Glórias do Passado: Vítor Pontes

 

Vítor Pontes


Vítor Pontes era daqueles guarda-redes que se recorda como sendo um eterno suplente. Apesar de uma longa carreira de futebolista raramente foi considerado como um guarda-redes titular nas diversas formações que representou. E foram vários, percorrendo os mais variados clubes de Portugal continental, incluindo uma incursão ao arquipélago da Madeira para representar o Nacional.

Não se poderá sequer dizer que terá sido um guarda-redes de mediana qualidade, mas fez carreira em Portugal, de pouca relevância é certo, mas onde se inclui o Vitoria de Guimarães, clube que representou durante 2 temporadas. Tem o seu nome ligado a uma das mais brilhantes épocas do Vitoria de Guimarães, concretamente a época de 1986/87 onde o clube atingiu a melhor classificação de sempre no Campeonato Nacional da 1ª Divisão.

A relação de Vítor Pontes com o Vitoria de Guimarães viria a conhecer um novo episodio, desta feita deveras nefasto para o clube da cidade berço. Vítor Pontes, já na qualidade de treinador de futebol, foi o técnico da descida de divisão do clube vimaranense ocorrida na temporada de 2005/06.

Vítor Manuel Pereira Pontes, nasceu na cidade de Leiria no dia 16 de Agosto de 1958. Foi no clube da sua terra natal que fez a sua formação enquanto futebolista, mas a verdade é que a sua primeira inscrição oficial remonta à temporada de 1969/70 pelo Casa Pia.

Em Leiria, ao serviço do União, jogou pela categoria de juvenis e juniores. Terminado o seu percurso de formação, foi emprestado pelo clube leiriense ao Vieirense, na época de 1977/78, que jogava na 3ª Divisão Nacional.

Regressou a Leiria na temporada seguinte para integrar o plantel que viria a garantir a subida à 1ª Divisão Nacional. Vítor Pontes foi todavia suplente nessa formação da época de 1978/79.

Atingiu desta forma a 1ª Divisão Nacional na época de 1979/80, com Fernando Peres como treinador principal da equipa da cidade do Lis, mas onde foi invariavelmente suplente de Padrão e Vítor Amaral.

O U. Leiria viria a descer novamente à 2ª Divisão Nacional, para retornar ao escalão maior na temporada seguinte. Permaneceu em Leira mais 4 épocas, jogando novamente na 1ª Divisão Nacional na temporada de 1981/82 e todas as outras na 2ª Divisão Nacional.

Na época de 1981/82 jogada pela U. Leiria na 1ª Divisão Nacional, o Vítor Pontes continuou suplente desta feita do guarda-redes Álvaro que foi quase sempre o titular na baliza leiriense.

Terminou a sua ligação ao U. Leiria, pelo menos na condição de futebolista, no final da época de 1984/85, quando se transferiu para o Vitoria de Guimarães, juntamente com o defesa Castro que também jogava na equipa leiriense.

Chegou ao Vitoria na época de 1985/86, ingressando num plantel treinado às ordens de António Morais. O Vitoria acabava de perder o guarda-redes Neno que regressava ao SL Benfica depois de um temporada em Guimarães por empréstimo.

Vítor Pontes veio juntar-se ao lote de guarda-redes do Vitoria, composto por Jesus, o titular indiscutível, e Lopes, um jovem saído das escolas do clube vimaranense. No decurso da época de 1985/86 Vítor Pontes não realizou qualquer jogo com a camisola do Vitoria. Jesus foi novamente o titular indiscutível na equipa do Vitoria que terminou o campeonato no 4º lugar.

A Vítor Pontes restou dividir o banco de suplentes com o outro guarda-redes Lopes, que era quem normalmente figurava nas convocatória para os jogos oficiais disputados pelo Vitoria.
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(Vitor Pontes no dia da apresentação no Vitoria na época de 1985/86 juntamente com os reforços dessa época)
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(Plantel do Vitoria na época de 1986/87 com Vitor Pontes como um dos guarda redes)
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Esta situação manteve-se na temporada seguinte, já com Marinho Peres ao leme da equipa do Vitoria. Agravada ainda pelo facto de ao lote de 3 guarda-redes que o Vitoria dispunha ter vindo juntar-se o guardião Peres.

Em 1986/87, época da mítica campanha de Jesus, Ademir, Roldão e Cascavel, Vítor Pontes continuou sem jogar e nem sequer convocado, para ser o suplente de Jesus, recaindo a opção de Marinho Peres entre Lopes ou Peres.
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(Vitor Pontes com a camisola do Vitoria em 1986/87)
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Deixou Guimarães no final da temporada de 1986/87 após duas épocas totalmente em branco. Seguiu viagem para alentejana cidade de Elvas, para representar o Elvas CAD, que na naquela época militava na 1ª Divisão Nacional. Para Elvas foram também Soeiro e Basaula do Vitoria a título de empréstimo.

Sucede que no Elvas CAD manteve a sua condição de suplente desta feita do veterano Domingos. Vítor Pontes jogou ainda em 5 jogos oficiais do Campeonato Nacional da 1ª Divisão na época de 1987/88, curiosamente numa temporada em que o Elvas CAD disputou com o Vitoria a permanência na principal divisão nacional, não evitando contudo a descida ao escalão secundário.
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(Vitor Pontes ao serviço do Elvas CAD na época de 1987/88)
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(Novamente com a camisola do Elvas CAD)
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Do Elvas CAD foi mais para sul de Portugal para representar o Louletano na 2ª Divisão Nacional na temporada de 1988/89. Na época seguinte rumou ao arquipélago da Madeira para ingressar no plantel do Nacional que militava na 1ª Divisão Nacional.

Permaneceu 2 temporadas na Madeira, ambas na 1ª Divisão, mas onde foi sempre suplente do guarda-redes brasileiro Gilmar, apenas alinhando em 1 jogo em cada uma das épocas que jogou nos alvo e negro da Madeira.
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(Plantel do Nacional da Madeira na época de 1989/90)
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(Plantel do Nacional da Madeira na época de 1990/91)
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Em 1991/92 foi para Santo Tirso representar o FC Tirsense na 2ª Divisão de Honra e em 1992/93 na 1ª Divisão Nacional. Manteve a condição de suplente em ambas as épocas.
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(Plantel do FC Tirsense na época de 1992/93)
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Terminaria a carreira com 35 anos de idade na AD Guarda na 2ª Divisão B, depois de ter ingressado no mês de Janeiro de 1994 neste clube do interior. Foi titular na 2ª volta da época onde realizou 14 jogos pelo AD Guarda.

A época de 1993/94 foi a sua última temporada enquanto jogador profissional de futebol, já que depois, abraçou a carreira de treinador no posto especifico do treino dos guarda-redes.

Ingressou por essa via no U. Leiria, onde foi treinador adjunto, na vertente específica do treino dos guarda-redes, sucessivamente de Vítor Manuel, Vítor Oliveira, Mário Reis, José Mourinho e Manuel Cajuda.
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(Plantel da U. Leiria na temporada de 1994/95 com Vitor Pontes como adjunto de Vitor Manuel que era o treinador principal)
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(Plantel da U. Leiria na época de 1995/96 novamente com o Vitor Pontes como adjunto de Vitor Manuel)
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(Plantel da U. Leiria na época de 1996/97, mantendo Vitor Pontes como treinador adjunto de Vitor Manuel)
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(Plantel da U. Leiria na época de 1998/99 com Vitor Pontes como treinador adjunto desta feita de Vitor Oliveira que também já foi treinador no Vitoria)
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(Plantel da U. Leiria da temporada de 1998/99 com Vitor Pontes como adjunto de Mário Reis)
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(Plantel da U. Leiria na época de 2001/02 com Vitor Pontes como adjunto de José Mourinho)
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Foi promovido ao cargo de treinador principal da equipa da U. Leiria na época de 2001/02, quando o técnico José Mourinho deixou a cidade do Lis para ingressar no FC Porto. Vítor Pontes foi o escolhido pelo Presidente João Bartolomeu para assegurar o cargo de treinador principal da U. Leiria nas restantes jornadas da época de 2001/02, com algum sucesso, diga-se de passagem, pois a equipa leiriense acabou por garantir o 7º lugar na prova.
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(Vitor Pontes treinador principal da U. Leiria)
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Em 2003/04 voltou a assumir o cargo de treinador principal na equipa do U. Leiria, mantendo-se nessa função na época seguinte de 2004/05, onde conseguiu resultados meritórios para a equipa de Leiria, realizando épocas bem tranquilas, sendo considerado pela critica como um discípulo de Mourinho com sucesso.
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(Vitor Pontes treinador principal da U. Leiria na época de 2003/04)
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(Vitor Pontes na U. Leiria observando o treino)
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(Na U. Leiria na épcoa de 2003/04 ministrando o treino do plantel)
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(Dando as tácticas ao atletas no U. Leiria)
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(Vitor Pontes concedendo entrevistas)
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Todavia, a carreira de Vítor Pontes como técnico sofreu um enorme revés que condiciona muitas das opiniões acerca das suas competências. Para esse facto, contribuiu essencialmente o péssimo desempenho ao serviço do Vitoria de Guimarães.

Em finais do ano de 2005 o presidente do Vitoria, Vítor Magalhães, decidiu demitir o treinador Jaime Pacheco, escolhido no início da época 2005/06, e contratar Vítor Pontes para assumir o cargo.

Estava consumado assim o regresso de Vítor Pontes à cidade de Guimarães, depois de em meados da década de 80 ter representado o clube vimaranense na qualidade de jogador.
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(Vitor Pontes no dia da apresentação em Guimarães como treinador)
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Fez a sua estreia como treinador do Vitoria no Estádio do Bessa, no encontro a contar para a 1ª Liga entre o Boavista FC e o Vitoria. Resultou num empate a 1-1, com os axadrezados a adiantar-se no marcador por intermédio do defesa Cadu, e os vimaranenses a empatarem num fantástico golo do polaco Saganowski.
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(Vitor Pontes orientando a equipa do Vitoria no dia da estreia no Estádio do Bessa)
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O ponto alto de Vítor Pontes como treinador do Vitoria foram nos resultados alcançados frente ao SL Benfica, de resto, mantendo uma tradição muito própria de ganhar aos encarnados. Vitoria para o Campeonato Nacional e para a Taça de Portugal, onde os vimaranenses eliminaram o SL Benfica nos quartos de final.
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(Vitor Pontes orientando a equipa do Vitória)
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(Vitor Pontes no banco de suplentes em Guimarães no Estádio D. Afonso Henriques)
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(Vitor Pontes)
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Acontece que o Vitoria nunca conseguiu encontrar-se ao longo de toda a época, nem mesmo depois de uma fornada de aquisições e mudança da equipa técnica em Dezembro/Janeiro, não evitando a histórica descida à 2ª Divisão de Honra.

Vítor Pontes ficará para sempre ligado a esta página negra do Vitoria como o treinador do clube que consumou a inacreditável descida de Divisão.
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(Vitor Pontes na sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques)


Autor: Alberto de Castro Abreu

Parabéns pelo regresso ao habitat natural!
O Vitória, por tudo o que representa, traz outra competitividade ao campeonato.
Vós, adeptos vitorianos, são admiráveis!
 
Obrigado Miguel! Concordo contigo plenamente. O Vitória e os seus adeptos fazem muita falta à 1ª Liga.

Aproveito a ocasião para felicitar a campanha do teu Belenenses e sorte, muita sorte, para a final da Taça de Portugal.

Saudações vitorianas, hoje e sempre de primeira.
 
Vitor Pontes parece-me um bom treinador, mas penso que quando passou por aí lhe correu mal a vida!

parabens pela subida
 
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