco Freitas no Vitoria SC na temporada de 1996/97)
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O jogo, disputado numa tarde primaveril de Setembro de 1996, teve em Marco Freitas o autor do primeiro tento do Vitoria SC, logo aos 9 minutos de jogo. O brasileiro Riva, aos 28 minutos, e Capucho, aos 48 minutos, foram os marcadores dos restantes golos do Vitoria SC que estabeleceram o resultado final desta partida frente à turma leiriense.

Esta época de 1996/97 significou, porem, a afirmação definitiva de Marco Freitas. O médio foi a grande revelação da equipa do Vitoria SC e no futebol português como um grande recuperador de bolas.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1996/97)
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(Marco Freitas no Vitoria SC)
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Por causa da sua inesgotável capacidade física viu-se Marco Freitas carregar inúmeras vezes a equipa do Vitoria SC às costas. Também em muitas ocasiões reservaram-lhe espinhosas missões de marcação individual a fantasistas das equipas adversárias.

Assim sucedeu, exemplarmente, naquele que terá sido o momento mais alto desta época de 1996/97 aquando da eliminação da fortíssima equipa italiana do Parma na Taça Uefa. Nessa eliminatória coube a Marco Freitas vigiar uma das estrelas da companhia, o internacional italiano Zola, conseguindo anular o jogador e realizando uma notável exibição.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1996/97)
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(Marco Freitas no Vitoria SC)
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Nesta temporada viu-se ainda o centrocampista Marco Freitas a servir os seus companheiros mais adiantados, com boas desmarcações, ou alvejando a baliza adversaria através de remates da meia distancia, apesar de a sua principal missão continuar a ser vincadamente defensiva.

Marco Freitas, foi então titular indiscutível na equipa vimaranense na época 1996/97, jogando 30 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde o Vitoria SC alcançou, novamente, o 5º lugar na tabela classificativa e, dessa forma, um novo apuramento para a Taça Uefa.

Nesta altura o médio Marco Freitas chegou a ser uma forte hipótese para integrar os trabalhos da Selecção Nacional de Portugal, algo que, todavia, nunca se confirmou, acabando o jogador, uns anos mais tarde, por integrar a Selecção Nacional de Angola.
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(Equipa do Vitoria SC na época de 1996/97)
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(Marco Freitas junto com os companheiros no treino do Vitoria SC)
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1996/97)
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Na terceira temporada ao serviço do Vitoria SC, o contributo de Marco Freitas não seria tão acentuado como vinha sendo até então. O jogador e o Vitoria SC entraram em evidente rota de colisão por causa das negociações tendentes à renovação do contrato que não chegavam a bom porto, porque, dizia-se, Marco Freitas já teria assumido um compromisso com o SL Benfica mal aquele finalizasse a sua ligação ao clube da cidade berço.

A verdade é que assim foi. Terminado o contrato com o Vitoria SC, o futebolista Marco Freitas surgiu contratualmente ligado ao SL Benfica.

Quando as relações azedaram definitivamente, Marco Freitas foi, praticamente, ostracizado pelos responsáveis do clube e assim deixou de surgir na equipa titular do Vitoria SC.
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(Plantel do Vitoria SC na época de 1997/98)
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(Marco Freitas no Vitoria SC)
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Marco Freitas acabou por perder o lugar no onze principal do Vitoria SC para o internacional português Paiva e/ou para o sueco Sordstrom, os jogadores que eram recentes aquisições do clube.

O Vitoria SC garantiu, mais uma vez, o acesso às provas internacionais, desta vez, por via de um brilhante 3º lugar obtido no Campeonato Nacional da 1ª Divisão de 1997/98, consequência da sensacional prestação realizada pelos vimaranenses ao longo do ano.

Com Jaime Pacheco primeiro e Quinito depois como treinadores do Vitoria SC na época de 1997/98, Marco Freitas apenas participou em 14 jogos no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, onde apenas por cinco vezes foi titular, sendo também o autor de dois golos na competição.
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(Equipa do Vitoria SC na temporada de 1997/98)
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Os dois golos apontados por Marco Freitas na principal competição portuguesa da temporada de 1997/98 foram apontados nas duas partidas frente ao SC Campomaiorense, confirmando a importância do clube alentejano na particular historia deste futebolista.

No inicio da temporada de 1998/99 o português Marco Freitas surge no plantel do SL Benfica onde realizou a pré-época, contudo, cedo recebeu a guia de marcha, acabando por ser cedido a titulo de empréstimo ao FC Alverca, uma espécie de clube satélite dos encarnados.
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(Plantel do SL Benfica na época de 1998/99)
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Ai encontrou Mário Wilson, inicialmente, e depois José Romão como treinadores da formação alverquense. Marco Freitas realizou uma excelente temporada individual, sendo mesmo considerado a principal figura do FC Alverca nesta época de 1998/99.

Grande o contributo que Marco Freitas prestou ao FC Alverca, reconhecidamente, um jogador determinante na manutenção alcançada pelo clube ribatejano na 1ª Divisão Nacional.
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(Marco Freitas no FC Alverca na época de 1998/99)
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(Marco Freitas em acção pelo FC Alverca)
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Mostrou que poderia ter um lugar na equipa do SL Benfica e no início da temporada de 1999/00 é promovido o seu regresso ao clube da Luz. Desta vez integra o plantel do SL Benfica, porem, Marco Freitas jogará apenas dois jogos durante toda a época, um deles no Campeonato Nacional da 1ª Divisão, curiosamente, em Alverca, onde os encarnados são derrotados e outra a contar para a Taça Uefa, no fatídico jogo em Vigo, frente ao Celta de Vigo, em que o SL Benfica é goleado por 7-0.
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(Equipa do SL Benfica na época de 1999/00)
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(Marco Freitas no SL Benfica)
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(Na apresentação do SL Benfica)
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(Marco Freitas em acção pelo SL Benfica)
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(Treinando pelo SL Benfica)
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Assim, Marco Freitas nunca se impôs na equipa do SL Benfica, nem mesmo no plantel, de tal forma que no final da época de 1999/00 foi um dos primeiros jogadores a ser colocado na lista de dispensas.

Vai regressar ao FC Alverca, agora sob a orientação do professor Jesualdo Ferreira, mas realiza uma época longe da qualidade exibicional e da preponderância evidenciada na primeira passagem pelo clube ribatejano.
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(Equipa do FC Alverca na temporada de 2000/01)
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(Marco Freitas no FC Alverca na temporada de 2000/01)
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Ainda com contrato com o SL Benfica, Marco Freitas vai ser cedido, novamente, ao SC Salgueiros, clube primodivisionário onde o futebolista não conseguiria afirmar-se. Ao longo de toda a época de 2001/02 Marco Freitas foi suplente de Rui Ferreira e do brasileiro Delson.
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(Plantel do SC Salguerios na época de 2001/02)
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(Marco Freitas no SC Salgueiros na época de 2001/02)
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(Plantel do SC Salgueiros na época de 2001/02)
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(Marco Freitas no SC Salgueiros na temporada de 2001/02)
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Entretanto, o SC Salgueiros não consegue manter-se entre os grandes do futebol português e acaba relegado à 2ª Divisão de Honra. Marco Freitas tinha terminado o contrato que o ligava ao SL Benfica e aceitou jogar na segunda liga nacional ao serviço do SC Salgueiros durante a temporada de 2002/03.

A carreira de Marco Freitas estava, nesta altura, em claro plano descendente e a verdade é que nunca mais conseguiu reverter aquela tendência, agudizada, também, pela idade do jogador.
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(Equipa do SC Salgueiros na época de 2002/03)
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Manteve a condição de suplente no SC Salgueiros na época de 2002/03 apesar de jogar no segundo escalão nacional. A equipa salgueirista, um dos grandes candidatos à subida, falhou desastrosamente o objectivo.

Já na temporada de 2003/04 o futebolista português Marco Freitas foi integrar a jovem equipa do FC Felgueiras, clube que vivia com imensas dificuldades económicas e financeiras.
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(Plantel do FC Felgueiras na temporada de 2003/04)
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Apesar disso, o técnico português Diamantino Miranda fez um trabalho louvável e com os parcos recursos que dispunha e muita juventude no plantel conseguiu manter o FC Felgueiras na 2ª Divisão de Honra na última jornada da competição.

Marco Freitas, um dos jogadores mais velhos da equipa felgueirense, foi importante na caminhada do FC Felgueiras, embora nunca chegasse a ser considerado um titular indiscutível.

Decidiu regressar à Ilha da Madeira e na época de 2004/05 foi representar a AD Pontasolense a militar na 2ª Divisão “B”, Zona Sul. Na temporada seguinte de 2005/06 regressou ao continente e alinhou pela formação do SC Esmoriz, também na 2ª Divisão “B”, agora na Serie B.

Em 2006/07 regressou definitivamente a Ilha da Madeira para ai encerrar a sua carreira de futebolista. Jogaria durante duas temporadas na AD Machico, sempre na 2ª Divisão “B”.
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(Equipa da AD Machico no ano de 2006)
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(Marco Freitas ao serviço da AD Machico em 2006)
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(Marco Freitas em acção pela AD Machico)
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(Equipa da AD Machico em 2007)
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(Marco Freitas na AD Machico)
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No final da época de 2007/08, Marco Freitas terminou a sua ligação ao futebol como jogador profissional. A partir daí passou a dedicar-se exclusivamente à sua nova profissão de fisioterapeuta e à exploração de um centro de massagens.


Autor: Alberto de Castro Abreu 0 Comentários

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